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DIREITO PENAL I – AULA 2 Profa. Mestra. Renata Vitória O.

Polastri

1. Conteúdo de aula:
AULA 2 – Noções gerais
de Direito Penal.

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AULA 2
1. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
PENAL

1. 1 Noções introdutórias:
1.1 Ramo
1.2 Conceito de Direito Penal
Magalhães Noronha: é o conjunto de normas jurídicas que regulam o
poder punitivo do Estado, tendo em vista os fatos de natureza criminal
e as medidas aplicáveis a quem os pratica.
Análise:
- conjunto de normas jurídicas
-poder punitivo do estado;
-fatos de natureza criminal

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O que é fonte? Cria, modifica e aperfeiçoa
normas.

1.3.1 Fonte de produção ( ou fonte material -


de onde se origina o direito) - competência
1.3 FONTE DE privativa. Art. 22, I, CRFB.
1.3.2 Fonte de conhecimento (fonte formal –
DIREITO como o direito se manifesta):
PENAL a. imediata: ?
b. mediata: atos administrativos (lei penal em
branco, o complemento é fonte Ex. Portaria da
Anvisa n 344/98), costumes, princípios gerais do
Direito, jurisprudência ( art. 927, CPP (Cleber
Masson); Súmula Vinculante, art. 103-A, CRFB),

1.3.3 Fonte informal de Direito penal ou de


interpretação auxílio na interpretação do Direito.
1.3.3.1 COSTUME
Reiteração constante e uniforme de determinada
conduta, com convicção de obrigatoriedade. Hoje é
utilizado como meio de interpretação. Ex.: repouso
noturno. Art. 155, §1º, CP, art. 233, CP ( costume
“secundum legem”ou interpretativo)
Serve o costume, portanto, para interpretar a lei.
Pergunta-se: - Costume: revoga lei? (Pode haver
costume “contra legem”?) Art. 2º, LINDB.
- Cria crime?
- O desuso da lei, por si só, revoga a lei? Ex. jogo do
bicho. Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar
qualquer ato relativo à sua realização ou exploração: Pena – prisão simples, de quatro meses
a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis. DL 3688/41
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1.3.3.2 Princípios Gerais do direito:
São valores fundamentais que inspiram a elaboração, interpretação e preservação do
ordenamento jurídico. Apenas irão integrar as normas.
1.3.3.3 Observações:
a.1. A CRFB – fonte mediata: (não cria infrações penais, apenas a lei, mas possui mandados de
criminalização ( obriga o legislador a proteger determinados temas e criminalizam certas
condutas; Ex.: art. 5º, XLII, CRFB (racismo), crimes hediondos (art. 5º, XLIII, CRFB); art. 7º, X, CRFB)
a.2 tratados e convenções internacionais de direitos humanos: poderá ter status de emenda
constitucional ( art. 5, § 3º, CRFB ou norma infraconstitucional, supralegal (art. 5, § 2º, CRFB) –
mas não criam crime ou estabelecem penas para o direito interno, apenas para o direito
internacional (até que ingressem no ordenamento penal brasileiro).
a. 3 Doutrina (não tem caráter de obrigatoriedade não é fonte divergência Cleber Masson, Para
Bitencourt: facilita a atualização, evolução e modernização da jurisprudência e auxilia o
legislador).
a.4. parte entende costumes e princípios gerais como fonte informais)

2. DA NORMA PENAL

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1.1 Norma penal incriminadora: descrevem uma infração penal e
cominam pena. Possui o preceito primário (descrição abstrata do crime) e
o preceito secundário: sanção abstrata. Ex. art. 147-A, CP.

NORMA PENAL
Permissiva justificante: autorizam a prática de determinadas condutas
típicas. Não será crime praticar as ações naquelas determinadas
circunstâncias. EX.: art 23, CP (exclusão de ilicitude – não há crime quando
o agente pratica o fato) e art 128, CP (aborto legal).

1.2 Norma Permissiva exculpante: o fato é típico, é ilícito, mas não haverá a
culpabilidade. Por ex.: art 26, CP.
penal não
incriminadora:
é a que não
descreve crime
e não comina Normas penais explicativas: conceitua ou explica o conceito de alguma
coisa. Ex art 327, CP – conceito de funcionário público.
pena.

Norma complementar: complementam outra norma. Ex. o art 59, CP


complementa o art 68, CP (sistema trifásico – pena base, atenuante e
agravantes, causas de aumento e diminuição).

1.3 Lei Penal em branco (lei cega, lei aberta): é aquela cujo preceito primário é incompleto,
vago, existem no universo jurídico mas não podem ser aplicadas de imediato por falta de
completude.
Ex PM encontra o meliante, doidão. Tráfico art 28, lei 11343/2006. Portaria da ANVISA -
PORTARIA/SVS No 344, DE 12 DE MAIO DE 1998 (*) x (artigo 66 da Lei 11.343/06).
Pode ser:
Homogênea: Quando a norma incompleta e a completadora são introduzidas em nosso
ordenamento pelo mesmo órgão. Ex.: art 169, I, CP (apropriação de tesouro) e art 1264, CCB
(define tesouro). Fonte de produção Do legislativo federal.
Heterogênea: quando o complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgão distinto.
Ex art 28, L 11.343/2006 e a portaria da ANVISA.
Outros ex.: Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em
idade escolar. X art. 208, I, CRFB.
1.4 Lei penal incompleta: apenas o preceito secundário (sanção) se encontra em outro
dispositivo. Ex.: uso de documento falso art. 304, CP.

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