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Obrigações
DIREITO CIVIL III
Adimplemento - Conceito
“O adimplemento da obrigação é o fenômeno pelo qual há a
satisfação do interesse do credor, mediante realização da
prestação, identificando, por isso, também causa de extinção da
obrigação.”
Miragem, p. 169.
Em relações de trato sucessivo, há uma continuidade de renovação de direitos e deveres.
•Satisfação do interesse útil do credor.
•Ato do devedor, fato natural, fato de terceiro.
• Demolição de uma casa.
Adimplemento e Pagamento
Adimplemento é gênero – satisfação do interesse do credor mediante o cumprimento de uma
prestação;
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Pagamento e Obrigações Sucessivas
“A compreensão atual da noção de adimplemento e satisfação do
interesse útil do credor permite que, em atenção às características
da obrigação, o pagamento se realize não como um ato isolado,
senão por comportamentos sucessivos e encadeados do devedor,
visando ao cumprimento.”
Miragem, Bruno, p. 175.
Princípios do Pagamento
Vários nomes diversos.
Miragem faz a opção por 3:
◦ Princípio da identidade (congruência ou pontualidade):
◦ O cumprimento do dever, ou o comportamento devido pelo devedor tem que observar os termos do objeto da obrigação.
◦ Prestação realizada no tempo devido e de acordo com os aspectos característicos da obrigação.
◦ Princípio da Integralidade:
◦ Pagamento deve ser feito por inteiro.
◦ Princípio da Boa-fé:
◦ Qualificação da conduta das partes e tutela do interesse legítimo na realização da prestação.
◦ Por exemplo, mitigando recusa de pagamento parcial e rejeitando exercício abusivo do direito de crédito.
Princípios do Pagamento
Identidade
◦ Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
valiosa.
Integralidade
◦ Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a
receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Natureza Jurídica do Pagamento
Natureza jurídica – modo de qualificação dos fenômenos relevantes para o direito
◦ Interpretação do instituto
◦ Definição de seus efeitos
Controvérsia
◦ Há a necessidade de vontade no comportamento que caracteriza o pagamento?
◦ Variação do conteúdo dependendo da prestação devida
◦ Mero fato -
◦ Ato jurídico stricto sensu – vontade relevante para a prática do ato, mas não para seus efeitos
◦ Negócio jurídico – vontade relevante para os seus efeitos
Natureza Jurídica do Pagamento
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de
só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
◦ Só vale quando ratificado pelo credor
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que
não era credor.
◦ Vale quando feito a credor putativo
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não
provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
◦ Não vale quando feito ao credor incapaz de quitar
“Nos atos-fatos, segundo a classificação exposta pelo próprio Pontes de Miranda, o direito não se ocupa da
finalidade ou motivação de determinado comportamento humano, que permanece apenas no plano da
realidade; juridicizado será apenas o resultado deste comportamento (o fato), ao qual o direito confere eficácia.”
“Em relação ao pagamento, desse modo, a consequência desta classificação resulta que não é relevante saber
por que o devedor pagou, ou mesmo se pagou contra a vontade, ou com erro. Se realizou o pagamento devido ao
credor, basta para que gere os efeitos devidos, no caso, eficácia liberatória e extintiva da obrigação.”
Miragem, p. 178.
Natureza Jurídica do Pagamento
Decisivo em relação ao pagamento é determinar-se se foi feito satisfazendo o interesse do
credor.
Em caso positivo, surte efeitos.
Exemplos:
◦ Pagamento foi feito por quem era incapaz, em nome do devedor revertendo em favor do credor.
◦ Há a satisfação do interesse e extinção da obrigação.
◦ Pagamento deve ser feito mediante celebração de negócio jurídico, porém é celebrado por alguém que
não possa vender.
◦ Não há a satisfação do interesse do credor.
◦ Exemplos – necessidade de outorga uxória; efeitos da falência, o bem não pertence a quem está realizando o negócio.
◦ Negócio inválido.
◦ Não há pagamento.
Natureza Jurídica do Pagamento
• Efeitos da Entrega de Bem Móvel
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto
em que ele consistiu.
•Se Bem Móvel for Fungível
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e
consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
•Regra e Exceção Quanto à Tradição
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em
leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o
alienante se afigurar dono.
§ 1 o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o
momento em que ocorreu a tradição.
