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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Criminalidade: Fenômeno social normal (Durkheim)
Direito Penal - Meio de controle social formalizado
2. CONCEITO
Para Bitencourt, o direito penal é “um conjunto de normas jurídicas que tem por objeto a
determinação de infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes – penas e medidas de
segurança”. Esse conjunto de normas e princípios, devidamente sistematizados, tem a finalidade de
tornar possível a convivência humana, devendo ser aplicados aos casos correspondentes.
O Direito Penal “é o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar
comportamentos humanos mais graves e perniciosos à coletividade, capazes de colocar em risco
valores fundamentais para a convivência social, e descrevê-los como infrações penais, cominando-
lhes, em consequência, as respectivas sanções, além de estabelecer todas as regras complementares e
gerais necessárias à sua correta e justa aplicação”. (CAPEZ)
Zaffaroni entende que a expressão Direito Penal designa – conjunta ou separadamente – duas
coisas distintas: o conjunto de leis penais, isto é, a legislação penal; ou o sistema de interpretação dessa
legislação, ou seja, o saber do Direito Penal (Ciência Penal).
OBS: A legitimidade do Direito Penal deve ser calcada em três bases:
O respeito à dignidade humana
A promoção dos valores constitucionais
A proteção subsidiária de bens jurídicos
OBS: Destaque para Proteção dos bens jurídicos e Garantia da vigência da norma
10.1. Abolicionismo Penal: movimento de fundo filosófico que prega, senão uma completa
abolição do Direito Penal, um rompimento da cultura punitiva da sociedade e uma revolução no
tratamento do sistema de justiça criminal. Expoentes: Luk Hulsman (Holanda), Thomas Mathiensen e
Nils Christie (Noruega), e Sebastian Scheerer (Alemanha).
11.2 Garantismo Penal: prega um modelo de Direito Penal voltado ao respeito intransigível
aos direitos fundamentais e à Constituição (Luigi Ferrajori). Axiomas:
Nulla poena sine crimine (Não há pena sem crime)
Nullum crimen sine lege (Não há crime sem lei)
Nulla lex (poenalis) sine necessitate (Não há lei penal sem necessidade. Intervenção min.)
Nulla necessitas sine injusria (Não há necessidade sem ofensa a bem jurídico)
Nulla injuria sine actione (Não há ofensa ao bem jurídico sem conduta: Ação ou omissão)
Nulla actio sine culpa (Não há ação sem culpa)
Nulla culpa sine judicio ( Não há culpa sem processo)
Nulla judicium sine accustone (Não há processo sem acusação)
Nulla accusatio sine probatione (Não há acusação sem prova)
Nulla probatio sine defensione (Não se admitem provas sem que tenha havido defesa)
11.3. Movimento lei e ordem: Tolerância Zero (“Direito Penal Máximo”). Origem EUA.
Punição para todos os delitos, infrações. Mesmo os mais leves.
FONTES DO DIREITO PENAL
2. FONTES FORMAIS
2.1. Fonte Formal Imediata: LEI
CF, ART. 5°, XXXIX
“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”;
CP, Art. 1º
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Princípio da Legalidade: Nullum crimen, nulla poena sine lege. Nenhum fato pode ser considerado
crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência desse fato exista uma
lei definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção correspondente.
2.2. Fontes Formais Mediatas:
Sofrem limitações do princípio da legalidade;
Não podem resultar no surgimento de crime não previstos em lei;
Nem agravar punibilidade de delitos já existentes;
a) Costumes
Normas de comportamento uniforme e constante
Não cria nem revoga lei
Influência na interpretação
b) Jurisprudência
Julgados recorrentes apontam uma tendência
c) Doutrina
Opinião dos juristas, jurisconsultos
d) Princípios Gerais do Direito
Premissas éticas, senso de justiça
e) Ato administrativo
É expedido a fim de complementar uma norma penal em branco
Ex: Lei antidrogas. É uma lei penal em branco. Um ato administrativo do ministério da
saúde define quais são estas drogas
ANALOGIA EM DIREITO PENAL
1. ANALOGIA
Analogia é uma forma de suprimento (preenchimento) de lacunas (brechas) legislativas.
É “aplicar a um caso não contemplado de modo direto ou específico por uma norma jurídica,
uma norma prevista para uma hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado”.
É preciso verificar dois pressupostos:
Existência de lacuna na lei
Encontro no ordenamento jurídico de uma solução legal semelhante, ou seja, uma regra
jurídica que tenha sido estipulada para regular um caso análogo
Observações:
Analogia não é norma, não cria norma
Analogia vai adequar um fato a uma norma pré-existente
É um método de integração
Não se faz analogia em norma penal incriminadora
Em respeito ao princípio da reserva legal
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prática dois ou mais crimes
da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
OBSERVAÇÃO ADICIONAL:
CRIME CONTRAVENÇÃO
Mais grave Mais leve
Reclusão e detenção até 40 anos Prisão simples até 5 anos
Ação penal pública e privada Ação penal incondicionada
Tentativa é punível Tentativa não é punível
Reincidência:
A norma define que é reincidente quem comete:
Crime + Crime
Contravenção + Contravenção
Crime + Contravenção
Não é reincidente quem comete:
Contravenção + Crime
OBS: Neste último caso, como o legislador não incluiu a prática de um crime após uma contravenção
como sendo reincidência, não podemos aplicar a analogia aqui pois seria In Malam Partem
ESTUDO DIRIGIDO – INTRODUÇÃO E FONTES DO DIREITO PENAL
ATIVIDADE AVALIATIVA