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TÍTULO VIII

DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

 Punibilidade é o direito ou poder-dever que tem o Estado de aplicar a sanção penal.


 Jus puniendi é o poder do Estado de punir.
 O rol do art. 107 (causas excludentes da punibilidade) é exemplificativo. Admite-se, portanto, outras
causas excludentes.
 Pela teoria tripartide, a punibilidade não é substrato / elemento do crime, e sim, a consequência
jurídica da presença dos três substratos.
 Natureza jurídica da punibilidade: consequência da prática de um crime (típico, ilícito e culpável).
 Portanto, pode existir uma infração penal sem punibilidade, mas não há punibilidade sem infração .

Tipicidade Ilicitude Culpabilidade Punibilidade


 Ausente  Ausente  Ausente  Ausente
 Fato atípico +  Fato atípico +  Isento de pena =  Não é punível /
 Exclui o crime /  Exclui o crime / isento de pena
não há crime não há crime

Causas Causas de Condições Condição de Condição de


EXTINTIVAS da EXCLUSÃO objetivas de procedibilidade prosseguibilidade
punibilidade da punibilidade da ação da ação
punibilidade
 O direito de  O direito de  O direito de  O direito de  O direito de
punir nasce, mas punir não punir nasce, punir nasce. punir nasce.
se extingue por nasce, porém a  Está  Está relacionado
causa apesar de ação é relacionado com à ação
superveniente. preencher suspensa até com à ação penal, não com a
 Causas os três surgir um penal, não à teoria geral do
extintivas de substratos evento teoria geral do crime.
punibilidade do crime. futuro e crime.  São requisitos
ordinária:  Exemplo: incerto.  São requisitos para que a ação
cumprimento da escusas  Exemplo: para que a ação penal continue,
pena. absolutórias sentença que penal seja ou seja, há
 Causas (art. 181 do decreta a válida e alteração
extintivas de CP). falência (art. existente, ou legislativa que
punibilidade 180 da lei seja, para que o passa a exigir
extraordinárias: 11.101/05) processo uma condição
causas do art. comece. para que o
107 do CP. A  Exemplo: processo tenha
punibilidade representação seu curso
pode ser exercida nos crimes de  Exemplo: art.
ou não. ação penal 91 da Lei
pública 9.099/95.
condicionada.

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Extinção da punibilidade
O rol do art. 107 é exemplificativo.
Art. 107 - EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE:

 Morte
 Anistia, graça e indulto
 Retroatividade (abolitio criminis)
 Prescrição, decadência e perempção
 Renúncia (queixa - ação privada) e perdão do ofendido (ação privada)
 Retratação
 Perdão judicial

I - pela MORTE do agente;

 Fundamento no princípio da intranscendência da pena criminal.


 Na esfera cível transcende no limite do patrimônio transferido.
 Se houver certidão falsa de morte o agente poderá responder pelo art. 297 do CP (falsificação
de documento público).
 Se a certidão de óbito é falsa o agente poderá responder por novo julgamento, tendo em vista
que há um fato jurídico inexistente. Não é uma revisão processual, não se pode rever o que
nunca existiu.
 STJ: Haverá a desconstituição de coisa julgada.
 STF: A sentença anterior é inexistente.

II - pela ANISTIA, GRAÇA ou INDULTO;

ANISTIA GRAÇA INDULTO


 Lei  Decreto  Decreto
 Congresso Nacional  Presidente da República  Presidente da República
 Pode ser concedida antes ou  Só pode ser concedida  Só pode ser concedida
depois da condenação depois da condenação depois da condenação
 Extingue o FATO  Extingue apenas a execução  Extingue apenas a execução
 Apaga efeitos penais da pena da pena
 Não apaga efeitos  Benefício é individual  Benefício é coletivo
extrapenais  Depende de provocação do  Depende de provocação do
 Aplica-se a crimes interessado interessado
políticos, militares e
eleitorais.

