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Direito penal

Professor Washington

01/03/23

Parte mais difícil

Crime: fato típico, ilícito e culpável

Como o juiz vai decidir a dosimetria da pena?

Materializar o direito penal

O que é agravante, atenuante...?

Ementa do semestre

 Concurso de pessoas
 Reunião de duas ou mais pessoas para praticar o mesmo crime
 Qualificadora que pode aumentar a pena
 Penas de acordo com a participação
 Art. 29 CP
 Teoria geral da pena
 Regimes prisionais
 Concurso de crimes
 Medidas de segurança
 Causas extintivas da punibilidade

Concurso de pessoas

 Conceito
Ocorre o concurso de pessoas quando dois ou mais agentes praticam o mesmo delito.
 Teoria adotada
O Brasil adotou como regra a Teoria Monista, pois todo aquele que concorrer para o
crime ficará sujeito às penas estabelecidas para este crime. Contudo, existem casos no
CP onde tal teoria não será aplicada como é o caso do crime de aborto (artigos 124 a
126) onde a gestante responde por um crime e os demais, por outros crimes (Teoria
Pluralista).
Obs.: embora o Brasil tenha adotado a teoria monista, isto não quer dizer que os
concorrentes irão receber a mesma pena, pois a sanção será estabelecida de acordo
com a condição processual de cada um deles, por exemplo, a pena do reincidente será
diferente daquele que é primário, embora respondam pelo mesmo crime
 Requisitos
1. Pluralidade de agentes (dois ou mais)
Obs.: para configurar o concurso de pessoas a idade de um dos agentes não
será relevante;
2. Relevância das condutas: relevância na participação do crime, isto é, contribuir
de alguma forma para a execução do crime;
3. Identidade da infração: os agentes devem possuir o desejo de praticarem o
mesmo crime;
4. Liame subjetivo: é a hipótese onde o agente deve estar consciente da prática
criminosa dos demais. Contudo, dispensa-se o prévio ajuste entre eles;
5. Os quatro requisitos são cumulativos.

Autoria

 Imediata: é aquele que realiza diretamente a ação descrita no tipo penal;


 Mediata: ocorre quando o agente se utiliza de outra pessoa para praticar o crime
almejado (mandante do crime); PESQUISAR SOBRE A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO
 Colateral: ocorre quando duas ou mais pessoas praticam o mesmo crime ignorando a
existência do outro agente. Em tal caso não haverá concurso de pessoas porque estará
ausente requisito do liame subjetivo. Será necessário identificar, neste contexto, quem
provocou o resultado para saber qual agente responderá, na forma consumada ou na
forma tentada. Se não for possível identificar quem provocou o resultado haverá
autoria incerta, ocasião em que os agentes irão responder apenas na forma tentada (in
dubio pró réu).

Coautoria

Ocorre a coautoria quando o agente executa diretamente com o autor a ação criminosa.

Obs.: crimes de mão própria não admitem coautoria, logo não haverá concurso de pessoas.
Ex.: crime de falso testemunho.

Participação

O agente não executa, mas ajuda na execução do tipo penal.

A participação ocorre quando o sujeito realiza os atos que contribuem para o crime sem
executar diretamente o núcleo do tipo penal. A participação pode ser por instigação ou por
auxílio material

Cooperação dolosamente distinta

Art. 29 P. 2º

Ocorre quando um dos concorrentes pratica crime diverso daquilo que inicialmente seria
executado. Neste caso, o agente irá responder, a princípio pelo crime que quis participar.
Contudo, se era previsível na ação, a realização de outro crime, o agente terá a pena
aumentada pela metade. Ex.: A e B querem roubar uma residência, porém A, além de roubar,
quer estuprar a vítima sem o conhecimento de B. Em tal caso B responderá só pelo roubo.
Contudo, se era previsível para B a prática de estupro por A, B terá a pena do roubo
aumentada pela metade.

08/03/23

Participação impunível

Art. 31. Via de regra, a participação não será punível se o crime pelo menos não for tentado.

Tentativa (lembrar conceito)

Circunstâncias elementares
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias de caráter pessoal. Salvo quando elas forem
elementares de um crime.

TEORIA GERAL DA PENA

 Sanção penal
Gênero de onde haverá duas espécies: Pena e Medida de segurança. Passível de pena
é aquele que é imputável.
Pena é a maioria

