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Direito Penal

1- Crimes contra a propriedade intelectual


Resguardada pela Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9610/98), cujo se cuida a violação dos
direitos autorais, segundo o artigo 184 do CP. Diante disso, pode-se dizer que este delito
reprime aos direitos morais (artigos 24/27 da Lei nº9610/98) e patrimoniais (art. 28/45
da Lei nº 9610/98) do autor sob suas obras.
 Tem por objeto jurídico o direito autoral em face de quem o exerça irregularmente.
 O sujeito ativo deste crime não exige qualificações, assim sendo qualquer pessoa.
Entretanto, ao sujeito passivo exige-se que seja o autor ou o terceiro titular do direito
autoral sobre a obra intelectual.
 Os elementos objetivos do tipo pressupõem-se ao fato de lucratividade, tanto na
forma direito como indireta, bem como da desautorização de quem possui os direitos
sobre as coisas (livros, cds, vídeos etc), para que de tal modo exista o crime.
 Os elementos subjetivos do tipo é o dolo conforme prescreve o artigo 184 do CP.
Ressalto que nas qualificadoras, presente nos §§ 1º a 3º, o intuito deve ser
lucratividade direta ou indireta para que se apresente a tipicidade.
 Os elementos normativos do tipo deve-se a expressão “sem autorização expressa”, ao
passo que o autor pode conceder de forma tácita para a venda ou cópias da obra (o
que se confere um ato legal), porém ele pode cogitar que o fato não se deu por e
alegar que não “autorizou por escrito” para a venda ou cópias das obras.
 A consumação efetiva-se quando há a violação, assim como descreve o artigo 184;
ainda, é importante evidenciar que a tentativa é admissível para qualquer das
hipóteses que o artigo traz.
 Resumo: é um crime de mera conduta; formal; comum; simples (objetividade
jurídica é a propriedade intelectual); instantâneo (exceto nas modalidades: expor à
venda, ter em deposito, ocultar e oferecer ao público, cujo crime será de caráter
permanente por se protrair ao tempo).
 PENA: caput – infração de menor potencial ofensivo; e no §§ - reclusão, 2 a 4 anos e
multa.

OBSERVAÇÃO: art. 185 do CP – revogado pelo artigo 4 da Lei n 10.695/2003.


Processo Penal

Liberdade Provisória
Artigo 5, LXVI – “Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória com ou sem fiança”
 Linha de raciocínio: princípios do processo penal – inquérito – ação penal
(competência) – prisão cautelar.
Objetivo é possibilitar a aplicação do Direito Penal.
Estado democrático regido pela constituição, a qual traz o princípio do “ESTADO DE
INOCÊNCIA”.
O princípio do estado de inocência é a regra, pois a liberdade se executada subdivide-se em:
condenação com trânsito em julgado (aqui se obtém o cumprimento de pena); e, quando existir
requisitos para prisão cautelar.
Assim, a liberdade provisória consiste na possibilidade do investigado/acusado aguardar o
julgamento em liberdade [quando existir a prática do crime]. Posto isso, o artigo 5, inciso LXVI da
CF/88 dará a garantia fundamental, enquanto, os artigos 321 ao 350 do CPP dará as formas que dão
a liberdade.

 Liberdade provisória é divindade em três categorias:


1- Liberdade provisória obrigatória: [antes de 2008 eram hipóteses de livrar-se, ficar
solto; na atual legislação apresenta hipóteses diferentes] Assim, a própria lei
estabelece que em tais situações o acusado DEVE permanecer em liberdade.
Observe-se que o juiz e o delegado possuem poder vinculado.
2- Liberdade provisória vedada/ proibida: a própria lei estabelece que o acusado DEVE
aguardar o julgamento preso.
3- Liberdade provisória permitida: a lei delega ao juiz a possibilidade ou não do
acusado aguardar o julgamento em liberdade (juiz analisa os fatos, cujo poderá
conceder a prisão ou a liberdade).