CF/88 Lei 8.072/1990


XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os I - anistia, graça e indulto;
mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem; II - fiança.
A vedação ao indulto pela Lei 8.072/1990 é constitucional ou inconstitucional?
 1ª corrente: é inconstitucional. A lei extrapolou a vedação constitucional. Normas
restritivas não podem ser interpretadas extensivamente, portanto, caberia indulto ao 3TH.
 2ª corrente: é constitucional, tendo em vista que graça e indulto são institutos semelhantes,
diferindo apenas quanto ao seu destinatário. ADOTADA PELO STF.

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III - pela RETROATIVIDADE de lei que não mais considera o fato como criminoso;

Inciso III trata da “ABOLITIO CRIMINIS”  está prevista no art. 2º do CP. Alcança o tipo
penal como um todo (elementares, qualificadores, agravantes, causas de aumento...).

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
CESSANDO em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

LEMBRANDO QUE:
 Lei penal maléfica: IRRETROATIVIDADE
 Lei penal benéfica: RETROATIVIDADE
 Lei temporária e lei excepcional: ULTRA-ATIVIDADE

 Aplicação da lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso.


 A consequência da aplicação da teoria da atividade é a irretroatividade,
Atividade
ou seja, em regra, a lei penal não pode retroagir para alcançar fatos
passados, exceto se beneficiar o réu.
Extra- A aplicação Lei posterior é aplicada a fatos
Retroatividade
atividade da lei penal praticados antes da sua vigência
(extra é gênero. pode ser Lei é aplicada mesmo após sua
Retroatividade e movimentada Ultra-atividade revogação
ultrasão espécies. no tempo.

IV - pela PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA ou PEREMPÇÃO;

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA PEREMPÇÃO


 Perda do direito de o  Perda do direito de  Perda do direito de
Estado punir ou executar a ingressar com a ação prosseguir na ação.
punição em razão do seu penal.  Sanção imposta ao
não exercício (inércia) no  A parte deixa de agir no querelante inerte ou
prazo fixado pela lei (art. tempo fixado pela lei. negligente (hipóteses
109 do CP). previstas no art. 60 do CPP.)
Prazo pode ser interrompido Prazo não é interrompido, Pode ocorrer interrupção a
ou suspenso. suspenso ou prorrogado. depender do ato.
Aplica-se na ação penal
Aplica-se a qualquer ação pública condicionada à Aplica-se somente na ação
penal. representação e nos crimes penal privada
de ação penal privada.
SÃO IMPRESCRITÍVEIS:
 Racismo
 Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático
Fundamentos políticos que sustentam a legitimidade da prescrição (Cezar Bittencourt):
 O decurso do tempo leva ao esquecimento do fato;
 O decurso do tempo leva à recuperação do criminoso;
 O Estado deve arcar com sua inércia;
 O decurso do tempo enfraquece o suporte probatório.

V - pela RENÚNCIA do direito de queixa ou pelo PERDÃO aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela RETRATAÇÃO do agente, nos casos em que a lei a admite;

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(...)

X - pelo PERDÃO JUDICIAL, nos casos previstos em lei.

PERDÃO JUDICIAL PERDÃO DO OFENDIDO


Só cabe nas hipóteses taxativamente previstas Só cabe se for ação penal privada.
em lei, independe da ação penal.
Juiz concede, não precisa ser aceito. (Ato Vítima concede, mas deve ser aceito. (Ato
unilateral). bilateral)

Art. 108 - A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE


 de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de
outro
 não se estende a este.
 Nos crimes CONEXOS, a extinção da punibilidade de um deles não impede,
quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE NOS CRIMES ACESSÓRIOS, COMPLEXOS E CONEXOS


 Crime acessório, de fusão ou parasitário: existência depende da prática anterior de outro crime.
Exemplo: Agente se utiliza do “jogo do bicho” para realizar “lavagem de dinheiro”. A extinção
da punibilidade da contravenção não alcança a lavagem.
 Crime complexo: união de dois ou mais crimes. Exemplo: se o crime de roubo estiver prescrito,
não acarretará a e extinção da punibilidade do latrocínio.
 Crime conexo: praticado para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem
de outro crime. Exemplo: Agente mata uma pessoa (homicídio simples) e depois mata outra,
porque essa presenciou o crime (homicídio qualificado). A extinção da punibilidade do
homicídio simples não alcança o homicídio qualificado, nem retira a qualificadora da conexão.