Sanção penal é o gênero que possui como espécies a pena propriamente dita e a
medida de segurança. A primeira para os imputáveis e a segunda para os inimputáveis
por doença mental
 Teoria adotada (Art. 59)
Livro: Dos delitos e das penas
O Brasil adotou a teoria mista onde a pena tem uma dupla finalidade, pois ela deve ao
mesmo tempo prevenir e reprovar. A prevenção será geral e específica. No aspecto
geral ela é direcionada a coletividade para inibir a prática de novas infrações enquanto
que no aspecto específico a pena será direcionada ao infrator para inibir a
reincidência.
 Prevenção
 Geral (todos)
 Específica (infrator)
 Reprovação
O infrator vai pagar pelo mal que ele fez
 Cominação e aplicação da pena (Art. 53)
Cominar a pena é a atividade feita pelo legislador ao estabelecer a pena em abstrato.
Já a aplicação é feita pelo juiz no momento em que ele aplica a pena em concreto.
 Isolada: Art. 121. É a aplicação de uma só espécie de pena, por exemplo, art.
121.
 Cumulativa: é a aplicação simultânea de penas, por exemplo, pena privativa de
liberdade e pena de multa, por exemplo, art. 155
 Alternativa: é a aplicação de uma ou outra espécie de pena, por exemplo, pena
privativa de liberdade ou pena de multa, exemplo, art. 137.
 Paralela: ocorre quando há duas penas aplicáveis da mesma espécie, por
exemplo, pena de reclusão ou de detenção, art. 235, P. 1º
 Classificação das penas (Art. 32)
Pelo código penal haverá a possibilidade de aplicação de penas privativas de liberdade,
restritivas de direitos e pena de multa.
 Critério constitucional
 Penas permitidas (Art. 5º, XLVI CF)
 Penas proibidas (Art. 5º, XLVII CF)
 Aplicação da pena
Dosimetria da pena
 Conceito: Consiste na tarefa de aplicar a pena no caso em concreto. Tal
atividade é privativa do magistrado, sendo ela indelegável.
 Pressupostos: o indivíduo tem que ter praticado um fato típico, ilícito e
culpável
 Sistema adotado (Art. 68): Trifásico. O Brasil adotou o sistema trifásico de
aplicação da pena, onde na primeira fase o juiz irá estabelecer a pena base. Na
segunda fase estabelecerá a pena intermediária com a análise das atenuantes
e agravantes, e por último, na terceira fase encontrará a pena definitiva com a
apreciação das causas de aumento e diminuição da pena.

1ª FASE= Pena Base

 Critério (Art. 59)


 Limites
 Circunstâncias judiciais

15/03/2023

Aplicação da pena
Sistema adotado (art. 68)
 Trifásico
 Nelson Hungria

1ª fase: fixação da pena base


Parâmetros (art. 59)
Partir sempre do mínimo para o máximo
A jurisprudência diz que fica a critério da prudência do juiz
Critério objetivo
Fracionamento da pena em abstrato por cada circunstância
Circunstâncias judiciais
1. Culpabilidade: avaliar qual é o caso “mais grave” ou “mais leve”. É o juízo de
reprovação da conduta. Em regra, todos os crimes são reprováveis, porém
quando são praticados por determinados agentes, são ainda mais reprováveis.
Razão pela qual haverá a incidência negativa de tal circunstância, por exemplo:
importunação sexual praticada por um professor contra um aluno.
2. Antecedentes: é o histórico criminal do indivíduo. Somente condenações
transitadas em julgado é que podem gerar maus antecedentes. De acordo com
o STF os maus antecedentes irão perdurar para sempre na ficha criminal do
indivíduo. Maus antecedentes não se confundem com a reincidência porquê a
reincidência é temporária e é analisada somente na segunda fase da aplicação
da pena. Uma mesma circunstância não pode ser utilizada como maus
antecedentes e para efeito de reincidência. Os maus antecedentes podem ser
comprovados com a folha de antecedentes retirada em uma delegacia.
Conduta objetiva. Registro.
3. Conduta social: como o indivíduo se comporta no meio que convive.
Testemunhas de beatificação são arroladas para falar bem do sujeito.
Subjetivismo muito grande. O juiz dificilmente valora negativamente, deixa
neutro.
É o comportamento do agente no meio social em que vive.
4. Personalidade: análise psíquica do agente. Juiz comumente permanece
neutro. É a análise psíquica do indivíduo. Se ele é agressivo, por exemplo.
Obs.: de acordo com o STJ, atos infracionais praticados na adolescência podem
ser considerados nesta fase.
5. Motivos: é o que levou o indivíduo a praticar o crime. Dependendo da
motivação esta será valorada negativamente, por exemplo: matar para ficar
com a herança.
6. Circunstâncias: é o modo de execução do crime. Pode ser valorado
negativamente quando há excesso na ação do agente, por exemplo: ao roubar,
o agente ameaçou e agrediu a vítima.
7. Consequências: quanto maior a consequência para a vítima, maior a valoração
negativa. É o resultado da ação criminosa do agente. Quanto maior a
consequência, maior a reprovação.
8. Comportamento da vítima: será feita a análise se a vítima concorreu ou não
para a prática do crime.

2ª fase: fixação da pena intermediária

A partir da pena fixada na primeira fase

Parâmetros

Após a primeira fase, o juiz fixará a pena intermediária utilizando como parâmetros o
produto (resultado) obtido da pena base apreciando as agravantes e as atenuantes
cabíveis no caso concreto. Assim como na primeira fase, o juiz não poderá ultrapassar
os limites mínimo e máximo da pena cominada ao crime. De acordo com a
jurisprudência, para cada agravante ou atenuante, será utilizada a fração de um sexto
(1/6)

A partir do mínimo e máximo da pena em abstrato

Análise das agravantes (ar. 61 e 62)

As agravantes somente serão utilizadas quando não constituírem ou qualificarem o


crime, por exemplo: o motivo fútil é um agravante, porém, o motivo fútil será uma
causa qualificadora no crime de homicídio. Por esta razão, no crime de homicídio, esta
agravante não será utilizada. As agravantes estão no rol taxativo.

