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Uma obrigação, tal como entendida na lei civil — com aplicação subsidiária muito fre-quente no

direito administrativo e no direito fiscal — extingue-se primariamente pelo seu cumprimento.


Assim, p. ex., se uma pessoa deve 100 euros a outra, esta obrigação desaparece, justamente,
quando os 100 euros são entregues pela primeira à segunda. O efeito extintivo é um efeito
tradicionalmente atribuído a todos os cumprimentos, salvo sub-rogação (arts. 589.º e ss. do
Código Civil). Na verdade, há obrigações que são repe-tíveis por natureza e em que o
cumprimento, portanto, não as extingue: imagine-se a obrigação sem prazo limite de não realizar
certa obra. Nas obrigações não repetíveis, neste sentido, o cumprimento é, contudo, o caso
central de extinção da obrigação. Contudo, há extinção em todos os casos em que a obrigação
deixa de existir. É isso a extinção de uma obrigação, com paralelo na extinção de um direito ou
de outra situa¬ção jurídica qualquer. Depois do cumprimento, o caso básico de extinção das
obriga¬ções é o de extinção da relação — sobretudo, contratual — subjacente e englobante dessa
obrigação. Por exemplo, se vendedor e comprador decidem «desistir do contrato», com isso
revogam o dito contrato e toda a relação desaparece, incuindo, naturalmente, cada uma das
obrigações. Outro caso importante de extinção é o de dação em cumprimento (arts. 837.º e ss. do
Código Civil), que ocorre quando as partes acordam em extinguir a obrigação em troca de o
devedor transmitir ao credor a propriedade ou outro direito sobre uma coisa. De entre os
múltiplos casos de extinção da obrigação, é importante distinguir entre os casos de extinção com
satisfação do credor — como no cumprimento e na dação em cum¬primento — e os casos de
extinção sem essa satisfação, como é o caso de remissão (perdão) da dívida (arts. 863.º e ss.).
Nos casos de não satisfação, o efeito extintivo ocorre na sua pureza, sem outros efeitos
significativos associados. Nos casos de satisfa-ção, o efeito extintivo é acrescido de todos os
outros efeitos do cumprimento. Por exem-plo, consolidando o direito à contraprestação (ao
«preço») da obrigação extinta.

EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

Prof. Rafael de Menezes

Uma obrigação é um fenômeno jurídico que ocorre a todo momento, que nasce e se extingue a
todo instante. Enquanto estamos aqui apresentando este trabalho, existem inúmeras obrigações,
contratos, atos ilícitos, etc., acontecendo lá fora na rua em qualquer lugar. Vocês hoje, por
exemplo, celebraram algum contrato, assumiram alguma obrigação, compraram alguma coisa,
tomaram algo emprestado de alguem, tambem usaram o telefone? Bom acredito que sim, então
vocês hoje fizeram acontecer uma obrigação jurídica.

1 - Pagamento: é a principal forma de extinção das obrigações. O pagamento é muito comum e


ocorre com grande frequência na sociedade, pois toda obrigação nasce para ser satisfeita. A
imensa maioria das obrigações são cumpridas/pagas, de modo que o devedor fica liberado. Só
uma minoria das obrigações é que não são satisfeitas, pelo que o devedor poderá ser
judicialmente processado pelo credor.

Conceito: num conceito mais simples, pagamento é a morte natural da obrigação, ou a realização
real da obrigação, mas nem sempre em dinheiro (ex: A paga a B para pintar um quadro, de modo
que a obrigação de B será fazer o quadro, o pagamento de B será realizar o serviço). O leigo
tende a achar que todo pagamento é em dinheiro, mas nem sempre, pois em linguagem jurídica
pagar é executar a obrigação, seja essa obrigação de dar uma coisa, de fazer um serviço ou de se
abster de alguma conduta (não-fazer).
Num conceito mais completo, pagamento é o ato jurídico formal, unilateral, que corresponde à
execução voluntária e exata por parte do devedor da prestação devida ao credor, no tempo, modo
e lugar previstos no título constitutivo. Vamos comentar este conceito:
- formal: o pagamento é formal pois a prova do pagamento é o recibo; tal recibo em direito é
chamado de quitação, e deve atender às formalidade do art. 320. Muitas vezes, em pequenos
contratos, nós não pedimos recibo pra não perder tempo, é um hábito que nós temos e vocês
sabem que o costume é também uma fonte do direito. Falaremos mais da quitação adiante.