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Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

 Essa tabela é de suma importância. Decore. Eu utilizei a tabela abaixo para memorizar. É necessário
repeti-la, manualmente, inúmeras vezes, até fixar. Na semana antes da prova, pratique mais algumas
vezes e um dia antes da prova, pratique de novo.
 Esta tabela regulará todas as prescrições (Prescrição da pretensão punitiva em abstrato - PPPA,
prescrição da pretensão punitiva superveniente - PPPS, prescrição da pretensão punitiva retroativa
- PPPR e prescrição da pretensão punitiva executória - PPE).
 As penas das contravenções também se submetem a esses prazos (prisão simples e/ou multa).
 Atente-se que a prescrição antes de transitar em julgada a sentença trabalha com a teoria da pior das
hipóteses, portanto
 Leva em conta o máximo da pena cominada ao tipo penal.
 Não leva em conta agravantes e atenuantes, mas se for reincidente aumenta o prazo
prescricional em 1/3. Se tiver 21 anos na data do fato ou 70 na data da sentença, diminui
o prazo prescricional pela metade.
 Leva em conta causas de aumento (valor que mais aumenta - 1/3 a 2/3  2/3).
 Leva em conta as causas de diminuição (valor que menos diminui - 1/3 a 2/3  1/3).

1º - DECORE somente os números. Observe que 2º - DECORE os sinais.


a tabela é 6 x 3. Observe os intervalos repetidos.
20 12 20 > 12
16 8 12 16 > 08 =< 12
12 4 8 12 > 04 =< 08
08 2 4 08 > 02 =< 04
04 1 2 04 => 01 =< 02
03 1 03 <1

Prescreve PPL (anos)


20 > 12
16 > 8 =< 12
12 > 4 =< 8
08 >2 =< 4
04 => 1 =< 2
03 <1
Existem 3 situações em que a infração penal estará prescrita em 02 anos:
(a) multa, quando for a única cominada ou aplicada (CP, art. 114, I)
(b) porte de droga para consumo pessoal (art. 28, caput, da Lei 11.343/2006)
(c) Art. 125, VI, Código Penal Militar (Decreto-lei 1.001/1969), quando o máximo da pena
privativa de liberdade é inferior a 1 (um) ano.

Existem 1 situação em que não há como contar o prazo prescricional, pois não existe quantum de pena:
a) pena de morte  prescrição opera-se em 30 anos (CPM, art. 125, I).

ATENÇÃO: Prescrição é matéria de ordem pública, portanto, deve ser conhecida, ainda que de ofício,
pelo juiz.
CPP  Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade,
deverá declará-lo de ofício.

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Art. 109. A PRESCRIÇÃO, ANTES de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §
1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo MÁXIMO DA PENA privativa de liberdade cominada ao
crime, verificando-se:

I - em 20 anos, se o máximo da pena é superior a 12;


Art. 109 II - em 16 anos, se o máximo da pena é superior a 08 anos e não excede a 12;
trata da
PPPA, III - em 12 anos, se o máximo da pena é superior a 04 anos e não excede a 08;
mas os
prazos se IV - em 08 anos, se o máximo da pena é superior a 02 anos e não excede a 04;
aplicam a
todas as V - em 04 anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
prescrições
VI - em 03 anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

 Na PPPA leva-se em conta as qualificadoras, as causas de aumento e as causas de diminuição,


aplicando-se a teoria da pior das hipóteses (maior pena possível).
 Em se tratando de causa de aumento (majorantes) aplica-se a causa que mais aumenta. Exemplo: se
aumentar de 1/3 a 2/3, utiliza-se a causa de 2/3.
 Em se tratando de causa de diminuição (minorantes) aplica-se a causa que mais diminui (teoria da
pior das hipóteses). Exemplo: se diminuir de 1/3 a 2/3, utiliza-se a causa de 1/3.
 Não se aplica as agravantes e atenuantes (61, 62, 65 e 66), pois não há critérios fixos.
 Não se aplica circunstâncias judiciais do art. 59, pois não há critérios fixos.
 Exceção: Súmula 497 – STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela
pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
 A súmula aplica-se tanto ao crime continuado quanto ao concurso formal próprio.
 Portanto, no cálculo da prescrição do crime continuado e no concurso formal não se consideram as
causas de aumentos.