Portanto, em algumas situações, mesmo que a pessoa que realizou o pagamento não poderia tê-lo realizado, ainda assim os efeitos
do pagamento irão ocorrer.
Legítimo proprietário poderá demandar quem realizou o pagamento, exceto se o credor estiver de má-fé.
Condições Subjetivas do Pagamento
De quem deve pagar
- Arts. 304 a 307
A quem se deve pagar
- Arts. 308 a 312
De quem deve pagar
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o
credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em
nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
Efeitos distintos, dependendo se paga “em nome e à conta do devedor” ou “em seu próprio
nome”
◦ Em nome e à conta do devedor – o faz com a intenção de liberar o devedor da dívida.
◦ Pode utilizar dos meios conducentes à exoneração do devedor, por exemplo, usando a consignação em pagamento.
◦ A possibilidade de oposição do devedor é controversa.
◦ Parte da doutrina entende que a disposição é ineficaz – havendo o pagamento, há a liberação. Único meio hábil de evitar seria a
realização do pagamento pelo próprio devedor.
◦ Tendência é reconhecer a possibilidade de oposição se houver justo motivo, mesmo que moral.
◦ Dívida não exigível (não vencida ou prescrita); possibilidade de compensação.
◦ Como é uma liberalidade aplicam-se as regras sobre doação.
Pagamento por pessoa sem interesse
jurídico na extinção da dívida
Efeitos distintos, dependendo se paga “em nome e à conta do devedor” ou “em seu próprio
nome”
◦ Pagamento de terceiro não interessado em seu próprio nome.
◦ Não pode utilizar os mesmos meios que o devedor para realizar o pagamento;
◦ Credor não pode ser constrangido a aceitar o pagamento;
◦ Terceiro tem direito ao reembolso, porém sem sub-rogação;
◦ Não são mantidos os privilégios e garantias existentes;
◦ Direito a restituir o que pagou, para que não haja enriquecimento ilícito (actio in rem verso)
◦ Eficácia liberatória perante o credor originário, mas não perante o pagador.
◦ Se há desconhecimento ou oposição do devedor em relação ao pagamento, não há a obrigatoriedade de reembolso, desde que
houvesse meios para ilidir a cobrança.
◦ Existência de exceções como compensação, prescrição e até mesmo quanto à própria constituição regular do crédito e validade
da obrigação.
◦ Se os meios de ilidir eram parciais, o reembolso será devido quanto a diferença.
Pagamento por pessoa sem interesse
jurídico na extinção da dívida
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito
por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor
que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
A Quem se Deve Pagar
•Credor
•Representante do Credor
•Alteração do Credor após a constituição da obrigação
A Quem se Deve Pagar
•Credor
• Credor é quem é o titular do crédito na data do pagamento
• Se vários os credores, necessidade de verificação da solidariedade;
• Se houver solidariedade, paga-se a qualquer um dos credores;
• Se não houver solidariedade, o pagamento pode ser feito a cada um, de maneira proporcional;
•Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de
só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
• Pagamento ao credor;
• Pagamento ao representante do credor;
• Necessidade de comprovação
• Pagamento feito a terceiro, que deverá ser ratificado pelo credor.
• Ou demonstrado que reverteu em proveito do credor.
A Quem se Deve Pagar
Representação: Legal ou Convencional - Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por
lei ou pelo interessado.
◦ Legal
◦ Exemplos: pais em relação a filhos menores; tutores e curadores em relação aos respectivos tutelados e curatelados; administrador
em relação da massa na falência; inventariante em relação ao espólio.
◦ Portador da quitação (art. 311)
◦ Mandato tácito – presunção relativa, em face das circunstâncias negociais
◦ Convencional
◦ Mandato
A Quem se Deve Pagar
Pagamento realizado a terceiro que não é credor
◦ Regra geral – não será eficaz
◦ Quem paga mal, paga duas vezes
Em algumas situações pode ocorrer a eficácia do pagamento a terceiro que não é credor
◦ Proteção da confiança legítima – boa-fé a partir da teoria da aparência
◦ Se alguém, em razão das circunstâncias, se apresenta e faz crer que é o legítimo representante do credor, pode ocorrer o
pagamento mediante a crença em critérios objetivos que a legitimam.
◦ Sem instrumento de quitação e sem mandato.
◦ Necessidade de diligência do devedor.