- unilateral: pois é de iniciativa do devedor, que é o sujeito passivo da obrigação.

- voluntário e exato: lembrem-se sempre disso, pagamento é voluntário e exato; se o devedor só


paga após ser judicialmente executado, tecnicamente isto não é pagamento pois foi feito sob
intervenção judicial, ao penhorar/tomar bens do devedor; além de voluntário, o pagamento deve
ser exato, então se A deve cinquenta a B e paga com um livro, tecnicamente isto não foi
pagamento. De qualquer modo, em ambos os casos, mesmo pagando sob força judicial, ou
pagando coisa diferente da devida, se o credor aceitou e se satisfez, isto é o que importa. Mas
tecnicamente, em linguagem jurídica, pagamento é aquele voluntário e exato.

- prestação: é o objeto da obrigação, e vocês já sabem que tal prestação é uma conduta humana,
pode ser um dar, um fazer ou um omitir-se (não-fazer). Pagar é cumprir esta prestação.

- tempo, modo e lugar: o pagamento precisa atender a estas regras previstas no contrato na lei ou
na sentença que fez nascer a obrigação, respeitando a data, o lugar e a maneira de pagar.

Regras do pagamento: 1) satisfação voluntária e rigorosa da prestação (dar uma coisa, fazer um
serviço, ou abster-se de uma conduta) porque o pagamento é exato; 2) o credor não pode ser
obrigado a receber prestação diferente, ainda que mais valiosa (art. 313); o credor pode aceitar
receber prestação diferente, mas não pode ser forçado a aceitar (356); 3) o credor não pode ser
obrigado a receber por partes uma dívida que deve ser paga por inteiro (314); esta regra tem duas
exceções, no art. 962, que dispõe sobre o concurso de credores, assunto do final do semestre, e
no art. 1.997, que dispõe sobre pagamento pelos herdeiros de dívida do falecido, assunto de Civil
7.

Quem deve pagar? O devedor, mas nada impede que um terceiro pague, afinal o credor quer
receber. Se o devedor quer impedir que um terceiro pague sua dívida deve se antecipar e pagar
logo ao credor. Em geral para o credor não importa quem seja o solvens, quem esteja pagando.
Solvens é o pagador, seja ele o devedor ou não, e o accipiens é quem recebe o pagamento, seja
ele o credor ou não. Se a obrigação for personalíssima (ex: A contrata o cantor B para fazer um
show), o solvens só pode ser o devedor. Mas se a obrigação não for personalíssima, o credor vai
aceitar o pagamento de qualquer pessoa. Para evitar especulações ou constrangimentos, a lei trata
diferente o terceiro que paga por interesse jurídico do terceiro que paga sem interesse jurídico,
apenas por pena ou para humilhar. Assim, o terceiro que paga com interesse jurídico (ex: fiador,
avalista, herdeiro) vai se sub-rogar nos direitos do credor (349, veremos sub-rogação em breve).
O terceiro que paga sem interesse jurídico (ex: o pai, o inimigo, etc) vai poder cobrar do devedor
original, mas sem eventuais privilégios ou vantagens (ex: hipoteca, penhor, 305). Em suma, o
terceiro interessado tem reembolso e sub-rogação nos eventuais privilégios, já o terceiro
juridicamente desinteressado só tem direito ao reembolso.