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito


 os mesmos prazos previstos
 para as privativas de liberdade.

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Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110 - A prescrição


 DEPOIS de transitar em julgado a sentença condenatória
 regula-se pela PENA APLICADA
 e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior,
 os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.

Súmula 220 - STJ: A reincidência não influi no


prazo da prescrição da pretensão punitiva.
(reincidência 1/3 só na PPE)
§ 1o A prescrição,
 DEPOIS da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação
 ou
 depois de improvido seu recurso,
 regula-se pela PENA APLICADA , PPPS
 não podendo,
 em nenhuma hipótese,
 ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

PPPR

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Prescrição da pretensão punitiva –
Prescrição da pretensão executória - PPE
PPP
Impede o Estado de ajuizar ação ou de
Impede o Estado de executar a pena.
continua-la.
O Estado exerce de fato a PPP quando forma o
O Estado exerce de fato a PPE quando o agente
título executivo judicial com trânsito em
começa o cumprimento da pena.
julgado (sentença).
O Estado forma o título, mas não executa-o.
Se prescreveu, o Estado não formou o título.
Se ocorrer a PPP A PPE
não gera reincidência. gera reincidência.
Quem declara: Quem declara:
Juízo de 1.ª instância ou Tribunais Juízo da execução
(competência recursal ou originária).
Não gera execução Gera execução
no juízo cível. no juízo cível.

Apaga TODOS os efeitos de eventual sentença Apaga somente a pena (efeito principal). Mantém
condenatória já proferida, principal ou os demais efeitos.
secundários, penais ou extrapenais.
Pode ocorrer até o trânsito em julgado, Ocorre depois do trânsito em julgado,
portanto, seu marco final. portanto, seu marco inicial.

ESPÉCIES DE PPP
Prescrição da Prescrição da Prescrição da
pretensão pretensão punitiva pretensão punitiva
PPE
punitiva em superveniente - retroativa -
abstrato – PPPS PPPR
PPPA
109 110, § 1.º 110, § 1.º 112
Não há trânsito Há trânsito em julgado
Há trânsito em julgado para a acusação ou o seu
em julgado para para ambas as partes
recurso é improvido.
ambas as partes.
Leva em conta a Leva em conta a pena
pena máxima do Leva em conta a aplicada.
tipo penal em pena aplicada.
abstrato.
 A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA VIRTUAL, em perspectiva, antecipada ou
por prognose - PPPV é fruto da jurisprudência e da doutrina, não sendo adotada no nosso
ordenamento jurídico. A PPPV leva em conta as condições e circunstâncias do crime e as condições
do autor (art. 59 do CP, circunstâncias atenuantes, agravantes...) para antever a possível
condenação e para fins de cálculo da prescrição.
 Exemplo: agente primário e com bons antecedentes comete o crime de furto simples. Na PPPA a
prescrição leva em conta a pena máxima do furto (4 anos). Na PPPV, considerando a primariedade
do agente e a baixa ofensividade da conduta do agente na empreitada criminosa, levar-se-ia em
conta a pena mínima do furto, ou seja, 1 ano, portanto, na PPPV prescreveria primeiro.

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Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: Termo
inicial da
I - do dia em que o crime se consumou; PPPA

 Prescrição é instituto de direito penal material, portanto, conta-se o primeiro dia e exclui-se o
último.
 “A prescrição ocorre no dia anterior do mesmo mês de tantos anos quanto forem. Exemplo:
Prescrição em 8 anos de um crime que acontecei em 10/01/2020. O crime prescreve no dia
09/01/2020 às 23:59:59.” Exemplo do professor Gabriel Habib.

II - no caso de TENTATIVA, do dia em que cessou a atividade criminosa;

III - nos CRIMES PERMANENTES, do dia em que cessou a permanência;

IV - nos de
 bigamia e nos de
 falsificação ou alteração de assentamento do registro civil,
 da data em que o fato se tornou conhecido.