Reincidência (art. 63)

Ocorre a reincidência quando o indivíduo pratica um novo crime dentro do período de


5 anos contados a partir da decisão condenatória definitiva anterior, por exemplo: no
ano de 2018 o agente foi condenado definitivamente. Até 2023, caso ele pratique um
novo crime, ele será considerado reincidente.

Requisitos

Hipóteses de reincidência


Reinc. (crime e contravenção penal) – Art. 63 e 7º LCP

22/03/23

Aplicação da pena (cont.)

Inf. Penal anterior Inf. Penal posterior Resultado


Crime Brasil/Estrangeiro Crime Reincidente
Cont. penal Brasil Cont. penal Reincidente
Crime no Bra/Est Cont. penal Reincidente
Cont. penal em qualquer lugar Crime Não gera reincidência*
*Por expressa vedação
legal
Caso o agente tenha sido condenado pela prática de uma contravenção penal que seja anterior
à prática de um novo crime dentro de um período de 5 anos, ele não será reincidente porque
existe uma diferença entre crime e contravenção e o art. 63 somente restringiu a reincidência
no presente caso para a existência anterior de condenações por CRIMES. Sendo assim, para
vedar o uso da analogia em prejuízo do réu, não se pode equiparar crime e contravenção.

 Espécies de reincidência
 Genérica (regra)
Ocorre quando o agente é condenado anteriormente por um crime que seja
de espécie diferente do novo crime, por exemplo: condenado por tráfico e
praticante de furto.
 Específica
Ocorre quando o crime anterior, pelo qual o agente foi condenado, e o novo
crime são iguais.
Obs.: para efeito de reconhecimento da reincidência como agravante, basta
que ela seja genérica. Contudo, em determinadas hipóteses, a existência de
reincidência específica irá impedir que o agente tenha benefícios como, por
exemplo o cumprimento de penas restritivas de direito
Pacificado pelo STF. Anteriormente a doutrina divergia sobre a natureza.
 Reincidência e maus antecedentes
NÃO SIGNIFICAM A MESMA COISA, pois os maus antecedentes são avaliados na
primeira fase e a reincidência, na segunda fase. Uma mesma condenação não pode
servir como agravante de reincidência e como maus antecedentes.
Maus antecedentes na primeira fase da dosimetria
Reincidência na segunda fase da dosimetria
Súmula 241 STJ
Uma mesma situação não pode servir ao mesmo tempo como reincidência e maus
antecedentes. Se há duas situações, uma pode ser reincidência e outra, maus
antecedentes.
 Análise das demais agravantes (Art. 61)
Rol taxativo de agravantes.
Não se acrescenta agravantes que estão no código, para se evitar analogia que
prejudique o réu.
 Atenuantes (Art. 65/66)
Rol exemplificativo de atenuantes.
Doutrinador Eugênio Raul Zafaroni. Teoria da Coculpabilidade. A responsabilidade do
Estado e da sociedade no crime cometido por um indivíduo.

A Teoria da Coculpabilidade, invocada, a princípio, pelo argentino


Eugenio Raúl Zaffaroni, objetiva partilhar a responsabilidade do
indivíduo que comete um delito em determinadas circunstâncias, de
modo que o agente tenha sua culpabilidade diminuída, ou até mesmo
afastada, em razão das falhas sociais e estatais que,
comprovadamente, o levaram a incorrer na atitude criminosa.

 Concurso entre atenuantes e agravantes (Art. 67)


Existe uma ordem de preponderância, por exemplo: entre a atenuante da menoridade
de 21 anos e a reincidência, para parcela da doutrina, prevalece a menoridade.
Segunda obs.: havendo reincidência e confissão, haverá a compensação entre uma e
outra, não prevalecendo nenhuma.

3ª Fase: Fixação da Pena Definitiva

 Parâmetros
Nesta fase, o juiz fixará a pena definitiva, a partir do resultado obtido na fase anterior,
realizando a análise das causas de diminuição e de aumento da pena (tais causas estão
representadas na legislação através de frações, por exemplo: aumenta-se um terço,
diminui-se dois terços).
 Limites
Nesta fase, diferentemente das outras fases, o juiz pode reduzir a pena abaixo do
mínimo legal ou aumentar a pena acima do seu limite.
 Pluralidade de causas de aumento ou de diminuição (Art. 68 P. Único)
Havendo a pluralidade de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte
especial, o juiz poderá aplicar apenas uma delas, ou a que mais aumente, ou a que
menos diminua. Porém, se tais causas estiverem na parte geral, ele deve aplicar todas.
FAZER A LEITURA DA APLICAÇÃO DA PENA (TRÊS FASES)
 Detração (Art. 42)
 Fixação do regime inicial
 Fechado (Art. 33, P. 2º, a) – Art. 34
 Semiaberto (Art. 33, P. 2º, b) – Art. 35
 Aberto (Art. 33, P. 2º, c) – Art. 36

29/03/23

Aplicação da pena

 Critério trifásico
1ª fase
2ª fase
3ª fase

Exemplo 1: autor de crime de furto, simples, primário. Art. 155: 1 a 4 anos.


1ª fase: pena base, art. 59: 1 ano
2ª fase: intermediária, art. 61/65: nenhum agravante ou atenuante: continua
em 1 ano
3ª fase: definitiva, art. 155: sem causas de aumento ou diminuição. Fixa pena
definitiva em 1 ano.
Considerando que o agente não possui em seu desfavor nenhuma
circunstância negativa, agravante ou atenuante, ou causas de aumento e de
diminuição, a pena definitiva será de 1 ano.

Exemplo 2: furto praticado por um indivíduo reincidente, em período noturno


e mediante arrombamento.
Art. 155 qualificado P. 4º (2 a 4 anos). A qualificadora altera a pena em
abstrato.
Art. 59: maus antecedentes (praxe valorar negativamente na segunda fase)
1ª fase: pena base: 2 anos
2ª fase: art. 61, I, reincidência acresce de 1/6: intermediária: 2 anos e 4 meses.
(28 meses)
3ª fase: art. 155, P. 1º: causa de aumento, expresso no artigo 1/3 (sobre a
pena intermediária) = 28+1/3=3 anos e 1 mês.
Neste segundo exemplo a pena do agente será agravada em razão da
reincidência e aumentada em razão do período noturno, logo, a pena será de 3
anos e 1 mês.

Exemplo 3: homicídio (art. 121), 6 a 20 anos. Indivíduo de 30 anos de idade


que matou uma vítima de 70 anos de idade, pelo fato desta lhe dever uma
quantia de 10 reais. Para matar, o indivíduo utilizou fogo. Tal indivíduo foi
condenado pela primeira vez quando tinha 20 anos e depois foi condenado
novamente quando tinha 28 anos, ambas condenações por furto. Qual será a
sua pena?
Qualificadora: motivo fútil = 12 a 30 anos
1ª fase (art. 59): maus antecedentes = 1/8
Circunstâncias (fogo) = 1/8
1/8+1/8=1/4
12+1/4=15 anos
2ª fase (art. 61): reincidência (em qualquer crime) = 1/6
15+1/6=17anos e 6meses
3ª fase (art. 121): P. 4º causa de aumento = 1/3
17anos e 6 meses+1/3=23anos
Em razão das duas circunstâncias negativas (maus antecedentes e
circunstâncias do crime – fogo utilizado) a pena base ficará em 15 anos. Em
razão da reincidência a pena base será agravada, totalizando 17 anos e seis
meses. Por fim, considerando que a vítima era maior de 70 anos, haverá uma
causa de aumento de 1/3, de 17 anos e 6 meses, totalizando de maneira
arredondada em 23 anos de prisão.

Detração
 Descontar o tempo que o indivíduo ficou preso antes da condenação. Ocorre a
detração quando é descontado da pena definitiva o período que o indivíduo
permaneceu preso antes da sua condenação.
 Exemplo: se o condenado a pena de 23 anos tiver permanecido preso pelo
período de 2 anos antes da sentença, ele irá cumprir 21 anos.

Fixação do regime inicial

a- Regime fechado (art. 33, P. 2º, a): o regime fechado será imposto ao condenado a
pena superior a 8 anos. A pena será cumprida em uma penitenciária.
b- Regime semiaberto (art. 33, P. 2º, b): é destinado ao condenado a pena maior que 4 e
menor que 8 anos, desde que seja primário. Porque se ele for reincidente, ainda que a
pena seja menor que 8, ele a cumprirá em regime fechado. A pena do regime
semiaberto é cumprida nas colônias agrícolas ou industriais.
c- Regime aberto (art. 33, P. 2º, c): destinado ao condenado que recebe uma pena igual
ou inferior a 4 anos, além de ter que ser primário. O regime aberto é cumprido na casa
do albergado. Obs.: não se permite a progressão por saltos, isto é, passar do fechado
direto para o aberto. Já a regressão é admitida por saltos, por exemplo, passar do
aberto para o fechado.
Limites das penas (art. 75)
Para o cálculo de concessão de benefícios ao condenado será levado em conta o
tempo obtido a título de condenação e não o limite de 40 anos.
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de
liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos.
Penas de multa
 Conceito
 Critério (art. 49)
 Dia da multa
 Valor da multa
 Multa ineficaz (art. 60)
 Pagamento voluntário (art. 50)
 Execução (art. 51)
 Pena de multa e habeas corpus (sum. 693 STF)

Penas restritivas de direto

 Previsão legal (art. 43)


 Características
 Duração (art. 55)
 Requisitos (art. 44)
 Regras
a- Condenação igual ou superior a um ano (art. 44, P. 2º)
b- Superior a um ano (art. 44, P. 2º)
c- Descumprimento (art. 44

