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Aula 14

Prescrição: perda da PPP/PPE pela inércia/omissão do Estado pelo


prazo prev. em Lei
Estado titular exclusivo do ius puniendi;
Limites: MATERIAIS (ex: p. reserva legal/insignificância/lesividade)
FORMAIS (ex: devido p. legal)
TEMPORAIS (prescrição- fundamental pra segurança jurídica)
PPP: d. aplicar a PENA a quem violou o d. penal; somente ocorre
ANTES do trânsito em julgado da condenação.
PPE: int. do estado de que a pena já aplicada seja EFETIVAMENTE
CUMPRIDA; somente APÓS o trânsito em julgado da condenação.
Prescrição: CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE (art. 107, CP); não
apaga o crime, tão somente retira o ius puniendi. A PENA do crime
PRESCREVE (não o crime).
*Tanto pra teoria tripartida quanto pra teoria bipartida a punibilidade é
uma CONSEQUÊNCIA do crime, não um elemento do crime. Aquele
dever genérico e abstrato que recaia antes sobre todas as pessoas,
torna-se específico frente a violação da lei penal.
Prescrição = matéria de direito penal (inclui dia do começo, exclui o dia
final), prazo improrrogável, mas admite suspensão e interrupção nas
hipóteses legais. Matéria preliminar (antes da análise do mérito) e de
ordem pública (reconhecida a qualquer tempo/grau de juris.; inclusive
de ofício).
Art. 61.  Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a
punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único.  No caso de requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a
parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco
dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou
reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
Fundamento: segurança jurídica ao resp. pela inf. penal; inadequação da
sanção penal depois de muito tempo; luta contra ineficiência estatal;
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Imprescritibilidade penal:
Cod. Criminal do Império (1830) não havia presc.
CP Repúblicano (1890) e atual (1940) express. Prev.
Regra Geral: PRESCRIÇÃO
Excepcionalmente: “RAÇÃO” IMPRESCRITÍVEL; “máximo potencial
ofensivo (STF); fomentado pela intolerância do Apartheid e Ditadura
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático;
(IM)Possibilidade de criar novas hipóteses de imprescritibilidade:
(div): - Não (maioria doutrinária): os dois imprescritíveis estão no d. e
garantias fund. cláusula pétrea.; indiretamente os demais prescrevem.
- Sim: STF: RE 460.971 (rol exemplificativo e não taxativo);
possível prazo indeterminado.
STJ no AgRG no AResp 686.695: injúria racial: se submete a
imprescritibilidade tal qual o racismo (??? – analogia in malam
partem)
Estatuto de Roma (TPI): crimes de comp. do TPI não prescrevem.
Diferença entre PRESCRIÇÃO e DECADÊNCIA:
Causas extintivas da punibilidade (art. 107, IV, CP): verificam-se em face
da inércia de um titular de direito durante o prazo prev. em lei.
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Qualquer crime (pub. inc.; pub. Ação p. privada e a. p. pub.
cond; a.p. privada), salvo os condicionada à rep
impresc. disp. na CF
Qualquer tempo (antes, durante, Antes da ação penal
após a. penal)
Diretamente o direito de punir Diretamente o direito de ação e
indiretamente o direito de punir
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Espécies de prescrição:
PPP: - Propriamente dita (da ação): Na PPP não há trânsito em julgado
da condenação, para ambas as partes.
- Retroativa: trans. julg. da cond. apenas pra acusação, no tocante a
pena aplicada
- Superveniente (intercorrente): trans. julg. da cond. apenas pra
acusação, no tocante a pena aplicada.

PPE: - Trans. julg. para ambas as partes (pena definitiva acobertada pelo
trans. em julgado)

Efeitos da prescrição e comp. p/ reconhecimento:


PPP: obsta o exercício da ação penal; apaga todos os efeitos de eventual
sentença condenatória já proferida; a comp. depende do momento da
PERSECUÇÃO PENAL (juízo de 1º grau/tribunal, stj, stf, etc).
PPE: extingue somente a pena (demais efeitos PENAIS e EXTRAPENAIS
permanecem); comp. juízo da EXECUÇÃO.
Prescrição da pena privativa de liberdade:
PPP propriamente dita/ação penal : não há trans. julg. p. ambas as
partes.
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença
final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código (retroativa
e superveniente), regula-se pelo máximo da pena privativa de
liberdade cominada ao crime, verificando-se: (..)