V - nos crimes contra a DIGNIDADE SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES,


 previstos neste Código ou em legislação especial,
 da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos,
 salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.

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Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a PRESCRIÇÃO COMEÇA A CORRER:

I - do dia em que
 transita em julgado a SENTENÇA condenatória, para a acusação,
 ou a que revoga a
 suspensão condicional da pena ou o
 livramento condicional;

II - do dia em que
 se interrompe a execução,
 salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena.

LEIA-SE O ART. 112


Na PPPE, a prescrição começa a correr:
 Do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação
 Do dia em que transita em julgado a sentença que revoga a suspensão condicional da pena
 Do dia em que transita em julgado a sentença que revoga o livramento condicional
 Do dia em que se interrompe a execução, (exemplo, fuga ou descumprimento de PRD).
Nesse caso será calculado um novo prazo prescricional, descontado o tempo de pena já
cumprido. Exemplo: Condenado 20 anos (prescreve em 20 anos). Cumpre 10 e foge,
restando 10 anos a serem cumpridos (prescreve em 16 anos).
 Para o STF e pela literalidade do CP a PPE começa a correr do dia em que transita em
julgado a sentença condenatória, para a acusação.
 Para o STJ, o termo inicial da contagem do prazo prescricional da pretensão executória é
o trânsito em julgado para ambas as partes, pois só aí o Estado poderá dar início à execução
da pena.

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional

Art. 113 - No caso de


 EVADIR-SE o condenado
 ou de
 REVOGAR-SE o livramento condicional,
 a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

Prescrição da multa

Art. 114 - A PRESCRIÇÃO da pena de MULTA ocorrerá:

I - em 2 ANOS, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

II - no MESMO PRAZO estabelecido


 para prescrição da pena privativa de liberdade,
 quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada
ou cumulativamente aplicada.

PRESCRIÇÃO
PPL PRD Multa
Mesmo prazo da 2 anos, se a multa for a única cominada ou aplicada.
Art. 109 PPL Mesmo prazo da PPL, se a multa for alternativa ou
(art. 109) cumulativa com a PPL.

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Redução dos prazos de prescrição

Art. 115 - São reduzidos de METADE


 os prazos de prescrição quando o criminoso era,
 ao TEMPO DO CRIME,
 menor de 21 anos,
 ou,
 na DATA DA SENTENÇA,
 maior de 70 anos.

Menor de 21 anos  tempo que cometeu o crime.


Maior de 70 anos  data da sentença, não do tempo em que cometeu o crime.

Se também for REINCIDENTE  primeiro aumenta-se 1/3, depois reduz pela metade, mas atenção,
a causa de aumento de 1/3 só se aplica na PPE. 1/3 só na PPE. 1/3 só na PPE. 1/3 só na PPE.

Súmula 220 - STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.

Causas impeditivas da prescrição

O art. 11 são causas de SUSPENSÃO do prazo prescricional.

Art. 116 - ANTES de passar em julgado a sentença final, a PRESCRIÇÃO NÃO CORRE:

Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime


I - enquanto não resolvida, em outro processo, I - enquanto não resolvida, em outro processo,
questão de que dependa o reconhecimento da questão de que dependa o reconhecimento da
existência do crime; existência do crime;

 Inclusive em processos com repercussão geral em


matéria criminal.
 Não se aplica aos inquéritos policiais.
II - enquanto o agente cumpre pena no
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
estrangeiro;
III - na pendência de
 embargos de declaração
 ou de
 recursos aos Tribunais Superiores,
 quando
 inadmissíveis; e
IV - enquanto
 não cumprido ou
 não rescindido
 o acordo de não persecução penal.

