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1) Concurso de Agentes
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2) Questões Comentadas - Concurso de Agentes - Multibancas 7
De acordo com a teoria pluralista, haverá tantos crimes quantas forem as pessoas que dele participam.
Assim, se houver dez agentes, haverá dez crimes diferentes.
Para a teoria dualista, é possível haver a coautoria ou a participação. O coautor é aquele que efetivamente
pratica a conduta, enquanto o partícipe contribui para o resultado, mas sem praticar diretamente a conduta
típica. Haveria, portanto, um crime específico para os autores, e outro para os partícipes.
Pela teoria monista, por mais que haja a participação de várias pessoas, existe um único crime. O CPM, assim
como o CP, adota esta teoria, mas de forma temperada.
Esta é a regra geral. Apesar de o nome da regra tratar apenas de coautoria, quem concorrer para o crime,
responde pela pena, independentemente de ser coautor ou partícipe.
Vamos continuar analisando o restante do art. 53 para compreender as características apenas aplicáveis ao
Direito Penal Militar.
Esta é a razão de dizermos que o CPM adota a teoria monista temperada. Apesar de haver apenas um crime,
cada envolvido responde na medida de sua culpabilidade.
Se houver entre os partícipes, por exemplo, uma pessoa que sofria de doença mental e no momento não
gozava de discernimento suficiente para compreender a conduta, ele, e apenas ele, será considerado
inimputável.
Se a circunstância de caráter pessoal for elementar do crime, ela pode se comunicar entre os concorrentes.
Este é o caso dos crimes propriamente militares, que, em regra, podem ser praticados por civil, desde que
em concurso de pessoas com militar.
Neste caso, portanto, a circunstância de ser militar faz parte do tipo legal, e por isso se comunica entre os
coautores ou partícipes. O STM, por outro lado, já decidiu pela impossibilidade de comunicação da
circunstância de ser militar.
AGRAVAÇÃO DE PENA
§ 2° A pena é agravada em relação ao agente que:
I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não punível em virtude
de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
ATENUAÇÃO DA PENA
§3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos importância.
A adoção da teoria monista temperada permite que a pena seja individualizada, aplicando-se a cada um dos
agentes a agravação ou atenuação da pena, dependendo das circunstâncias observadas.
Estes dispositivos não são tão importantes para fim de prova, mas é necessária sua compreensão para
facilitar sua vida quando estudarmos os crimes militares em espécie.
CABEÇAS
§4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam,
instigam ou excitam a ação.
§5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças,
assim como os inferiores que exercem função de oficial.
Esta regra é campeã de prova! Ela é própria do CPM, que relaciona os cabeças com os crimes de concurso
de pessoas necessário, ou seja, aqueles que não podem ser praticados por apenas uma pessoa, a exemplo
do crime de motim.
Os cabeças são aqueles que coordenam, promovem, organizam a ação. Os cabeças em geral são pessoas que
têm algum poder de decisão, e por essa razão, quando estamos diante de um crime perpetrado por oficiais
e praças, os oficiais serão considerados os cabeças.
Imagine, por exemplo, um motim envolvendo vários praças e um só tenente, tendo sido a ação promovida e
organizada por um sargento. Este sargento e o tenente serão considerados cabeças, ainda que o tenente
tenha participado apenas minimamente. Esta é a regra do §2°.
CASOS DE INIMPUNIBILIDADE
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrário, não são
puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
Este é o princípio da acessoriedade da participação. A participação em crime só pode ser punida se a autoria
também for punida. Lembre-se de que, para que haja punição pela tentativa, é necessário que o agente
pratique a conduta, mas não atinja a finalidade pretendida por razões alheias à sua vontade.
RESUMO
O Código Penal Militar autoriza que, nos casos de tentativa, o juiz aplique a pena do crime
consumado, quando a conduta for excepcionalmente grave.
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Comentários
Vimos na aula de hoje que o CPM, assim como o CP, adota a teoria monista temperada no que tange ao
concurso de pessoas: haverá apenas um crime, ainda que haja vários coautores e partícipes, mas a pena será
aplicada individualmente. Também é verdade que o CPM adota a teoria dos equivalentes causais, ainda que
haja também algumas manifestações da teoria da causalidade adequada (concausa relativamente
independente). O erro da questão está em dizer que uma teoria se contrapõe à outra, pois cada uma trata
de um assunto diferente.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Esta é exatamente a causa excludente de antijuridicidade inominada, prevista no parágrafo único do art. 42
do CPM, chamada por alguns de excludente do comandante.
GABARITO: CERTO
Comentários
Lembre-se! O oficial que participar em crime de concurso de pessoas necessário junto com praças será
considerado cabeça em razão de sua posição de comando, ainda que tenha contribuído pouco para a
consecução do crime, nos termos do art. 53, §5° do CPM.
GABARITO: CERTO
Comentários
Essa questão é um pouco polêmica, mas é verdadeira. O princípio da participação de menor importância
determina que a individualização da pena leve em consideração a medida em que cada agente participou da
conduta típica. Por essa razão dizemos que o CPM adota a teoria monista temperada.
GABARITO: CERTO
Comentários
É justamente o contrário, não é mesmo? O civil que comete crime propriamente militar juntamente com o
militar responde por crime militar. A circunstância especial (ser militar) é elementar do tipo e, por isso,
comunica-se ao civil. Lembre-se de que, como falamos na aula passada, esta regra apenas se aplica desta
maneira à Justiça Militar da União, uma vez que a competência estabelecida pela Constituição para a Justiça
Militar Estadual não abrange o julgamento de civis.
GABARITO: ERRADO
Ficou fácil né? Não esqueça! O CPM adota a teoria monista temperada, pois há exceções.
GABARITO: CERTO
LISTA DE QUESTÕES
1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento
singular, entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é correto
afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor
importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”.
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção
à teoria monista do concurso de agentes.
3. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
O CPM, ao estabelecer que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas
penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista.
GABARITO
1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO