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Anna Catharina Garcia

@graduanda.em.direito 1
2019.2

PROFª DANIELA PORTUG AL

Caso pratico + sentença penal condenatória


 Consta da denuncia que na madrugada de 10 de Julho de 2018, o denunciado
XXX, na Av Centenário, Salvador, Bahia, tentou subtrair a bolsa de YYY, na qual
constava sua carteira com cerca de 200 reais em dinheiro. Quando interrogado
perante autoridade policial o acusado confessou os fatos,
todavia, em juízo, modificou a versão passando a negar a 
autoria. A autoria e materialidade do crime foram provadas a
partir das câmeras de vigilância no local. No curso do processo Sumulas STJ: 444, 545, 231
constatou-se que o acusado respondia a outros 3 processos Emendatio libelli: quando a
denuncia caracteriza um
por crimes patrimoniais, sem que houvesse todavia, transito
artigo, mas o juiz coloca que é
em julgado em nenhum deles. Com isso, XXX foi denunciado outro.
por furto simples tentado praticado durante o repouso
noturno. Elabore a respectiva sentença penal condenatória.
OBS: Consultar os art 155 e 14 do CP + definir o regime de

cumprimento (art 33 do CP)/ definir se é possível a
substituição por pena restritiva de direitos.
 Sistema trifásico/ Nelson Hungria: Etapas da sentença; Não basta saber o
conteúdo, tem que ser nessa ordem!

Fase Ponto de partida Critério examinado Ponto de chegada

1 Pena cominada Aplicar as Pena base


circunstancias
judiciais
(encontradas no
artigo 59 do Código
Penal +
antecedentes
criminais, há
entendimentos em
sumulas)
2 Pena base Circunstancias Pena
legais: Atenuantes provisória/intermediaria
(art 65 e 66) e
agravantes (art 61 e
ss.)
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3 Pena provisória Majorantes e Pena definitiva


Minorantes

 Estrutura básica da sentença:


1.1 Relatório: principais eventos ocorridos ao longo da investigação.
1.2 Fundamentação teórica: teses de pnal II, para examinar, por exemplo, se
pode-se alegar excludentes de ilicitude, por exemplo.
1.3 Dosimetria da pena.

teorias da pena
 Teorias da pena (legitimadoras)

Teoria absoluta: o que justifica a pena privativa de liberdade é a finalidade


retribuitiva, a pena é um imperativo categórico (Kant) = tem que punir
porque tem que punir.

Teoria mista: Combina diferentes funções a pena. Exemplo: art 59 do CP que


diz que a pena serve para a prevenção e a retribuição.

Teoria relativa: justifica a pena privativa pois funciona como uma prevenção
: (I) Geral, prendendo o criminoso para que a sociedade não cometa crime e
(II) Especial, para que o criminoso não cometa crimes.

1. A teoria GERAL se divide ainda em: (I.1) Negativa = a pena


intimida a sociedade a não cometer mais crimes, exemplo:
teoria da coação psicológica (Feuerbach) e (I.2) Positiva = a
sociedade não comete mais crimes pois vai
identificar/reconhecer naquela conduta uma conduta
criminosa, a sociedade passa a conhecer as normas. CRITICA:
Instrumentaliza a figura do apenado, mas o fim da pena esta na
sociedade e não no sujeito.

2. A ESPECIAL se divide em: (II.1) Negativa = o apenado é


neutralizado para não cometer mais crimes e Positiva (II.2) = a
pena é uma oportunidade de ressocialização, permitindo que o
sujeito deixe de cometer crimes no momento e dali pra frente.
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 Teorias deslegitimadoras

Minimalismo – Teoria agnóstica da pena/ Abolicionismo moderado


(Zaffaroni): O direito penal tem que ser reduzido. Doutrina: em
busca das penas perdidas, onde Zaffaroni diz que a pena é uma
vingança institucionalizada, um ato de violência e justamente por
ser sempre vingança, significaria dizer que não há nenhum
argumento cognoscível capaz de justificar a pena privativa de
liberdade, dai vem o nome “agnóstico” pois não há como conhecer
o porque de ter a pena privativa de liberdade. Apesar de entender
que não há nada que justifique legitimamente a pena privativa de
liberdade, ele ainda assim admite que se continue usando tal
medida, mas, somente quando não há outra forma de atuação
possível pensada pelo Estado. OBS: Nem todas as teorias
minimalistas são deslegitimadoras, há o minimalismo legitimador
que é o Garantismo Penal (Luigi Ferraioli – Direito e Razão) = uma
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vez as garantias respeitadas na aplicação da pena, tornam a pena


racional.

Abolicionismo (Louk Hulsman, Mathiesen, De Celis, Davis – Penas


perdidas): A pena é vingança do Estado, não há razão para que ela
aconteça então, ela não deve ser utilizada. Parte de uma analise da
realidade. Quem se ressocializa o faz apesar da pena e não por
causa dela. A pratica criminosa vai continuar acontecendo mas, há
como ela diminui através da adoção de politicas publicas.
Mathiesen vai entender o abolicionismo como um porvir constante.
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pena privativa de liberdade


 Espécies de pena: art 32, titulo V do CP: O magistrado deve obediência aos
princípios como a legalidade. O direito penal é um direito autônomo, então o
fato de por exemplo ser aplicado uma multa criminal, nada impede que haja
multas administrativas, cíveis...

Pena privativa de liberdade

Pena privativa de direito

Pena de multa

1. Princípios correlatos
1.1 Individualização da pena: o delito forma um molde abstrato que pode ser
aplicado a varias condutas, mas, cada pena deve ser medida no caso
concreto. Todas as particularidades devem ser levadas em conta.
1.2 Intrancendencia das penas: a pena não passara da pessoa do condenado,
ressalvando o dever de reparação do dano.
1.3 Ne bis in idem: é vedado o duplo processo em virtude do mesmo fato.
Exemplo: não se pode agravar a pena do aborto porque é crime cometido
contra a mulher gravida.
1.4 Humanização/Humanidade das penas: Não haverá penas de morte, salvo
em caso de guerra declarada, além disso também não haverá penas de
caráter perpetuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis.

 Sistemas prisionais

Sistema Pensilvanico/Filadelfico: Surge nos EUA e começa a ser


aplicado em 1790 e é o sistema do isolamento absoluto, dentro
ainda de uma aproximação muito grande da ideai de especiação.

Sistema Aubuniano: Surge também nos EUA em 1818, que é o


chamado “Silence system” = já não era mais uma pena cumprida
em isolamento absoluto mas, durante o dia esse preso era colocado
em convívio comum e esse convívio tinha como finalidade o
trabalho forçado e o preso era proibido de manter qualquer tipo de
comunicação, haveria um silencio absoluto durante o cumprimento
da pena. Já durante a noite, se mantinha o isolamento absoluto.
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Sistema progressivo: Surge no século XIX na Inglaterra e que depois


é aperfeiçoado na Irlanda. Sendo um sistema de privação de
liberdade que autoriza uma aproximação gradual com a vida social.
Isolamento absoluto -> regime semi aberto -> regime aberto ->
livramento. Visa estimular o bom comportamento prisional e punir
o mal. O Brasil adota o sistema progressivo.

 Dosimetria da pena privativa de liberdade: Sistema trifásico ou Nelson Hungria

Fase Ponto de partida Critério examinado Ponto de chegada

1 Pena cominada Aplicar as Pena base


circunstancias
judiciais
(encontradas no
artigo 59 do
Código Penal +
antecedentes
criminais, há
entendimentos
em sumulas)
2 Pena base Circunstancias Pena
legais: Atenuantes provisória/intermediaria
(art 65 e 66) e
agravantes (art 61
e ss.)
3 Pena provisória Majorantes (causa Pena definitiva
de aumento) e
Minorantes (causa
de diminuição)

primeira fase
 Pena cominada: definida pelo legislador para um determinado delito. Sempre
se traduz como um limite mínimo e um limite máximo da dosimetria. O juiz vai
verificar se a conduta é simples, qualificada ou privilegiado. O tipo simples é do
caput, forma base do delito. Se um novo preceito secundário é colocado pelo
legislador, precisa-se verificar se é um titulo privilegiado (pena menor) ou
qualificado (pena maior). Tecnicamente não existe crimes duplamente ou
triplamente qualificados, quando juiz qualifica, ele qualifica uma vez so, mesmo
que incida mais de uma qualificadora, mas, para que o juiz faça valer a
individualidade da pena, o juiz tem que escolher uma qualificadora
(normalmente a mais grave), uma vez elegida essa, serão utilizadas como
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Fixação da pena Cálculo da pena
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Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos Art. 68 - A pena-base será fixada
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos atendendo-se ao critério do art. 59 deste
motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como Código; em seguida serão consideradas as
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja circunstâncias atenuantes e agravantes;
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: por último, as causas de diminuição e de
aumento.
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas
Parágrafo único - No concurso de
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites causas de aumento ou de diminuição
previstos; previstas na parte especial, pode o juiz
limitar-se a um só aumento ou a uma só
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de diminuição, prevalecendo, todavia, a
liberdade; causa que mais aumente ou diminua.

agravantes de pena. OBS: O legislador pode


errar, como por exemplo no artigo 127, onde é anunciado como 
forma qualificada mas é na verdade uma causa de aumento,
contudo, há também os casos que a forma qualificada não esta Art. 59. O juiz, atendendo à
culpabilidade, aos
dita no código mas, é uma qualificadora, como no art 157 §3º.
antecedentes, à conduta
social, à personalidade do
agente, aos motivos, às
 Circunstâncias judiciais: art 59; podem ser favoráveis, circunstâncias e
consequências do crime, bem
desfavoráveis ou neutras.
como ao comportamento da
1. Culpabilidade: Não é a culpabilidade de penal II, que é um vítima, estabelecerá,
elemento analítico (crime = fato típico + ilícito+ culpável), conforme seja necessário e
logo, essa culpabilidade já foi cumprida. Essa culpabilidade suficiente para reprovação e
do art 59 é o grau de censurabilidade/reprovabilidade da prevenção do crime:

conduta praticada pelo sujeito I – as penas aplicáveis dentre


2. Antecedentes: bons ou maus, essa analise é feita em as cominadas;
conjunto com a ideia de reincidência. Serão usadas a titulo
II – a quantidade de pena
de maus antecedentes as sentenças penais condenatórias aplicável, dentro dos limites
com transito em julgado, que não forem utilizadas para gerar previstos;
reincidência, vinculado pela sumula 444 do STJ. É preferível,
III – o regime inicial de
que a sentença transitada em julgada, que ela seja usado
cumprimento da pena
como agravante (em reincidência) e não como circunstancia privativa de liberdade;
judicial.
IV – a substituição da pena
3. Conduta social: Como o sujeito se comporta no seu meio.
privativa da liberdade
Surgem as testemunhas abonatórias, que são pessoas que aplicada, por outra espécie de
não te conhecimento dos fatos, mas que soa levados ao pena, se cabível
processo para falar da pessoa que esta sendo julgada. Há
uma critica a essa uso, pois legitima um “direito penal do Súmula 444 do STJ: É
vedada a utilização de
autor”, que é sinônimo do direito penal do inimigo.
inquéritos policiais e ações
penais em curso para agravar
a pena-base.

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4. Personalidade do agente: Características psíquicas do sujeito. É por isso


inclusive que muitos juízes se recusam a julgar a personalidade do agente.
5. Motivos, circunstancias e consequências do crime: CUIDADO para não
incorrer em bis in idem, pois: os 3 tratam de fatores que normalmente
deverão ser ponderados em outras fases de dosimetria de pena, como por
exemplo em um homicídio cometido por motivo fútil, ou seja, não se pode
ser qualificadora e como circunstancia judicial, o mesmo para o motivo
torpe no roubo. Quando isso acontecer, o juiz não é livre para escolher
como circunstancia ou como agravante, e sim, ele deve encaixar onde ela
pesa mais. OBS: Qualificadoras ganham de qualquer um do triangulo
abaixo, ela esta na pena cominada especificada, tipifica no código a
conduta.
5.1 PESO das circunstancias fáticas: Quanto mais pra baixo, mais pesado.

Circunstancia judicial

Circunstancia legal

Majorantes e minorantes Art. 50. Exposição de
motivos: Fez-se referência
expressa ao comportamento
da vítima, erigido, muitas
vezes, em fator criminógeno,
por constituir-se em provação
 Comportamento da vitima: Exposto no art 50 da exposição de ou estímulo à conduta
motivos das reformas do CP = o legislador coloca o criminosa, como, entre outras
comportamento da vitima como fator criminogeno e como modalidades, o pouco recato
da vítima nos crimes contra os
“exemplo” no crime de estupro, ele legitima a culpabilização da
costumes.
vitima no crime de estupro, perguntando a roupa da vitima, se
ela era sexualmente ativa...; Jurisprudencialmente se entende Sumula 241 do STJ: A
que o comportamento da vitima vai ser favorável (estimulou o reincidência penal não pode
crime), neutra (não influenciou o crime), mas nunca ser considerada como
circunstância agravante e,
desfavorável. Exemplo: uma vitima que lutou com o agressor
simultaneamente, como
para que ele não a estuprasse, isso não vai poder ser circunstância judicial.
interpretado como uma circunstancia desfavorável.
6. OBS: A sumula 241 do STJ prevê que uma mesma sentença Sumula 231 do STJ: A
condenatória não pode ser simultaneamente considerada incidência da circunstância
atenuante não pode conduzir
para gerar reincidência e maus antecedentes, ou seja, vai
à redução da pena abaixo do
preferencialmente ser usada como a reincidência. mínimo legal.

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7. OBS2: Não há um tempo para que se deixe de considerar a 


má antecedência, teoricamente, mas, O STJ já entende que
poderia haver analogia benéfica com o prazo depurador. Art. 61 - São circunstâncias que
8. OBS3: Medida de segurança e socioeducativas não contam sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:
como maus antecedentes.
 Fixação da pena base: A sumula 231 do STJ determina ao tratar I - a reincidência;

da pena provisória, que a incidência de atenuante não poderá II - ter o agente cometido o crime:
leval à redução a pena provisória em patamar abaixo do mínimo
a) por motivo fútil ou torpe;
legal, o mesmo raciocínio também é aplicado no tratamento da
pena base. Exemplo: Se estou diante de um crime com pena b) para facilitar ou assegurar a execução,
a ocultação, a impunidade ou vantagem
cominada em 1 a 4 anos = Se, todas as circunstancias judiciais de outro crime;
forem (I) favoráveis, a pena base vai ser 1 ano, se (II) neutras,
c) à traição, de emboscada, ou mediante
também 1, se há circunstancias (III) favoráveis e desfavoráveis a dissimulação, ou outro recurso que
pena é maior igual a 1, e se são (IV) todas desfavoráveis a pena é dificultou ou tornou impossível a defesa
do ofendido;
necessariamente > do que 1. Há muitos entendimentos da
doutrina sobre a dosimetria de pena, mas, o que se coloca d) com emprego de veneno, fogo,
explosivo, tortura ou outro meio
jurisprudencialmente é que a pena base devera se aproximar ao insidioso ou cruel, ou de que podia
resultar perigo comum;
máximo da previsão mínima legal, pois, ainda há muitas fases a
serem valoradas, para não gerar penas exorbitantes. e) contra ascendente, descendente,
irmão ou cônjuge;

f) com abuso de autoridade ou


prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou
com violência contra a mulher na forma
da lei específica

g) com abuso de poder ou violação de


dever inerente a cargo, ofício, ministério
ou profissão;

h) contra criança, maior de 60 (sessenta)


anos, enfermo ou mulher grávida;

i) quando o ofendido estava sob a


imediata proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio,


inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do
ofendido;

l) em estado de embriaguez
preordenada.


segunda fase
 Circunstancias legais: art 61 a 65
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1. Agravantes: O caput homenageia o principio do ne bis in idem quando impede


que as qualificadoras funcionem como agravantes de pena. Exemplo: não se pode
agravar o crime de aborto por ser crime cometido contra mulher gravida e nem de
crime praticado contra criança, pois, isso é elemento constitutivo do crime. TODAS SÓ
PODEM INCINDIR SE HOUVER CONHECIMENTO DO AUTOR.

1.1 Reincidência: Agravante preponderante, conceituada no CP no art


63 e 64.

Reincidência

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime (CRIME


NOVO POSTERIOR AO TRANSITO EM JULGADO), depois de transitar em julgado a
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

1.1.1 OBS1: No crime culposo, não se aplicam as agravantes de pena,


com a exceção da agravante da reincidência.
1.1.2 OBS2: A reincidência para a sentença se verifica no momento da
pratica da infração. Há divergência sobre.
1.1.3 Exemplo: Um sujeito comente um furto, é sentenciado o furto
com sentença transitado em julgado. Depois, comete um
estelionato, na sentença desse, ele será considerado reincidente
em virtude do estelionato se tratar de um novo crime cometido
após o transito em julgado da sentença condenatória do furto
(crime anterior). Na primeira fase (circunstancias judiciais),
devera o agente ser considerado possuidor de bons
antecedentes, uma vez que, a sentença do furto não poderá ser
duplamente utilizada na primeira e na segunda fase.
1.1.4 Exemplo 2: Um sujeito comete um furto, um estelionato e um
homicídio. A primeira sentença a transitar em julgado é a do
furto, assim, na sentença dos crimes de estelionato e de
homicídio ele será considerado novamente um réu primário mas
possuidor de maus antecedentes. Ele so perderia o reu primário
se o estelionato/homicídio tivesse sido cometido após o transito
em julgado da sentença do furto.
1.1.5 Exemplo 3: Se o sujeito do exemplo 2, depois do transito em
julgado do furto, cometesse um crime de dano sem o transito
em julgado do homicídio e do estelionato, ele seria considerado
um reincidente com bons antecedentes. UM TRANSITO EM
JULGADO SO PODE GERAR UM EFEITO, NO CASO, A
REINCIDENCIA, MAS SE HOUVESSE MAIS UMA SENTENÇA
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TRANSITADA EM JULGADO ELA PODERIA CONSTITUIR O MAU


ANTECEDENTE.
1.1.6 Exemplo 4: Um sujeito comete uma contravenção penal, com
sentença transitada em julgado. Depois, ele comete um roubo,
na sentença desse roubo, ele sera considerado reu primário com
maus antecedentes (CONTRAVEÇÃO PENAL NÃO É CRIME!).

Atividade: João praticou delito de furto em 20 de Janeiro de 2001, tendo sido


sentenciado pelo referido crime em 30 de Abril de 2003. Logo após, em concurso
com outros agentes integrou pratica de estelionato na qual foi preso em flagrante
em 18 de Julho de 2003. João, ainda cumprindo prisão preventiva pelo
estelionato, recebeu noticia, em 2 de outubro de 2004 do transito em julgado
referente à sua condenação pelo furto, não tendo sido providos os recursos
apresentados. Em 14 de Junho de 2005, o agente foi condenado pelo estelionato,
acerca desta decisão, responda: Pode ser João, considerado reincidente e
possuidor de maus antecedentes? Justifique.

Resposta: Ele será considerado réu primário pois não há crime novo após o
transito em julgado e possuidor de maus antecedentes, uma vez que existe contra
ele uma sentença penal condenatória transitada em julgado.
Anna Catharina Garcia
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Atividade: João em 10/1/2000, praticou roubo e sua sentença condenatória foi


proferida no dia 28/12/2000, tendo o seu transito em julgado ocorrido em
15/4/2004. Considerando a narrativa acima, responda:

a) Imaginemos que João em 4/6/2005 pratique injuria, cuja sentença seja


proferida em 15/11/2005. Como será João considerado nessa sentença?
RESPOSTA: Reincidente com bons antecedentes.
b) Imaginemos que João, pratique receptação em 1/1/2003 e que a sua sentença
condenatória somente seja proferida em 10/5/2006, pouco tempo após, o
transito em julgado da condenação por injuria, fato descrito no item anterior.
Como João deverá ser considerado na sentença condenatória referente à
receptação?
RESPOSTA: Primário com maus antecedentes. OBS: A divergência doutrinaria
diria que ele era reincidente com maus antecedentes, mas, a maioria
(garantista) entende como primário.

1.2 Não geram reincidência: art 63

Art. 64 - Para efeito de reincidência:

I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento


ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de
tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da
suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;

II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos

1.2.1 Crimes militares: praticados por militar que estão previstos o


código penal militar.
1.2.1.1 Próprios: Exclusivamente militares, sendo somente previsto
no CPMilitar.
1.2.1.2 Impróprios: Transplantados para o CPM a partir do CP/leis
esparsas, ou seja, não são exclusivamente militares.
1.2.1.3 Exemplo: Um militar comete o crime de deserção (em
serviço), onde foi sentenciado e transitada em julgado a
sentença. Depois, ele praticou um crime de furto, na
sentença que condena ele por esse furto, mas, o delito da
deserção transitado em julgado não sera considerado, ou
seja, na sentença do furto ele vai responder como reu
primário com bons antecedentes.
1.2.1.4 Exemplo2: O militar, em serviço, praticou uma lesão
corporal, que houve sentença e um transito em julgado.
Depois, ele comete um furto, mas, nesse caso, sera
considerado reincidente possuidor de bons antecedentes.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 13
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1.2.2 Crimes políticos: aqueles previstos na lei de segurança nacional


(lei 7170/83) + crimes de responsabilidade (ex: impeachment).
De acordo com a referida lei, a sua incidência ira considerar a
motivação do agente voltada para lesionar integridade territorial
e soberania nacional; regime representativo democrático
federação e estado de direito; os chefes dos poderes da União.
Não caracterizam a reincidência.
1.2.3 Prazo depurador: Existe um prazo de 5 anos que vai ser
respeitado, em que, após esse tempo, o reu recupera a
primariedade (depois que termina o cumprimento da pena). Há
precedentes para que o prazo depurador se aplica para maus
antecedentes, apesar da divergência entre as turmas do STF.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 14
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
Art. 7º da LCP:
1.2.4 Reincidência nas contravenções penais: Esta na LCP, art Verifica-se a reincidência
7º = também pressupõe sentença condenatória quando o agente pratica
transitada em julgado, seja essa primeira condenação uma contravenção depois
por crime ou por contravenção penal, desde que essa de passar em julgado a
também seja considerado assim no BR. sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou
no estrangeiro, por
qualquer crime, ou, no
Brasil, por motivo de
contravenção


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 15
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Infração 1 Transito em julgado Infração 2 Status do agente Fundamento legal


da infração 1 na infração 2
Crime  Crime Reincidente Art 63, CP

Crime (BRA)  Contravenção Reincidente Art 7º, CLP

Crime (EST)  Contravenção Reincidente Art 7º, CLP

Contravenção  Contravenção Reincidente Art 7º, CLP


(BRA)
Contravenção  Contravenção Primário Não se aplica art
(EST) 7º da LCP
Contravenção  Crime Primário (maus Não se aplica art
(BRA/EST) antecedentes) 63 do CP

1.3 Crime cometido por motivo fútil ou torpe: O fútil é aquele


desproporcional/banal e o torpe é a crueldade e a reprovabilidade.
1.3.1 OBS: Feminicidio é qualificadora do homicídio e pode ser
agravado por motivo torpe, apesar de haver divergência
doutrinaria, mas, a maioria crê que não é BIS IN IDEM pois o
feminicidio é objetivo e a torpeza subjetiva.
1.3.2 OBS2: São agravantes preponderantes
1.4 Para
facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime: Agravante por
conexão. Essa ideia de outro crime não precisa ser necessariamente
crime de mesma autoria. Exemplo = Matar a testemunha, o segurança
de um banco.
1.5 Àtraição, de emboscada, ou mediante dissimulação,
ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível
a defesa do ofendido: Ataque desleal, onde o autor utiliza-se da
confiança (traição), surpresa da vitima (emboscada) e a dissimulação
seria uma mentira contada para gerar uma confiança na vitima.
1.6 Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia
resultar perigo comum: Não dá a vitima a chance de se
defender. Exemplo: caso dos Nardoni, a asfixia de Isabela antes de joga-
la do prédio impossibilitou que ela se defendesse de ser jogado do
prédio.
1.6.1 OBS: Esse “veneno” é qualquer elemento capaz de perturbar ou
destruir as funções vitais da vitima, levando em consideração
suas doenças. Exemplo: sal para um hipertenso.
1.7 Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge:
Em relação aos filhos adotivos, a doutrina ainda consegue utilizar esse
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agravante, mas, para companheiros (união estável) a doutrina que


equipara é menor.
1.8 Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica: Não é apenas em relações familiares.
Exemplo: um patrão que estupra a empregada que mora na mesma
casa.
1.8.1 OBS: Essa lei especifica é a lei Maria da Penha.
1.8.2 OBS2: Os crimes contra os companheiros (União estável) se
encaixa aqui, uma vez não encaixada no cônjuge.
1.9 Com abuso de poder ou violação de dever inerente a
cargo, ofício, ministério ou profissão: Exemplo: o cirurgião
que violenta mulheres.
1.10Contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
ou mulher grávida: Criança pelo ECA é o com ate 12 anos
incompletos.
1.11Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
autoridade: Sujeitos que estão na proteção direta do
Estado. Exemplo: quando um preso é mudado de cela onde 
nessa cela estão presos da facção rival.
1.11.1 OBS: isso não engloba pessoas que estão somente Agravantes no caso de
perto de policiais, a proteção deve ser direta a ela, concurso de pessoas
como no caso de pessoas escoltadas.
1.12Em ocasião de incêndio, naufrágio, Art. 62. A pena será ainda
agravada em relação ao
inundação ou qualquer calamidade pública, agente que: I – promove, ou
ou de desgraça particular do ofendido: O organiza a cooperação no
agente se aproveita da calamidade para praticar crimes. crime ou dirige a atividade
Exemplo: Arrastões em situações de greve da policia.
dos demais agentes;
1.13 Em estado de embriaguez preordenada: A
pessoa se embriaga par praticar o crime (para “criar II – coage ou induz outrem à
coragem”), se foi por qualquer outra situação, ate se o execução material do crime;
sujeito se embriaga porque quer, mas não tem a intenção III – instiga ou determina a
de criar o delito, essa agravante não incide. Essa cometer o crime alguém
embriaguez não necessariamente é somente para álcool. sujeito à sua autoridade ou
1.14 Promove, ou organiza a cooperação no não punível em virtude de
condição ou qualidade
crime ou dirige a atividade dos demais
pessoal;
agentes: autoria intelectual.
IV – executa o crime, ou nele
1.15 Coage ou induz outrem à execução material
participa, mediante paga ou
do crime; instiga ou determina a cometer o promessa de recompensa.
crime alguém sujeito à sua autoridade ou

Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 17
2019.2

não punível em virtude de condição ou qualidade


pessoal: Autoria mediata. Coação física e moral.
1.15.1 OBS: A pessoa que praticou o crime na coação
física exclui tipicidade e a moral a culpabilidade,
mas, o autor mediato ser apenado com essa 
agravante.
Art. 65. São circunstâncias
1.16 Executa o crime, ou nele participa, que sempre atenuam a pena:
mediante paga ou promessa de
I – ser o agente menor de 21
recompensa: O matador de aluguel. (vinte e um), na data do fato,
2. Atenuantes: art 65 e 66 ou maior de 70 (setenta) anos,
na data da sentença;
2.1 Caput: é vedado o duplo beneficio segunda a doutrina
e a jurisprudência, apesar da redação do caput não fazer II – o desconhecimento da lei;
essa ressalva. III – ter o agente:
2.2 Inciso I: Atenuante preponderante. Popularmente, o
a) cometido o crime por
agente ser menor de 21 anos, é a “atenuante da motivo de relevante valor
menoridade”, tecnicamente não é um menor, ate social ou moral;
porque, se se esta condenando, o agente é imputável, no
b) procurado, por sua
caso ele é menor de 21 e maior/igual a 18 anos, pois, espontânea vontade e com
teoricamente na juventude as ações seriam mais eficiência, logo após o crime,
impulsivas. Já a dos 70 anos, é a atenuante da evitar-lhe ou minorar-lhe as
“senilidade” (expressão já não mais usado). consequências, ou ter, antes
do julgamento, reparado o
2.3 Inciso II: Não se confunde com o artigo 21 do CP, que dano;
fala do desconhecimento da ilicitude (não saber que é
c) cometido o crime sob
crime). É colocado em situações muito especificas,
coação a que podia resistir, ou
normalmente em consonância com o principio da em cumprimento de ordem de
eventualidade, explorar todas as teses defensivas autoridade superior, ou sob a
cabíveis. Exemplo: um sujeito comete uma situação de influência de violenta emoção,
agiotagem, o advogado de defesa vai dizer primeiro que provocada por ato injusto da
vítima;
houve um erro de subsunção inevitável, excluindo a
culpabilidade, mas, uma vez que o juiz diga que não cabe, d) confessado
que pelo menos o réu seja apenado com essa atenuante espontaneamente, perante a
autoridade, a autoria do
em que ele conhecia a ilicitude mas não conhecia a lei em
crime;
si.
e) cometido o crime sob a
2.4 Inciso III alínea a: Atenuante preponderante. O que
influência de multidão em
é um relevante valor social? Valorado de uma maneira tumulto, se não o provocou.
geral pela sociedade de maneira positiva. Exemplo: Robin
Hood. O que é um relevante valor moral? É uma
motivação pessoal, mas que é entendida enquanto

nobre. Exemplo: o pai que mata o estuprador de sua
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 18
2019.2

filha.
2.5 Inciso III alínea b: Se aproxima muito do art 15 (arrependimento
eficaz e desistência voluntaria), mas, aqui o delito foi consumado.
Exemplo: Um sujeito começa esfaqueando o outro mas no meio da
execução se arrepende e leva a vitima para o hospital, mas, mesmo
assim a vitima morre. A reparação do dano vai se aproximar do art 16
(arrependimento posterior), mas, essa reparação ocorreu após o
recebimento da denuncia ou em crime com violência/ grave ameaça.
Exemplo: O assaltante (o assalto em si é um crime violento) que repara
o dano.
2.6 Inciso III alínea c: Coação moral resistível, é a situação em que não
se encaixa nos requisitos do art 22,que é da coação moral irresistível.
2.6.1 OBS: Lembrar que o art 22 é somente para agente públicos, mas,
nessa situação abrange relações privadas.
2.6.2 OBS2: A forte emoção, apesar de não excluir a imputabilidade
penal (art 28, I), mas, o código vai coloca-la como atenuante.
2.7 Inciso III alínea d: Confissão espontânea perante
autoridade. Ou seja, aquelas confissões que foram 
interceptadas, se não for confirmada por ele, não será
considerada. Esse artigo visa abonar o agente que tem Art. 155 do CPP. O juiz
formará sua convicção pela
facilitar o andamento da investigação. Exemplo: O
livre apreciação da prova
sujeito, perante autoridade policial confessa o crime (sem produzida em contraditório
advogado, sem saber seus direitos...) e então, perante o judicial, não podendo
juiz, se retrata de sua confissão, mas, mesmo assim o juiz fundamentar sua decisão
o condena . OBS: Art 155 do CPP diz que o juiz não vai exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na
poder fundamentar sua convicção apenas nos elementos
investigação, ressalvadas as
informativos do inquérito, mas pode com os elementos provas cautelares, não
do processo, então, nessa condenação pode usar pelo repetíveis e antecipadas.
menos parte dos elementos do inquérito? Os tribunais
colocam que os elementos repetíveis do inquérito podem Súmula 545 do
ser usados, desde que, a decisão não se baseie somente STJ. Quando a confissão for
utilizada para a formação do
nisso. Mas, uma vez feito isso, poderia se utilizar da
convencimento do julgador, o
confissão feita em primeiro momento, como atenuante réu fará jus à atenuante
de pena? A matéria foi sumulada pelo STJ na sumula 545, prevista no art. 65, III, d, do
e diz que uma vez que a confissão que depois foi negada, Código Penal.
mas mesmo assim o juiz condena, ele fica obrigado a
atenuar a pena como atenuante. 
2.7.1 O processo penal divide a confissão em: (I)
simples e (II) qualificada. A qualificada é associada
necessariamente a uma tese defensiva, o CPP o define como:
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 19
2019.2

“Assume a autoria da conduta para negar a pratica do crime.”


Essa tese, é usada normalmente para construção de teses para
discriminantes putativas. Exemplo: o réu confessa que matou
alguém para se defender. Poderia o juiz fatiar a confissão?
ignorando a legitima defesa, e dizer que o réu é um assassino
confesso? Teoricamente pode, mas isso é extremamente
maléfico a linha defensiva.
2.8 Inciso III alínea e: Crime multitudinário, é o agente
“maria vai com as outras.”
2.9 Art 66 caput: Atenuante inominada de pena = É a

maior diferença entre as atenuantes e as agravantes. As Art. 66. A pena poderá ser
agravantes são regidas em legalidade estrita, ou seja, só ainda atenuada em razão de
se pode agravar pelo o que esta expressamente previsto circunstância relevante,
anterior ou posterior ao crime,
em lei, mas a as atenuantes não, o juiz pode diminuir a
embora não prevista
pena por qualquer circunstancia relevante. Exemplo: no expressamente em lei.
caso de Jose Dirceu, ele pediu a atenuação de pena o fato
dele já ter sido preso injustamente na época da ditadura. Concurso de circunstâncias
agravantes e atenuantes
3. Calculo da pena provisória: O legislador não definiu
valores de atenuação/agravamento de pena, o código so Art. 67 No concurso de
coloca no art 67 que, no caso de concurso de agravantes e agravantes e atenuantes, a
pena deve aproximar-se do
atenuantes, em que a pena deve se aproximar do indicado limite indicado pelas
pelas circunstancias preponderantes. São elas: circunstâncias
preponderantes, entendendo-
3.1 Personalidade: Art 65, I (atenuante preponderante)
se como tais as que resultam
3.2 Reincidencia: Art 61, I (agravante preponderante) dos motivos determinantes do
3.3 Motivos: Existindo motivos pro caso, ele poderá ser crime, da personalidade do
agente e da reincidência.
atenuante (Art 65, III, a) ou agravante (Art 61, II, a)
preponderante.
3.4 As circunstancias preponderantes, são as que vao 
prevalecer para se aumentar/diminuir a pena provisória
em relação a pena base.
3.5 Quando não há preponderantes mas há, por exemplo, atenuantes e
agravantes, se o juiz QUISER ele pode atribuir a elas o mesmo valor, ele
poderá igualar a pena base a pena provisória.
3.6 Quando há agravantes e atenuantes preponderantes, a doutrina e a
jurisprudência coloca que elas tem uma “ordem de preferencia”, que já esta colocado
na sequencia dos itens 3.1, 3.2 e 3.3. Ou seja, a personalidade é uma super
preponderante e o motivo é a menos importante das preponderantes.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 20
2019.2

3.7 Jurisprudencialmente, discute-se a natureza


preponderante da confissão. Para o STJ, tem natureza 
preponderante equivalente à reincidência, devendo
portanto ser compensada (STJ, HC 301693/ SP). Para o Sumula 231 do STJ. A
STF, apesar da divergência interna, entende-se que a incidência da circunstância
atenuante não pode conduzir
reincidência prevalece sobre a confissão.
à redução da pena abaixo do
3.8 Na fixação da pena provisória, o juiz terá que atenta mínimo legal.
para a sumula 231 do STJ: A pena mínima e a máxima
são intransponíveis.
3.9 As frações de aumento e diminuição, a menos

expressiva, usada na terceira fase, é a de 1/6. Assim, há
doutrinadores que colocam que esse 1/6 poderia ser o máximo a ser
agravado/atenuado na 2ª fase.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 21
2019.2

terceira fase: causas de diminuição e de aumento de pena


Introdução: Não estão sistematizadas no artigo, elas estão
espalhadas pelo código, na parte geral e na parte especial 
(normalmente no próprio artigo do crime – exemplo: art 121,
§1º, Art 122 paragrafo único, Art 155 §1º -- que esta sendo OBS: A organização dos
julgado ou nas disposições gerais referentes ao titulo/capitulo artigos do código é logica. Os
artigos só se aplicam aquilo
em que o crime estiver inserido – exemplo: Art 141, Art 226 – ).
que esta acima delas. Por
exemplo, o artigo 5º se aplica
a todos os anteriores, mas não
1. Causas de diminuição: minorantes
se aplica ao 6º.
1.1 Artigos da parte geral: Art 14 paragrafo único, 16, 21 parte
final, 24 §2º, 25 paragrafo único, 28 §2º, 29 §1º.

2. Causas de aumento: majorantes
2.1 Artigos da parte geral: Art 29 §2º parte final, 70 parte inicial, 71 caput e
paragrafo único, 73 parte final, 74 parte final.
3. Diferentemente das agravantes e atenuantes o legislador quantificou os
parâmetros. Uma vez aplicadas as causas de diminuição e de aumento, a pena
definitiva PODERÁ ficar acima do máximo ou abaixo do
mínimo. 
4. Concurso de causas de aumento/
Cálculo da pena
diminuição: Art 68 paragrafo único.
4.1 Se for o concurso de causas de aumento e de Art. 68 A pena-base será fixada
atendendo-se ao critério do art. 59
diminuição da parte geral, o juiz, obrigatorimente,
deste Código; em seguida serão
ira aplicara todas, da mais expressiva a menos consideradas as circunstâncias
expressiva. atenuantes e agravantes; por último, as
causas de diminuição e de aumento.
4.2 Se for o concurso de causa de aumento e de
diminuição da parte especial: se aplicara o art 68 Parágrafo único - No concurso de
paragrafo único. O juiz poderá: (I) aplicar tudo causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz
como na parte geral ou (II) o juiz se limita a um limitar-se a um só aumento ou a uma só
aumento e uma diminuição. Uma vez escolhendo diminuição, prevalecendo, todavia, a
II, necessariamente ele vai ter que escolher a causa causa que mais aumente ou diminua.

que mais aumente e a causa que mais diminua.


5. Forma de cálculo: Aplicação isolada x Aplicação 
sucessiva: Com que forma de calculo eu vou trabalhar?
5.1 Aplicação isolada: A base de calculo é fixa, que vai ser a própria pena
provisória.
5.2 Aplicação sucessiva: A base do calculo é variável, ou seja, o resultado de
uma operação vai ser a base do cálculo da operação seguinte.
5.3 Qual forma de calculo é maior/pior para o réu?
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 22
2019.2

5.4 Exemplo: Se tem, 3 causas de aumento de ½ da pena e uma pena


provisória de 2 anos.
5.4.1 Aplicação isolada: 2 + 2 ½ + 2 ½ + 2 ½ = 2+ 1 + 1 + 1 = 5 anos
5.4.2 Aplicação sucessiva: 2 + 2 ½ = 3
3 + 3 ½ = 4,5
4,5 + 4,5 ½ = 6,75
5.5 Exemplo2: Se tem 3 causas de diminuição de ½ e a pena provisória de 2
anos:
5.5.1 Aplicação isolada: 2 – 1- 1 – 1 = -1
5.5.2 Aplicação sucessiva: 2 -1 = 1
1 – 0,5 = 0,5
0,5 – 0,25 = 0,25
5.6 Nas causas de aumento e de diminuição a aplicação SUCESSIVA é
sempre PIOR. As causas de aumento e de diminuição conforme o
entendimento majoritário são APLICADAS de forma SUCESSIVA, isto é,
uma sobre as outras, o que é pior para o acusado em ambos os casos,
tanto na aplicação das majorantes, quanto n aplicação das minorantes.
Jurisprudencialmente justifica-se tal formado para o fim de evitar a
“pena 0” ou, pena negativa.
5.7 OBS1: Doutrina minoritária diante disso, sustenta aplicação isolada
para causas de aumento e aplicação sucessiva para causas de
diminuição.
5.8 OBS2: A segunda fase de dosimetria no calculo das circunstancias legais,
trabalha com a aplicação isolada (formato JUROS SIMPLES).
5.9 OBS3: Os juízes podem fugir ao entendimento majoritário? SIM, o juiz
pode aplicar a isolada ou a sucessiva. Mas, em tese, o juiz tem que
justificar por que escolheu a da doutrina minoritária.
5.10 OBS4: A doutrina majoritária diz que as causas de aumente se aplica da
que menos aumenta -> para a que mais aumenta; e as
causa de diminuição vai da que menos diminui -> mais 
diminui.
5.11 OBS5: Para a doutrina mais garantista, primeiro se calcula Art. 68 A pena-base será
fixada atendendo-se ao
os aumentos e depois se calcula as diminuições, mas, o CP
critério do art. 59 deste
no ar 68, que teoricamente, consagra o sistema trifásico, Código; em seguida serão
mas, a sua redação diz NESSA ORDEM: “... as causas de consideradas as circunstâncias
diminuição e de aumento”, então, é com base na atenuantes e agravantes; por
interpretação literal do código estaria obrigando a último, as causas de
diminuição e de aumento.
primeiro ter que diminuição e depois o aumento.


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 23
2019.2

substituição por restritiva


Conceito: Chamado popularmente como “penas alternativas”,
mas, as penas alternativas na verdade é o gênero do qual tem a
espécie das penas restritivas de direito, que são na pratica,
qualquer pena que não seja a prisão. Mas, as penas restritivas de
direito, especificamente são espécies de penas que seguem uma
legalidade estrita, elas são previstas taxativamente em lei penal
e que irão funcionar como alternativas a prisão, não vão gerar
como efeito o encarceramento.

Dialogam com a ideia do Direito penal mínimo = descriminalizar o


máximo possível, e o que não for possível descriminalizar, ele vai
propor a descarcerização, e é aqui que entra as penas restritivas
de direito.

 Natureza jurídica: Ainda assim são penas que geram maus


antecedentes e geram reincidência. Previsto no art 44 do CP: as 
penas são autônomas e como substitutivas as penas privativas
de liberdade (é o mais comum). Elas são autônomas no Art 28 na Art. 44. “As penas
restritivas de direitos são
Lei 11.434/2006 (Lei de Drogas):
autônomas e substituem as
1. Preceito primário: Posse para consumo pessoal de drogas privativas de liberdade,
(conduta tipificada). quando...”
2. Preceito secundário: Advertência sobre o uso de drogas +
prestação de serviços a comunidade + medida educativa de 
comparecimento a curso antidrogas.
3. É o ÚNICO caso no ordenamento que o preceito secundário
não descreve uma pena privativa de liberdade, e sim, direto descreve que é
a pena do delito.
4. OBS1: Na antiga lei de drogas, o porte para consumo pessoal era punido
com pena de prisão, ainda que fosse possível a aplicação da restritiva de
direitos, ela tinha um caráter de substituição para um possível restritiva de
liberdade. Mas, com a nova lei de drogas de 2006, passou a ser
absolutamente IMPOSSIVEL a prisão para a figura do usuário.
5. OBS5: Então, o art 28 da lei de drogas teria ou não natureza criminosa
(crime/contravenção/infração penal ou administrativa)? Parte da doutrina,
crê que a posse de drogas para uso pessoal, (I) teria se tornado uma
INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, para a outra parte (II) seria uma INFRAÇÃO
PENAL SUIS GENERES (Luís Carlos Gomes: tem natureza criminar mas não é
nem crime e nem contravenção). O STJ ENTENDEU: Tem natureza de
Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito 24
2019.2
Art. 44. As penas restritivas de
direitos são autônomas e substituem
CRIME, que é uma espécie de infração penal, houve as privativas de liberdade, quando
apenas uma DESPENALIZAÇÃO (termo criticado, e então
I – aplicada pena privativa de
foi chamado de DESPRISIONALIZAÇÃO), porem, mantida
liberdade não superior a quatro anos
a natureza criminosa da conduta. e o crime não for cometido com
5.1 Infração penal: é crime ou contravenção, o crime é violência ou grave ameaça à pessoa
ou, qualquer que seja a pena
necessariamente punido com pena de aplicada, se o crime for culposo; II –
reclusão/detenção, já a contravenção é punida com o réu não for reincidente em crime
prisão simples. doloso; III – a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a
5.2 Se o agente descumpre a pena da restritiva de personalidade do condenado, bem
direitos, os juízes estavam aplicando a pena restritiva como os motivos e as circunstâncias
indicarem que essa substituição seja
de liberdade pelo crime de desobediência , se torna suficiente.
IMPOSSIVEL, segundo o STF.
o
5.3 A própria lei de drogas vai colocar as consequências § 1 (VETADO)
da desobediência: (I) Admoestação + (II) Multa. o
§ 2 Na condenação igual ou
 Espécies de restritiva: Listadas no art 43 inferior a um ano, a substituição
1. Prestação pecuniária pode ser feita por multa ou por uma
pena restritiva de direitos; se
2. Perda de bens e valores superior a um ano, a pena privativa
3. Limitação de fim de semana de liberdade pode ser substituída
4. Prestação de serviços a comunidade por uma pena restritiva de direitos e
multa ou por duas restritivas de
5. Interdição temporária de direitos. direitos.
6. OBS1: O juiz não pode inventar uma nova restritiva, nem
o
mesmo no caso dele achar que é melhor para o reu, so § 3 Se o condenado for
reincidente, o juiz poderá aplicar a
há as opções legais, que podem ser combinadas, mas, substituição, desde que, em face de
isso so ocorre pois a lei permite essa combinação. condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a
7. REQUISITOS: previstos no art 44 // são cumulativos
reincidência não se tenha operado
7.1 Natureza do crime: em virtude da prática do mesmo
Se for doloso = pena aplicada < ou igual a 4 anos + crime
crime sem violência ou grave ameaça o
§ 4 A pena restritiva de direitos
Se for culposo = independe a pena ou natureza do converte-se em privativa de
crime, em principio, sempre irão admitir a liberdade quando ocorrer o
descumprimento injustificado da
substituição por restritiva de direitos. restrição imposta. No cálculo da
7.2 Não reincidente doloso: Não se aplica se a pena privativa de liberdade a
reincidência for de crimes dolosos. executar será deduzido o tempo
cumprido da pena restritiva de
7.3 Circunstancias judicias favoráveis: Único requisito direitos, respeitado o saldo mínimo
subjetivo, os supracitados são OBJETIVOS de trinta dias de detenção ou
reclusão.
7.4 OBS1: A jurisprudência diz que os requisitos
OBJETIVOS são os mais importantes, ou seja, o o
§ 5 Sobrevindo condenação a
magistrado não pode afastar a possibilidade da pena privativa de liberdade, por
substituição porque o sujeito não cumpriu o outro crime, o juiz da execução
requisito subjetivo (mas cumpre os objetivos). penal decidirá sobre a conversão,
podendo deixar de aplicá-la se for
possível ao condenado cumprir a
pena substitutiva anterior.


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 25
2019.2

7.5 OBS2:Nos juizados criminais, se julgam as infrações de menor potencial


ofensivo (pena menor ou igual a dois anos), consagrando uma ideia de
direito penal mínimo permitindo a transação com o MP. Essas
infrações, que foram parar nos juizados, que envolvam violência ou
grave ameaça a pessoa, vão admitir a substituição. Exemplos:
constrangimento legal, ameaça... Não tinha sentido negar o beneficio
da substituição se o réu pode mesmo antes de começar o processo
transaciona-lo.
7.6 OBS3: No que diz respeito aos crimes e contravenções 
CONTRA A MULHER, a Lei Maria da Penha expressamente
afasta a incidência da lei dos juizados. Com isso, ainda A sumula 589 afasta o
quando configurem infrações de menor potencial principio da
ofensivo, crimes e contravenções, que envolvam violência insignificância no caso de
domestica contra a mulher não admitem substituição por violência domestica.
restritiva (sumula 588 do STJ). Essa sumula, encontra
divergência parcial no STF, pois, para o STJ, tanto crime 
como contravenções não vão admitir as leis dos juizados,
já o STF, coloca que são só os crimes.
7.7 OBS4: O art 44, que é o mesmo que ele prevê os requisitos, ele próprio
flexibiliza no § 3º a reincidência dolosa, onde o juiz pode aplicar a
substituição desde que em face de condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em
virtude da prática do mesmo crime. REQUISITOS:
7.7.1 Subjetivo: medida recomendável
7.7.2 Objetivo: não ser o agente um reincidente especifico (do mesmo
crime)
8. Aplicação da substituição: Art 44 §2º
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
restritivas de direitos.

8.1 Se a condenação for a uma pena menor ou iguala 1 ano: Substituida por
multa OU restritiva de direitos.
8.2 Se a condenação for uma pena maior do que 1 ano: O megistrado vai
substituir essa condenação por uma restritiva + multa OU por duas
restritivas.
8.3 OBS1: O juiz ainda tem que justificar porque esta escolhendo aquela
espécie da restritiva de direitos.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 26

2019.2
Art. 55. As penas restritivas de
direitos referidas nos incisos III,
 Conversão: como regra geral, o tempo das restritivas vai durar o
IV, V e VI do art. 43 terão a
mesmo das privativas de liberdade. Previsto no art 55 do CP. mesma duração da pena
1. Exceções: privativa de liberdade
1.1 Prestação pecuniária: é paga de uma vez só. substituída, ressalvado o
o
1.2 Perda de bens e valores: pela sua própria natureza, disposto no § 4 do art. 46.

nesse caso, elas não poder ter a mesma duração da pena Art. 46. A prestação de
privativa de liberdade. serviços à comunidade ou a
1.3 Prestação de serviços a comunidade: Em regra, a regra entidades públicas é aplicável às
geral continua sendo essa, mas o legislador FACULTA ao condenações superiores a seis
meses de privação da liberdade.
condenado há mais de um ano o aumento da sua
jornada de trabalho para diminuir o tempo de o
§ 3 As tarefas a que se
o
comprimento da prestação de serviços, sendo que, o Art refere o § 1 serão atribuídas
46 §3º coloca que será uma hora de tarefa a cada dia e conforme as aptidões do
condenado, devendo ser
que, o abatimento máximo desse tempo será de 50%. cumpridas à razão de uma hora
Prevista no art 46 §4º. Exemplo: condenados de 1 ano de tarefa por dia de
condenação, fixadas de modo a
podem encurtar o tempo a ate 6 meses.
não prejudicar a jornada normal
2. A conversão também diz respeito ao eventual de trabalho.
descumprimento, transformando uma pena que era
o
§ 4 Se a pena substituída
restritiva de direitos em restritiva de liberdade: Há essa
for superior a um ano, é
conversão quando há um descumprimento injustificado = facultado ao condenado cumprir
art 44 §4º. a pena substitutiva em menor
tempo (art. 55), nunca inferior à
2.1 Abata-se tempo cumprido da restritiva de direitos. metade da pena privativa de
2.2 Deve haver um saldo mínimo de prisão de 30 dias. liberdade fixada.
Exemplo: se o agente descumpre os últimos 5 dias da
sua privativa de direitos, ele será obrigado a ficar 30 dias Art. 45. Na aplicação da
substituição prevista no artigo
preso. Mas, se faltassem 50 dias, ele ficaria os 50. anterior, proceder-se-á na forma
 Prestação pecuniária: Art 45 §1º deste e dos arts. 46, 47 e 48.
1. Pagamento feito em dinheiro, em tese, somente a vista, não o
§ 1 A prestação pecuniária
há previsão legal para parcelamento, mas, o juiz pode fazer consiste no pagamento em
se quiser. dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade
2. Quem pode ser beneficiado? O entendimento doutrinário é pública ou privada com
que deve ser seguida a ORDEM do art 45, ou seja: Vitimas -> destinação social, de
dependentes -> entidades. importância fixada pelo juiz, não
inferior a 1 (um) salário mínimo
3. Limites do valor: Entre 1 e 360 salários mínimos vigentes ao nem superior a 360 (trezentos e
tempo do fato, e não da condenação (doutrina). Há a sessenta) salários mínimos. O
valor pago será deduzido do
possibilidade de abatimento na condenação de reparação
montante de eventual
civil, mas isso so vai poder ser feito se forem os mesmos condenação em ação de
destinatários do valor. reparação civil, se coincidentes
os beneficiários.
4. Substituição: Se o beneficiário aceitar, pode haver o
pagamento em outra pecúnia que não o dinheiro. o
§ 2 No caso do parágrafo
anterior, se houver aceitação do
beneficiário, a prestação
pecuniária pode consistir em
prestação de outra natureza.


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 27
2019.2 
5. O não pagamento injustificado da prestação pecuniária pode Prestação de serviços à
ser convertido em prisão? Não seria prisão por divida? comunidade ou a entidades
públicas
 Prestação de serviços a comunidade: Art 46
1. Requisitos: Art. 46. A prestação de
1.1 Condenação superior a 6 meses de privação de liberdade serviços à comunidade ou a
entidades públicas é aplicável
1.2 MAS A CF NÃO PROIBE PENAS DE TRABALHOS FORÇADOS? às condenações superiores a
A doutrina entendeu que não seria o caso pois é uma seis meses de privação da
opção, ele pode não fazer o trabalho já que o sujeito pode liberdade.

escolher ser preso. o


§ 1 A prestação de
2. São tarefas gratuitas, eleitas com base na aptidão do serviços à comunidade ou a
sentenciado. entidades públicas consiste na
atribuição de tarefas gratuitas
3. Duração: 1h por dia de condenação. OBS: Não busca que o ao condenado.
sentenciado perca seu emprego para que o cumpra. Se a
o
condenação for SUPERIOR A 1 ANO, o sujeito pode aumentar § 2 A prestação de
serviço à comunidade dar-se-á
esse tempo mas não pode reduzir a menos da metade. em entidades assistenciais,
Exemplo: O sujeito foi sentenciado a 4 anos, então, ele so hospitais, escolas, orfanatos e
outros estabelecimentos
pode fazer no máximo 2h por dia, ou seja, ele precisa cumprir congêneres, em programas
2 anos da prestação de serviços. Ou seja, na MELHOR das comunitários ou
o
hipóteses, o tempo mínimo de duração é de 6 meses. estatais. § 3 As tarefas a
o
que se refere o § 1 serão
 Hipoteses de conversão para a privativa: Art 181 da LEP atribuídas conforme as
aptidões do condenado,
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de devendo ser cumpridas à
razão de uma hora de tarefa
liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do
por dia de condenação, fixadas
Código Penal. de modo a não prejudicar a
jornada normal de trabalho.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida
o
quando o condenado: § 4 Se a pena substituída
for superior a um ano, é
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva
desatender a intimação por edital; em menor tempo (art. 55),
nunca inferior à metade da
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em pena privativa de liberdade
que deva prestar serviço; fixada.

c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi


imposto;

d) praticar falta grave;

e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução
não tenha sido suspensa.

 Interdição temporária de direitos: Art 47 + Art 181 §3º LEP


1. Exige uma correlação logica entre o crime cometido e o direito que esta
sendo interditado.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 28
2019.2

2. Tem que ser temporário pois, a CF veda penas de caráter perpetuo. Dura o
tempo da condenação.
3. O rol do artigo é exaustivo. 
Interdição temporária de direitos
Sistema penal paralelo –
Zaffaroni: Formalmente, não
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: são direito penal, mas
materialmente eles são e
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, acabam querendo ser mais
bem como de mandato eletivo; graves do que o direito penal.
Como por exemplo, no caso
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que do advogado que se apropria
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder in debita do dinheiro do
público; // Como por exemplo nos casos de advogados que cometem cliente, independente da sua
crime de apropriação in debita. pena penal, a OAB o retira do
seu quadro de advogados
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. aquele que cometeu o crime,
por tempo indeterminado,
IV – proibição de frequentar determinados lugares. mas, existe uma previsão
constitucional contraria,
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame então, a OAB esta procurando
públicos. se adequar pois a pena não
pode ser perpetua.
LEP

§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida



quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito
interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste
artigo.

 Limitação do final de semana: Art 48 + Art 181 §2 da LEP

1. Casa de albergado: local onde se cumpre o regime aberto, é a priori um


lugar para dormir.
2. OBS: É APENAS SABADOS E DOMINGOS, NÃO INCLUI FERIADOS.

Limitação de fim de semana

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer,


aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou
outro estabelecimento adequado.

Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao


condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.

LEP
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 29
2019.2

§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado


não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena,
recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das
hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. // Não ser encontrado, ou
cometer uma falta grave ou por condenação em outro crime.

 Perda de bens e valores: Art 45 §3º


1. Diferenças com a PRESTAÇÃO PECUNIARIA: A prestação 
pecuniária tem um limite de 1 – 360 salarios mínimos, e os
beneficiários podem ser a vitima, ou os dependentes ou Efeitos genéricos e específicos
entidades beneficentes. Já a perda de bens e valores tem
como: Art. 91 - São efeitos da
1.1 Limites: o que for maior entre o proveito que foi obtido condenação:
pelo crime ou o prejuízo causado.
II - a perda em favor da União,
1.2 Beneficiário: é o Fundo penitenciário nacional, e a ressalvado o direito do lesado
depender da legislação pode ser que seja destinado a ou de terceiro de boa-fé:
outro fundo.
2. Invade o patrimônio LICITO do sentenciado., não se a) dos instrumentos do
confundido com os efeitos acessórios da sentença penal crime, desde que consistam
em coisas cujo fabrico,
condenatória, que estão previstos no art 91, II. Quando um
alienação, uso, porte ou
sujeito pratica um delito detenção constitua fato ilícito;

Conversão das penas restritivas de direitos b) do produto do crime ou


de qualquer bem ou valor que
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, constitua proveito auferido
pelo agente com a prática do
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário
fato criminoso.
Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do
prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em
consequência da prática do crime. 
 Questões de debate
1. Restritivas e tráfico de entorpecentes: O paragrafo 4º do art 33 da lei de
drogas, vedada expressamente a conversão para os condenados por trafico
e se discutia a constitucionalidade dessa vedação e o STF declarou
issinconstitucional no HC 97.256 em setembro de 2010, pois, feria o
principio da individualização da pena. Diante disso, o senado editou a
resolução numero 5 de 2012, que suspendeu a expressão “vedada a
conversão”
2. Inclusão do agressor de violência de gênero em programas educativos: Art
148 da LEP + Art 152 ( Inclusão da Lei Maria da Penha).
2.1 Ao tratar da limitação de fim de semana, a LEP no art 152, inserido pela
LMP, passou a prever determinação de comparecimento do agressor a
programas de reeducação e recuperação. Vale lembrar, toda vida, o
teor da recente sumula 588 de 2017 do STJ, que veda substituição por
restritivas nos casos de violência domestica. Há ainda um impasse para
o que sera feito com as situações que já estavam em curso.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 30
2019.2

Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a


forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de
limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às
características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou
estatal.

Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de


permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá
determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e
reeducação.

3. Suspensão de habilitação: Revogação tácita? Art 261 do Código de


Transito. Normas posteriores do direito de dirigir, do CT, em relação ao CP,
essas alterações causariam uma revogação tácita do art 57 do CP?
3.1 O art 57 só trata do crimes culposos, porque os dolosos esta no art 92,
III + Art 47, III que é quem prevê essa possibilidade de substituição.
3.2 Então, em relação aos crimes culposos? Será cuidado pelo CT, já os
dolosos será tratado pelo CP.
3.3 OBS: Os crimes dolosos de transito, nos quais o veiculo foi utilizado
como instrumento de lesão intencional, aplica-se o art 92, III do CP, que
prevê a inabilitação como efeito acessória da condenação criminal –
restará duvida da existência de limitação temporal. Quanto aos crimes
culposos de transito, é que se aplicaria como restritiva de direitos a
substituição pela suspensão TEMPORARIA da habilitação, ocorre que, a
previsão do código penal é anterior às novas normas da lei de transito
que versam sobre suspensão de habilitação, como novos prazos, o que
pode ser entendido como uma revogação tácita do CP, apenas quanto à
substituição nos crimes culposos (art 57 do CP).
4. Limitação de final de semana e local de cumprimento: Conforme
informativo 132 do STJ, na hipótese de não haver casa de albergado, ou
estabelecimento equivalente, NÃO se admite cumprimento da limitação de
fim de semana em presidio/penitenciaria, mesmo em cela especial. Em tal
caso, o sentenciado terá direito ao cumprimento domiciliar.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 31
2019.2

PROFª DANIELA PORTUG AL

regime inicial de cumprimento de pena


Introdução: Quando não da para substituir a privativa de
liberdade por restritiva de direitos.

 Critérios: Art 33 do CP

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou


aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado.

§ 1º - Considera-se:

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança


máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma


progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em


regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e


não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)


anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com


observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 32
2019.2

§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de


regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou,
ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.

1. Tipo de pena: É uma analise em abstrato, feita a luz do preceito


secundário, definido no tipo incriminador. O legislador vai escolher se vai
ser reclusão, detenção ou prisão simples, e, o juiz o regime.

RECLUSÃO → Julgada por crime. O regime inicial pode ser: (I) Fechado; (II) Semi aberto;
(III) Aberto

DETENÇÃO → Julgado um crime. O regime inicial pode ser: (I) Semi aberto; (II) Aberto

PRISÃO SIMPLES → Julgado por contravenção. O regime inicial pode ser: (I) Semi
aberto; (II) Aberto

OBS: DETENÇÃO ≠ PRISAO SIMPLES, pois, na detenção caberá regressão para o regime
FECHADO, mas na prisão simples não cabe.

2. Quantidade de pena + Primariedade: Pena aplicada.

PENA > 8 ANOS → Necessariamente (punido com reclusão) o regime inicial será o
fechado. Se for detenção/prisão simples, será aplicado o semi aberto.

4 ANOS < PENA ≤ 8 ANOS + NÃO REINCIDENTE → Poderá ser aplicado o regime inicial
semi aberto (OBS: Esse poderá quer dizer que, poderá também ser aplicado regime
mais GRAVOSO, dependendo das circunstancias judiciais, mas, não mais brando).

PENA ≤ 4 ANOS + NÃO REINCIDENTE → Poderá ser aplicado regime inicial aberto ( se as
circunstancias judiciais forem mais gravosas, poderá ser aplicado regime mais
gravoso).
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 33
2019.2


SUMULA 719 STF. A
ATIVIDADE: FIXE O REGIME INCIAL DE CUMRIMENTO DE PENA
imposição do regime de
cumprimento mais severo do
que a pena aplicada permitir
exige motivação idônea.
Joao, reincidente, foi condenado a 5 ano de reclusão.
SUMULA 718 STF. A
R: FECHADO, se fosse primario, dava pra por no semi.
opinião do julgador sobre a
gravidade em abstrato do
crime não constitui motivação
Joao primário foi condenado a detenção de 9 anos idônea para a imposição de
R: Semi aberto. regime mais severo do que o
permitido segundo a pena
aplicada.
Joao, reincidente, foi condenado a reclusão de 1 ano.
R: Fechado, pela lexis, mas, nesse caso o STJ modificou pela
sumula 269 
3. CIRCUNTANCIAS JUDICIAS → Em regra só pioram o regime inicial de
cumprimento de pena. Mas, a sumula 269 muda esse entendimento.
EXEMPLO: Homicídio (6-20 anos) com o sujeito primário e com pena
definitiva de 8 anos, pelo Art 33 se cumprira com regime inicial SEMI
ABERTO.

PARA QUE O REGIME FOSSE FECHADO, teria que ser um crime com situações absurdas
como premeditação e requintes de crueldade.

 Ausência de vaga: Situação em que há apenas penitenciarias


(onde se cumpre regime fechado) e não casas de 
albergado/colônias agrícolas . Diante disso, o condenado pode
SUMULA 269 DO STJ. É
acabar cumprindo num regime mais gravoso (lê-se na
admissível a adoção do
penitenciaria)? Durante muito tempo, os tribunais acreditavam regime prisional semi-aberto
que SIM, hoje em dia mais NÃO. aos reincidentes condenados
a pena igual ou inferior a
SUMULA 56 STF: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza quatro anos se favoráveis as
a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo- circunstâncias judiciais.
se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS // A
ausência de vaga no estabelecimento adequando não autoriza imposição 
de regime mais gravoso.

CRITERIOS DO RE 641.320/RS

1. Saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas // Aquele que já


estava preso e progrediu devera sair para dar lugar ao que agora foi
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 34
2019.2

condenado. O diretor da prisão ira analisar quem já cumpriu mais tempo/


quem tem melhor comportamento... a natureza é administrativa.
2. Monitoração eletrônica para o que sai antecipadamente ou é colocado em
regime domiciliar.
3. Substituição por restritiva ou por estudo diante da insuficiência de vaga //
Estudo = literalmente o sujeito fica obrigado a estudar.
4. OBS: Ate que sejam estruturadas as medidas poderá ser deferido
provisoriamente o regime domiciliar para que se inicie o cumprimento de pena.

 Detração/Execução provisória

DETRAÇÃO → A detração vai resolver as situações em que: a pena definitiva de 5 anos,


por exemplo, de reclusão, de um condenado não reincidente, onde, a regime inicial
poderá ser o semi aberto, mas, supomos que ele passou 1 ano preso preventivamente,
antes de sair a sentença, então a condenação dele vai ser executada em 4 anos (pena
a cumprir), OU SEJA, agora, ele vai poder enfrentar um regime inicialmente ABERTO. O
fundamento legal da detração esta no artigo 41 do CP. Ou seja, a detração é o
abatimento do tempo de prisão preventiva ou internação na decisão definitiva.

Detração

Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança,


o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e
o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

DETRAÇÃO EM PROCESSOS SIMULTANEOS → Vai resolver as situações em que o


sujeito responde a dois processos ao mesmo tempo

Os tribunais superiores admitem detração penal entre processos distintos desde que, o
crime em que HOUVE condenação seja anterior ao período que se pretende detrair

Prisao Transito
Crime preventiva Condenação em
1 de 1 ano : 5 anos julgado 2

Crime Absolvição Transito


2 em julgado
1
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 35
2019.2

Se o crime do processo 2 foi anterior ao prisão preventiva, não haveria problema em


detrair. LOGO FICARIA: 5 ANOS (P1) – 1 ANO (P2) = 4 ANOS DE PENA A SER EXECUTADA

NÃO PROMOVE DETRAÇÃO: Data do crime é posterior a prisão preventiva (para não
gerar credito de pena).

Crime 2006 Crime* Crime 2009

Prisao Absolvição + Condenação


preventiva TJ 2008 5 anos + TJ
(2006 -
2007)

*DANIELA: Acha que se houvesse outro crime entre 2007 – 2008 poderia SIM detrair,
não justificaria que o sujeito queria gerar credito de pena e sim porque ele nem sabia
que seria absolvido.

OBS: O sujeito que é preso preventivamente e depois é absolvido não será indenizado
porque teoricamente a prisão provisória é justificada para manter a ordem publica.

OBS2: Pode ser usada como atenuante genérica de pena, mas o tempo que se foi
preso não sera equivalente a ser subtraído da condenação.

OBS3: Só será calculada após o transito em julgada.

≠ EXECUÇÃO PROVISORIA →

Detração Previsão legal (art 42)

Calculo após TJ

Execução provisória Previsão jurisprudencial

Calculada no curso do processo

EXEMPLO: “A”, primario, acusado de estelionato (pena de 1 – 5 anos ), então, é


decretado a prisão preventiva, essa prisão preventiva não vai poder ser cumprida no
regime fechado pois: ↓↓↓↓↓

Sumula 716: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a


aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em
julgado da sentença condenatória.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 36
2019.2

A execução provisória também referida como progressão antecipada foi prevista pelo
STF na sumula 716 a fim de impedir que processados experimentassem situação mais
gravosa do que a que eventualmente poderia ser extraída de uma condenação
definitiva, autorizando com isso, a progressão/aplicação imediata de regime mais
brando antes do TJ da condenação.

ISSO NÃO ESTARIA GARANTIDO UMA PRISAO ANTES DO TJ? MESMO QUE
PROVISORIAMENTE? Muitos doutrinadores colocaram que isso o STF responde que
isso estaria beneficiando o réu, pois, a prisão preventiva materialmente falando seria
um regime fechado, e essa progressão na execução antecipada vai permitir que ele
saia durante o dia, por exemplo, teoricamente, surge para BENEFICIAR O REU.

Em Outubro de 2016, o plenário do STF passou a autorizar a execução da pena após


condenação em segunda instancia, anterior portanto ao transito em julgado à revelia
do quanto previsto na CF art 5º, LVII e de normas internacionais como o Pacto de San
José da Costa Rica .

PRISAO PENA ≠ PRISAO PROCESSO →

Antigamente, o requisito da prisão pena era o TJ da sentença penal condenatória,


então, o STF começou a admitir a prisão pena não pelos requisitos da prisão
processual, e sim, pela condenação pelo tribunal de segunda instancia.

NÃO HÁ INOVAÇÃO EM PRENDER ANTES DO TJ, e sim, porque essa prisão agora esta
sendo prisão PENA e não mais prisão PROCESSUAL. A decisão do STF se deu no
julgamento do HC 126292, após o qual, o PEN (Partido nacional ecológico) + CFOAB
(Conselho federal da OAB) ingressaram com as ADCs numero 43 e 44, cujas liminares
pleiteadas foram indeferidas pelo STF. O julgamento das ADCs e do HC foram muito
controversas, inclusive, o ministro Barroso disse que seria uma mutação
constitucional, já os outros ministros vão REINTERPRETAR o sentido do TJ da CF, em
que, por não haver mais analise de fatos do processo após a segunda instancia, logo,
poderia sim haver a prisão pena após a condenação em 2ª instancia.

Essa prisão processual tem algumas espécies, mas, a mais comum é a prisão preventiva
que tem como requisitos:

 Garantia da ordem publica


 Garantia da ordem econômica
 Garantia de aplicação da lei penal
 Conveniência de instrução

 Progressão de regime: O modelo prisional brasileiro é o PROGRESSIVO de


comprimento de pena, o que se entende é que esse sistema estimula o bom
comportamento, pois, o sujeito experimenta melhor situação caso ele se
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 37
2019.2

comporte, ele é originado na Holanda e na Inglaterra é inserido fases como o


semi aberto. A progressão é referida na LEP art 112.

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar
bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento,
respeitadas as normas que vedam a progressão. // REGRA GERAL = Progressão
após o cumprimento de 1/6 de pena (critério OBJETIVO) + Bom comportamento
(critério SUBJETIVO)

CRITERIO OBJETIVO: Esbarra nas vedações de progressão, ou seja, que


estabeleciam o chamado regime integralmente fechado. A vedação da ERA a do art
2º dos crimes hediondos, mas essa redação foi ALTERADA =

REDAÇÃO ANTIGA: Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito


de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em


regime fechado. // O STF declara a inconstitucionalidade pelo principio da
individualização das pena, pois, sujeitos diferentes poderiam acabar
experimentando o mesmo tratamento penal. Assim, ele passa a autorizar a
progressão do regime para hediondos e equiparados (TTT), ele faz isso usando os
critérios do Art 112

APÓS A SUMULA DO STF: Gerou uma nova discussão pois teoricamente fere a
individualização da pena também que quem cometa um crime hedionda, tenha os
mesmos requisitos de progressão dos outros crimes → LEI 11.467/07 ALTERA a lei
dos crimes hediondas e passa a prever um regime inicialmente fechado obrigatorio
para os crimes hediondos + critérios especial de progressão

Lei 11.467/07: CUMPRIMENTO = 2/5 se primário ou 3/5 se reincidente + Bom


comportamento // Comparado a lei anterior, essa mudança é benéfica, mas, se
comparada a situação fática experimentada por um sentenciado por crime
hediondo após a sumula do STF em 2006, agora teriam que mudar de 1/6 para
2/5, então , os tribunais decidiram que os crimes entre 2006 e 2007 ainda se
aplicara os requisitos da LEP (ULTRATIVIDADE BENEFICA DE JURISPRUDENCIA –
sumula 26).

Art. 1o O art. 2o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a


seguinte redação:

“Art. 2o

II - fiança.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 38
2019.2

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado.

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste


artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado
for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.”

SUMULA 26 DO STF: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena


por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo
de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização
de exame criminológico.

2007: Lei 11.464/07 =


regime inicialmente
1990: Regime fechado + progressao 2/5
integralmente fechado ou 3/5

2006: Sumula 26 do STF,


progressao = 1/6 (pelo
art 112 da LEP)

Ou seja, só ira progredir com 2/5 ou 3/5, quem praticou o crime a partir de 2007. Crime anterior
a isso progredirá com 1/6 do cumprimento de pena.

Atualmente, não há nenhuma lei que preveja o regime integralmente fechado, dado o
entendimento do STF a respeito da matéria, o texto da LCH foi alterado. Mas, o PACOTE ANTI
CRIME de Moro, pretende ressuscitar o regime integralmente fechado.

O STF também já se manifestou sobre o regime inicialmente fechado , ele hoje, acha isso
INSCOSTITUCIONAL, ainda não foi sumulado, é um entendimento presente no julgado do HC
111840/2012, a partir do entendimento pelo trafico de entorpecentes, onde o sujeito era
primário, com 5 anos de pena aplicada, acaba por ficando com um regime obrigatoriamente
inicialmente fechado. Recentemente, o STF reafirmou essa inconstitucionalidade, através do
julgado ARE 1052700/2017.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 39
2019.2

Súmula 471 . Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes


da vigência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei nº
7.210/84 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.

Progressão PER SALTUM: Sumula 491 do STJ

FECHADO → SEMI ABERTO → ABERTO

1/6 1/6 1/6

Exemplo: O sujeito é condenado a 12 anos, e, é esquecido, e acaba por cumprir 5


anos em regime fechado, muito embora ostente bom comportamento, mas, ele já
poderia estar no regime aberto, e por ERRO DO ESTDO, ele acabou ficando mais de
2/6 no regime mais gravoso, então, ele pode pleitear a PROGRESSAO PERSALTUM?
NÃO.

Súmula 491. É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.

PROGRESSÃO ESPECIAL → Art 112 §3º

Beneficiados: Gestantes, mães ou responsáveis por crianças ou pessoas com


deficiência // Apesar de ter sido escrita para mulheres, pode ser usada por analogia
pelo pai/homem responsável.

REQUISITOS: (I) Crime s/ violência ou grave ameaça a pessoa + (II) Não ter cometido
o crime contra o filho ou dependente + (III) Já ter cumprido 1/8 da pena no regime
anterior + Ser primário + Ter bom comportamento + Não integrar organização
criminosa.

Art 112 § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são,
cumulativamente:

I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;

II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;

III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;

IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor


do estabelecimento;

V - não ter integrado organização criminosa.


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 40
2019.2

§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação


do benefício previsto no § 3º deste artigo.

PROGRESSAO PARA REGIME ABERTO → Requisitos adicionais no Art 114 da LEP

REQUISITO 1: Estiver trabalhando/Poder comprovar que se iniciara o trabalho


imediatamente // Não configura trabalho forçado, pois, é apenas um beneficio. // OBS:
Estão dispensadas os maiores de 70 anos, gestantes, com filhos menires/deficientes ou
o preso que tenham doença grave

REQUISITO 2: Indícios de auto disciplina

OBS: A pena privativa de liberdade começa a permitir a exploração da mão de obra


carcerária e o cumprimento em massa da pena (que não era possível na idade media,
pois, era um a um a ser executado). Perceba que o século XVIII não vai acabar a pena
de morte, ele apenas a muda, uma pessoa que acaba por fazer um “trabalho livre” que
acaba por mata-lo, como tinha antigamente o trabalho em indústrias têxtis, que
levavam a morte.

Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:

I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; //


Recentemente o STJ tem dado um prazo de 180 dias para que o preso progrida para o
regime aberto e procure um emprego/trabalho.

II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi
submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de
responsabilidade, ao novo regime.

Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no


artigo 117 desta Lei.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto


em residência particular quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;

IV - condenada gestante.

 Regressão de regime: Transferência para o regime mais gravoso.

OBS = Ela ira admitir a regressão PER SALTUM, que é justamente o caminho inverso.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 41
2019.2

 Tipos de regime: No CP e na LEP

REGIME FECHADO: Art 33 + 34 → Estabelecimento de segurança máxima + Trabalho no


período diurno e isolamento no período noturno. Esse trabalho é interno (dentro da
penitenciaria), mas, excepcionalmente será admitido externo (necessariamente tem
que der feito em serviços e obras publicas)

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou


aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado.

§ 1º - Considera-se:

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima


ou média;

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame


criminológico de classificação para individualização da execução.

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento


durante o repouso noturno.

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade


das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a
execução da pena.

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras


públicas.

REGIME SEMI ABERTO: Art 33, §1º b → Cumprido nas colônias agrícolas ou industriais
+ Trabalho diurno (na própria colônia agrícola) e isolamento a noite (esse isolamento
não ocorre, pois a celas não são individuais). // Em regra, o trabalho é interno, mas,
ele não precisa ser em serviços e obras publicas (≠ com o fechado)

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar;

REGIME ABERTO: Art 33, §1º c → Cumprido nas casas de albergado ou outro
estabelecimento adequado, é basicamente um lugar pra dormir. Dentro dessas casas,
o trabalho não vai ser interno, o estado não fornece meios para isso, logo, esse
trabalho é SEMPRE externo. Esse regime se baseia na uto disciplina. // Uma vez que o
sujeito é condenado ao regime aberto mas não tem emprego, poderá regredir para o
semi aberto.

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento


adequado.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 42
2019.2

OBS: Daniela mandou ler os artigos 34 – 36 do CP + 110 – 119 da LEP.

 Regime disciplinar diferenciado: Apesar do nome, não é um regime de


cumprimento de pena, os regimes continuam sendo os supracitados, logo,
não há progressão e nem regressão, apesar de existirem PL para criar o RDD
(regime fechadíssimo) como um regime autônomo, mas, ele ainda não foi na
aprovado. O RDD é na verdade uma institucionalização da solitária, um
castigo. Num primeiro momento, se discutia uma inconstitucionalidade
FORMAL, pois, ele é formalmente criado por uma portaria d SSP de SP, já que,
toda materia penal é de competência privativa da União. Após os debates, a
materia é alvo de lei federal → Lei 10792/03, que vai alterar a LEP e criar o
RDD.

Hipoteses: Art 52 caput + §1º + §2º

Características: Art 52 I, II, III e IV

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
diferenciado, com as seguintes características:

I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da


sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena
aplicada; // Esse 1/6 é em cima da pena aplicada.

II - recolhimento em cela individual;

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas
horas;

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios


ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem
e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório


ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou
participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.

 Jurisprudência

ALTERAÇÃO DA LEP – ERA 112: Exame criminológico (2003)

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva,


com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 43
2019.2

o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena no regime 


anterior e seu mérito indicar a progressão.
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Observe que também se
Comissão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando aplicam como
necessário. // Menção expressa ao exame criminológico. Esse exame era jurisprudência as sumulas já
da personalidade do sujeito, para que se avaliasse se o sujeito já estava discutidas: 718, 719,716 do
apto para retornar a sociedade (grau de periculosidade daquele sujeito) STF e 269 , 471, 491 do STJ
NOVA REDAÇÃO: Art. 112. A pena privativa de liberdade será
executada em forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao

menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas
as normas que vedam a progressão
COM A RETIRADA DO PARAGRAFO ÚNICO, AINDA SE PODE EXIGIR A FIGURA DO
EXAME CRIMINOLOGICO? Segundo o STF ainda é possível SIM a realização desse
exame Reclamação 20089 (Min Luís Roberto Barroso) + Sumula 26 do STF + Sumula
439 do STJ.
SUMULA 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do
art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame
criminológico.

SUMULA 439: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde


que em decisão motivada.

 Prisao especial: Prevista no CPP, logo, se aplica a presos processuais e ela


significa RECOLHIMENTO EM LOCAL DISTINTO., ou, se não tiver, em cela
distinta. NÃO se admite também o transporte desses presos especiais com os
presos comuns, no resto, é tudo igual. Havendo condenação definitiva em
transito em julgado, isso se encerra, apesar de que, uma vez retirado da
prisão processual, na prisão comum, a LEP ainda coloca algumas separações,
mas, na pratica, essa separação na prisão “em definitivo” não ocorre.

Art 295 do CPP. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da


autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:

I - os ministros de Estado;

II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do


Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e
os chefes de Polícia;

III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e


das Assembléias Legislativas dos Estados;

IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 44
2019.2

V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e


dos Territórios;

VI - os magistrados;

VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;

VIII - os ministros de confissão religiosa;

IX - os ministros do Tribunal de Contas;

X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo


quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;

XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e


inativos.

§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste


exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum.

§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será


recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento.

§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os


requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração,
insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.

§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum.

§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso


comum.

PRISAO ESPECIAL ≠ REGIME ESPECIAL

 Regime especial: Previsão de que o cumprimento de pena de mulheres devera


estar adaptado a sua condição de mulher, como maternidade por exemplo, os
estabelecimentos femininos tem que ter uma.

Regime especial – Código penal


Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se
os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o
disposto neste Capítulo.

Assim, a LEP prevê isso com o Art 83


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 45
2019.2

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em


suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação,
trabalho, recreação e prática esportiva.

§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.

§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de


berçário, onde as condenadas possam amamentar seus filhos.

§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de


berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los,
no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.

§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir,


exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências
internas.

O BR ainda é signatário das regras de Bangkok que é um documento internacional que


trata sobre o encarceramento feminino.

Observe também que recentemente foi necessário uma lei em 2017 (alteração do cpp
no art 292) para que vedasse a utilização de algemas durante o trabalho de parto.

pena de multa
Introdução: É uma das espécies de sanção criminal, lembrando
que, sanções penais são: Pena privativa de liberdade/Restritiva de
direitos/multa. A pena de multa goza de autonomia das outras
multas aplicadas em outros ramos do direito, por exemplo, um
crime de transito pode geral uma condenação penal com multa e
uma multa de transito, isso não ira ofender o NE BIS IN IDEM.

Em regra, as penas de multa vão para o fundo penitenciário


nacional, mas, lei especial pode prever uma destinação diversa,
como por exemplo na lei de drogas, onde as multas vao para o
fundo nacional anti drogas

 Admissibilidade da pena de multa: preceito secundário da norma. Há crimes


que não preveem a pena de multa, mas, quando prevista ela pode ser
CUMULATIVA (outra pena + multa // não há discricionariedade do juiz, ele é
obrigado a aplicar ambos. Exemplo: No furto, a pena é reclusão + multa) ou
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 46
2019.2

ALTERNATIVAMENTE (Exemplo: Art 156 = pena de detenção OU multa // aqui


vai valer a discricionariedade do juiz). No CP = A multa (I) não esta prevista ou
(II) esta prevista de maneira cumulativa ou (III) alternativa, MAS, não é
possível que a multa seja apenas a COMINADA, ou seja, pode haver somente
a multa como pena APLICADA mas nunca a aplicada.

POREM, na lei de contravenção há essa possibilidade, apenas de que, na Lei de


introdução ao código penal, é colocado que crime/contravenção que leva a pena
privativa de liberdade.

 Critérios para fixação: Sistema bifásico = dias-multa.

Multa

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da


quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez)
e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior
a 5 (cinco) vezes esse salário.

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de


correção monetária.

Sistema
bifasico

Quantida
Valor de
de de
cada dia
dias
multa
multa

O legislador tentou criar um sistema isonômico, calculando o valor do dia de trabalho


de cada individuo.

PRIMEIRA FASE: QUANTIDADE DE DIAS MULTA

Feita de modo proporcional a gravidade do delito

VARIA DE 10 – 360 DIAS MULTA


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 47
2019.2

Observe que na pen privativa de liberdde varia abstratamente de crime para crime,
onde o legislador estabelece no preceito a variação. Mas, a pena de multa tem apenas
essa variação e vai caber ao juiz analisar concretamente a gravidade do delito, mas
perceba que, essa analise da gravidade vai passar por figuras como previlegiadoras,
qualificadoras, majorantes, minorantes... Por isso, a doutrina vai dizer que dentro da
PRIMEIRA FASE DO SISTEMA BIFASICO, será fixado baseado no sistema TRIFASICO das
penas privativas de liberdade, analisando:

(I) Qualificadoras/Privilegios/ Circunstancias judiciais


(II) Agravantes e atenuantes
(III) Majorantes e minorantes

SEGUNDA FASE: VALOR DE CADA DIA MULTA

Proporcional a capacidade economia do sentenciado/agente.

Cada dia multa terá o valor de 1/30 – 5 salarios mínimos vigente ao tempo do FATO

Assim, o resultado final do valor da pena de multa vai ser: QUANTIDADE DE DIAS X
VALOR DE CADA DIA.

 Pagamento da pena de multa: Art 49 + 50

Uma vez cominada a pena de multa, quando ela for executada, o valor será atualizado.

Art 49. § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de
correção monetária.

Pela previsão do Art 50, o pagamento se da em uma só parcela em ate 10 dias do


transito em julgado. PODE HAVER PARCELAMENTO? SIM.

Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em
julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz
pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. // A lei não estipula
um limite máximo de parcelas

Pode haver o desconto no vencimento do salario recebido nas situações:

Art 50. § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento


ou salário do condenado quando:

a) aplicada isoladamente;

b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;

c) concedida a suspensão condicional da pena (SURSI). // Essas três hipóteses se


esta diante de alguém que NÃO esta cumprindo pena privativa de liberdade
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 48
2019.2

§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do


condenado e de sua família.

RESUMO: Paga em 10 dias após o TJ + Pode ser parcelada se o juiz quer + Pode ser
retirado direto do salario do individuo.

SE O SUJEITO NÃO PAGA: Uma vez concluída a aplicação da pena de multa, ela se
transforma em divida de valor, e ai, toda a sua execução será feita como se dao todas
as outras perante o Estado, por exemplo: Quando se deve o IPTU e não paga, ele ira te
executar. Isso quer dizer, que o não pagamento não vai poder gerar prisão (não gera
prisão por divida)

LEGITIMAÇÃO ATIVA PARA COBRANÇA DA DIVIDA → Antes se entendia que era só o


MP, depois, passou a se entender que seria só a Fazenda Publica, ate que, o STF no
julgado ADI 3150 = O MP executara, mas, se ficar inerte por mais de 90 dias, essa
legitimidade será transferida para a Fazenda Publica, sob pena de se o fizer antes, será
extinta a ação.

PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA: Art 114

Prescrição da multa

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade,


quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente
aplicada.

Isso significa que:

(I) Só há pena de multa = prescreve dois anos


(II) Se for multa + privação de liberdade/restritiva = Prescreve no tempo que
prescrever a privação.

Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será


considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida
ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição. // Eles usam o prazo de 5 anos, mas, o CP da OUTRO prazo,
que vai ser o que será utilizado, mas, as causas que interrompem/suspensas serão as
da fazenda publica e nelas, aplicados o prazo de 2 anos do CP.

 Suspensão da execução: Art 52 do CP

Suspensão da execução da multa


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 49
2019.2

Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado


doença mental.

Uma vez sobrevindo doença mental, o que se supõe é que ele não estará em
condições para pagar essa divida, o que levara os familiares a pagarem, assim, para
garantir que a pena não passara da figura do apenado, o legislador coloca que o
sujeito será encaminhado para o acompanhamento psiquiátrico/internação, e, SE,
cessar a multa voltara a ser cobrada.

 Discussões

E SE O SUJEITO FOR DESEMPREGADO? Pode o juiz zerar o valor de cada dia multa ou de
qualquer valor menor a 1/30? NÃO, o mínimo que a doutrina coloca é mesmo o 1/30,
se não tiver como pagar, será inscrito na divida ativa da fazendo publica e acabara
prescrevendo.

SE O SUJEITO FOR MUITO RICO E O LIMITE MAXIMO FIQUE POUCO? Art 60 do CP.

Critérios especiais da pena de multa

Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à


situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em


virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. //
POSSIBILIDADE DO AUMENTO DE ATE 3X.

LEIS ESPECIAIS PODEM TRAZER OUTROS PARAMETROS. Exemplo: Lei da lavagem de


dinheiro e lei contra os crimes do sistema financeiro nacional.

 Exercício

QUESTAO 1: Joao foi condenado por furto a uma pena de reclusão de 1 ano e ao
pagamento de 360 dias multa no valor de 5x o salario mínimo cada. Considerando, que
Joao é desempregado e pobre analise em todos os aspectos a fixação da pena de
multa pelo magistrado.

RESPOSTA: Valor desproporcional a capacidade do agente+ incongruência da


quantidade de dias multa, pois, não se pode impor o máximo a dosimetria da multa e
da privação de liberdade ser a mínima, ou ta errado a quantidade de dias multa ou a
da privação de liberdade
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 50
2019.2

suspensão condicional da pena


Introdução: Prevista no art 77 do CP, a SURSIS, consiste em direito
publico subjetivo de o sentenciado cuja condenação preencha os
requisitos do art 77 de ter o cumprimento de sua pena suspenso.
Durante o período de suspensão, que é chamado de “período de
prova” ele ira cumprir determinadas condições, legais ou judiciais
e transcorrendo todo o período sem que haja a revogação do
beneficio, cumpridas todas as condições, a pena que estava
suspensa será considera extinta sem precisar ter sido cumprida.

Não é uma pena restritiva de direito pois não tem característica


de pena e nem é melhor do que uma restritiva, pois, no momento
que se revoga o beneficio do sursi, aquela pena que tava
congelada será na integra aplicada, o tempo que ele passou na
suspensão não será contado, diferente das restritivas de direito.

Note que em ambos os casos gera maus antecedentes e


reincidência.

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem


como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja
indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 51
2019.2

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

o
§ 2 A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser
suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de
idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

 Aplicação

REQUISITOS

1. QUANTIDADE DE PENA X PERIODO DE PROVA (sursis)

REGRA GERAL: Uma pena menor ou igual a dois, vai ser suspensa por um período
menor de dois a quatro (período de prova).

Exceçao: Condenados maiores de 70 ou enfermos onde o condenado com pena menor


igual a 4 anos, terá o período de prova de 4 a 6 anos.

2. DEMAIS REQUISITOS

- NÃO REINCIDENTE DOLOSO

OBS: Condenação a multa não impede concessão do beneficio, ainda que seja
reincidente doloso. Ou seja, se a primeira condenação foi por multa num crime, o
agente reincide nesse mesmo delito, ele poderá receber o beneficio.

- CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS FAVORAVEIS

- IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DAS PENAS RESTRTIVAS DE DIREITOS

3. OBSERVAÇÕES

- Se o juiz não conseguir aplicar a restritiva de direitos, o juiz tentara aplicar o


SURSI. Daniela acha que ele perdeu o sentido, pois, como regra só se pode aplicar
a condenações ≤ 2 anos, então, como é que não vai caber a restritiva de direitos se
pra ela o requisito de pena são 4 anos? Antigamente, se aplicava quando o crime
envolvia violência ou grave ameaça, ai, o juiz suspendia condicionalmente, mas,
hoje, já se permite a substituição desde que se trate de infração de menor
potencial ofensivo (que tem a pena ≤ 2 anos), ou seja, quando os tribunais
alargam a abrangência da restritiva de direitos, o sursi perde o sentido

- Não Confundir Com A Suspensao Processual Penal: SURSI PENAL X SURSI


PROCESSUAL = o sursis penal esta previsto no artigo 89 da lei dos juizados
especiais

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 52
2019.2

demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena // Observe que


por exemplo numa situação de estelionato com pena aplicada de 5 anos (max) ela não
poderá ser substituída por restritiva e nem ser suspensa, então, o advogado pode
suspender o processo de acordo com o mínimo legal (que no caso é um ano), então, se
ele cumpre os requisitos de NÃO SER REINCIDENTE + CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS
FAVORAVEIS, ele vai poder congelar o processo. // Não gera reincidência

 Condições: Tanto podem ser LEGAIS quanto JUDICIAIS, previsto no art 78 E 79.
Variam se o agente já reparou o dano, uma vez reparado, terá condições
melhores.

CONDIÇÕES LEGAIS – Art 78

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao


cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.

§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à


comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).

§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e


se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz
poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições,
aplicadas cumulativamente:

a) proibição de freqüentar determinados lugares;


b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e
justificar suas atividades.

AGENTE QUE NÃO REPAROU O DANO

- NO PRIMEIRO ANO DO PERÍODO DE PROVA ele ira prestar serviços a comunidade ou


submeter-se a limitação de final de semana, nos mesmos termos materiais da
restritiva de direitos, mudando apenas natureza jurídica, que aqui é de CONDIÇÃO e
não de pena.

↑ condições alternativas ↑

AGENTE QUE REPAROU O DANO

↓ Salvo impossibilidade de reparação (discricionariedade do juiz que vai concordar ou


não que era impossível reparar o dano) + circunstancias judiciais inteiramente
favoráveis ↓

- NO PRIMEIRO ANO DO PERIODO DE PROVA se terá a proibição de frequentar certos


lugares + proibido de se ausentar da comarca + comparecimento mensal para justificar
suas atividades
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 53
2019.2

↑ condições cumulativas ↑

É mais para o Estado estar perto do agente, e ele não se ter como foragido.

SE O CRIME NÃO PEDIR RESTRIÇÃO DE LUGAR o juiz pode não colocar, ela esta no
código pois esta muito ligada a violência e grave ameaça. Exemplo: situações de
violência domestica onde o agente esta proibido de frequentar todos os lugares que a
companheira frequenta. Exemplo 2: sujeito que briga em estádio de futebol fica
proibido de frequentar o estádio.

CONDIÇÕES JUDICIAIS – Art 79

Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a


suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. //
Observe que o juiz não pode por exemplo fixar condições como cumprimento mínimo
de pena privativa de liberdade, normalmente é usado para que o juiz obrigue o agente
frequente cursos.

 Especies

SURSIS SIMPLES: Aquelas condições previstas para quem NÃO REPAROU O DANO: Art
78 §1º.

SURSIS ESPECIAL: Aquelas condições previstas para quem REPAROU O DANO: Art 78 §
2º.

↓ESPECIE COLOCADA PELO DOUTRINA PREVISTA NO ART 77§2º↓

SURSIS ETARIO: Agente maior de 70 anos.

SURSI HUMANITARIO: Agente enfermo.

↑TODAS AS ESPECIES JÁ ESTÃO SUPRACITADAS ↑

Todas as podem ser combinadas, ou seja, ele vai ser OU simples OU especial, mas,
pode ser especial/simples + etária por exemplo.

 Revogação: A partir do art 81 do CP. Trabalhando a revogação obrigatória e


facultativa.

Revogação obrigatória

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; // Nova condenação


posterior por crime doloso
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 54
2019.2

II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem


motivo justificado, a reparação do dano; // Agente que podem pagar a multa e não o
fizeram

III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. // Agente que


descumpre as condições do SURSI SIMPLES.

Revogação facultativa – ainda no art 81

§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer


outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. //
Descumprimento das condições JUDICIAIS ou do SURSIS ESPECIAL + Nova condenação
por crime culposo/contravenção.

Perceba que, uma vez revogado, a pena que foi congelada retorna-rá na integra.

 Prorrogação do período de pena: Art 81 §2º e 3º

Prorrogação do período de prova

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção,


considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. // O
resultado final desse processo é determinante na revogação do SURSI, se prorroga o
período de prova ate a decisão em definitivo. Ou seja, se um período de prova que
GERALMENTE fica de 4-6, poderá ser prolongado ate o tempo do que se saia a
condenação, ou seja, se o processo dura 10 anos, o agente ficara 10 anos no SURSIS,
mas perceba que aquelas atividades são só no primeiro ano. // AQUI O PERIODO DE
PROVA OBRIGATORIEAMENTE SERÁ PRORROGADO.

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,


prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. // Ou seja, o
período de prova aqui PODE ser revogado, por exemplo, situação que o juiz manda o
agente assistir o curso por 2 anos, e o agente não o faz, o juiz pode ampliar isso ou
revogar o beneficio.

 Cumprimento: Art 82

Cumprimento das condições

Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a
pena privativa de liberdade. // Vencido o período de provas sem revogação do
n=beneficio considera-se EXTINTA pena privativa sem cumprimento de pena, mas,
observe que ainda vai caracterizar REINCIDENCIA/ MAUS ANTECEDENTES.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 55
2019.2

Concurso de crimes e continuidade delitiva


Conceito: O concurso de crimes é sempre que se estiver diante de
uma pluralidade de crimes. Ela pode ou não ter sido produzida por
uma pluralidade de agentes. É a pratica de dois ou mais crimes.

As espécies do concurso variam com as circunstancias do caso


concreto.

O concurso pode ser:

(I) MATERIAL: Pratica de dois ou mais crimes mediante mais de


uma ação ou omissão. A sua consequência jurídica é o cumulo
material (somatório das penas)

(II) FORMAL: Pratica de uma só ação ou omissão. A sua


consequência jurídica depende de ser um concurso formal PROPRIO
ou IMPROPRIO.

(II.1) PROPRIO = Consequência é a exasperação (aumento de pena).


Se caracteriza pela AUSENCIA de desígnio (desejo)

(II.2) IMPROPRIO = Cumulo material. Se caracteriza pela existência


de desígnios autônomos

 Concurso x Conflito aparente de normas

Não se aplicam as regras atinentes ao concurso de crimes quando estivermos diante


de situações para as quais se apliquem as regras do conflito aparente de normas
penais. Essas regras são os critérios de HIERARQUIA, CRONOLOGIA E ESPECIALIDADE,
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 56
2019.2

que são os critérios gerais do direito. Lembrando que o critério cronológico nem
sempre a norma mais não prevalece devido ao instituto do in pejus/in mellius.

A partir do momento que se tem uma lei que versa especificamente sobre
determinado crime, como por exemplo no código de transito que traz o homicídio com
o veiculo automotor, pelo critério da especialidade se trabalhara com o do CBT e não
do domicidio culposo do CP.

CRITERIOS ESPECIFICOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS – RELEMBRANDO PENAL 1:

- Consunção/Absorção: O crime meio ficara absorvido pelo crime fim.

- Subsidiariedade: O crime mais grave prevalece em detrimento do crime menos grave.

- Alternatividade: Quando se esta diante de um crime descrito com vários núcleos


verbais, um mesmo tipo incriminador abriga vários núcleos verbais. Nesses casos de
tipos mistos alternativos, aquele que come mais de um tipo verbal, será considerado
que se realizou apenas um crime, mas perceba que isso ainda pode pesar na pena. .
Exemplo: lei de drogas.

SITUAÇÃO PRATICA

No momento que o agente arromba a casa, entra e furta, em tese se estaria diante de
três delitos, então surge a duvida: É UM CONCURSO ENTRE TRES CRIMES OU UM
CONFLITO APARENTE? Vale a avaliação jurisprudencial, que diz que pelo critério da
consunção o sujeito respondera pelo crime de furto qualificado e não por três crimes.

PESQUISA → Identifique nas situações abaixo se estamos diante de um concurso de


crimes ou de um mero conflito aparente de normas penais.

a) Homicídio x Porte ilegal de armas


b) Latrocínio x Porte ilegal de armas
c) Falsidade documental x estelionato
d) Crime contra a saúde publica x crime contra as relações de consumo
e) Sonegação tributaria x Trafico ilícito de entorpecentes
f) Corrupção x Lavagem de dinheiro/capitais

Uma vez havendo conflito de normas, não se configura concurso de crimes

PLURALIDADE DE ATO X PLURALIDADE DE CRIMES

Nem toda pluralidade de atos envolvendo uma pratica criminosa, ensejara


necessariamente um concurso de crimes. Já que este se caracteriza em todo caso por
uma pluralidade de infrações penais. Significa dizer que é plenamente possível
estarmos diante de unidade de crime e pluralidade de ato.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 57
2019.2

↓ANALISE DAS SITUAÇÕES: Houve pluralidade de crimes OU de atos com unidade de


crime? ↓

SITUAÇÃO 1: Joao, estudante da baiana, vai para a faculdade armado e na aula de


Requião dispara contra 9 colegas causando a morte de todos. → Concurso material =
são varias pessoas e vários tiros.

SITUAÇÃO 2: João, aluno da baiana, decide explodir a faculdade e fabrica no dia


anterior potente artefato caseiro. Instala cada artefato em um andar da faculdade e
após sair do prédio, aciona o detonador → Concurso formal com vários atos e uma só
ação.

SITUAÇÃO 3: Eu quero matar uma pessoa e dou 80 tiros/80 tesouradas → Veja que
nessa situação, há um único crime, não há o concurso, é uma só ação, marcada por
uma pluralidade de atos, ou seja, cada tesourada/tiro é um ato, mas, se esta
praticando só um crime.

Quando se fala de uma só AÇÃO, no concurso material, pode ser caracterizado ainda
que se tenha mais de um ato.

Uma conduta, a depender do caso, essa uma só conduta poderá ensejar um concurso
de crimes FORMAL ou apenas SÓ UM CRIME.

É perfeitamente possível que VARIOS ATOS NÃO ENSEJAM UM CONCURSO DE CRIMES


(Exemplo da situação 3)

Se eu mato uma pessoa só com 9 tiros, isso é um crime só. Se eu mato 9 pessoas com 9
tiros, é concurso material. Se eu mato 9 pessoas com um tiro só, há um concurso
formal.

Tentar matar uma pessoa varias vezes de varias formas: se há um intervalo entre as
tentativas será um concurso de crimes material. Mas, se não há um intervalo, é um
crime só marcado por uma pluralidade de atos, há um mesmo contexto fático
temporal.

No caso dos crimes permanentes, é SÓ UM CRIME. Exemplo: Eu sequestro uma pessoa


e a mantenho em cativeiro por 1 ano, é apenas um sequestro marcado por vários atos.
Mas, se eu, precisei subornar uma autoridade policial para que ela não me
denunciasse ao longo desse sequestro é UM CONCURSO OU CONFLITO DE NORMAS?
Se se aplica a consunção é apenas um crime, se não, se condena pela corrupção +
sequestro.

Perceba que há delitos que na sua própria natureza envolve violência, como no caso
de roubo, não há roubo + lesão leves. Ou seja, ainda que existe crimes autônomos,
elas integram a realização do crime fim. Exemplo: não há homicídio que não envolva
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 58
2019.2

lesão corporal. No caso da privação de liberdade não necessariamente envolve uma


lesão corporal, então, daniela entende que envolve concurso, mas, não caracteriza
constrangimento ilegal, pois, não há sequestro sem esse constrangimento.

 Concurso material de infrações: Previsto no art 69 do CP. O agente, mediante


de mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não. Se idênticos, falaremos em concurso HOMOGENEO, se diversos,
falaremos em concurso heterogêneo. Como consequência jurídica para o
concurso material de crimes trabalharemos com o critério do CUMULO
MATERIAL.

CUMULO MATERIAL = Somatório das penas. Exemplo: se eu mato alguém, depois


estupro outra e lesiono outra. Eu responderei por cada uma das condutas e será
somado a pena de cada um. Observe que cada um desses resultados não poderá ser
agravado porque vários crimes foram cometidos no mesmo momento.

Ressalva-se os 30 anos como MAXIMO de cumprimento de pena.

 Concurso formal: Verifica-se quando agente mediante uma só ação ou


omissão (ainda que com pluralidade de atos), pratica dois ou mais crimes
idênticos (homogêneo) ou não (heterogêneo). Apenas uma conduta.

EXEMPLO: Câmara de gás, envolve só uma ação e uma pluralidade de atos. A ação
criminosa é uma só, que é o ligar o gás na câmara, que isso sozinho executa 80-100
pessoas. É uma só ação produzindo um ou mais crimes. Preparar a substancia, colocar
as pessoas dentro, acionar o gás... vários atos com uma só conduta e a produção de
vários crimes.

Uma única conduta, ainda que envolva uma serie de atos, produzindo dois ou mais
crimes.

Art 70 do CP coloca os dois tipos ↓

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou


mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.

CONCURSO FORMAL PROPRIO/PERFEITO: Ou há (I) AUSENCIA DE DESIGNIO ou há (II)


UNIDADE DE DESIGNIO.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 59
2019.2

AUSENCIA DE DESIGNIO: Não há vontade do agente, logo, todos os resultados são


culposos. Exemplo: Eu deixo meu carro sem trava do freio de mao, e atropelo três
pessoas. Todos os resultados são culposos.

UNIDADE DE DESIGNIO: Um dos crimes é doloso e todos os outros são culposos.


Exemplo: atiro em alguém com intenção de matar, e o estilhaço da bala machuca
alguém. Há um homicídio doloso e uma lesão culposa.

CONSEQUENCIA JURIDICA, o legislador decide que o sujeito NÃO vai responder pelo
somatório, e sim, a partir do critério da exasperação = Aumento de pena. Esse sujeito
que responderia por vários crimes, invés de somar a pena, pega-se UMA PENA SÓ e
aumentar ela, desprezando todas as demais. E qual pena se escolhe? A MAIOR DELAS,
que será agravada (exasperada). Exemplo: um sujeito que responderia por dois
homicidios e duas lesões, pega-se a pena do homicídio (qualificado se fosse o caso,
pois seria a maior), e essa pena, será exasperada DE UM 1/6 ATÉ ½, sendo que, o juiz
valora de acordo com a gravidade dos resultados que foi produzido, o fato é que, tem
que estar dentro desses parâmetros.

Perceba que a intenção do legislador era criar algo mais benéfico do que o somatório.
Perceba que surgiu uma grande discussão acerca disso no caso da BOATE KISS, que se
a defesa emplaca como homicídios culposos, a pena será exasperada, e na pior das
hipóteses ele pega o máximo do homicídio culposo, no caso 3 anos, exasperada no
máximo (1/2) = 3 + 1,5 = 4 anos de prisão, podendo ser substituído. Mas, se fica
entendido que houve DOLO EVENTUAL ao usar a espuma, será SOMADO, a pena de
230 homicídios. Perceba que o elemento subjetivo da conduta do agente ira mudar
COMPLETAMENTE a dosimetria de pena.

EXEMPLO NA DOSIMETRIA: Situação do tiro que mata e causa lesão leve culposa =

Homicídio = 6 – 20 anos

Lesão culposa = 2 meses a 1 ano

Logo, ira escolher a pena do homicídio, e na melhor das hipóteses, ele ficará com a
pena de 6 anos, exasperada em 1/6, resultando em 7 anos.

Perceba que se fosse assim, o somatório ainda seria melhor, pois, resultaria em = 6
anos + 2 meses, Assim, coloca o paragrafo único do Art 70

Art 70. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do
art. 69 deste Código.

Sendo exasperação o instituto criado para beneficiar o réu, ela não poderá prejudica-
lo, de modo que, o resultado da exasperação não poderá exceder o que seria
resultante de um eventual somatório (Concurso material benéfico).
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 60
2019.2

Assim, no exemplo supracitado, trabalharia-se com o critério do somatório, como se


fosse um concurso material improprio, logo, na melhor das hipóteses o sujeito teria
sua pena aplicada em 6 anos e 2 meses.

DICA = É muito usado em situações em que há uma grande disparidade de penas

CONCURSO FORMAL IMPROPRIO/ IMPERFEITO: Há a existência de desígnios


autônomos. Todos os resultados são dolosos. Como por exemplo o supracitado câmara
de gás.

A CONSEQUÊNCIA JURÍDICA é que o agente vai responder por cada um dos resultados.
O famigerado CUMULO MATERIAL, há o somatório das penas (Art 70 pt final)

QUESTÃO DE PROVA ANTIGA = Para matar A, o agente coloca um explosivo potente


para derrubar o prédio e obviamente matar A. esse será um exemplo de concurso
formal IMPROPRIO, pois há um homicídio com DOLO DIRETO + todos os outros com
DOLO NECESSARIO.

 Continuidade delitiva ou crime continuado: Verifica-se quando o agente,


mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, de
mesma espécie, dentro de circunstancias semelhantes de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhanças.

Crime continuado

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

Perceba que na essência toda continuidade é um concurso material homogêneo, pois,


mas, os dois ou mais crimes são da mesma espécie. A diferença é que, para que
configure continuidade delitiva tenham-se MAIS REQUISITOS além dos crimes com
mais de uma ação/omissão, produzindo dois ou mais crimes de mesma espécie:

 Circunstancias semelhantes – REQUISITOS OBJETIVOS: Tempo, lugar, maneira


de execução, outras.
 Levando a uma consequência jurídica mais gravosa.

Mas perceba que a continuidade delitiva levara a EXASPERAÇÃO, mas, de maneira


mais gravosa, podendo a pena ser exasperada de 1/6 a 2/3, que é mais grave que a do
concurso material

MESMA ESPECIE:↓↓↓
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 61
2019.2

Uma parte da doutrina crê que seria o MESMO BEM JURIDICO (Eu poderia ter
continuidade delitiva entre roubo e extorsão, pois, envolvem ambos o patrimônio),
mas, essa corrente é minoritária e jurisprudencialmente não aplicada.

O aplicado na jurisprudência e majoritário na doutrina, entende como mesma espécie


o MESMO TIPO INCRIMINADOR. Exemplo: furto – furto – furto, ou, homicídio –
homicídio – homicídio.

Nesse pensamento, haveria continuidade delitiva numa situação em que há furtos


qualificados e simples? SIM, basta que seja o mesmo tipo, ainda que o tipo
incriminador seja qualificado/privilegiadas e outros simples.

CIRCUNSTANCIAS SEMELHANTES: ↓↓↓

DE TEMPO: Edição numero 17 jurisprudencia em tese item 2


2) A continuidade delitiva, em regra, não pode ser reconhecida quando se tratarem de
delitos praticados em período superior a 30 (trinta) dias.

Ou seja, para o STJ, a continuidade de se configura em delitos não superiores a 30 dias


E isso é absoluto? NÃO, há julgados do próprio STJ reconhecendo a continuidade em
sonegações de imposto de renda, em que o intervalo de tempo é de um ano.

DE LUGAR: Edição numero 17 jurisprudência em tese item 3


3) A continuidade delitiva pode ser reconhecida quando se tratarem de delitos
ocorridos em comarcas limítrofes ou próximas.
Perceba que em regra, só se esta diante de crime continuado quando as infracoes são
na mesma comarca. Mas, excepcionalmente os tribunais reconhecem em comarcas
diferentes, quando foram comarcar limítrofes ou próximas. Exemplo: roubei vários
carros em ssa e continuei roubando em feira de Santana, são comarcas próximas. Mas,
se roubo carros em ssa, depois roubo de novo em recife, não será reconhecido.

MANEIRA DE EXECUÇÃO: Edição numero 17 jurisprudência em tese item 4


4) A continuidade delitiva não pode ser reconhecida quando se tratarem de delitos
cometidos com modos de execução diversos.

Exemplo: um sujeito que mata alguém a tiros e depois, mata outro queimado.

OBSERVAÇÕES:
 STJ – Edição numero 17 da jurisprudência em tese: 5) Não há crime continuado
quando configurada habitualidade delitiva ou reiteração criminosa.
Há fortes criticas para isso, porque não foi criada pelo legislador. Como é um
beneficio, o stj cria isso para restringir ainda mais. O sujeito que faz da pratica
daquele crime sua “profissão.”

 No art 71, ela conceitua somente com critérios OBJETIVOS, mas, a


JURISPRUDENCIA passou a exigir um vinculo SUBJETIVO/unidade subjetiva
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 62
2019.2

entre as condutas, por essas razao, que se diz, que há uma TEORIA MISTA, ou
seja, objetivo + subjetivo.

VINCULO SUBJETIVO = É preciso provar que havia um PLANO ÚNICO e a execução


da conduta foi fracionada em varias praticas e delitos autônomos.

EXEMPLO: Eu quero subtrair da Baiana um milhão de reais, então, eu desvio cada


mês um valor.

EXEMPLO 2: Quero lucrar roubando no carnaval, então, vou roubar um pouco de


cada.

Mas perceba que isso é muito difícil de ser provado, a intenção verdadeiramente
desse critério é restringir a aplicação. Há um movimento de restrição de aplicação
do instituto, porque, isso gera para o agente um beneficio muito grande.

Perceba que esse movimento judicial é um ATIVISMO JUDICIAL.

APLICAÇÃO PRATICA:

Furto Furto Furto Furto

Furto Furto Furto Furto

Nesse caso, se dirá que houve apenas um furto continuado, e isso, é apenas uma
FICÇÃO JURIDICA, já que na essência há uma PLURALIDADE de infrações, que será
considerada CRIME ÚNICO.

Então, vai pegar qual das penas for maior, e em cima, haverá a exasperação. Inves de
ser responsabilizado com 8 penas de furto, ele respondera pela pena do furto mais
gravoso, exasperada em ate 2/3.

Perceba que o intuito é beneficiar o réu.

TEMPO DO CRIME: Sumula 711 do STF

Súmula 711: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 63
2019.2

Nos crimes permanentes ou CONTINUADOS, em que a sucessão de leis se deu no curso


da continuidade ou permanência, será aplicada a principio, a lei vigente no momento
em que CESSA a pratica, ainda que mais gravosa. O STF crê não afetar o principio da lei
penal benéfica, pois, se depois do crime surgir outra lei e que seja benéfica, ela poderá
ser aplicada.

