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Art 240:
No Art 238 e 239, estudamos o que acontece quando há
perda total da coisa a ser restituída.
Na aula de hoje vamos estudar o Art 240 que determina o que
acontece quando há a perda parcial (deterioração) da coisa a
ser restituída ao Credor.
Se o devedor tiver a obrigação de devolver (restituir) uma
coisa ao Credor, e essa coisa se deteriorar antes de ser
devolvida, como ficará a obrigação do Devedor?
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do
devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a
indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o
disposto no art. 239.
Ex: João foi viajar por 1 mês e deixou seu carro estacionado
no pátio da casa de Rafael, que cobrou 300 reais para cuidar
do veículo.
Quando João voltar de viagem, Rafael tem a obrigação de
devolver o veículo para João.
Ocorre que durante esse período, houve uma grande
tempestade e uma árvore caiu em cima danificando a lataria.
Considerando que Rafael não teve culpa pelo evento que
danificou o carro de João, Rafael não terá responsabilidade.
Assim, João deverá receber o carro danificado no estado em
que se encontra, sem receber indenização.
Ex 2: João deixou seu carro estacionado no pátio da casa de
Rafael por 1 mês, ao valor de 300 reais.
Durante esse período, Rafael foi dar a ré e amassou o carro
de João.
Nesse caso, Rafael teve culpa pela deterioração do carro de
João e, portanto, será responsável pelos danos que causou.
Como o carro de João foi deteriorado por culpa de Rafael,
João poderá: Exigir que Rafael lhe pague o valor equivalente
do bem + perdas e danos; ou aceitar o carro danificado e
exigir que Rafael lhe pague perdas e danos.
Art 241:
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou
acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor,
lucrará o credor, desobrigado de indenização.
O Art 241 trata dos melhoramentos e acréscimos (cômodos)
que ocorrem na coisa a ser devolvida ao Credor, enquanto a
coisa está com o Devedor, mas esses melhoramentos ou
acréscimos não tiveram a participação do Devedor.
Considerando que o Devedor não contribuiu para o
melhoramento ou acréscimo do bem, não trabalhou ou pagou
para que ocorresse o melhoramento, ele não terá direito à
indenização.
E, tendo em vista que o Credor é o proprietário do bem, ele
terá direito a receber o bem com o melhoramento ou
acréscimo, sem indenizar o Devedor.
Ex: João emprestou (comodato) sua fazenda para seu primo
Rafael para cultivo de milho pelo prazo de 2 anos.
Durante esse período o rio que margeava a fazenda de João
secou, aumentando em 10% a área da fazenda.
Como podemos observar, a fazenda de João sofreu u
acréscimo de 10% em sua área, mas Rafael não contribuiu
para o acréscimo, pois tratou-se de uma acessão natural
(acréscimo feito pela natureza).
Considerando que Rafael não teve nenhuma participação
para o acréscimo do bem, no momento de devolver a fazenda
para João, Rafael não terá direito à indenização.
E João, que é o proprietário da terra, terá o direito de receber
a fazenda com o acréscimo de 10%.
Art 242:
No Art 242 vamos estudar o que acontece quando o Devedor
contribuiu com seu trabalho, ou mediante despesas, para os
melhoramentos ou acréscimos que ocorreram no bem a ser
restituído ao Credor.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o
devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas
normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo
possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á,
do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do
possuidor de boa-fé ou de má-fé.