Liberdade provisória obrigatória:


São situações taxativas na lei, são três dispositivos:
1- Artigo 48 , §3 da Lei n. 11343/06 [LEI DE DROGAS]: o acusado tiver cometido o crime
do artigo 28, não será imposta a prisão em flagrante. O artigo 28 da lei de drogas diz que
o porte de entorpecentes para uso próprio ou consumo – com pena de advertência,
serviço comunitário e acompanhamento ambulatorial – se sentenciado a ser preso, tal
acusado não fará jus a tais benefícios da lei e o juiz não precisa ouvir. Salvo quando
militar o juiz deverá ouvir. Em casos que a situação seja de não uso e não tráfico,
delegado manda para ser ouvido quando for tráfico.
2- Infrações de menor potencial ofensivo (Lei 9099/95): crimes cuja pena máxima não
ultrapasse a 2 anos. E, o Estado faz de tudo para pessoas não serem presas (famosos
institutos despenalizadores – transações penais). Se o acusado comprometer-se a
comparecer aos atos processuais, não poderá permanecer preso. [necessário assinar o
termo de compromisso – artigo 69].
3- Lei 9503/97 (código de transito brasileiro): o condutor do veículo que prestar socorro a
vítima, em acidentes de trânsito, não poderá permanecer preso em flagrante, assim
devendo ser colocado em liberdade pela própria autoridade policial.

Liberdade provisória vedada/proibida:


Observação: Poderão ser presos no curso do processo, desde que esteja nos requisitos dos
crimes hediondos; assim proibindo-se a concessão da liberdade provisória.
Dispõe o artigo 5, inciso XLIII da CF/88 que “a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos”, observe-se que transcreve-se isto no artigo
273 do CP. – RESTRIÇÕES PARA A LIBERDADE.
 A lei 8072/90 – crimes hediondos/ horrendos – em seu artigo 2º (que alterado pela lei
11464/07 tornou-se inconstitucional), o qual restringe a fiança, graça/ indulto/anistia,
a pena dever ser cumprida incialmente no regime fechado, liberdade provisória – já
não cabe devido ao fato da inconstitucionalidade, sob a ótica do fundamento da
garantia da ordem pública, cuja fundamentação é usual em decisões para manter o
réu preso.
Observação: Com o advento da lei 11.464/07 não é mais proibida a concessão de
liberdade provisória, nos casos de crimes hediondos. Assim, a prisão, somente,
justifica se estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva.
 A lei 11.343/06 (lei de drogas), em seu artigo 44 prevê restrições/garantias, como: a
pessoa que cometer o crime do art. 33 caput; as pessoas que cometerem o crime do
artigo 33, paragrafo 1; pessoa que cometer o crime do artigo 34; pessoa que cometer
o crime do artigo 37. Assim, estas pessoas não têm direito a fiança, anistia indulto,
graça; contudo, têm direito a liberdade provisória. RHC 117.493/SP – julgado em
25/06/2013 do STF – remete que somente poderá permanecer preso, até o
julgamento, se existirem requisitos da prisão preventiva (artigo 311/313). – Presente
a inconstitucionalidade. Observação: RHC 117.493/SP, o juiz de primeira instância
fundamenta que os réus devem ser presos cautelarmente, sob o óbice de não
possuírem residência na comarca, bem como a quantidade de droga ser superior ao
de consumo. O artigo 322 do CPP- pode ser fixada por autoridade policial, em razão
de requisitos previstos em lei; c.c. com artigo 282 , § 6, do CPP. Julgado procedente
para a substituição da prisão por meio de medidas cautelares sob fundamento da
ordem pública.
 O estatuto do desarmamento (artigo 21 da Lei 10.826); diz que é insuscetível de
liberdade provisória os crimes dos artigos 16, 17 e 18, o qual se impunha a vedação
da liberdade). O ADI 3112/1 de 10/05/2007 julgou inconstitucional a vedação
abstrata da liberdade provisória – assim fica ineficaz o artigo 21 da referida lei.
Observação: o STF entende pela inconstitucionalidade de toda e qualquer norma
infraconstitucional que venha a proibir a liberdade provisória de todos os crimes,
simplesmente por sua natureza. Para que alguém permaneça preso, durante a
persecução penal, é imprescindível que o julgador demonstre os requisitos para
a prisão preventiva.