◦ Exemplo: herdeiro aparente – porém aparecem outros herdeiros depois.
◦ Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
◦ Credor deverá buscar a satisfação de seu crédito com quem recebeu, com base na vedação ao enriquecimento ilícito.
A Quem se Deve Pagar
Pagamento realizado a terceiro que não é credor
◦ Regra geral – não será eficaz
◦ Quem paga mal, paga duas vezes
◦ Pagamento feito a terceiro que não era credor, desde que ratificado por este, ou se demonstre que o
pagamento reverteu em seu proveito.
◦ Pagamento realizado ao filho do credor; ao transportador da coisa vendida.
◦ Proveito direto – o dinheiro é repassado ao credor;
◦ Proveito indireto – o dinheiro é empregado para despesas que o credor poderia responder;
◦ Neste caso pode haver a consideração de ineficácia do pagamento, em razão da violação à liberdade do credor de disposição do
próprio patrimônio.
A Quem se Deve Pagar
Pagamento realizado a credor incapaz
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não
provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
◦ Capacidade de fato para exercer pessoalmente os atos da vida civil
◦ Poder de disposição sobre o crédito
◦ Exemplo: não há poder de disposição sobre o crédito quando é objeto de penhora; o credor não tenha legitimidade para receber,
como nos casos de credor falido.
◦ Penhora
◦ Reivindicação do crédito por terceiro
Condições Objetivas do Pagamento
Objeto da obrigação é a prestação.
◦ Pagamento – realização integral da prestação: identidade e integralidade do pagamento.
◦ Exato cumprimento da prestação.
◦ Aliud pro alio invite creditore solvi no potest.
◦ Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais
valiosa.
◦ Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a
receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
◦ Porém, em caso de vários devedores de obrigação divisível, é possível o pagamento pro rata.
◦ Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas
obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
◦ Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua
natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Condições Objetivas do Pagamento
Possibilidades de ajuste ou alteração da obrigação
◦ Boa-fé objetiva
◦ Usos e costumes
◦ Oferecida prestação superior, a recusa para reclamar perdas e danos pode ser considerada abuso de
direito. Exemplo – oferecimento de vaga na classe executiva para viajante no mesmo voo.
◦ Recusa a cumprimento parcial sem motivo sério também pode ser causa de abuso de direito.
Aceitação do cumprimento da obrigação parcial não altera a obrigação e nem implica novação.
◦ Se a prestação não for completada, há a possibilidade de configuração de inadimplemento absoluto.
Condições Objetivas do Pagamento
Obrigações pecuniárias e pagamento
◦ Dívidas de dinheiro – prestação consistente na entrega da moeda, em seu valor nominal
◦ Dívidas de valor – conferir ao credor prestação que configure uma situação patrimonial – quantia monetária é uma representação
parcial.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o
disposto nos artigos subseqüentes.
Moeda
◦ Reserva de valor
◦ Medida de valor
◦ Meio de pagamento
Em dívidas de dinheiro, a moeda é valor e meio de pagamento. Em dívidas de valor, a moeda é só meio de pagamento.
Assim, as dívidas de valor são, inicialmente, ilíquidas.
◦ Porém, nem toda dívida ilíquida será de valor.
◦ Exemplo, necessidade de cálculo de juros em dívida de valor.
Condições Objetivas do Pagamento
Obrigações pecuniárias e pagamento
◦ Exemplo de dívida de valor – indenização
◦ Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
◦ Avaliação econômica do dano
◦ Em algumas situações, será compensação de dano irreparável
Art 1º São nulos de pleno direito os contratos, títulos e quaisquer documentos, bem como as obrigações que exeqüíveis no Brasil,
estipulem pagamento em ouro, em moeda estrangeira, ou, por alguma forma, restrinjam ou recusem, nos seus efeitos, o curso
legal do cruzeiro.
Cláusula de Escala Móvel – “estabelece uma revisão, pré-convencionada pelas partes, dos
pagamentos que deverão ser feitos de acordo com as variações de preço de determinadas
mercadorias ou serviços.”
◦ Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
◦ Limites
Condições Objetivas do Pagamento
Limitações à Cláusula de Escala Móvel
CF
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Lei n. 10.192/01
Art. 2o É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de preços gerais, setoriais ou que
reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou
superior a um ano.
§ 1o É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a um ano.
