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Este critério refere-se às modalidades de PENA cabíveis para cada infração, e se baseia no
Decreto Lei nº 3.914/41 (Lei de Introdução ao Código Penal).
C R I M E : infração penal à qual a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa.
C O N T R A V E N Ç Ã O : a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de mul t a, ou a m b a s , alternativa ou cumulativamente.
PARTE GERAL
Uma norma é especial em relação a outra, denominada geral, quando apresenta todos os elementos desta e
mais alguns, de cunho objetivo ou subjetivo, chamados especializantes. Quando isso ocorre, a norma
especial, i. e., a que acresce elemento à geral, tem preferência sobre esta: a norma especial exclui a
aplicação da geral, afastando o bis in idem.
Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento
especial ou seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto.
§ 1º O condenado à pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados à pena de
reclusão ou de detenção.
Perdão judicial
O dispositivo prevê um caso de perdão judicial, instituto pelo qual o juiz, reconhecendo a
prática contravencional e a culpabilidade do réu, deixa de aplicar-lhe a pena. Constitui
causa de extinção da punibilidade (CP, art. 107, IX). Nesse sentido: TAMG, ACrim 137.136-
4, RJ, 49:370.
Exclusão da reincidência
Art. 120 do CP: “a sentença que conceder perdão judicial não será considerada para
efeitos de reincidência”.
Art. 9º Revogado tacitamente pelo artigo 5 1 do CP
Est e artigo fazia menção à possibilidade d e conversão d a p e n a d e multa e m p e n a
d e prisão s i m p l e s , estando e xpre ssa m e nt e V E D A D A e s t a conversão, n o s d i ze re s do art. 5 1
do C P .
O s requisitos para o sursis são os mesmos do Código Penal, ou seja, aqueles previstos
no art. 77:
a) que a pena imposta na sentença não seja superior a dois anos;
b) que não seja cabível a substituição por pena restritiva de direitos;
c) que as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal sejam favoráveis ao
condenado;
d) que o réu não seja reincidente.
Processamento
Regra: JECRIM (rito sumaríssimo)
Exceção: Justiça Comum (rito sumário)
Competência para julgamento: Justiça Estadual, mesmo que haja interesse da União e
suas entidades (art. 109 CF)
GENERALIDADES
No Brasil só há duas contravenções penais que têm pena máximas maiores que 04
anos, a saber:
Lei 6.259/44:Art. 53. Colocar, distribuir ou lançar em circulação bilhetes de loterias
relativos a extrações já feitas. Penas: as do art. 171 do Código Penal. (01 a 5 anos).
Art. 54. Falsificar, emendar ou adulterar bilhetes de loteria. Penas: as do art. 298 do Código
Penal. (01 a 5 anos)
GENERALIDADES
Prisão em flagrante:
É admissível nas contravenções (vide arts. 301 a 310 do CPP).
CONTRAVENÇÃO CRIME
APLICAÇÃO DA LCP Territorialidade Exclusiva (art.2º, Extraterritorialidade (art. 7º
LCP) CP)
PENAS PRINCIPAIS Prisão Simples/Multa Reclusão/Detenção/Multa
Porte e transporte
Há diferença entre porte e transporte. Este corresponde à locomoção da arma de um local para outro. Não é
punido, uma vez que revela apenas a intenção de mudar o objeto material de lugar, sem finalidade de uso. Já o
porte dá a ideia de trazer consigo a arma para utilização imediata.
Transporte impunível
Só ocorre quando o uso da arma, pela forma com que é conduzida, não se mostra imediato e fácil. Casos:
arma em pasta fechada à chave; arma no interior de mochila, no porta-malas de veículo; arma sob o banco do
motorista, coberta pelo carpete do assoalho do veículo.
S e m licença da autoridade
A opção de conceder ou não o porte a uma determinada pessoa está dentro do
poder discricionário da autoridade responsável. Ocorre que, como não existe
licença para o porte de armas brancas e considerando art. 19 da Lei das
Contravenções Penais somente estaria em vigor em relação a estas, tal parte do
dispositivo encontra- se sem aplicação prática.
E m resumo
Vias de Fato x Injúria Real: a injúria real consiste em um crime em que, através de vias de fato (cuspe no
rosto, puxão de cabelo, etc) é realizada ofensa a honra subjetiva de outrem (princípio da absorção ou
consunção).
Embora a Ação Penal pela LCP seja sempre incondicionada, existe doutrina que baliza o
entendimento, d e q u e “A ação penal relativa à contravenção de vias de fato dependerá
de representação” (Enunciado nº 76 do Fórum Nacional de Juizados Especiais (FONAJE).
Conceito de “Gazua”/chave mixa: É todo instrumento apto a fazer funcionar fechadura, cadeado ou aparelho similar.
Normalmente é um ferro curvo que serve para abrir fechaduras. A lei também faz referência a qualquer instrumento
usualmente empregado na prática de furto, como alicate, pinça, serra, verruma, lima, pé de cabra, chave de fenda, etc.
O objeto material deve ter destinação própria para prática de furto, atentando-se para o termo
"usualmente", sendo necessário o exame pericial para a sua caracterização.
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com
a devida cautela animal perigoso:
Art. 4 1 . Provocar alarma, an uncian do desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato
capaz de produzir pânico ou tumulto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, o u m u l t a .