A quem se deve pagar? Ao credor, ou a seu representante, sob pena do pagamento ser feito outra
vez, pois quem paga mal paga duas vezes (308). Se o credor é menor ou louco, pague a seu pai
ou curador, sob pena de anulabilidade (310). Credor putativo: é aquele que parece o credor mas
não o é (ex: A deve a B, mas B morre e deixa um testamento nomeando C seu herdeiro, então A
paga a C, mas depois o Juiz anula o testamento, A não vai precisar pagar novamente pois pagou
a um credor putativo; C é que vai ter que devolver o dinheiro ao verdadeiro herdeiro de B, 309).
Idem no caso do 311, pois se considera um representante do credor aquele que está com o recibo,
embora depois se prove que tal accipiens furtou o recibo do credor; neste caso o devedor não vai
pagar outra vez, o credor deverá buscar o pagamento do accipiens falso.
Como se prova o pagamento? Já dissemos, com o recibo/quitação. Quitação vem do latim
“quietare”, que significa aquietar, acalmar, tranqüilizar. Quitação é o documento escrito em que
o credor reconhece ter recebido o pagamento e exonera o devedor da obrigação. A quitação tem
vários requisitos no art. 320, mas em muitos casos da vida prática a quitação é informal/verbal e
decorre dos costumes (ex: compra e venda em banca de revista/bombom). Se o credor não quiser
fazer a quitação, o devedor poderá não pagar (319). Mas pagar não é só uma obrigação do
devedor, pagar é também um direito, pois o devedor tem o direito de ficar livre das suas
obrigações, é até um alívio para muita gente pagar seus débitos. Assim, o devedor pode
consignar/depositar o pagamento se o credor não quiser dar a quitação, e o Juiz fará a quitação
no lugar do credor. Veremos em breve pagamento em consignação. Espécies de quitação: 1) pela
entrega do recibo, é a mais comum; 2) pela devolução do título de crédito (324), assunto que
vocês vão estudar em Direito Empresarial/Comercial.
Ônus da prova: quem deve provar que houve pagamento? Se a obrigação é positiva, ou seja, de
dar e de fazer, o ônus da prova é do devedor, assim se você é devedor, guarde bem seu recibo. Se
a obrigação é negativa o ônus da prova é do credor, cabe ao credor provar que o devedor
descumpriu o dever de abstenção, pois não é razoável exigir que o devedor prove que se omitiu,
e mais fácil exigir que o credor prove que o devedor deixou de se omitir, fazendo o que não
podia, descumprindo aquela obrigação negativa

Basicamente trataremos sobre as Formas Especiais de Pagamento, essas


podem ser divididas da seguinte forma:

 Extinção satisfativa (ou direta): Consignação em pagamento,


pagamento em sub-rogação, imputação do pagamento, dação em
pagamento e compensação.
 Extinção não satisfativa (ou indireta): novação, confusão e remissão.

Compreendido o que veremos, vamos lá.


Resumo da Extinção das Obrigações no Código Civil

Do Pagamento em Consignação
Iniciamos o Resumo da Extinção das Obrigações no Código Civil pelo
pagamento em consignação.

A consignação em pagamento ocorre quando, por exemplo, o credor se


recusa a receber, assim o devedor realiza depósito judicial ou em
estabelecimento bancário (extrajudicial) da coisa devida (Art. 334)

Hipóteses de consignação em pagamento (Art. 335):

 I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o


pagamento, ou dar quitação na devida forma;
 II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e
condição devidos;
 III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado
ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
 IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o
objeto do pagamento;
 V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Assim, o depósito substituirá o lugar do pagamento, cessando para o


depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado
improcedente (Art. 337)
Entretanto, se o devedor de obrigação pendendo questão judicial pagar a
qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do
litígio, assumirá o risco do pagamento (Art. 344)

Momentos para levantamento do depósito

Vejamos os três momentos que o devedor poderá levantar o depósito, ou


seja, retirar o valor que foi depositado.

