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Princípio da irretroatividade ***

- Desde que uma lei entra em vigor, ela rege todos os atos abrangidos por sua destinação, até que
cesse sua vigência. Entre estes dois limites – entrada em vigor e cessação de sua vigência – situa-se
a sua eficácia. Não alcança, assim, os fatos ocorridos antes ou depois dos dois limites extremos: não
retroage e nem tem ultratividade. Esta é a regra, conforme o princípio do TEMPUS REGIT ACTUM.
- regra geral é a irretroatividade
- art. 2° do CP → abolitio criminis (descriminalização)
- cessa imediatamente o cumprimento da pena privativa de liberdade, pena restritiva de
direitos ou multa, o inquérito penal é cancelado, extingue o crime, o indivíduo volta a ter
volta a ter ficha limpa, o crime é retirado da FAC. Cessa a execução da pena, mas o que já
foi cumprido não causa reparação. Cessa apenas as questões penais, a abolitio criminis não
cessa os direitos civis.
- ex. art. 240 (adultério) e 220 (rapto) ***

- art. 3° CP → ultratividade → configuram exceção a retroatividade benéfica *** → significa que


se você praticar essa conduta, ela se projetará no futuro e mesmo após a revogação dessa lei não
haverá abolitio criminis
- lei excepcional: entram em vigor dada determinada determina circunstancia excepcional.
Ex.: calamidade pública, estado de guerra, estado de sítio
- lei temporárias: lapsos temporários preestabelecidos

- retroatividade da lei nova mais benéfica (novatio legis in mellius – lex mitiore): acaba com a coisa
julgada mesmo que não caiba mais recursos (sentença condenatória transitada em julgado)
- juiz de ação (determinação da pena) e juiz da VEP (vara de execuções penais – análise do
cumprimento da pena). O 2° que recalcula a pena – Súmula 611 do STF ***
- tempus regiti actum
- art. 5°, XL da CRFB/88
- leis temporárias e excepcionais

Princípio do ne bis in idem


- ninguém pode ser julgado pelo mesmo fato
- art. 61 – algo não pode agravar e qualificar ao mesmo tempo, isso ocasionaria dupla punição pelo
mesmo fato
- art. 121, §2°, III – homicídio qualificado
Princípio de humanidade de penas (art. 5°, XLVII CRFB/88)

- veda a pena de morte art. 84 da CF


- veda trabalhos forçados
- art. 31
- art. 75 do CP
- LEP – lei de execuções penais: - art. 31 da lei n.7210, de 1984

- compatibilização com o princípio de humanidade de penas, já que não se trata de trabalho forçado
sem remuneração. É remunerado no mínimo ¾ do salário mínimo (6 - 8 horas) além de ocasionar a
remição penal, cada 3 dias de trabalho é equivalente a menos 1 dia de pena = art. 126 da LEP

Princípio da adequação social


- Hans Jescheck o postulado “reitor do cumprimento da pena privativa de liberdade” e consiste no
reconhecimento do condenado como pessoa humana, -conforme escreve Zaffaroni,-que repousa o
princípio em causa.
- se uma conduta é considerada adequada socialmente o legislador não deverá criminalizar essa
conduta
- exemplo: furo da orelha da criança
- limite da integridade física

Fontes do direito penal


- fonte de produção (fonte substancial ou material) → produz o direito penal, origem
- art. 22, I da CF/88
- fonte de conhecimento (forma ou de cognição)
- imediatas / direta: lei (princípio da legalidade, reserva legal art.1° e do CP e art. 5°,
XXXIX e XL da CF)
- mediatas: costumes, princípios gerais do direito e jurisprudência para os doutrinadores
minoritários
hábito =! costume

Interpretação e integração do direito pena:

 interprete: mediador entre a norma e a realidade


 labor exegético: trabalho interpretativo
 art. 155 do CP – art. 233 – art. 140
Introdução:
- Interpretar
- ratio juras

Espécies de Interpretação ***


1) quanto ao sujeito
a) autêntica – art. 327 do CP e 150 § 4° e 5° CP: realizada pelo próprio legislador na lei para
acabar com qualquer dúvida diz o significado de uma palavra, expressão ou instituto. Levada
a efeito pela própria norma
→ mesário, juri, estagiário extraoficial do m.p. é servidor público
b) doutrinária
c) judicial: pelos magistrados nos altos dos processos
2) quanto ao meios utilizados
a) literal ou gramatical: elemento linguísticos
b) teológica ou lógica: busca a finalidade da norma, bem jurídico tutelado
c) sistemática: análise com a compatibilidade com CF, processo penal, Estado democrático
de direito, ou seja, todo sistema normativo. Assim, a norma penal não pode ser analisada
isoladamente.
d) histórica: fontes inspiradoras no ato de criação da norma. Art. 5°, XLIII da CF/88
- lei sobre crimes hediondos
3) quanto aos resultados
a) declaratório: interprete declara o que está estabelecido na norma
b) restritiva: legislador não é penalista ou técnico, o legislador disse mais do que deveria.
Assim o interprete restringe a interpretação restritiva do alcance norma - art. 28, II do CP
→ se a embriaguez for patológica a pessoa pode ser considerada inimputável
c) extensiva: o legislador disse menos do que deveria - art. 235 CP (se veda a bigamia veda
também mais de 2 casamentos) e 260 CP (estrada de ferro)

Interpretação analógica: denominada interpretação intra legem – o próprio legislador dentro da


própria lei estabelece que os casos semelhantes deverão receber o mesmo tratamento legal, sendo
aplicado o mesmo artigo ou mesmo inciso ou parágrafo. Na interpretação analógica ou intra legim o
legislador se vale de uma formula casuística, ou seja, menciona alguns casos e posteriormente
utiliza-se de uma formula generalizante para denotar que tudo aquilo que for semelhante ao
anteriormente mencionado receberá o mesmo tratamento legal. Art. 121, §2°, III do CP → outro
meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo em comum, exemplo matar congelado é
semelhante a matar queimado
- obs. : a analogia é diferente da interpretação analógica, apenas é aceita a analogia in bonam
partem (privilegiar o réu)
→ art. 121, §5°: perdão judicial no homicídio culposo
→ art. 303 e 302 de 9503/97 = não fala sobre perdão judicial explicitamente, mas caso um pai mate
seu filho nessas condições faz sentido aplicar = analogia para favorecer o réu

Classificação das normas penais


→ incrim: 121 – 155 – 213 -312 do CP e 302 e 303 do Código de Trânsito (todas NPI)
- tipo básico ou fundamental – crime simples – do caput
- tipos derivados: qualificadores; conduta mais grave e com pena maior
- norma penal permissiva: art. 23 – art. 128
- norma penal explicativa: 127

NPB * bindem – lato/amplo - art. 237 de CP/art. 184 do CP

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