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REMISSÃO
Remissão é o perdão da dívida É o ato de renúncia gratuita que faz o credor de seus direitos
em proveito do devedor . Nesse sentido dispõe o Art. 385 do CC: “A remissão da dívida, aceita
pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro."
Natureza – Contratual
natureza contratual, visto que o Código Civil, além de expressamente exigir a aceitação pelo
devedor (art. 385), requer capacidade do remitente para alienar e do remi tido para consentir
e adquirir, como mencionado.
Créditos suscetíveis de remissão - todos os créditos, seja qual for a sua natureza, são
suscetíveis de remissão, desde que só visam ao interesse privado do credor e a remissão não
contrarie o interesse público ou o de terceiro, que é o limite ex.(pai, síndico, podem receber o
pag. mas não podem perdoar). Em suma, só poderá haver perdão de dívidas patrimoniais de
caráter privado.
A remissão da dívida deve ser aceita pelo devedor, essa aceitação pode ser expressa ou tácita,
e para extinguir a obrigação, sem prejuízo de terceiro (Art. 158).
Não se pode levar a remissão aquilo que se renunciado te leve à falência, insolvência, pois tem
prejuízo.
Espécies de Remissão
A remissão pode ser, no tocante ao seu objeto:
A) Total; ou
B) Parcial.
A) Expressa;
B) Tácita; ou
C) Presumida.
Confira-se:
Remissão expressa: resulta de declaração do credor, em instrumento público ou
particular, por ato inter vivos ou mortis causa, perdoando a dívida.
Remissão tácita: decorre do comportamento do credor, incompatível com Sua
qualidade de credor por traduzir, inequivocamente, intenção liberatória, por exemplo,
quando se contenta com uma quantia inferior à totalidade do seu cré-dito, quando
destrói o título na presença do devedor ou quando faz chegar a ele a ciência dessa
destruição.
Remissão presumida: quando deriva de expressa previsão legal, como no Caso dos
arts. 386 e 387, que serão comentados no item seguinte.
A remissão pode ser também concedida sob condição (suspensiva) ou a termo inicial. Nestes
casos, o efeito extintivo só se dará quando implementada a condição Ou atingido o termo. A
remissão com termo final significa, porém, segundo Von Tuhr, nada mais do que a concessão
de prazo para o pagamento.
Presunções Legais
O Inadimplemento
A matéria ora em estudo trata do inadimplemento das obrigações, ou seja, da exceção, que é o
não cumprimento da obrigação. Este pode decorrer:
1. de ato culposo do devedor; ou
2. de fato a ele não imputável.
A palavra culpa aqui é empregada em sentido lato, abrangendo tanto a culpa stricto sensu
(imprudência, negligência e imperícia) como o dolo- negligência é uma falta de cuidado ou
desleixo relacionado a uma situação. A imprudência consiste em uma ação que não foi
pensada, feita sem precauções. Já a imperícia é a falta de habilidade específica para o
desenvolvimento de uma atividade técnica ou científica.
Todavia, nem sempre que a prestação deixa de ser efetuada significa que houve não
cumprimento da obrigação. Pode suceder, por exemplo, que o direito do credor prescreveu ou
que ele remitiu (perdoou) a dívida ou sucedeu, como único herdeiro, ao devedor. Só há não
cumprimento quando, não tendo sido extinta a obrigação por outra causa, a prestação
debitória não é efetuada, nem pelo devedor, nem por terceiro.
INADIMPLEMENTO ABSOLUTO
Dispõe o Art. 388 do CC;
Perdas e danos
Nas hipóteses de não cumprimento da obrigação (inadimplemento absoluto) e de
cumprimento imperfeito, com inobservância do modo e do tempo convencionados (mora), a
consequência é a mesma: o nascimento da obrigação de indenizar o prejuízo causado ao
credor.
"Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou
o ato de que se devia abster" (CC, art. 390).
Caso se trate de obrigação de prestação única, pode o credor exigir, com base no art.
251 do Código Civil, o desfazimento do que foi realizado, "sob pena de se desfazer à sua custa,
ressarcindo o culpado perdas e danos".
A satisfação das perdas e danos, em todos os casos de não cumprimento culposo da obrigação,
tem por finalidade recompor a situação patrimonial da parte lesada pelo inadimplemento
contratual. Por essa razão, devem elas ser proporcionais ao prejuízo efetivamente sofrido. Se,
em vez do inadimplemento, houver apenas mora, sendo, portanto, ainda proveitoso para o
credor o cumprimento da obrigação, responderá o devedor pelos prejuízos decorrentes do
retardamento, nos termos do art. 395 do Código Civil.
