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No entanto, não constitui essa falta de justa causa em não receber, ou em não
dar quitação, uma condição necessária para que se proceda com a consignação, na
medida em que esse instrumento poderá ser utilizado também nos casos em que o
credor está impossibilitado de receber.
b) No caso do art. 335, II, trata-se da chamada dívida quérable, isto é, quando
compete ao credor ir receber a prestação. Nesse caso, o credor permanece
inerte, não indo até o devedor e o mesmo, para por termo à obrigação,
consigna o valor devido.
c) Na hipótese do art. 335, III, vale destacar que inicialmente o credor nunca é
desconhecido, mas, em certas situações, no correr da relação obrigacional, a
indeterminação pode surgir, como no caso do credor que falece, abrindo-se a
sucessão e desconhecendo-se os herdeiros.
d) No caso do art. 335, IV, o pagamento feito de forma incorreta, àquele ilegitimado
para recebê-lo, implicará na não desoneração do devedor. Um dos exemplos que
poderiam ser aventados corresponde justamente ao credor que falece e cujo
patrimônio é aberto a sucessão. Não se sabe quem assumirá a posição de credor
e o pagamento, feito erroneamente, não propiciará a desoneração.
e) Por fim, no art. 335, V, haverá espaço para consignação se existir um litígio
entre o credor e um terceiro, onde o terceiro reivindica o pagamento. O
devedor não sabe a quem pagar e desonerar-se-á depositando a coisa em
juízo. O art. 344 do Código Civil especifica essa situação.
A consignação congrega elementos tanto de direito material como também processual
(arts. 890 a 900 do Código de Processo Civil), sendo um verdadeiro procedimento
judicial.
Imputação de pagamento
Novação
A novação é uma modalidade de extinção das obrigações por meio da qual cria-se
uma obrigação nova com o intento de extinguir uma obrigação antiga. O credor e o
devedor, ou apenas o credor, extinguem a obrigação original e criam uma nova, que
vinculará o devedor no lugar daquela. O surgimento da nova obrigação importa na
necessária resolução da antiga.
A novação pode ser objetiva, quando se refere ao objeto da prestação. Trata-
se da hipótese do art. 360, I, do Código Civil. A novação subjetiva, por sua vez, é
tratada nos incisos II e III, havendo, em tais casos, a substituição do devedor ou do
credor.
O instituto hoje não tem mais a mesma importância de que manifestava no direito
romano, onde residem as suas raízes.
A novação não implica na satisfação do crédito, pois ele persiste, mas sob
uma nova forma. A natureza extintiva é justificada, pois a obrigação primitiva
desaparece, mas ainda assim não há que se falar em satisfação.
Outra consideração preliminar que se faz necessária é a anuência de ambas as
partes, não se operando jamais a novação por força de lei.
A novação subjetiva pode ocorrer com a alteração tanto da figura do credor
como do devedor. A novação subjetiva passiva pode ocorrer por delegação ou
expromissão.
O art. 360, III trata da novação no pólo ativo. Trata-se da substituição da figura
do credor.
Os requisitos essenciais, conforme observado, são:
Compensação
Compensação, no direito obrigacional, significa um acerto de débito e crédito
entre duas pessoas que detêm simultaneamente a condição recíproca de credor e
devedor. A extinção dos débitos se opera até o montante em que se contrabalançam.
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I – se provier de esbulho, furto ou roubo;
II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III – se uma for de coisa não suscetível de penhora.
O inciso I trata de casos de delito e, logicamente, a lei não pode transigir que eles
se prestem à compensação; no inciso II, o comodato e o depósito são contratos que
afastam a idéia de fungibilidade entre as prestações e os alimentos, por se destinarem à
subsistência dos indivíduos (se fossem compensados poderiam colocar em risco a vida
humana); no inciso III, a impenhorabilidade redunda na incompensabilidade, tendo como
exemplo o salário, que não pode ser compensado.
A compensação, como visto, produz os mesmo efeitos do pagamento. As
obrigações são resolvidas e os credores (e devedores) recíprocos restam satisfeitos. A
compensação legal dinamiza essa satisfação entre as partes.
Confusão
Existe confusão quando se observa, numa determinada relação obrigacional, a
junção numa mesma pessoa das figuras de credor e devedor. Há impossibilidade
lógica de que a obrigação persista. O artigo 381 do Código Civil prevê que.
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