Momentos para levantamento do depósito

 Antes da manifestação do credor ou impugnação (Art. 338): o


devedor poderá pagar as respectivas despesas, subsistindo a
obrigação.
 Depois da aceitação ou impugnação (Art. 340): Depende de aceitação
do credor, assim o credor perderá a preferência e a garantia que lhe
competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo
desobrigados os codevedores e fiadores que não tenham anuído.
 Depois do julgamento da ação (Art. 339): Depende da anuência do
credor e outros devedores e fiadores.

Demais regras

Ainda, o Código Civil estipula algumas outras regras para o pagamento em


consignação.

Coisa imóvel entregue no lugar onde está (Art. 314) o devedor citar o


credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada

Coisa indeterminada – escolha do credor (Art. 342): será ele citado para
esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que
o devedor escolher

Despesa com depósito (Art. 343): será do perdedor da ação

 Ação de depósito julgada procedente: despesa será do credor


 Ação de depósito julgada improcedente: será do devedor
Do Pagamento com Sub-Rogação
No Pagamento com Sub-rogação, basicamente ocorre a substituição na
obrigação de uma pessoa por outra (sub-rogação pessoal), tendo
como principal efeito a transferência ao novo credor todos os direitos,
ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o
devedor principal e os fiadores (Art. 349).

Classificação

Sub-rogação legal (art. 346) – opera-se, de pleno direito, em favor

 I – do credor que paga a dívida do devedor comum;


 II – do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor
hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não
ser privado de direito sobre imóvel;
 III – do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia
ser obrigado, no todo ou em parte.

Obs. O sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor,


senão até a soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor, ou
seja, não há possibilidade de lucro (Art. 350).

Sub-rogação convencional (Art. 347):

 I – quando o credor recebe o pagamento de terceiro


e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
 II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa
para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-
rogado nos direitos do credor satisfeito.

Bizu:

 Sub-rogação legal – verbo “receber”


 Sub-rogação convencional – verbos “receber/emprestar” +
expressamente (vontade)

Sub-rogação X Cessão
A sub-rogação costumeiramente é confundida com a cessão de crédito,
vamos diferenciar os institutos de forma esquemática:

Sub-rogação X Cessão

Depende de pagamento?
Sub-rogação -> Sim
Cessão de crédito -> Não

Visa lucro?
Sub-rogação -> Não
Cessão de crédito -> Sim

Depende da notificação do devedor?


Sub-rogação -> Não
Cessão de crédito -> Sim

Há transferência do direito creditório?


Sub-rogação -> Não
Cessão de crédito -> Sim

Da Imputação do Pagamento
Continuemos o Resumo da Extinção das Obrigações no Código Civil.

A imputação do pagamento ocorre quando há dúvida em relação a qual


débito está sendo quitado, pois o valor do pagamento não é suficiente para
quitar toda a dívida.

Requisitos:

 Identidade de devedor e de credor


 Dualidade ou multiplicidade de débitos da mesma natureza
 Débitos líquidos e vencidos
 O pagamento deve cobrir pelo menos um dos débitos, mas não todos

Nesse sentido, o Código Civil estabelece uma ordem para quem deve


imputar,
1º – Devedor (Art. 352) – A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da
mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece
pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

2º – Credor (Art. 353) – Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas


líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma
delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor,
salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.

3º – Determinação legal

 Entre capital e juros (Art. 354) -> primeiro os juros


 Dividas em períodos diferentes (Art. 355) -> dívidas líquidas e vencidas
mais antigas
 Dívidas vencidas ao mesmo tempo (Art. 355) -> mais onerosa

Da Dação em Pagamento
Sabemos do princípio da identidade do pagamento que o credor não é
obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
valiosa (Art. 313).

Entretanto, o credor pode (faculdade) consentir em receber prestação


diversa da que lhe é devida (Art. 356), o que se denomina dação em
pagamento.