As perdas e danos, segundo dispõe o art. 402 do Código Civil, que será estudado adiante,
abrangem, salvo as exceções expressamente previstas em lei, "além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar"
Responsabilidade patrimonial
A responsabilidade civil é patrimonial. Dispõe com efeito, o art. 391 do Código Civil: Pelo
inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Obtida a condenação do devedor ao pagamento das perdas e danos e não satisfeito o
pagamento, cabe a execução forçada, recaindo a penhora sobre os bens que integram o
patrimônio do devedor, pois, como dito inicialmente, a responsabilidade civil é patrimonial: é
o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações.
Ninguém pode ser preso por dívida civil, exceto o devedor de pensão oriunda do di-feito de
família.
Contratos benéficos ou gratuitos são aqueles em que apenas um dos contratantes aufere
benefício ou vantagem, enquanto para o outro há só obrigação, sacrifício (doações puras, p.
ex.). Aquele responde por simples culpa, sendo corrente que a culpa, mesmo levíssima, obriga
a indenizar. O outro, a quem o contrato não beneficia, mas somente impõe deveres, só
responde por dolo. Mesmo não auferindo benefícios do contrato, responde pelos danos
causados dolosamente ao outro contratante, porque não se permite a ninguém,
deliberadamente, descumprir obrigação livremente contraída.
Como a culpa grave ao dolo se equipara (culpa lata dolus aequiparatur, propre dolum est),
pode-se afirmar que responde apenas por dolo ou culpa grave aquele a quem o contrato não
favorece e até por culpa leve ou levíssima o que é por ele beneficiado. Assim, o comodatário,
por exemplo, beneficiado pelo contrato, responde por perdas e danos se não conservar, em
razão de culpa leve ou levíssima, a coisa em-prestada como se sua própria fora (CC. art. 582)
Nos contratos onerosos, em que ambos obtêm proveito e ao qual corresponde.
um sacrifício, respondem os contratantes tanto por dolo como por culpa, em igualdade de
condições "salvo as exceções previstas em lei" (art. 392, segunda parte).
Sendo recíprocas as prestações, respondem os contraentes. tanto por dolo como por culpa,
em pé de igualdade.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A RESPONSABILIDADE CIVIL pode ter duas origens: A) CONTRATUAL ou negocial (art. 389), pelo
descumprimento de uma obrigação pré-existente; B) EXTRACONTRATUAL ou extranegocial
(art. 186), pela não observância da regra geral do neminem laedere.
1. Evento
2. Nexo de imputação
3. Nexo de Causalidade
4. Dano
1. EVENTO
• Inadimplemento (Art. 389 e 390): A obrigação não foi cumprida, nem mais pode ser
cumprida (com utilidade ao credor) tal como contratada (daí converte-se em perdas e danos).
Também denominada inadimplemento absoluto. Pode ser TOTAL (toda prestação) ou PARCIAL
(partes da prestação) e até ANTECIPADO.
• MORA (Art. 394): A obrigação não foi cumprida, mas ainda pode ser cumprida (com utilidade
ao credor) mesmo que com atraso (daí o CR pode exigir a tutela específica + perdas e danos).
Também denominada inadimplemento relativo.
~ Nos contratos Benéficos: favorece o contratante, que responde por CULPA (ver Sumula 145
STJ), desfavorece o contratado que responde por DOLO (dolo aqui, equivale a CULPA GRAVE,
que será vista abaixo).
~ Nos contratos Onerosos: cada parte responde por SIMPLES CULPA (vista abaixo) que deve
ser provada ou presumida.
TIPOS DE CULPAS
Culpa é uma ação (imprudência) ou omissão (negligência) que se dá
por uma desatenção, descuidado, sem prever as consequências
previsíveis. Podem ser:
Culpa Grave (grossa desatenção): se aproxima do dolo eventual (eu
não queria, mas era previsível).
Culpa Leve (atenção comum): ex: me assusto com um cachorro na rua
e bato o carro em alguém.
Culpa Levíssima (atenção extraordinária): somente aquelas pessoas
com uma atenção extraordinária preveriam a situação. Ex: carro 0 com
problema no freio.
OBS: essas hipóteses de culpa só se aplicam no caso do Art. 392 e 944, P.U.
- Responsabilidade Contratual
2. Culpa exclusiva da vítima: se não fui em quem causei, não existe nexo de causalidade
com a minha conduta, ou seja, culpa exclusiva da vítima.
3. Caso Fortuito/Força Maior (Art. 393): rompe o nexo de causalidade visto que não está
ligado com a culpa do agente, exceto se o devedor se responsabiliza, assumindo o
risco, e mora Art. 999 e 400, que veremos adiante separadamente.