OBS: A prescrição nos crimes continuados é calculada crime a crime. Alem disso, tal
calculo será feito sem o computo do acréscimo decorrente da continuação (sumula
497 do STF).

Sumula 497: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena
imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

Perceba que o STF faz isso para não ter que começar a prescrição do dia do ultimo
crime. Cortando a continuidade delitiva, se eu estou diante de um sujeito que praticou
diversos crimes continuados, se, os outros já estão prescritos e só se sobrou um crime
a processar, será mais benéfico ao reu contar a prescrição crime a crime, começando a
contar a prescrição antes da continuidade delitiva terminar.

EXASPERAÇÃO MAIS GRAVOSA: Art 71 paragrafo único

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e
as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75
deste Código.

LEMBRE QUE A EXASPERAÇÃO TEM QUE ESTAR PARA BENEFICIAR.

Aumenta a exasperação ate o triplo.

Diante da atual redação do paragrafo único do art 71 fica sem efeito a antiga sumula
605 do STF que não admitia continuidade delitiva nos crimes contra a vida.

Súmula 605: Não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida.

UTILIZADO PARA CRIMES:

 Dolosos
 Com vitimas diferentes
 Envolver violência ou grave ameaça
 Exemplo: Situação de um marido que constantemente espanca a esposa, terá
sua pena exasperada normalmente. Mas, se ele batesse na mãe e na filha, será
exasperado até o triplo. Mas perceba que se fosse mais benéfico, seriam
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 64
2019.2

considerado duas lesões diferentes com continuidades exasperada


normalmente.

MULTA: As penas são aplicadas de maneira distinta e integralmente.

Multas no concurso de crimes

Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e


integralmente.

SITUAÇÃO PRATICA: Câmara de gás é concurso formal improprio, levando ao


somatório de 80 homicídios. Mas, se eu tivesse pego uma arma e atirado uma vez em
cada pessoa e matado as mesmas 80, seria uma continuidade delitiva. DANIELA NÃO
VE SENTIDO NISSO e segue sem resposta.

Há uma parte da doutrina, que crê que deve na situação da câmara de gás exasperar,
por ANALOGIA BENEFICA, que seria melhor do que somar todas as penas.

direitos do preso
Introdução: Referidos no art 41 da LEP e 38 do CP.

Direitos do preso – CP.

Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade,
impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. // Ou
seja, todos os direitos além da liberdade.

LEP ↓

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral


dos condenados e dos presos provisórios.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário; // MUITO desrespeitado.

II - atribuição de trabalho e sua remuneração; // É um direito que busca a


ressocialização, mas, os próprios presos reclamam que não é fornecido nenhum
aprendizado, e sim atividades repetitivas .

III - Previdência Social; // Ele não tem direito aos direitos trabalhistas de uma
maneira geral como férias e 13º. Entao, o tempo de trabalho carcerário conta na
aposentadoria, e, se ele sofre um acidente ela poderá ter seus direitos garantidos
como a aposentadoria por invalidez.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 65
2019.2

IV - constituição de pecúlio; // Apesar de ser muito pouco, ele pode acumular o


dinheiro depois de retirado o auxilio a família e para o pagamento da multa se houver.

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a


recreação;

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas


anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; // Há


um grave problema no religiosa, pois, matrizes africanas e espiritas por exemplo não
encontram espaço.

VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; // Se isso fosse levado


a serio, nem tinha Bocão. Foi subvertida a logica da publicidade, que era pra ser uma
garantia, mas como uma forma de estigmatizar e explorar a imagem da pessoa presa.

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias


determinados;

XI - chamamento nominal;

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da


pena;

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da


leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons
costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da


responsabilidade da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos


ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 66
2019.2

Extinção de punibilidade
Introdução: Direito que o Estado tem de exercer o seu poder
punitivo. Ele tem um tempo máximo para isso, e há situações em
que não é possível exercer – além do tempo: Prescrição (decurso
do tempo) e outras situações que não é permitido o exercício do
poder.

 Causas extintivas: Art 107 do CP = Elenca um rol ENUMERATIVO, aberto,


existem diversas outras causas que não estão referidas (exemplo: pagamento
da divida nos crimes contra a ordem tributaria, a qualquer tempo, extingue a
punibilidade).

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente; // Principio da intranscendência das penas (art 5º, inciso
45) // Se transfere apenas os efeitos civis e não os penais. // Essa morte é apenas
REAL, a presunção de morte não é aceita no direito penal, caso se presuma a morte na
área cível, a extinção se dará por prescrição, e não porque se presumiu que ele estava
morto. Ex: um sujeito que vai para a guerra e não volta // A morte é referida no Art 62
do CPP =

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de


óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a
punibilidade.

E SE ALGUÉM FALSIFICA UMA CERTIDÃO, O JUIZ EXTINGUE A PUNIBILIDADE


E O PROCESSO É TRANSITADO EM JULGADO? ANTIGAMENTE, se acreditava
que uma vez extinta a punibilidade nada mais poderia ser feito, somente
remeter os autos ao MP e denunciado o sujeito que falsificou (falsificação
de documento publico ou uso de documento falso – crimes contra a fé
publica), ATUALMENTE entende-se que a decisão fundamentada em erro é
uma decisão nula e por conta disso (erro essencial) vai ser possível retomar
o processo SE NÃO TIVER PRESCRITO e não vai se dizer que teve transito
em julgado uma vez que materialmente a decisão é nula.

II - pela anistia, graça ou indulto;

 GRAÇA = É um ato de clemencia concedido pelo PR a uma pessoa certa


e determinada, o que se diz é que precisa ter o uso moderado justamente por
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 67
2019.2

ser direcionado a um sujeito, pois, poderia estar rompendo com a igualdade


(art 84, XII), é um decreto presidencial que concedo o beneficio e o juiz da
execução penal ira apenas cumprir, não podendo questionar
 INDULTO = É uma graça coletiva, também sendo concedido por decreto
presidencial, tendo como diferença que o indulto, como é coletivo, vira
especificando as características dos sujeito que serão beneficiados. Exemplo:
“O PR concede indulto a todos aqueles que já tenham cumprido 1/3 da pena e
tenham nível superior”, esses indultos normalmente são publicados dentro
das datas festivas e coincidem com o periodo que o juiz de execução penal
concede as saídas temporárias, por isso, é comum chamar as saídas
temporárias de indulto, mas, perceba que isso não faz sentido pois, se os
“indultos de natal” (que na verdade são saídas temporárias) fossem indultos,
o sujeito não teria que voltar a cadeia. Perceba também que, na graça o juiz
de execução não tem discricionariedade, o decreto já traz o nome, já no
indulto, o juiz vai ANALISAR caso a caso (pelos critérios do PR der)se o sujeito
se encaixa no instituto
 INDUTO PARCIAL/ COMUTAÇÃO DE PENAS = NÃO É EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE, é abatimento de pena, o PR não extingye a punibilidade e sim
abate a pena, também por decreto
 A CF no art 5º inciso 43 prevê que os crimes hediondos e equiparados
(tortura, trafico e terrorismo – TTT) são insuscetíveis desses privilégios
 Pode se conceder induto em tudo menos nos crimes hediondos, assim
como a graça.
 Perceba que constitucionalmente não há limites a concessão de
indultos, exceto crimes hediondos e equiparados, mas, recentemente o STF
caçou um indulto de Temer (?)

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

ART 5º XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e


imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; // RACISMO +
GRUPOS ARMADOS CONTRA O ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO →
Inafiançáveis e imprescritíveis.

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou


anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem; // HEDIONDOS E EQUIPARAVEIS → Inafiançáveis e não passiveis
de graça e anistia, o indulto NÃO ESTA NA CF MAS ESTA PREVISTA NA LEI
8072/90 (Lei dos crimes hediondos)

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos


armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 68
2019.2

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

VIII - concessão de anistia;

LEI No 6.683, DE 28 DE AGOSTO DE 1979.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre


02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes
políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus
direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e
Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos
Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e
representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e
Complementares // Perceba que isso é uma AUTO ANISTIA, essa lei foi
DECRETADA, não veio sequer pelo congresso nacional de maneira
democrática. Essa lei foi decretada por Joao Figueredo, ultimo militar
presidente na ditadura. Assim, os institutos internacionais não reconhecem
essa AUTO ANISTIA, inclusive, os outros países da América Latina que
experimentaram o regime militar, após reestabelecido a democracia, não
reconheceram e puniram os militares (através da justiça de transição,
sobretudo produzido na Alemanha e no EUA) // Mas, aqui no BR o CN
manteve a lei da anistia e no STF também no ADPF 153 (proposto pela OAB
para que se responsabiliza-se) em que o STF votou contra sob o argumento
de que haveria a não reformatio in pejus // Mas perceba que após a
decisão do STF, o Brasil como signatário do pacto de San Jose da Costa
Rica, o país foi condenado pela Corte Interamericana de Justiça no caso
GOMES LUNDI, em que o Brasil nunca reconheceu os assassinatos desses
camponeses e militantes do PCDoB, a Corte entendeu que o
desaparecimento forçado teria o calculo da prescrição nos mesmos termos
do sequestros (quando cessa o desaparecimento) e como, nenhum
governo nunca tinha assumido a morte, então, o prazo prescricional nunca
começou a correr, então, foi determinado que o BR reabrisse o caso Gomes
Lundi/ Guerrilha do Araguaia, mas então, o Brasil já não quer se submeter
a jurisdição da corte, e corre outro processo no STF se ele cumpre ou não
decisão da corte (sendo que isso nem era competência dele, não era nem
para analisar se iria cumprir).

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 69
2019.2

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos


órgãos instituídos em lei;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; //
Abolitio criminis: não configuram nem mesmo maus antecedentes (na anistia
também).

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

 PRAZOS DE DIREITO MATERIAL: Inclui-se o dia de inicio e exclui-se o dia final.

EXEMPLO: Há a prisão preventiva de 5 dias no dia 18/11 as 23h50, dia 18 já é o


primeiro dia, 19/11 se fosse feriado, ainda assim contaria como 2° dia do prazo,
entao, o 5º dia seria o dia 22/11, e a pessoa deve ser presa no primeiro minuto
do dia 22.

 PRAZO PROCESSUAL PENAL: Exclui-se o dia de inicio e inclui-se o dia final. O


termo inicial e o termo final do processo precisam ser dias uteis, já, os outros
dias entre eles podem ser uteis ou inúteis tanto faz, mas, necessariamente o
primeiro e o ultimo será um dia útil, o que quer dizer que, se o termo
inicial/final cai em um dia não útil, o respectivo vai ser prorrogado ate o dia útil
subsequente.

EXEMPLO: Houve a publicação hoje (18/11/2019 as 12h20), entao, na


contagem de prazo PROCESSUAL, o primeiro dia é o dia 19, e o 5º, que seria o
sábado 23/11, mas, sábado não é dia útil entao é postergado ate o dia 25/11 na
segunda.

 AMBAS AS CONTAGENS DE PRAZOS SÃO BENEFICAS AO REU.


 DECADENCIA: Calculada como prazo de direito material = Art 103 do CP, com
prazo decadencial de 6 meses a contar a partir da ciência da autoria.

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do


direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6
(seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime,
ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o
prazo para oferecimento da denúncia.

EXEMPLO CONTAGEM DE PRAZO NA DECADENCIA: Hoje, dia 18/11 alguem


me ofende, eu tenho 6 meses para apresentar queixa crime isso quer dizer
que, no primeiro minuto do dia 18/5 (6 meses depois) há a extinção da
punibilidade pela decadência do direito de queixa.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 70
2019.2

•No primeiro
minuto do
dia 18, esta
18/12 18/02 18/4 extinta a
punibilidad
•dia da e, entao, se
ofensa • 1º protocola a
mês petição
18/11 18/01 18/3 inicial
somente
ate 23h59
do dia 17/5.

18/5

 PERIMPÇÃO: Prevista no CPP no art 60, vinculada estritamente as ações


penais privadas e todas as que são listadas no artigo são situações de inercia
da vitima. Exemplo: a vitima é intimada a depor, mas, se não aparece, a ação
será extinta por perimpção.

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação
privada; // Se refere exclusivamente aos crimes de ação penal PRIVADA. Perceba que a
regra geral da ação penal é que todos os crimes sejam processadas por ação penal
publica incondicionada, então, se não houver nenhuma ressalva, se aplica isso: O MP
tomando conhecimento tem que oferecer denuncia, quer o promotor queira ou não.
Mas, EXCEPCIONALMENTE, há outras modalidades de ação penal // RENUNCIA = Ato
unilateral, é um direito que a vitima/ seus sucessores processuais tem de renunciar
direito de queixa, ela pode ser expressão ou tácita, inclusive, uma das formas mais
comuns de renuncia tácita é não apresentar queixa crime no prazo de 6 meses //
PERDÃO ACEITO = A vitima já iniciou o processo, e ela pode perdoar o sujeito, mas, o
réu pode se negar e querer continuar o processo para comprovar sua inocência.

 AÇÃO PENAL PUBLICA INCONDICIONAL: Já supracitado.


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 71
2019.2

 AÇÃO PENAL PUBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO DA VITIMA:


Exemplo = lesão corporal leve, sendo ela NÃO DOMESTICA (pois o STF
proibiu), em que o prazo para representação é de 6 meses a contar da ciência
da autoria // Essa representação pode ser informal, bastando o simples
comparecimento em delegacia.
 AÇÃO PENAL PUBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO DO MINISTRO
DA JUSTIÇA: Exemplo = hipótese do art 7º, 3º do CP (casos de estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, hipóteses de extraterritorialidade
condicionada).
 AÇÃO PENAL PUBLICA DE INICIATIVA PRIVADA/ AÇÃO PENAL PRIVADA
– referida no artigo: Não é uma denuncia, enquanto nas situações
supracitadas a denuncia é pelo MP, AQUI se tem a chamada queixa crime
apresentada pela vitima, também tendo o prazo de 6 meses a contar da
ciência da autoria, a diferença é que a queixa crime mas que ela é uma peça
FORMAL e exclusiva de advogado, e a procuração não pode ser geral e sim
com poderes especiais concedidos da vitima ao advogado.
 OBS DE RENUNCIA – ART 104 DO CP: Perceba que situações em que
alguém me xinga, eu depois chamo essa pessoa para ser padrinho do meu
filho, e depois, quero oferecer contra queixa, não pode. Inclusive, situações
de co autoria, só se pode apresentar queixa crime contra TODAS, pois, a
renuncia tácita/expressa em favor de um dos sujeitos do crime, beneficiara a
todos os demais.

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando


renunciado expressa ou tacitamente.

Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a


prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica,
todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado
pelo crime.


Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 72
2019.2

Ação penal
Publica de
iniciativa privada
Exceção À representação
Ação penal
publica
Ação penal condicionada À requisição do
ministro da
Ação penal justiça
Geral publica
incondicionada

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; // Retrarar-se


significa desdizer-se, retirar aquilo que foi dito. A retratação é prevista somente em
alguns crimes como art 143 do CP = Calunia e difamação, é um direto do acusado se
retratar e uma vez que ele o faça, se extingue a punibilidade. A vitima não tem que
concordar com essa retratação. No caso dos crimes contra a honra a vitima é ouvida
para que ela diga se prefere a retratação no mesmo lugar que isso ocorreu ou em
juízo, observe que, a INJURIA NÃO ADMITE RETRATAÇÃO. Outro crime que admite a
retratação é o de falso testemunho.

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)/

VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. // Não é todo crime que
admite perdão judicial, são exemplos: homicídio culposo. Não se relaciona com o
perdão do ofendido, que é só para crime de ação penal privada, aqui, independe da
vontade da vitima. // Quando o juiz oferta é porque ele entendeu que as
consequências do crime já penalizou o agente, exemplo: Caso de Cristiane Torloni. // O
homicídio culposo prevê o perdão judicial, mas o homicídio culposo de transito não é
previsto, mas, os tribunal fazem analogia benéfica desde que haja uma relação entre a
vitima e o acusado.

 NATUREZA JURIDICA DO PERDAO JUDICIAL, SUMULA 18 DO STJ: A


sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. Havia uma
discussão se seria condenatória ou declaratória, então surge a sumula que
afasta a ideia de ser condenatória, e diz que não subsistira nenhum efeito =
não gerando pena e nem maus antecedentes.
Anna Catharina Garcia
@graduanda.em.direito 73
2019.2

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