1-Para que se caracterize a perturbação de sossego, não é necessário medir com decibelímetro a
intensidade do som emitido;
2- A vítima poderá não acompanhar a guarnição até a delegacia, porém deverá ser identificada;
3- Não há horário específico que possa descaracterizar a perturbação de sossego, ela pode acontecer a
qualquer horário do dia ou da noite;
4- A Polícia Militar poderá apreender os objetos relacionados a prática da infração penal normalmente,
conforme autoriza o Código Penal Brasileiro;
Não se incluem no universo de atendimento da Prefeitura as reclamações referentes a latidos de cães e canto de galos em
residências; barulho de trânsito de veículos e de brigas/algazarra em via pública; ruídos de vizinhos em suas residências
(situações domésticas); ruídos provocados por manifestações grevistas, sem uso de equipamentos de som; disparos de
alarmes de veículos; reclamações de outros municípios; e festas em residências.
Considerações Importantes
Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país:
Pena – m u lt a .
Comentar diferenciação com as condutas dos arts. 307 (falsa identidade) e 328
(usurpação de função pública) do CP.
Art. 46. Us a r, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não
exerce; u s a r , indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego
seja regulado por lei.
Pena – m ult a, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração penal
mais grave.
CONSIDERAÇÕES RELEVANTES:
“Flanelinhas” (guardadores de veículos) -Lei 6.242/75, regulamentada pelo Decreto 79.797/77, cujo
art. 1º dispõe: “O exercício das profissões de guardador e lavador autônomo de veículos
automotores, com as atribuições estabelecidas neste Decreto, somente será permitido aos
profissionais registrados na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho.
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante o
pagamento de entrada ou sem ele:
Pena – prisão simples, de três meses a u m a n o , e m u l t a , estendendo- se os efeitos da condenação à perda dos
moveis e objetos de decoração do local.
Exige a atuação de várias pessoas: banqueiro, carteador, ponteiro, apostador e outros participantes do jogo. Mínimo de
pessoas: duas. Ponteiro: é a pessoa que faz a aposta. A qualificação plurissubjetiva da infração não impede a
responsabilidade penal isolada de seus participantes.
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas;
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam pessoas que
não sejam da família de quem a ocupa;
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar;
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar;
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino.
Sobretudo, em razão da realização de jogos de azar, sem amparo legal, vulnerar a ordem pública, a economia
popular e o direito dos consumidores (além de infringir a legislação penal, notadamente os arts. 50 e 51 da Lei de
Contravenções Penais).
JOGO DO BICHO
Art. 58. (Revogado pelo art. 58 do Decreto-Lei n. 6.259, de 10-2-1944.)
• Legislação em vigor
O art. 58 da LCP foi revogado e substituído pelo art. 58 do Decreto-Lei n. 6.259, de 10 de fevereiro de 1944, que tem a
seguinte redação:
‘‘Art. 58. Realizar o denominado ‘jogo do bicho’, em que um dos participantes, considerado comprador ou ponto,
entrega certa quantia com a indicação de combinações de algarismos ou nome de animais, a que correspondem
números, ao outro participante, considerado o vendedor ou banqueiro, que se obriga mediante qualquer sorteio ao
pagamento de prêmios em dinheiro.
Penas — de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de prisão simples e multa ao vendedor ou banqueiro, e de 40 (quarenta) a 30
(trinta) dias de prisão celular ou multa ao comprador ou ponto.
§ 1º Incorrerão nas penas estabelecidas para vendedores ou banqueiros:
a) os que servirem de intermediários na efetuação do jogo;
b) os que transportarem, conduzirem, possuírem, tiverem sob sua guarda ou poder, fabricarem, derem, cederem,
trocarem, guardarem em qualquer parte, listas com indicações do jogo ou material próprio para a contravenção, bem
como de qualquer forma contribuírem para a sua confecção, utilização, curso ou emprego, seja qual for a sua espécie ou
quantidade;
c) os que procederem à apuração de listas ou à organização de mapas relativos ao movimento do jogo;
d) os que por qualquer modo promoverem ou facilitarem a realização do jogo.
§ 2º Consideram-se idôneas para a prova do ato contravencional quaisquer listas com indicações claras ou disfarçadas,
uma vez que a perícia revele se destinarem à perpetração do jogo do bicho’’.
Art. 61. Importunar alguem, em lugar público ou acessivel ao público, de modo ofensivo ao pudor: (Revogado pela Lei nº
13.718, de 2018)
Pena – multa
*Contravenção revogada pela lei nº 13.718/2018. Não houve o abolitio a criminis, pois
conduta descrita na LCP passou a ser prevista no art.215-A do CP. não Desse modo,
tivemos o abolitio criminis, mas sim continuidade normativo-típica.
Art. 68. R ecusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou
indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência:
Parágrafo único. Incorre n a pena de prisão simples, de u m a seis meses, e m u l t a , se o fato não
constitui infração penal mais grave, quem, n a s mesmas circunstâncias, faz declarações inverídicas a
respeito de s u a identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e residência.
penal, ao se expressar “os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal”, em
nenhum momento determinou que fossem consideradas as contravenções penais. Lima (2017),
comentando sobre a nova competência da Ju st iça Militar, também coaduna com esse
entendimento.