O caso Fortuito pode decorrer de:
- Fato do Príncipe: ato do exercício do poder de império estatal: ex: governo proíbe
exportação de algo.
- Circunstancias pessoais do agente: circunstâncias as quais o agente não tenha controle, ex:
falecer ou deixar de comparecer a um evento por doença.
OBS: não caracteriza caso fortuito se esses fatos necessários forem evitáveis, se evitáveis e
previsíveis não rompe o nexo causal, para o rompimento do nexo de causalidade deve ser
caso fortuito, inevitável é imprevisível.
B. IMPREVISÍVEL (evitar) ou irresistível (impedir): configura caso fortuito pois não há
como prever ou evitar.
4. DANO – o dano é a medida da indenização, não indeniza se não houver dano (Art.
944).
• Dano Patrimonial
O dano patrimonial se subdivide em:
Exceções a regra do Dano Patrimonial: Art. 297, 404, 416, P.U. e 420 do CC.
- Dano por ricochete (dommage por ricochet): quando existe a possibilidade de terceiros que
são atingidos pelos danos morais (irmãos, avós, etc).
- Perda de uma chance (perte d'une chance) - Se tiver como provar que havia UMA chance, é
indenizado por essa chance. Aplica quando o advogado não recorre, em sorteio, se provar que
havia uma chance de que era vitorioso.
Correção monetária - Não é o aumento, ela apenas dá ao valor do Dinheiro, o atual poder de
aquisição.
Juros de mora - Se dá automaticamente depois do vencimento.
Custas/Honorários.
Juros → são a remuneração do capital, são acessórios e civis. Definidos em: remuneratórios
ou moratórios
Remuneratórios pactuados para remunerar durante o período de tempo antes do vencimento
e os moratórios servem como punição pelo pagamento fora do prazo.
Os legais, é a vontade da lei independentes do contrato convencional —> quando as partes
estabelecem existe juros moratórios legais e convencionais. artigo 407
DA MORA
Anotação: A mora se traduz na retardação do atraso do pagamento. Existem duas espécies de
mora:
1) Do devedor: “Mora Debitoris, solvenda” - Atraso + culpa = demora ;
2) Do credor: “Mora Creditoris, accipiendi” - Atraso + culpa= Quando o credor se recusa a
receber ou prestar sua colaboração ao pagamento, no tempo, lugar e forma convencionada.
Combina-se com o Art. 394, 396 e o Art. 392. A mora é culposa tanto para o CR como para o
DV.
- Não há mora se não houver culpa;
EFEITOS DA MORA
CONSTITUIÇÃO DA MORA
1° - “Ex Re”: 397, “caput” = Dies Interpellet pro Homini. Simples vencimento do contrato.
Ex: Unipar.
2o - “Ex Persona”: 397, PÚ = Sem termo.Mediante interpelação, notificação. Pode ser
extrajudicial ou judicial por escrito. (331+134+u.397) prazo razoavel.
Nas obrigações negativas não se aplica o artigo 397, e somente o 390. O 397 aplica só nas
obrigações positivas, líquidas e certa.
Nas obrigações ilíquidas considera em mora o devedor a partir da citação.
Na mora “ex re” o credor não precisa praticar algum ato para caracterizar a mora do devedor
como no caso da mora “ex persona”.
Na alienação fiduciária, a mora do devedor só se constitui pelo protesto do título ou pela
notificação pelo cartório de registro de títulos e documentos.
Na extrajudicial manda por alguém moleque ou correia ARMP uma carta somente para o
próprio, O Código Civil não prevê obrigatoriedade do modelo basta ser escrito e assinado
exceto se o contrato exigir por exemplo a notificar por e-mail deverá ser notificado por e-mail
então ou texto legal exigir exemplo a lei exige pelo cartório de registros:
Para rescisão de compromisso de compra e venda de imóvel loteado, a notificação só pode ser
feita também pelo cartório de registro de títulos e documentos, Lei 6766/79.
O Estatuto da Terra também pelo cartório.
Pacto comissório = É a cláusula que se uma parte não cumprir a obrigação pode resolver o
contrato.
Ver. 474 – Cláusula Resolutiva:
Expressa: de pleno direito;
Tácita: interpelação judicial.
Ver. 525 – Cláusula de reserva de domínio = interpelação judicial.
Ver. 562 – Doação onerosa = interpelação judicial.
O conflito é com o 219 cpc = não produz efeito a citação de interpelação judicial em alguns
casos como a alienação, no compromisso de compra e venda, o devedor tem que ser
notificado antes.
PURGAÇÃO DA MORA