Liberdade Provisória Permitida (necessário os requisitos da preventiva !!!!)


A lei confere discricionariedade ao juiz, e a este incumbe a analise concreta do caso.
Necessário se faz verificar se estão presentes os requisitos da prisão preventiva (artigo 311/313);
assim tem-se objetivamente a não necessidade de prender. Após, a análise, o juiz poderá, por
entendimento seu, deferir a não conceder a liberdade provisória, pois os requisitos estão presentes.
Caso os requisitos estejam ausentes este concederá a liberdade provisória.

Liberdade Provisória – com ausência de requisitos da prisão preventiva.


Observe que além da fiança, pode ser aplica também, à liberdade provisória, qualquer outra
medida cautelar diversa da prisão, conforme prevê o artigo 319 do CPP.
 Com fiança
 Sem fiança: possível que seja imposta outra medida cautelar. São crimes inafiançáveis –
artigo 323 do CPP; causas excludentes de ilicitude; artigo 350 do CPP – se comprovada
a impossibilidade financeira o juiz retira a fiança e concede a liberdade provisória.

Liberdade Provisória com Fiança


Fiança é uma garantia real, que pode ser prestada por pecúnia, ou por títulos de crédito; por
pedras preciosas; bens imóveis. Pode ser resgatada ao final do processo com a absolvição.
Absolvido o réu terá a restituição integral. Condenado, a fiança servirá como pagamento de
custas processuais + indenização à vítima+ devolução dos resquícios a quem prestou a
fiança, que poderá ser parcial ou total.
Quem pode arbitrar – a autoridade policial (delegado), artigo 332 do CPP, para crimes
inferiores ou igual a 4 anos; ou, o juiz, nos casos em que o delegado não arbitrar a fiança. E
nos crimes com pena máxima superior a 4 anos.
 Observação: exemplo 1, do crime de lesão corporal leve, artigo 129
caput, pena de 3 meses a 1 ano – crime de menor potencial ofensivo – o
delegado é OBRIGADO a conceder a liberdade provisória, o réu não
paga nada, apenas irá assinar termo de compromisso. Exemplo 2, artigo
129,§ 9 do CP, pena de 3 meses a 3 anos, o delegado pode arbitrar a
fiança. Exemplo 3, artigo 155 caput do CP, crime tentado; c.c. artigo 14,
inciso II do CP, pena de reclusão de 1 a 4 anos; o delegado poderá
arbitrar neste caso.
 Observação2: as causas de aumento de pena ou de diminuição de pena
também serão levadas em consideração para verificar a possibilidade ou
não do delegado arbitrar a fiança. Caso prático da aula – o cliente que
tentou suicídio, porém agrediu a esposa que tentou o impedir ( artigo 129,
§9 do CP); o delegado arbitrou 1000 reais para tal caso – aqui o delegado
deve levar em conta as consequências, natureza e a condição financeira.
Valor da fiança, artigo 325 do CPP: pena inferior a 4 anos – fiança de 1 a 100 salários
mínimos; penal igual ou superior a 4 anos – fiança de 10 a 200 salários mínimos. A
gravidade do crime, ou as consequências do crime, leva em consideração a condição
financeira do autor do delito. Observe que o juiz poderá dar precedente para que se retire a
fiança caso em que o réu não detém condição econômica.
 Observação: somente quem prestou a fiança poderá restituir o valor do
qual restou da fiança (poderá ser pai, mão, irmão, filho, esposa etc),
porém é pouco provável que isso ocorra! Depois de arbitrado o valor,
levando em consideração a condição econômica do autor da infração, o
juiz poderá aumentar o valor da fiança em até 1000 vezes ou reduzir em
até 2/3 do valor fixado. E, conforme, o artigo 350 do CPP, demonstrada a
impossibilidade financeira do autor da infração, será possível que haja a
dispensa da fiança.
Em regra, os crimes serão inafiançáveis, somente não sendo nas hipóteses do artigo 323
do CPP – PORÉM É CABÍVEL A LIBERDADE PROVISÓRIA.