19/04/23

Pena de multa
 Conceito: é uma espécie de sanção penal consistente no pagamento em dinheiro por
ocasião de uma condenação penal. A pena de multa não se confunde com a multa
administrativa, por exemplo: multa de trânsito; porque esta decorre do poder de
polícia pertencente ao Estado.
Não se confunde com a multa do direito administrativo
Não se confunde com fiança (direito processual penal/garantia de se responder em
liberdade)
 Critério adotado: a pena de multa é fixada em um critério bifásico. Primeiro fixa-se a
quantidade de dias multa, que pela regra geral será de, no mínimo, 10 e, no máximo,
de 360 dias multa. Na segunda fase será obtido o valor do dia multa, sendo o mínimo
de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo até 5 vezes do valor do salário mínimo.
Obs.: o valor do dia multa será fixado de acordo com a situação econômica do réu.
Art. 49 CP
1ª fase: dia-multa
Regra geral 10 a 360 dias multa
2ª fase: valor do dia-multa
 Prazo para pagamento (art. 50): o condenado terá o prazo voluntário para pagar em 10
dias após o trânsito em julgado. Este valor pode ser parcelado ou descontado em
folha.
 Hipóteses de não pagamento (art. 51): a pena de multa será convertida em dívida de
valor ou dívida ativa junto ao Estado, na hipótese de não pagamento. O
descumprimento jamais será convertido em pena privativa de liberdade.
 Pena de multa e habeas corpus (sum. 693 STF): não cabe habeas corpus quando a
decisão condenatória for relativa a pena de multa, isoladamente aplicada.
 Penas restritivas de direito
Espécies (art. 43): as penas restritivas de direito estão previstas no artigo 43 do CP e
substituem as penas privativas de liberdade, desde que seja cabível. Ex.: limitação de
final de semana.
Características (art. 44): substituir/autônomas
Duração (art. 55): a pena restritiva de direito possui a mesma duração da pena
privativa de liberdade.
Requisitos (art. 44): haverá a substituição desde que, sejam cumpridos, de forma
cumulativa, os seguintes requisitos: a pena ser inferior a 4 anos, e o crime doloso não
for praticado com grave ameaça ou violência à pessoa (se o crime for culposo, caberá
substituição em qualquer caso; o réu não pode ser reincidente em crime doloso). Tal
regra admite exceção se a medida for recomendável e a reincidência não for no
mesmo crime. As circunstâncias judiciais serem favoráveis.
Penas restritivas e lei Maria da Penha – art. 17 Lei 11340/06 e Sum. 588 STJ: não se
admite a substituição da pena privativa de liberdade para a restritiva de direito,
consistente em pagamento de prestação pecuniária nos casos em que houve violência
doméstica.
 Regras de substituição
a) Condenação igual ou inferior a 1 ano (art. 44, p. 2º): o juiz poderá substituir por
uma restritiva ou por uma multa.
b) Condenação superior a 1 ano (art. 44, p. 2º): o juiz poderá substituir por uma
restritiva de direito mais uma multa ou duas por duas restritivas de direito.
 Reconversão obrigatória (art. 44, p. 4º): o descumprimento injustificado da pena
restritiva de direito será convertido na pena privativa de liberdade. Ou seja, o
condenado será preso. Ex.: o indivíduo foi obrigado a pagar 50 cestas básicas para
cumprir a pena de prestação pecuniária. Neste caso, havendo inadimplência,
injustificada, ele poderá ser preso. O mesmo não vale se a pena fosse de multa.
 Reconversão facultativa (art. 44, p. 5º): (incompatibilidade de medidas) NÃO DITOU
 Espécies

26/04/2023
 Penas restritivas de direito (cont.)
a) Prestação pecuniária (art. 45, p. 1º) consiste no pagamento em dinheiro à vítima,
aos seus dependentes ou a entidades em um valor mínimo de um salário e um
valor máximo de 360 salários. Na prática é comum converter tal pagamento na
aquisição de cestas básicas. Não pode ser aplicada nos casos de violência
doméstica contra a mulher. A prestação pecuniária não se confunde com a pena
de multa.
b) Prestação de serviços (art. 46) consiste no trabalho gratuito a ser prestado pelo
condenado a uma pena superior a seis meses em entidades públicas ou à
comunidade. Tal trabalho não é remunerado e não serve para efeito de remição
c) Interdição temporária de direitos (art. 47) qualquer interdição deverá guardar
compatibilidade com o crime praticado. Ex.: suspensão de CNH em crimes de
trânsito.
d) Limitação de fim de semana (art. 48)