§ 3o Ressalvado o disposto no § 7o do art. 28 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, e no parágrafo seguinte, são
nulos de pleno direito quaisquer expedientes que, na apuração do índice de reajuste, produzam efeitos financeiros
equivalentes aos de reajuste de periodicidade inferior à anual.
Condições Objetivas do Pagamento
Limitações à Cláusula de Escala Móvel
Contratos de Financiamento de Imóvel
Lei 10.931/04
Art. 46. Nos contratos de comercialização de imóveis, de financiamento imobiliário em geral e nos de
arrendamento mercantil de imóveis, bem como nos títulos e valores mobiliários por eles originados, com
prazo mínimo de trinta e seis meses, é admitida estipulação de cláusula de reajuste, com periodicidade
mensal, por índices de preços setoriais ou gerais ou pelo índice de remuneração básica dos depósitos de
poupança.
Condições Objetivas do Pagamento
Cláusula de renegociação
◦ Estabelecem condições nas quais poderá haver a renegociação e modificação do objeto da obrigação.
◦ Comum em contratos de comércio internacional e no direito empresarial.
◦ Cláusula de Hardship – dever de renegociação em razão de alteração de circunstâncias.
◦ Não são fatos imprevisíveis - há a antecipação do que pode ocorrer.
◦ Dever de procedimento, e não a obtenção de um resultado determinado.
◦ Técnica de alocação de riscos negociais.
Condições Objetivas do Pagamento
Revisão Judicial do Objeto da Obrigação
◦ Justiça contratual
◦ Equilíbrio entre obrigações comutativas
◦ Cláusula rebus sic stantibus (enquanto as coisas permanecerem as mesmas)
◦ Identificar existência de causas de invalidade
◦ Nulidade (integral ou parcial)
◦ Anulação do negócio
◦ Ente externo – judiciário
Mecanismos
◦ Teoria da imprevisão
◦ Teoria da onerosidade excessiva
◦ Teoria da base do negócio jurídico
◦ Revisão do objeto da obrigação e exceção da ruína
◦ Desproporção manifesta – art. 317
Condições Objetivas do Pagamento
Teoria da Imprevisão
◦ 1 Guerra Mundial – Companhia de Gás de Bordeaux
◦ Contrato com a cidade com o preço do gás
◦ Em razão da guerra, o custo aumentou
◦ O Conselho de Estado acolheu a pretensão da Companhia para o reequilíbrio do contrato em razão da imprevisibilidade da
situação.
◦ Requisitos
◦ Fato superveniente
◦ Desproporção das prestações
◦ Imprevisibilidade no momento da constituição da obrigação
◦ “Imprevisível é o que não é possível, segundo regras ordinárias e de comportamento diligente e probo das partes, antecipar o
conhecimento sobre sua ocorrência.” (Miragem)
◦ Se é previsível, está no risco do negócio realizado.
Condições Objetivas do Pagamento
Teoria da onerosidade excessiva
◦ Permite, em contratos de execução continuada ou periódica, a resolução do contrato caso a prestação de uma das partes
se torne excessivamente onerosa em razão de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis.
◦ Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente
onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
◦ Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.
◦ Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja
reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Efeitos
◦ Possibilidade de intervenção judicial para a revisão de prestações, visando à preservação do equilíbrio e o atendimento
da finalidade útil do contrato.
◦ Sendo impossível (agravamento da situação de uma das partes não corresponde a um ganho da outra, abre-se a
possibilidade de resolução).
Condições Objetivas do Pagamento
Revisão do objeto da obrigação e exceção da ruína
◦ Derivação da teoria da base objetiva do negócio jurídico
◦ Resposta do direito à alteração das circunstâncias que implique ruína de uma das partes contratantes no cumprimento do contrato,
ou ainda, em razão do desequilíbrio causado por esta mudança na realidade fática, a própria frustração do fim do contrato não
apenas a determinado contratante, senão a todos aqueles que se vinculem ao mesmo contratante, em relação de interdependência
contratual.
(TJSP; Apelação Cível 1010177-42.2021.8.26.0625; Relator (a): Rosangela Telles; Órgão Julgador: 31ª Câmara de Direito
Privado; Foro de Taubaté - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 26/04/2022; Data de Registro: 26/04/2022)
Condições Objetivas do Pagamento
Ação revisional de contrato - contrato de fornecimento de energia elétrica na modalidade
demanda contratada - autora que atua no ramo de shopping center - notório desequilíbrio
econômico decorrente da crise financeira instaurada com a pandemia do vírus Sars-CoV-2 - arts.
