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Aula de Direito Civil

Prof. Leonardo Santana


Obrigações Solidárias – Arts. 264/285

• A obrigação é solidária quando cada um dos devedores responde


pela prestação por inteiro, ou quando cada um dos credores tem a
faculdade de exigir, por si só, a prestação por inteiro.

SOLIDARIEDADE ATIVA SOLIDARIEDADE PASSIVA

 Verificada quando cada um dos  Verificada quando cada um dos


credores solidários tem direito a devedores solidários responde,
exigir do devedor o cumprimento da parcial ou totalmente, pela dívida
prestação por inteiro. comum.
Obrigação Solidária Ativa - Dicas

• 1. Solidariedade não se presume – art.265;


• 2. Ajuizada a ação por um dos credores, o pagamento feito pelo
devedor aos demais é ineficaz! Situação que se denomina prevenção
judicial – art.268;
• 3. Mesmo que a obrigação seja convertida em perdas e danos,
subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade – art.271;
• 4. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge
os demais, mas o julgamento favorável a todos aproveita – art. 274.
Obrigação Solidária Passiva - Dicas

• 1. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo


credor contra um ou alguns dos devedores – art. 275, P. ún.
• Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível – art. 276.
• Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários,
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e
danos só responde o culpado – art.279.
• O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um
dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do
insolvente – art.283.
Transmissão das Obrigações – Arts.286/303

CESSÃO DE CRÉDITO ASSUNÇÃO DE DÍVIDA


(ARTS. 286/298) (ARTS. 299/303)
Cessão de Crédito - Dicas

• 1. Cessão de crédito não exige a anuência do devedor – Art.286.


• 2. Cessão de crédito feita sem a ciência do devedor é, contra ele
ineficaz, caso efetue de boa-fé ao credor primitivo – art. 290.
• 3. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se
completar com a tradição do título de crédito cedido – art. 291.
• 4. Salvo disposição em contrário, o cedente não responde pela
solvência do devedor – art. 296, mas é responsável pela existência
do crédito cedido – art. 295.
Assunção de Dívida - Dicas

• 1. A validade da assunção de dívida depende da ANUÊNCIA EXPRESSA


DO CREDOR – art.299.
• 2. Assinalado prazo ao credor para que consinta na assunção da
dívida, o seu silêncio é interpretado como RECUSA.
• 3. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o
pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não
impugnar em 30 dias a transferência do débito, entender-se-á DADO
O ASSENTIMENTO.
Adimplemento X Inadimplemento

• Existem duas possíveis formas de se extinguirem as obrigações.


São elas:
• 1ª) A desejada, denominada Adimplemento. Sendo uma
consequência do cumprimento integral da obrigação, inclusive
com observância dos deveres laterais ou anexos, decorrentes da
boa-fé objetiva;
• 2ª) O Inadimplemento, consequência do descumprimento da
obrigação ou dos deveres laterais ou anexos, decorrentes da boa-
fé objetiva
Adimplemento e Extinção das Obrigações – Arts. 304/420

• Do Pagamento - Pagamento no direito civil representa a forma normal de


extinção da obrigação. Ele pode ser feito tanto pelo devedor como por terceiro,
interessado ou não na extinção da obrigação.
• Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o
credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
• Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em
nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
• Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem
direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
• Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso
no vencimento.
Pagamento em Geral - Dicas

• 1. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda


provado depois que não era credor – art.309.
• 2. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de
quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente
reverteu – art. 310.
• 3. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é
devida, ainda que mais valiosa – art. 313.
• 4. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não
pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por
partes, se assim não se ajustou – art. 314.
Lugar do Pagamento - Dicas

• 1. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as


partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da
lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias – art. 327.
• 2. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre
eles – art. 327, p. único.
• 3. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir
renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato – art. 330.
• 4. A doutrina aponta o art. 330 como um exemplo de Suppressio X
Surrectio.
Suppressio X Surrectio

• Suppressio – considera-se “a situação de direito que, não tendo


sido, em certas circunstâncias, exercido durante um determinado
lapso de tempo, não possa mais sê-lo, de outra forma, se contrariar
a boa-fé.” António Menezes Cordeiro.

• Surrectio – é o direito que surge, a partir da aplicação da boa-fé


objetiva, em favor daquele que habituou-se ao cumprimento da
obrigação de forma diversa da que estava prevista inicialmente.
Formas Especiais de Pagamento e Extinção da Obrigação

Consignação – Art. 334/345 - Considera-se pagamento, e extingue a


obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da
coisa devida, nos casos e forma legais.