CONCURSO DE CRIMES

 Espécies
a) Concurso material
 Conceito: ocorre quando o agente, mediante duas ou mais ações, pratica
dois ou mais crimes. Ex.: tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.
 Sistema de aplicação das penas: as penas serão somadas (cúmulo
material)
 Penas de reclusão e detenção: elas serão cumpridas em momentos
distintos, primeiro executando-se a de reclusão.
 Penas privativas de liberdade e restritivas de direito (art. 69, p. 1º): em tal
caso não haverá possibilidade de realizar a substituição, motivo pelo qual
o agente irá cumprir as penas privativas
b) Concurso formal
 Conceito: no concurso formal o agente pratica dois ou mais crimes mediante
uma só ação.
 Espécies
Próprio: ocorre o concurso formal próprio quando o agente pratica dois crimes
mediante uma só ação sendo que um dos crimes foi provocado de maneira
culposa, ou seja, sem intenção. Ex.: ao querer matar A, o agente acaba
lesionando também a pessoa de B.
Impróprio: ocorre quando o agente quer praticar dois ou mais crimes
mediante uma só ação. Ex.: A deseja matar B e C de uma só vez colocando um
explosivo no ambiente em que eles se encontram.
 Sistema de aplicação das penas
Próprio: no concurso formal próprio será pela exasperação. Neste sistema
aplica-se a pena de um só dos crimes aumentada de 1/6 a 1/2
Impróprio: no concurso formal impróprio, cúmulo penal, soma das penas.
c) Crime continuado (art. 71)
 Conceito (ficção jurídica): trata-se de uma ficção jurídica, porque na realidade
é um concurso material, porém as penas não serão somadas, mas sim
exasperadas. Portanto é uma situação benéfica para o réu.
 Requisitos: para ser reconhecido o crime continuado, o agente deve praticar as
infrações nas mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução (trinta
dias, mesma comarca e com identidade de infrações). Por fim, o agente tem
que ter o dolo de agir em continuidade. Ex.: o agente furtou, durante a
semana 5 motos na porta da faculdade. Se ele agiu com dolo na continuidade
ele irá responder apenas por um furto com a pena elevada de 1/6 a 2/3, e não
pelos 5 furtos.
Admite-se o reconhecimento do crime continuado nas infrações dolosas
praticadas com grave ameaça ou violência à pessoa. Neste caso a pena será
exasperada de 1/6 até o triplo.
Tempo (30 dias)
Lugar (mesma comarca)
Modo de execução (compatibilidade)
DOLO
 Sistema de aplicação das penas
 Crime continuado específico
 Concurso benéfico (art. 70, p. único)
 Multa e concurso de crimes (art. 72)

03/05/23

Concurso de crimes (cont...)

 Material
Pluralidade de ações e pluralidade de crimes
 Formal
 Crime continuado
 Genérico
 Específico
 Concurso material benéfico
 Art. 70, parágrafo único
 Vai ocorrer quando a pena obtida por exasperação for maior do que a pena
obtida pelo cúmulo material
 Ocorre quando a pena obtida pelo sistema da exasperação é maior do que a
pena que seria obtida pelo sistema do cúmulo material. Ex.: suponha que um
agente pratique, em concurso formal próprio as infrações de homicídio
qualificado e lesão corporal culposa. Neste caso, considerando apenas o
sistema da exasperação, a pena mínima ficaria em 14 anos (12 anos mais 1/6).
Entretanto, no cúmulo material, somadas as penas mínimas de cada crime, a
pena seria de 12 anos e 2 meses de prisão, sendo mais benéfico.
 Multa e concurso de crimes
Seja qual for o concurso de crimes, as penas serão somadas.
Suspensão condicional da pena (Sursis) – Art. 77

 Conceito
Trata-se de um instituto que permite a suspensão da execução do título condenatório,
mediante o cumprimento de determinados requisitos.
 Espécies
a) Comum: no sursis comum a condenação tem que ser inferior a dois anos, o réu
não ser reincidente em crime doloso e as circunstâncias serem favoráveis. A pena
ficará suspensa de 2 a 4 anos.
Pena inferior a 2 anos
Período de prova de 2 a 4 anos
b) Especial: no sursis especial acrescenta-se a necessidade de reparar o dano.
Além dos requisitos do sursis comum, é necessária a reparação do dano.
c) Etário: a pena será inferior a 4 anos e o período de prova de 4 a 6 anos, desde que
o condenado possua idade superior a 70 anos, não ser reincidente em crime
doloso e as circunstâncias serem favoráveis.
d) Humanitário: será concedido em razão da saúde do condenado. Em tal caso devem
ser preenchidos os mesmos requisitos do sursis etário, com exceção da idade.
 Sursis e penas restritivas e multa (art. 80): não se admite o sursis nas condenações nas
penas restritivas de direito e nas penas de multa.
 Revogação (art. 81)
 Não havendo nenhum caso de revogação, extingue-se a pena (art. 82)

Livramento condicional

 Conceito: trata-se de um direito do condenado que consiste na antecipação da sua


liberdade após o cumprimento de parcela da pena.
Antecipação da liberdade do indivíduo
Não se confunde com progressão de regime
 Requisitos (art. 83)
 Primário: para o primário, ele terá que cumprir 1/3 da pena.
 Reincidente: para o reincidente, a metade (1/2).
 Crime hediondo: reincidente específico em crimes hediondos não têm direito
ao livramento condicional.
Cumprir no mínimo 2/3 da pena

10/05/23

 Hipóteses de Revogação (art. 86/87)


Haverá revogação obrigatória nos casos de condenação por sentença
irrecorrível em virtude da prática de crime sujeito a pena privativa durante a
vigência do benefício.
 Facultativa: será caso de revogação facultativa nos casos em que o condenado
deixar de cumprir as condições que foram impostas (por exemplo, deixar de
trabalhar) bem como, se for condenado pela prática de uma infração penal
sujeita a pena de multa ou restritiva de direito.