OBRIGATÓRIA  Artigo 28 da lei 11340/06


LIBERDADE PROVISÓRIA

 Lei 9099/95
 CTB
Vedada Inconstitucionalidade a ser averiguada
Sempre que a lei não vedar a fiança
Com fiança – juiz verifica os requisitos da
Permitida
preventiva.
Sem fiança

 Anotações de aula:
Transação penal ( lei 9099/95), a pessoa não fica presa, tão somente, assina um termo
para sua liberdade. Assim, sempre questionar quanto a ausência dos requisitos da
preventiva.
Quando a fiança é paga com objeto que poderá se deteriorar, será, possivelmente, que o
agente complemente rotineiramente para saldar as “dívidas”.
Sem fiança, o acusado tem direito a liberdade provisória, mas não poderá prestar a
fiança. Hipóteses:
a- Fatos são praticados amparados por uma causa excludente de ilicitude; a
própria lei autoriza – artigo 23 do CP.
b- Artigo 323 do CPP- rol dos crimes inafiançáveis. A lei 12403/11 alterou e
introduziu outras medidas, para que dificultasse a liberdade dos agentes
que cometeram os crimes do rol.
Observação: o objetivo era dificultar a liberdade dos acusados, porém o
autor esqueceu que nestes crimes cabe a liberdade provisória. Ex.: da
pessoa que furta algo, não considerado inafiançável, assim cabendo com
fiança, porém o juiz pode aplicar outras medidas. Com isso, o instituto da
liberdade provisória acabou por facilitando para tais crimes. Por isso, que
98 % dos casos é preso com o fundamento da ordem pública.
Observação2: o fato de o crime ser inafiançável não significa, por si só que
a liberdade provisória não será concedida. Para que o juiz negue a
Liberdade Provisória, deverá analisar se estão presentes ou não os
requisitos da preventiva. Caso conceda a liberdade provisória, certamente,
irá impor outra medida cautelar prevista no artigo 319 do CPP.
Ex.: O artigo 217 – A do CP. Crime de reclusão de 8 a15 anos. É cabível
a LP? Resposta: Em tese sim, se estiverem ausentes os requisitos da
prisão preventiva, será cabível a LP. É sem fiança (extensão da lei), uma
vez que o crime é inafiançável.

Da Prova no Processo Penal

Provas
Subdivide-se em:
A- Teoria geral da prova (conceito/ ônus/ ilícitas ou derivadas) – artigo 155/157 do CPP.
B- Provas em Espécies

Surgimento da macrocriminalidade e novos instrumentos da procuração penal.

1940 – crimes de chão – individualmente/ concessão de agentes


2018 – macrocriminalidade – crime organizado. Lei 12.850/13 – lei da organização
criminosa. Trabalhado com: colaboração premiada, interceptação ambiente, interceptação de
dados bancários ou financeiros.

O conjunto probatório está realmente ligado ao processo penal?


Busca da verdade real, a qual é obtida dentro do processo, bem como externamente, dogmas
ilusórios. As provas são conjuntos probatórios para formar a convicção do juiz, assim não
sendo plena de verdade.

Artigo 156 do CPP e Artigo 333 do CPC/73.


Ônus da Provas
Acusado Defesa Juiz
Fatos constitutivos da Fatos extintivos e
pretensão punitiva modificativos da pretensão ?
(materialidade e autoria) punitiva

Fatos extintivos: prescrição de um crime, é um exemplo claro.


Fatos modificativos: causas excludentes de ilicitude.

Artigo 156, II – remete-se a fase processual; assim, admitindo que o juiz haja de ofício. E,
no inciso I, em fase de IP provoca a ruptura da acusação e o principio da imparcialidade do
julgador.
Lei 9034/95 – reprimir o crime organizado. LEI MORTA. Artigo 2 desta lei que o juiz
poderia agir de oficio na fase do IP, porém é usual na Lei Geral.

Teoria Geral das Provas

Conceito e Finalidades: reconstrução do fato; e, formação da convicção do juiz.


