- No direito: tudo aquilo de onde provém um preceito jurídico.
- Fontes do Direito Processual Penal:
a) Fontes de produção: constituem, criam o direito. É o Estado.
b) Fontes formais: são os momentos de expressão do direito. São:
a lei (fonte primária), o costume, os princípios gerais do direito e a analogia (fontes secundárias).
- Obs.: doutrina e jurisprudência não são fontes, são formas de
interpretação.
3.2. Aplicação da Lei Processual no Tempo
- Art. 2º, CPP: tempus regit actum.
- Desse princípio, derivam dois efeitos:
a) os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior
continuam válidos;
b) as normas processuais têm aplicação imediata, regulando o
restante do processo.
- No processo penal, vige o princípio do efeito imediato ou da
aplicação imediata.
- Retroatividade: não há retroatividade da lei mais nova. Deve
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ela ser aplicada a partir do início de sua vigência.
- O princípio da irretroatividade (art. 5º, XL) é para lei penal.
- O autor do crime não tem “direito adquirido” de ser julgado pela
lei processual vigente ao tempo em que ele ocorreu, mas apenas que a lei nova respeite as garantias constitucionais.
3.3. Aplicação da Lei Processual no Espaço
- A lei processual penal aplica-se a todas as infrações penais
cometidas em território brasileiro, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional.
- Vigora o princípio da absoluta territorialidade.
- Art. 1º, CPP.
- A lei processual brasileira só vale dentro dos limites territoriais
nacionais.
- Se o processo tiver tramitação no estrangeiro, aplicar-se-á a lei
daquele país.
- Aplica-se também a lei processual penal brasileira nos casos do
art. 7º, CP.
3.4. Interpretação da Lei Processual Penal
- É o processo que busca estabelecer a vontade da lei (não do
legislador).
- Descobrir o verdadeiro conteúdo da norma jurídica.
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3.4.1. Espécies de Interpretação:
- Quanto ao sujeito que realiza a interpretação:
a) autêntica: que procede da mesma origem que a lei e tem força
obrigatória. Pode ser contextual (inserida no próprio texto da legislação) – ex: arts. 301 e 302, CPP, ou posterior (lei elaborada para esclarecer o sentido duvidoso de uma lei já em vigor).
b) Jurisprudencial: decisões judiciais reiteradas sobre
determinado assunto legal. Ex: súmulas STF e STJ.
c) Doutrinária: communis opinio doctorum – manifestações
exaradas por escritores ou comentadores do direito.
- Quanto ao meio empregado:
a) Gramatical: buscar o sentido literal das palavras e expressões
empregadas pelo legislador – “letra da lei”. Ex.: a palavra “queixa” (art. 12, CPP) significa “peça inicial da ação penal privada” e não do ato de queixar-se.
b) Lógica ou teleológica: buscar o propósito para o qual foi
emitida a lei, na época de sua elaboração.
- Quanto aos resultados:
a) Declarativa: o texto não é ampliado nem restringido; busca-se
apenas o significado oculto da expressão usada. Ex.: “casa habitada” (art. 248, CPP) = lugar ocupado por uma ou mais pessoas.
b) Restritiva: reduz-se o alcance da lei para encontrar seu
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verdadeiro significado. Ex.: art. 564, III, d, CPP – somente se for alegada em momento oportuno (art. 572).
c) Extensiva: referida no art. 3º, CPP. Amplia-se o sentido da lei.
- Interpretação progressiva: leva em conta as novas
concepções ditadas pelas transformações sociais, científicas, jurídicas ou morais. Ex.: Tribunal de Apelação (art. 582, parágrafo único) = T. Justiça ou T. Alçada.
- Interpretação analógica: quando os dispositivos contêm
expressões genéricas ou abertas, é necessário utilizar-se da semelhança (analogia) para a interpretação. Ex.: art. 6º, IX, CPP – “quaisquer outros elementos” = referentes à vida pregressa; art. 254, CPP – “fato análogo” = crimes previstos no mesmo capítulo da lei penal.