 Extinção: cumprido o livramento sem nenhuma infração a pena vai ser extinta.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO (artigo 91)

 Pressupostos: a existência de uma sentença transitada em julgado, ou seja,


irrecorrível.

 Efeito principal: imposição de uma pena ou medida de segurança.

 Efeitos secundários
 Penais: em toda condenação haverá 3 efeitos penais: a reincidência (período
de prova- 5 anos). Imposição do regime inicial de cumprimento da pena.
Sendo o terceiro efeito, a geração dos maus antecedentes.
Art. 63 (gerar reincidência)
Art. 33, p. 2º (regime da pena)
Art. 59 (gerar maus antecedentes)

 Extrapenais: estão além dos processos.


a) Genéricos (art. 91) são efeitos genéricos pois estarão presentes em
qualquer condenação.
Primeiro efeito: reparação do dano;
Segundo efeito: 91.II: O Confisco dos instrumentos do crime considerados
ilícitos, por exemplo, uma arma de fogo, dinheiro ilegal. Em normas
especiais como a Lei de Drogas existe ainda o confisco de bens embora
lícitos mas que tenham sido utilizados para a prática do crime, por
exemplo, veículos (utilizados para transportar drogas, por exemplo)
Terceiro Efeito: Confisco alargado, consiste em uma faculdade em que o
MP deverá no ato de oferecimento da denúncia apontar o proveito
econômico que o indivíduo teve com a pratica da infração. Não é um
efeito automático e somente irá existir nas condenações para os crimes
cuja sanção seja superior a 6 anos.

b) Específicos (art. 92): Não estará presente em todas as condenações o juiz


deve motivar/fundamentar sua decisão para existência desse efeito.
1º Perda do cargo: haverá perda do cargo nos casos em que houver a
condenação por pena superior a 1 ano pela prática de crimes contra a
administração, ou por ser condenado a pena superior a 4 anos nos demais
crimes. Em qualquer caso a perda não será automática, devendo haver
expressa menção na decisão judicial. A perda, em regra, deve ser restrita
ao cargo ocupado no momento do crime, salvo se, o novo cargo tiver
relação com as atribuições anteriores. O código penal não prevê a perda
de aposentaria.
2º Perda do poder familiar;
3º : inabilitação para dirigir:

 Reabilitação (art. 93,94): “esconder a condenação de terceiros”. Consiste na imposição


do sigilo dos registros de processo e condenação. Ela pode ser requerida em qualquer
tipo de condenação após o período de 2 anos de extinção da pena, mediante
condições, como por exemplo, o “bom comportamento”

 Medidas de segurança: Trata-se de uma sanção penal imposta aos inimputáveis por
doença mental. Ela é cumprida em um hospital psiquiátrico e terá a duração pelo
tempo da condenação. Não podendo ser por período indeterminado. (o indivíduo tem
que ser declarado imputável. Receberá uma sentença absolutória imprópria.)

 NÃO SE PODE RECEBER PENA E MEDIDA DE SEGURANÇA AO MESMO TEMPO. NÃO


EXISTE APLICAÇÃO SIMULTÂNEA.

SEMI IMPUTÁVEL: Esse não recebe uma medida de segurança, mas sim, uma redução de
pena de 1/3 a 2/3. Depende de exame de sanidade mental, determinado por juíz.

“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”.

 Conceito
 Prazo
 Extinção da punibilidade
 Hipóteses
a) Morte do agente
b) Anistia, graça, induto
c) Abolitio criminis
d) Renúncia ou perdão
e) Retratação
f) Perdão judicial
g) Prescrição