Ônus da prova: fatos constitutivos da pretensão punitiva (material/autoria) – ACUSAÇÃO;
fatos extintivos e modificativos – DEFESA; e, o Juiz – artigo 156 do CPP?
Sistemas de valoração de provas; existe 3 sistemas para avaliar uma prova ou um conjunto
probatório:

X
a- Sistema da prova legal/ Sistema tarifado: ausência de liberdade na formação de
convicção do julgador. Assim, a lei verifica qual tipo de crime e vai demandar,
qual ato deve ser tomado; ou seja, a lei define o crime ou crime tem lei prevista.
Observe que a confissão pode deixar qualquer prova inutilizada. A confissão é a
rainha das provas. [sistema arcaico]. Os meios de provas estavam previstos na lei
para servir a depender do crime praticado. A prova era valorada de acordo com a
lei. Sistema deixa de ser utilizado, pois o Juiz era visto como um matemático.
b- Sistema de íntima convicção: o juiz passa a ter liberdade de valorar as provas; e
não precisa fundamentar ou externar sua decisão. Provas = valor relativo. O juiz
irá analisar o conjunto probatório contido no processo, passando a analise de
tudo, assim, gerando uma problemática, tendo em vista que o juiz não necessitava
fundamentar ou demonstrar qualquer ato para prolatar a sentença. Necessário
fundamentar para dar ciência as partes dos motivos ao qual levou o nobre
julgador a decidir, o que também possibilita às partes impugnarem, o que
atualmente acontece. – NESTE SISTEMA NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE
CONTRADITÓRIO.
c- Sistema do livre convencimento motivado: o juiz passa a ter liberdade de analisar
as provas ou o conjunto probatório. [PROVAS=VALOR RELATIVO]. Exige
que o juiz fundamente ou exponha os motivos que o levou a dar tal decisão. O
sistema obriga o juiz a expor todos os motivos. O artigo 93, IX, da CF – juiz tem
o DEVER de fundamentar. O artigo 156 do CPP diz que o juiz não poderá
fundamentar-se utilizando de provas do IP. [SISTEMA ADOTADO NO
BRASIL].
Observações: Há duas situações que trazem resquícios do sistema da íntima convicção. O
tribunal do Juri, pois os jurados que julgam [ os setes jurados] – FATO/JUIZ LEIGO. Artigo 158 e
artigo 155 ,§ único do CPP. O exame de corpo de delito vale mais que a confissão. Artigo 155, §
único – provas quanto ao estado de pessoas (idade, parentesco, estado civil), deverão ser produzidas
de com a lei civil [CPC] – artigo 406 do CPC.
Valor das Provas produzidas no IP.

Provas Ilícitas

O artigo 5, inciso LVI da CF – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos. Assim, cabendo a doutrina e a jurisprudência em definir o tema. [ vedação expressa na CF ].
O artigo 157 do CPP (redação dada pela lei 11690/08, lei 11711/08 e 11709/08) – conceito
legal do que é provas ilícitas, só, assim, foi possível com o advento das leis em 2008.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!!!
Antes da lei 11690/08 Conceito era dado pela doutrina e jurisprudência
Após a lei 11690/08 Conceito dado pela lei/legal.

 Antes da lei 11690/08


Subdividia-se em dois ramos:
a) Provas propriamente dita: para o STF era todas as provas obtidas por violação de
norma constitucional e o direito material (direito penal e lei substantiva).
Exemplo, confissão, quando chamado por um delegado para um interrogatório,
com isso este obtém a confissão do interrogado, isso é um modo legal. Exemplo
2, o mesmo caso, o delegado deixa um “presentinho” e com atos suspeitos para
que o interrogado dê a confissão dos fatos; ilegal, pois há tortura – – confissão
mediante tortura ou obtenção de informações telefônicas sem autorização.
b) Provas ilegítimas: provas obtidas por violação de uma norma de direito
processual. Exemplo 1, são elementos juntados no processo sem respeitar o prazo
mínimo [ 3 dias], no júri. Exemplo 2, oitiva de testemunha acima do número
permitido – atualmente, acabou-se o presidencialismo nos atos de oitiva de
testemunha. Exemplo 3, ordem inversa de oitiva de testemunha.
OBSERVAÇÃO: as provas eram expurgadas, quando dita ou ilegítimas, ou seja,
eram retiradas do processo.