317, 478, 479 e 480 do Código Civil - ordenamento jurídico que ampara a pretensão -
possibilidade de revisão contratual - cobrança que deve observar o regime da demanda
efetivamente consumida - observância da tarifa aplicada ao aludido regime - recurso
parcialmente provido para esse fim.
◦ Portables – cumprimento da obrigação em local do credor (onde deve ser recebida a prestação pelo
credor)
◦ cabe ao devedor levar ou enviar, por sua conta e risco, o objeto ao credor ou cumprir a obrigação
◦ Mista - envio
Do Lugar do Pagamento
Despesas para pagamentos de dívidas de envio e remessa
Várias combinações
Incoterms – usos e costumes internacionais
Motivo sério que inviabilize a adequada realização da prestação no local originalmente definido,
sob pena de comprometer a segurança ou o patrimônio das partes envolvidas e o sacrifício de
seus interesses legítimos.
Do Lugar do Pagamento
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor
relativamente ao previsto no contrato.
Supressio.
Do Tempo do Pagamento
Quando o pagamento deve ser realizado
◦ Data específica
◦ Até certa data
◦ Até certa hora
◦ Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do
devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se
estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
◦ Quando o pagamento é até o vencimento, o credor não é obrigado a estar à disposição do devedor a todo
o momento. A mora do credor só ocorrerá se o devedor notificar o credor com prazo razoável para o
recebimento.
◦ Quando o pagamento é em data específica, não poderá o devedor realizar a prestação em momento
anterior.
Antecipação da Exigibilidade da
Prestação
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no
contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e
o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se
reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.
Da Prova do Pagamento
Quitação – ato praticado pelo credor que declara o recebimento da prestação
Termo de quitação – modo pelo qual será realizada a quitação.
Recibo – declaração do credor que recebeu.
Garantia do devedor.
Cuidados:
◦ Que tenha sido emitida pelo credor ou seu representante
◦ Que permita identificar qual seja a dívida e a declaração de que foi satisfeita regularmente
Da Prova do Pagamento
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento,
enquanto não lhe seja dada.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor
e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar
do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus
termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o
devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até
prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
Da Prova do Pagamento
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta
dias, a falta do pagamento.
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se
ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das
partes, que aceitaram os do lugar da execução.
Da Prova do Pagamento
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer
outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte,
contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
CPC
Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou de
outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua
conformidade com o documento original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida.
§ 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computadores fazem prova das imagens
que reproduzem, devendo, se impugnadas, ser apresentada a respectiva autenticação eletrônica ou,
não sendo possível, realizada perícia.
Modalidades Especiais de Pagamento
Pagamentos diretos: realização da prestação pelo devedor ao credor
Pagamentos indiretos: intercorrências no programa original da obrigação
(a) o pagamento em consignação;
◦ Entrega da prestação em depósito judicial
Pressupostos
◦ (a) a própria característica da prestação e a possibilidade de que seja realizada sem a cooperação do
credor e, nesta linha, que seja passível de depósito;
◦ (b) que tenha sido consignada a totalidade da prestação e não apenas parcialmente;
◦ (c) a legitimação do devedor (ou terceiro interessado) para consignar, e daquele contra quem propõe a
consignação, seja o credor ou quem o represente;
◦ (d) liquidez e certeza.
Pagamento em Consignação
Alegações do Credor na Contestação
•I) não houve recusa ou mora de sua parte;
•II) a recusa foi justa;
•III) o depósito não foi efetuado no prazo ou no lugar do pagamento; e
•IV) o depósito não é integral, hipótese em que deverá indicar o montante que entende devido.
Pagamento em Consignação
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário
da coisa devida, nos casos e forma legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
(mora do credor)
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; (mora do credor)
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de
acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao
objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento. (extinção da obrigação)
Pagamento em Consignação – Juros e
Risco
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para
o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
Pagamento em Consignação –
Levantamento do Depósito
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o
devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação
para todas as conseqüências de direito.
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor
consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no
levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa
consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
Pagamento em Consignação
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde
está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob
cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha
pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no
caso contrário, à conta do devedor.
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a
qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente
excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.