17/05/23

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

São as hipóteses em que haverá a exclusão da responsabilidade penal do agente

 Momento da ocorrência
a) Pretensão punitiva: se a extinção ocorrer com relação à pretensão punitiva haverá a
incidência antes do trânsito em julgado. Ex.: a renúncia ao direito de ação.
b) Pretensão executória: a hipótese de extinção ocorrerá depois do trânsito em julgado.
Ex.: o indulto.
 Efeitos
a) Pretensão punitiva: na pretensão punitiva não haverá nenhum efeito penal.
b) Pretensão executória: já na pretensão executória haverá efeitos penais. Ex.: os
maus antecedentes.
 Hipóteses
I- Morte do agente: em decorrência do princípio da pessoalidade, que dispõe
que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, ocorrendo a morte do
agente, não haverá a transmissão da responsabilidade para os seus sucessores
em direito penal.
Para ser declarada a extinção pela morte do agente deve ser juntada no
processo a certidão de óbito. Caso tal certidão seja falsa, a sentença será
inexistente e o agente será responsabilizado.
Alcança todas as espécies de pretensão.
II- Anistia, graça e indulto
A anistia é concedida pelo Congresso Nacional. Já a graça e o indulto, pelo
Presidente da República.
A anistia possui efeito retroativo, podendo alcançar todas as espécies de
pretensão. Ela pode ser condicionada ou incondicionada e ocorrer antes ou
depois do trânsito em julgado.
Graça é o perdão individual, enquanto o indulto é o perdão coletivo. Ambas as
hipóteses são concedidas pelo Presidente da República. Tanto a graça como o
indulto apenas alcançam a pretensão executória. Portanto haverá maus
antecedentes, reincidência e os demais efeitos da condenação.
Anistia, graça e indulto não podem ser concedidos aos crimes hediondos e
equiparados.
III- Abolitio criminis
É a abolição do crime, logo atinge a pretensão punitiva e executória.
IV- Decadência
Somente haverá a decadência nos crimes de ação condicionada a
representação ou de ação privada. Ela ocorre em virtude da inércia da vítima.
Geralmente o prazo será de 6 meses contados a partir do conhecimento do
crime ou de sua autoria.
V- Perempção
É uma falta processual que ocorre nas ações privadas, em virtude da desídia da
vítima.
VI- Renúncia ou perdão
Renúncia ocorre antes do processo, e o perdão no decorrer deste. A renúncia
é unilateral e o perdão é bilateral, porque depende de aceitação. Renúncia e
perdão devem ser concedidos a todos envolvidos no crime. Renúncia e perdão
somente existem nas ações privadas.
VII- Retratação
Consiste em retroceder na conduta anteriormente praticada. A retratação
dispensa aceitação. E só pode ocorrer em hipóteses expressamente admitidas.
Ex.: calúnia e difamação, falso testemunho.
VIII- Perdão judicial
É o ato onde o juiz deixa de aplicar a pena pelo fato desta se tornar
irrelevante. Somente haverá o perdão nas hipóteses autorizadas por lei. Ex.:
homicídio culposo do art. 121, p. 5º.
 Prescrição
 Conceito: é a perda do direito de punir em virtude do decurso do tempo, em
regra os crimes serão prescritíveis. Exceto crimes contra a ordem democrática
e crime de racismo.
 Natureza jurídica: é uma causa de extinção da punibilidade. Houve o crime,
porém o mesmo não será punido.
 Espécies
1- Prescrição da pretensão punitiva: é o prazo que o Estado possui para gerar
a condenação.
a) Propriamente dita (art. 109): nessa espécie de prescrição deverá ser
levado em conta a pena em abstrato, uma vez que ainda não houve a
condenação. Não obstante ainda deve ser levado em conta a pior das
hipóteses em caso de eventual condenação. Ex.: o crime de furto
simples possui a pena de um a quatro anos. Na
Prazos CP (art. 109)
Pena de multa (art. 114, I): se a pena de multa for aplicada de forma
isolada, a prescrição terá um prazo único, que é de dois anos. Não
sendo isolada, ela prescreve junto com a pena privativa de liberdade.
Hipóteses de redução (art. 115): a prescrição é reduzida à metade
quando o agente é menor de 21 anos na data do crime ou maior de 70
anos na data da sentença. Ex.: o jovem praticou furto simples antes
dos 21 anos de idade terá o prazo prescricional de quatro anos e não
de oito.
Termo inicial (art. 111)
No dia da consumação do crime, a partir do dia do último ato de
execução no caso de tentativa, do dia em que encerrar a permanência
nos crimes permanentes, no caso de bigamia, quando esta se tornar
conhecida e, nos crimes sexuais praticados contra vulnerável, quando
este completar a maioridade, salvo se já houver processo.
Causas interruptivas (art. 117): tais causas zeram a contagem do
tempo prescricional já decorrido. Ex.: o recebimento da denúncia pelo
poder judiciário.

Causas suspensivas (art. 116): o prazo volta a contar de onde parou.

2- Prescrição retroativa (art. 110, p. 1º)


Termo inicial
Ocorre quando o prazo prescricional é atingido em virtude da demora
estatal em concluir o processo é feita uma contagem para trás a partir de
uma condenação transitada em julgado para a acusação. Portanto leva-se
em consideração a pena aplicada ao agente e não mais a pior das
hipóteses.
3- Prescrição intercorrente ou superveniente (art. 110, p. 1º)
É a prescrição que ocorre após a sentença recorrível uma vez que o
tribunal de instância superior veio a demorar no julgamento desta
sentença. Leva-se em consideração a pena fixada na sentença recorrível.
4- Prescrição da pretensão executória (art. 110)

Conceito: ocorre quando a sentença condenatória transitada em


julgado não é cumprida a tempo. Obs.: no caso da pretensão executória, se o
indivíduo for reincidente haverá o aumento de 1/3 no prazo prescricional.

Termo inicial (art. 112)


Causas interruptivas (art. 117, V e VI)
Causa impeditiva (art. 116, p. único)
5- Prescrição virtual (Sum. 438, STJ): o reconhecimento da prescrição pela
pena que seria hipoteticamente aplicada antes da sentença condenatória.
Embora seja praticada no dia a dia, o STJ não a permite.

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