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória,


 a prescrição não corre
 durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

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CAUSAS IMPEDITIVAS DA CAUSAS INTERRUPTIVAS DA
PRESCRIÇÃO PRESCRIÇÃO
Suspendem Interrompem
a contagem do prazo prescricional. a contagem do prazo prescricional.
Art. 116 Art. 117
 Resolvida a causa que suspendeu, a contagem  Se ocorrer a causa, a contagem é reiniciada. Exceto
volta a correr de onde parou. no caso do 117, V, portanto, tem exceção.
 Exemplo de contagem: 1,2,3 suspende (volta a
contar de onde parou) 4,5,6.  Exemplo de contagem: 1,2,3 interrompe (recomeça
a contar) 1,2,3,4,5,6
 Rol do 116 não é taxativo, existem outras  Rol do 117 é taxativo.
hipóteses em outras leis penais.
 Para o Cleber Masson é taxativo.

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Causas interruptivas da prescrição

Art. 117 - O curso da prescrição INTERROMPE-SE:

I - pelo RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa;

II - pela pronúncia; Produz


Tribunal efeitos
do Júri para Prazo
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
todos recomeça a
os correr do
IV - pela publicação autores dia da
 da sentença ou interrupção,
 acórdão condenatórios recorríveis; exceto no
V.
Produz
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; efeitos
PPE só para
VI - pela reincidência. 1 autor.

§ 1º - EXCETUADOS
 os casos dos incisos V e VI deste artigo,
 a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime.
 Nos crimes conexos,
 que sejam objeto do mesmo processo,
 estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.

§ 2º - Interrompida a prescrição,
 salvo a hipótese do inciso V deste artigo,
 todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.

Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves.

Art. 119 - No caso de CONCURSO DE CRIMES,


 a extinção da punibilidade
 incidirá sobre a pena de cada um,
 isoladamente.

O recebimento da denúncia por juiz absolutamente incompetente NÃO interrompe a prescrição.

Perdão judicial

Art. 120 - A sentença que conceder PERDÃO JUDICIAL


 não será considerada
 para efeitos de reincidência.

Súmula 18 - STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,


não subsistindo qualquer efeito condenatório.

A sentença que concede o perdão judicial não é considerada condenatória nem absolutória, mas sim
declaratória da extinção da punibilidade.

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Hipóteses possíveis de PPP - termo inicial (TI) e termo final (TF)
PPPA PPPS PPPR
Prescrição da pretensão Prescrição da Prescrição da pretensão
punitiva pretensão punitiva punitiva
em abstrato superveniente retroativa
TI: data do fato (art. 111) TI: publicação da TI: data do recebimento da denúncia
TF: recebimento da denúncia ou queixa sentença ou da queixa
(art. 117, I) condenatória TF: publicação da sentença
transitada em julgado condenatória
para acusação ou de Conta-se pra trás, ou seja, do termo
improvido seu final para o termo inicial.
TI: data do recebimento da denúncia ou recurso
queixa (art. 117, I)
TF: publicação da sentença condenatória TF: trânsito em
ou acórdão condenatório (art. 117, IV) julgado definitivo
TI: data do recebimento da denúncia ou TI: data do recebimento da denúncia
queixa (art. 117, I) ou queixa
TF: publicação da pronúncia (art. 117, II) TF: publicação da pronúncia

TI: data da publicação de recurso da TI: data da publicação de recurso da


pronúncia pronúncia
TF: data da publicação do acórdão que TF: data da publicação do acórdão
confirmar a pronúncia (art. 117, III) que confirmar a pronúncia
TI: data da publicação da pronúncia ou do TI: data da publicação da pronúncia
acórdão que confirma-la ou do acórdão que confirma-la
TF: publicação da sentença condenatória TF: publicação da sentença
ou acórdão condenatório (art. 117, IV) condenatória
Lembrando que, normalmente, nesses prazos finais, será obrigatório a análise da prescrição, no entanto,
por ser matéria de ordem pública, em qualquer fase do processo poderá ser reconhecida a prescrição,
inclusive, de ofício pelo juiz.

Súmula 146 - STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando
não há recurso da acusação.

Súmula 497 - STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

Súmula 592 - STF: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas
no Código Penal.

Súmula 220 - STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva .

Súmula 438 - STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.

Súmula 191·STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime.

Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas
não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.

 Reincidência  1/3 é só na PPE, não se aplica na PPP


 Crime continuado  o aumento de 1/6 a 2/3 ou o aumento triplo, não se aplica para cálculo da
prescrição.
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