Calculada com base na PENA MÁXIMA em abstrato;


Fundamento na expectativa de chegar a pena máxima, vez que não há o
trânsito em julgado para ninguém.
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Atentar que a L. 12.234/2010 alterou o prazo de 2 anos e aumentou pra


3, pra dificultar prescrição em contravenções e menor potencial ofensivo.
(Broken Windows Theory)
Prazo de 3 anos é o menor prazo previsto no CP pra PPL; Pena de
MULTA (presc. 2 anos quando ÚNICA COMINADA/APLICADA); L. de
DROGAS – art. 28 – presc. 2 anos); CPM (2 anos se ppl inferior a 1
ano)
Pena de morte (caso de guerra) prescreve em 30 anos (art. 125, I,
CPM).
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o
criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou,
na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
Redução pela metade aplicável à TODAS HIPÓTESES DE
PRESCRIÇÃO.
Menoridade relativa: AO TEMPO DO CRIME menor de 21 anos (fund.
CC/16). Documento hábil: certidão de nascimento/RG/identificação
polícia civil
Súmula 74-STJ: Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade
do réu requer prova por documento hábil. 
Senilidade: Maior de 70 anos na DATA DA SENTENÇA; não alterou com
o estatuto do idoso (obj. diversos; estatuto do idoso proteger idoso da
hipossuficiência; o CP protege a senilidade).
Regra: SENTENÇA; primeiro pronunciamento.
STF: AP. 516. Inf. 731, excepcionalizou caso embargos dec.
(decisão integrativa, retificadora complementar; substitui).
Termo inicial:
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,
começa a correr: 
I - do dia em que o crime se consumou; (t. RESULTADO) 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade
criminosa;  
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a
permanência;  
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de
assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou
conhecido. 
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da
data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse
tempo já houver sido proposta a ação penal.    
Ação penal não foi proposta: vítima completar 18 anos.
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Ação penal já foi proposta: regra geral (data que o crime se consumou).
Causa INTERRUPTIVA (zera):
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (ROL TAXATIVO)
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (PPP)
II - pela pronúncia;  (PPP)
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (PPP)
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios
recorríveis; (PPP)
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (PPE)
VI - pela reincidência. (PPE)
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a
interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os
autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo
processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer
deles.  
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste
artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da
interrupção. 
Receb. den/quei.|Pronúncia|Decis. Conf.| Pub. Sent. Ac.
Rec
Consumação -----------------------------------------------------------------------------
“PERÍODOS PRESCRICIONAIS”: intervalos dentre dos quais a
prescrição pode ocorrer.
a) RECEBIMENTO da denúncia/queixa: publicação do despacho que
recebe a denúncia/queixa; desnec. púb.; entrega em mãos do
escrivão
(decisão foi rejeitada não interrompe; mas se recorreu e recebeu, DATA
DA SESSÃO DE JULGAMENTO serve como recebimento)
Súmula 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o
acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale,
desde logo, pelo recebimento dela.
Juízo incompetente RHC 40.514 (STJ):
Incomp. ABSOLUTA: não interrompe
Incomp. RELATIVA: interrompe
*Despacho anulado posteriormente pelo tribunal/juiz: não vale mais (ato
nulo) não produz efeitos jurídicos.
*Recebimento do aditamento: interrompe somente no tocante ao NOVO
CRIME/AGENTE objeto do aditamento.
b) PRONÚNCIA: decisão interlocutória mista não terminativa (apenas
1º fase dos crimes de comp. do júri); interrompe com a
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PUBLICAÇÃO da decisão de pronúncia (na própria audiência/em


momento posterior por escrito nas mãos do escrivão).
*Impronúncia/absolvição sumária/desclassificação não interrompe; se
ocorre recurso e há a pronúncia: interrompe na SESSÃO DE
JULGAMENTO.
Pronúncia é válida como marco interruptivo ainda que júri posteriormente
desclassifique.
Súmula 191, STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição,
ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime
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c) DECISÃO CONFIRMATÓRIA DA PRONÚNCIA: interrupção na
data da SESSÃO E JULGAMENTO; independente de publicação
pela imprensa oficial.
A morosidade e amplitude dos crimes de competência do tribunal do júri,
o legislador criou as duas causas interruptivas de modo a dificultar a
prescrição.
d) PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA ou ACÓRDÃO CONDENATÓRIO
RECORRÍVEIS:
Em regra a sentença condenatória será proferida pessoalmente na
audiência, sendo a data de publicação, se for por escrito, na data de
entrega em mãos do escrivão.
Acórdão condenatório recorrível: data de sessão de julgamento pelo
tribunal.
Acórdão condenatório: Sede recursal
Crimes de competência originária dos tribunais
Acórdão confirmatório interrompe a prescrição (STF):
Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão
condenatório sempre interrompe a prescrição, inclusive quando
confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou
aumentando a pena anteriormente imposta. STF. Plenário. HC
176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020.
(STJ possui entendimento contrário)
Sentença absolutória/acórdão absolutório não interrompe a prescrição,
mas a sentença condenatória anterior permanece como interruptiva.
Sentença/acórdão anulado posteriormente: não interrompe a prescrição;
ato nulo não produz efeitos jurídicos.
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Se for um acórdão condenatório irrecorrível, não interrompe a prescrição


(ex: alguma decisão irrecorrível do STF).