Pagamento com Sub-rogação
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias
do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
Pagamento com Sub-rogação
Transferência de determinada qualidade de uma pessoa a outra ou de uma coisa a outra.
◦ Sub-rogação subjetiva – pessoa
◦ Sub-rogação objetiva – coisa
◦ Não é objeto do presente capítulo
Imputação do pagamento – é o mecanismo pelo qual se identifica quais obrigações estão sendo pagas.
Requisitos:
◦ (a) que se trate de pluralidade de débitos;
◦ (b) que estes vários débitos tenham um mesmo credor e um mesmo devedor;
◦ (c) que sejam débitos da mesma natureza, líquidos e vencidos; e
◦ (d) que o pagamento feito pelo devedor seja suficiente para adimplir ao menos um dos débitos, mas insuficiente
para extinguir todos eles.
Miragem, p. 237.
Imputação do Pagamento
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar
a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se
aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando
haver ele cometido violência ou dolo.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo
estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará
nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a
imputação far-se-á na mais onerosa.
Dação em Pagamento
Regra geral – credor não é obrigado a receber prestação diversa, ainda que mais valiosa (art. 313)
◦ Limites da boa-fé e do abuso de direito
Dação em pagamento – “ato de substituição da prestação originalmente definida para a obrigação, mediante consentimento
do credor, de modo que a outra prestação seja realizada em lugar daquela.” (Miragem, p. 240)
Negócio jurídico bilateral – “devedor oferece e credor aceita receber prestação diversa daquela originalmente devida, dando
causa aos efeitos liberatório e extintivo, próprios do pagamento.”
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-
se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em
cessão.
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação
primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
Novação
“Extinção de uma obrigação em razão de uma nova obrigação, que ocupa o seu lugar.”
Miragem, p. 246.
Historicamente – era o mecanismo para a transferência de obrigações. Extinguia-se a antiga, e
criava-se a nova.
◦ Hoje existem outros meios de transmissão de obrigações.
Efeitos
◦ Constitutivo de nova obrigação
◦ Extinção da obrigação anterior
◦ A causa da obrigação nova será a obrigação anterior
◦ Bilateral – contrato
◦ Unilateral – emissão de título de crédito para extinguir obrigação anterior
Novação
Requisitos
•(a) a existência de uma obrigação anterior;
• Pode ser obrigação natural
• Não pode ser obrigação decorrente de negócio jurídico nulo
Miragem, p. 247
Novação
Continuidade da obrigação antiga em relação à obrigação nova:
Súmula 286 do STJ: “A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a
possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores”
Novação
Objetiva (real) – novo objeto
Subjetiva – alteração da(s) parte(s)
◦ Novação por expromissão – sem concordância do devedor
◦ Novação por delegação – concordância do devedor
◦ Delegante – devedor da obrigação original
◦ Delegatário – credor da obrigação original
◦ Delegado – quem assumirá o dever de realizar a prestação na nova obrigação
•Requisitos
• Reciprocidade de dívidas
• Liquidez, exigibilidade e fungibilidade da dívida
• Manifestação do interessado em compensar
• Discussão doutrinária quanto à necessidade
• Miragem entende pela necessidade, porém com efeitos ex tunc – retroagem a data do preenchimento das demais condições
• Relevância?
Compensação Convencional
Convenção das partes
◦ Autonomia privada
◦ Possível a compensação de dívidas que não sejam líquidas, exigíveis ou fungíveis
◦ Pode ser pactuada até mesmo a compensação de créditos futuros, que ainda venham a se constituir
Compensação Judicial
“A compensação judicial é aquela em que havendo a reciprocidade de dívidas, uma delas não é
líquida ou exigível, sendo declarada pelo juiz que a líquida suspende a condenação.”
◦ Oferecimento de reconvenção em uma ação judicial
◦ Sustenta pretensão devida pelo autor da ação;
◦ Uma vez sendo reconhecida pelo juízo, torna líquida e exigível uma dívida que o réu é credor com o
autor da ação
◦ Jurisprudência no sentido da desnecessidade de reconvenção, podendo ser feita na contestação - STJ,
REsp 1524730/MG
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a
concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a
solidariedade.
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação
anterior.
Remissão
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração
do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a
extinção da dívida.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente;
de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o
débito sem dedução da parte remitida.