Estipulações da dação em pagamento

 As normas do contrato de compra e venda são aplicadas de forma


subsidiária (Art. 357)
 Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência
importará em cessão (Art. 358)
 Há garantia contra evicção na dação em pagamento (Art. 359)

Da novação
A novação possibilita às partes substituírem uma obrigação por uma
nova, nesse sentido a novação extingue os acessórios e garantias da dívida,
sempre que não houver estipulação em contrário (Art. 364), além disso ela
poderá ocorrer de forma expressa ou tácita (Art. 361).

 Objetiva (Art. 360, I) – quando o devedor contrai com o credor nova


dívida para extinguir e substituir a anterior
 Subjetiva passiva (Art. 360, II) – quando novo devedor sucede ao
antigo, ficando este quite com o credor;
 Subjetiva ativa (Art. 360, III) – quando, em virtude de obrigação
nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite
com este.

Referente a novação subjetiva passiva, temos que:

 Pode ser efetuada independentemente de consentimento do devedor


(Art. 362)
 Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou,
ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a
substituição (Art. 363)

Ainda, a novação exonera os devedores solidários que não participaram


da novação (Art. 365), assim como exonera o fiador que não
consentiu (art. 366).

Não podem ser objeto de novação (Art. 367)

 Obrigações nulas  -> logo, as anuláveis podem


 Obrigações extintas

Da Compensação
A compensação acontece quando duas pessoas são ao mesmo tempo
credor e devedor uma da outra, assim ocorre a extinção das duas
obrigações, até onde se compensarem (Art. 368)

Requisitos da dívida (Art. 369):

 Líquidas
 Vencidas
 Coisas fungíveis*
 Sem prejuízo a terceiro (Art. 380)

*Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas


prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade,
quando especificada no contrato (Art. 370)

Dívidas que não podem ser compensadas

 Por força da lei (Art. 373):

I – se provier de esbulho, furto ou roubo;


II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III – se uma for de coisa não suscetível de penhora.

 Por vontade das partes (Art. 375): quando as partes, por mútuo


acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.

Demais regras

Conheçamos mais algumas regras:

– Prazos de favor (mera tolerância) não proíbem a compensação (Art. 372)

– Não é possível compensar crédito com dívida do representado (Art. 376)

– Divergência do local de pagamento não impede a compensação, apenas é


dedução das despesas da operação (Art. 378).

Da Confusão
A confusão ocorre quando na mesma pessoa se confundam as qualidades
de credor e devedor, assim extinguirá a obrigação (Art. 381). Ex. Uma
empresa devedora é incorporada pela credora.

A confusão poderá ser total (própria) ou parcial (imprópria), conforme o Art.


382, assim a confusão nas obrigações solidárias só extingue até a
concorrência da respectiva parte no crédito (Art. 383)
Da Remissão das Dívidas
Para finalizar o Resumo da Extinção das Obrigações no Código Civil, vejamos
agora sobre a Remissão das Dívidas.

Remissão é o perdão da dívida pelo credor, este perdão deve ser aceito


pelo devedor (Art. 385)

Não confunda:

 Remissão -> Perdoar
 Remição -> Pagar

A regra é que a remissão ocorra por ato expresso, entretanto é possível a


remissão por presunção (Art. 386), entretanto a restituição voluntária do
objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a
extinção da dívida (Art. 387).

Remissão da dívida na solidariedade passiva (Art. 388) – apenas a parte


do perdoado é extinta, permanecendo os demais vinculados ao restante da
dívida.

Considerações Finais
Chegamos ao final do Resumo da Extinção das Obrigações no Código Civil,
espero que tenham gostado.

Vale ressaltar a importância da leitura da lei seca, assim não deixe de praticá-
la.

CC/2002

Por fim, também é extremamente salutar a prática por meio de exercícios.

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