Comunicabilidade das causas interruptivas da PPP no concurso de


PESSOAS e de CRIMES: atentar que as causas interruptivas da PPE
NUNCA SE COMUNICAM.
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI (PPE) deste artigo, a
interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os
autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do
mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a
qualquer deles.
Comunicabilidade: no concurso de pessoas: A (sent. cond.) e B (sent.
abs) envolvidos com furto; em recurso de B o Tribunal entende que
interrompeu com a sentença cond. de A; não poderá considerar eventual
acórdão cond. de B como interrupção, vez que já se considerou
interrompida com a sent. cond. de A.
A comunicabilidade ocorre em relação a todas outras causas
interruptivas de PPP.
Comunicabilidade no concurso de crimes: A praticou FURTO (sent. cond)
e ESTELIONATO (sent. abs) em concurso formal; sentença cond.
recorrível interrompe a prescrição pro furto e se comunica pra
interromper prescrição do estelionato. Eventual acórdão condenatório do
estelionato não irá interromper, vez que a sentença do furto já
interrompeu.

Causas IMPEDITIVAS e SUSPENSIVAS da PPP: (ROL TAXATIVO)


Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição
não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que
dependa o reconhecimento da existência do crime; 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;    
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos
Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e           
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não
persecução penal.           
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o
condenado está preso por outro motivo. (Impeditiva/Suspensiva da
PPE)
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O art. 116, CP embora disponha de causas impeditivas, fala tanto de


impeditivas e suspensivas.
Impeditiva quando ainda não começou a fluir, a suspensiva já começou.
I - “não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da
existência do crime”; QUESTÃO PREJUDICIAL, juiz criminal terá competência para
resolver todas as questões, salvo a que verse sobre o estado civil das pessoas.
II – “enquanto o agente cumpre pena no exterior”;   

As causas IMPEDITIVAS/SUSPENSIVAS devem estar expressas de


modo taxativo em Lei, há casos fora do CP:
Art. 366, CPP. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312.      

Art. 89, § 6º, 9099/95. Não correrá a prescrição durante o prazo de


suspensão do processo.

Art. 53. § 5º, CF A sustação do processo suspende a prescrição,


enquanto durar o mandato.

Prescrição RETROATIVA:
Contada da sentença condenatória PARA TRÁS. Calculada com base
na PENA APLICADA; depende do trânsito em julgado pra acusação em
relação ao tocante da pena aplicada.
Art. 110, § 1º, CP. “A prescrição, depois da sentença condenatória
com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido
seu recurso, regula-se pela PENA APLICADA, não podendo, em
nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou
queixa”.  (L. 12.234/2010)
A prescrição retroativa há na fase judicial e não na fase investigatória
(não anterior a denúncia/queixa).
É espécie da PPP vez que não há trânsito em julgado para ambas as
partes. Há apenas o trânsito pra acusação em relação a pena. Há
vigência pro réu do p. da non reformatio in pejus.
Termo inicial é a PUBLICAÇÃO da SENTENÇA/ACÓRDÃO
RECORRÍVEL.
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Furto simples: 1 a 4 anos


Crime Receb. SCR
1 ano
-----------------------------------------------------TJA----
10/10/2013 10/12/2013 09/12/2017

PPP propriamente dita: pena máxima 4 anos, presc em 8. não houve


nesse caso a prescrição.
PPP retroativa: 1 ano presc. 4; prazo penal (inclui começo e exclui final);
presc. dia 09/12/2017; houve a prescrição.
Não pode ter presc. retroativa na fase investig. apenas na judicial; isso
não é caso de imprescritibilidade; tão somente não se admite a ppp
retroativa, mas é possível a propriamente dita (pena máxima in abstrato).
Momento pro reconhecimento da PPP retroativa: juiz não poderá
reconhecer na própria sentença condenatória porque falta o seu
pressuposto - trânsito em julgado pra acusação -.
Se houve o trânsito em julgado pra acusação poderá ser por: a) Tribunal
(posição conservadora minoritária); b) Juiz de 1º instância ou Tribunal
(posição majoritária; celeridade e economia + art. 61, CPP – matéria de
ordem pública).

Prescrição INTERCORRENTE/SUPERVENIENTE:
Contada da sentença condenatória PARA FRENTE; Calculada com
base na PENA APLICADA, depende do trânsito em julgado pra
acusação em relação ao tocante da pena aplicada.
Art. 110  § 1º, CP A prescrição, depois da sentença condenatória
com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido
seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em
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nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou


queixa. 
É espécie da PPP vez que não há trânsito em julgado para ambas as
partes. Há apenas o trânsito pra acusação em relação a pena. Há
vigência pro réu do p. da non reformatio in pejus.
Termo inicial é a PUBLICAÇÃO da SENTENÇA/ACÓRDÃO
RECORRÍVEL.