Do Pagamento com Sub-Rogação – Art. 346/351 - ocorre pelo


cumprimento da obrigação realizado por terceiro, com a
consequente substituição de credores, ou seja, uma dívida que é
paga por um terceiro que adquire o crédito e satisfaz o credor.
Formas Especiais de Pagamento e Extinção da Obrigação

Da Imputação do Pagamento – Art.352/359 - ocorre quando o


devedor está obrigado, por dois ou mais débitos da mesma
natureza, a um só credor, tendo o direito de indicar a qual deles
oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

Da Novação – Art. 360/367 - é a extinção de uma obrigação


primitiva, a partir da transformação de uma dívida antiga em outra
nova. Desta forma surge uma nova dívida do devedor em relação ao
credor, com o desaparecimento da original.
Formas Especiais de Pagamento e Extinção da Obrigação

 Da Compensação – Art. 368/380 - consiste em um pagamento ficto, uma vez que


este se dá pelo "encontro de contas", já que as partes são ao mesmo tempo
credores e devedores uma das outras.

 f. Da Confusão – Art. 381/384 - é a extinção de obrigação, consistente em


confundir-se, na mesma pessoa, as qualidades de credor e devedor. Ocorre
quando o crédito e o débito se unem em uma só pe0.ssoa, extinguindo a
obrigação.

 g. Da Remissão das Dívidas – Art. 385/388 - É o perdão da dívida concedido


pelo credor ao devedor. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a
obrigação, e deve ocorrer sem que haja prejuízo de terceiros
Novas Teorias de Extinção das Obrigações

• 1. Teor. do Inadimplemento Antecipado – que decorre da recusa


antecipada do devedor de cumprir a obrigação, ou de fatos que
assim a caracterizem.
• 2. Teor. do Adimplemento Substancial (ou descumprimento de
pequena importância) - verificado quando o devedor, de boa-fé
tenha cumprido com total exação quase que a totalidade da
prestação, de maneira a não poder ser igualado ao devedor
inadimplente contumaz.
• 3. Teor. da Violação Positiva dos Contratos – revela-se como o
descumprimento culposo de deveres laterais decorrentes da boa-
fé objetiva, tais como: cooperação, colaboração, informação,
lealdade e proteção.
Arras ou Sinal – Arts. 417/420

• Sinal ou arras é quantia ou coisa entregue por um dos contraentes


ao outro, como confirmação do acordo de vontades e princípio de
pagamento.
• Existem duas formas de arras, são elas:
• 1ª) Confirmatórias – cuja função é confirmar o NJ, que se torna
obrigatório após a sua entrega. Não sendo mais lícito a qualquer
dos contratantes rescindi-lo unilateralmente. Quem o fizer
responderá por perdas e danos, nos termos do arts. 418 e 419 do
Código Civil.
Arras ou Sinal – Arts. 417/420

• 2ª) Penitenciais – estipulada para os NJ em que há o direito de


arrependimento para qualquer das partes. Nesta hipótese as arras
ou sinal terão função unicamente indenizatória, ou seja, quem as
deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu
devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá
direito a indenização suplementar.
EXERCÍCIOS – Questão I

• Considere as seguintes afirmativas a respeito do direito das obrigações:


• I. O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, ainda
que mais valiosa.
• II. Não incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que
recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
• III. Na obrigação de dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o
devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior
ou caso fortuito.
• IV. Quando a obrigação é indivisível, os devedores são solidários, de
sorte que a remissão de um aproveita a todos, extinguindo a dívida.
EXERCÍCIOS – Questão II

João, Joaquim e Manoel são devedores solidários da quantia de R$ 150.000,00 a Paulo


Roberto. No dia do vencimento, apenas Manoel honrou com o pagamento de sua quota-
parte.
• Considerando o fato narrado, assinale a afirmativa incorreta.

• A) A solidariedade entre os devedores não pode ser presumida, devendo resultar da lei
ou da vontade das partes.
• B) Paulo Roberto não tem direito de exigir e de receber de um ou de todos os
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum.
• C) Caso Manoel tivesse satisfeito a dívida por inteiro, teria direito a exigir de cada um
dos co-devedores a sua quota.
• D) Se João falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a
quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, pois a obrigação é divisível.
• E) Caso um dos devedores solidários seja demandado, pode opor ao credor as
exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos

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