 Após a lei 11690/08


Artigo 157 do CPP – reproduz o artigo 5, inciso LVI da CF, em que é inadmissível
no processo penal as provas ilícitas. Conceitua provas ilícitas como sendo todas as
provas obtidas com violação de norma constitucional ou de norma legal (norma de
direito material e norma de direito processual).
OBSERVAÇÃO: a unificação dos conceitos, atualmente, com isso pouco se
importa os fatores anteriores a 2008, pois as provas ilícitas serão inadmissíveis,
devido que a consequência é a retirada da prova do processo. No paragrafo quarto
do artigo 157 do CPP (vetado) o juiz que declarar a prova ilícita, será declarado
suspeito – influencia que as provas dão ao juiz.

Observação Importante: A vedação do artigo 5 inciso LVI da CF é absoluta?


O STF entende pela possibilidade de utilização das provas ilícitas, mas que sejam em duas
vertentes.
a) Em favor do réu (pro reo), somente, quando a prova obtida for a única capaz de beneficiar o
réu [ ESTADO DE NECESSIDADE ], o caráter é afastado da prova.
b) Em favor da sociedade (pro societate), somente, quando for a única prova capaz de
demonstrar a responsabilidade penal de alguém, sempre que estiver em conflito o interesse
público sobre o privado.
Assim, por exemplo, é possível a utilização de prova ilícita se esta for a única possível de ser
obtida, para desmantelar a prova, mas não será permitida para comprovar a responsabilidade de um
furtador ou traficante individual.

ANOTAÇÃO DO ARTIGO ENVIADO POR E-MAIL:


Em síntese do que foi exposto, assim, extraído do texto : “os atos judicias não mais seriam
praticados de forma solitária pelo JULGADOR, mas sim, acompanhados de um estrutura
principiologica [ DEVIDO PROCESSO CONSTITUCIONAL], permitindo que os interessados pelo
provimento também pudessem ser considerados verdadeiros autores dos mesmo. A fórmula
consagrada pelo principio do devido processo constitucional é simples: desvincular o julgador de
qualquer elemento subjetivo que afetará a livre apreciação dos fatos/ provas e do conteúdo
argumentativo. Além disso, permite-se a participação das partes por meio de um conjunto
principiológico composto pelos princípios do contraditório, da ampla defesa e da isonomia, que
juntos formam um ambiente adequado para o discurso de aplicação da norma penal”. Em suma, no
processo evolutivo o magistrado deixa de coletar ou produzir provas, as quais, anteriormente,
influenciavam em sua decisão. Assim, atualmente, o magistrado fica isento da produção, apenas
incumbindo a este a ANALISE da prova ou do conjunto probatório, bem como garante, ainda que
constitucionalmente é assegurado ao réu, os princípios e meios dos quais ele pode contradizer ou
produzir sua defesa sem que o magistrado imponha em decisão, ou seja, cabe tanto o ato de
impugnar ao réu, bem como ao do magistrado fundamentar sob sua convicção dos atos
demonstrados pelas partes sem ser influenciado por qualquer tipo de prova.

ANOTAÇÕES SOBRE O QUE A DOUTRINA REPRODUZ:


Com relaçã o aos crimes hediondos e o instituto da liberdade provisó ria e fiança: poderá ser
concedida a liberdade provisó ria, mas a fiança nã o cabe até porquê os crimes sã o
inafiançá veis como o pró prio artigo 5 da CF reproduz, assim também nã o quer dizer que nã o
se possa ser lançada em mã o a prisã o preventiva [ pode ser decretada desde que esteja
presente o fumus commissi delicti e periculum libertatis ]. – lembre-se que o STF analisou que
tal expressã o da liberdade provisó ria se caracteriza como inconstitucional.
Com relaçã o ao Estatuto do Desarmamento [ lei 10826/07]: em seu artigo 21, o qual foi
declarado inconstitucional pelo ADI 3112-1.

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