Furto simples: 1 a 4 anos


Sentença Cond./Acórdão Cond. Recorrível
--------- Réu NÃO INTIMADO DA SENTENÇA
1 ano
----------TJA--------------
----------- Réu é intimado, recorre, mas Tribunal não julga

PPP intercorrente/superveniente calculada com base na pena aplicada,


presc. em 4 anos.
Ainda que a pena na sentença condenatória for reduzida pelo Tribunal, a
prescrição superveniente será calculada com base na pena aplicada pela
sentença condenatória, nos termos do art. 110, §1º, CP.

Prescrição da PRETENSÃO EXECUTÓRIA/DA CONDENAÇÃO:


É a perda, em razão da inércia do Estado durante o prazo previsto em
lei, do direito e do dever de aplicar a pena já aplicada.
Calculada com base na PENA CONCRETA. Há o trânsito em julgado
para AMBAS as partes.
Súmula 604, STF: A prescrição pela pena em concreto é somente da
pretensão executória da pena privativa de liberdade.

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença


condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos
fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o
condenado é reincidente.     
Se na sentença condenatória o juiz firmar a reincidência do sujeito, o
prazo da PPE é aumentada em 1/3.
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Súmula 220, STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da


pretensão punitiva.
Não confundir com o prazo reduzido pela metade na menoridade relativa
e pela senilidade em todas as modalidades da prescrição (PPP e PPE).

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o


livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que
resta da pena.   
Evasão do condenado/revogação do livramento condicional regula a
prescrição da pretensão executória pelo tempo que RESTA DA PENA.
“Pena cumprida é pena extinta”.
Termo inicial:
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a
correr: 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para
a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o
livramento condicional;  
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo
da interrupção deva computar-se na pena.

SCR Recurso da Defesa Tribunal nega provimento


----------TJA-----------------------------------------------------------------------TJD
1 ano
A PPE só pode ser reconhecida se existir o trânsito em julgado pra
ambas as partes, mas existindo, o termo RETROAGE À DATA DO TJA.
Causas interruptivas PPE:
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência. 
As reincidências são distintas; a) que AUMENTA a ppe em 1/3 é a
reincidência ANTERIOR; b) que INTERROMPE a ppe é a reincidência
POSTERIOR.
Incomunicabilidade das causas interruptivas da PPE conforme art. 117,
§1º, CP, vez que as causas interruptivas da PPE possuem natureza
PERSONALISSIMA (diz respeito a ele).
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI (PPE) deste artigo, a
interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os
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autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo


processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer
deles.
Causa IMPEDITIVA DA PPE:
Art. 116, Parágrafo único: Depois de passada em julgado a sentença
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o
condenado está preso por outro motivo.
Não há como correr a prescrição se ele não pode executar por estar
cumprindo outra pena.
Prescrição
VIRTUAL/ANTECIPADA/PROJETADA/PROGNOSTICAL/RETROATIV
A EM PERSPECTIVA: prognóstico, que ainda não houve, sem previsão
legal e STF/STJ não aceitam; fundamento na economia, celeridade,
interesse processual.
Súmula 438 do STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela
prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena
hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo
penal.
Viola p. da presunção de inocência (presunção de que seria condenado);
Ignora que durante a instrução pode haver alteração de capitulação
jurídica.
Prescrição da pena de multa:
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou
aplicada;
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa
de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada.
Única cominada/aplicada (contravenção penal): presc. em 2 anos.
Alternativa/Cumulativamente cominada/Cumulativamente aplicada:
mesmo prazo PPL; pena mais leve prescreve no mesmo prazo da pena
mais grave.
Apenas diz respeito a PPP, antes do trânsito em julgado pra ambas as
partes. Se for PPE é porque pena de multa ainda não foi paga; dívida de
valor, prazo da lei de execução fiscal (5 anos), deverá observar o art. 51,
CP.
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida
de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição.
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Prescrição no concurso de crimes:


Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.
Válido para prescrição, por se tratar de uma causa extintiva da
punibilidade.
Concurso material/formal impróprio: ISOLADAMENTE
Furto Estelionato Roubo
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1 ano 2 anos 6 anos
4 ano 4 anos 12 anos

Concurso formal próprio/crime continuado: exasperação;


DESCONSIDERA O AUMENTO.
Ex:
2 furtos qualificados = 2 anos e 4 meses (então o juiz aplicou a pena
mínima e os 4 meses só podem ser do aumento mínimo de 1/6).
Súmula 497, STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição
regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o
acréscimo decorrente da continuação.
Aplica a súmula no concurso formal próprio/perfeito, sistema da
exasperação.

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