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FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO

Pagamento por consignação (art. 334 ao 345 do CC)


Essa modalidade especial de extinção da obrigação centra-se no fato de que, não
apenas o credor, mas também o devedor possui interesse em extinguir a obrigação. Caso
não efetue o pagamento da forma devida, ou seja, no tempo, lugar e condições
inicialmente estabelecidas, observará o devedor uma maior oneração por conta da
constituição em mora. Esse fator é decisivo no interesse do devedor em encerrar a relação
obrigacional através do seu regular pagamento.
A consignação extingue a obrigação com o depósito judicial da coisa devida,
nos casos e formas legais. É a previsão do art. 334 do Código Civil.

Um exemplo pode ser observado na consignação do valor de aluguel, quando


o credor se nega a receber. Não recebendo o aluguel, em tese, o credor abre espaço
para a propositura de ação de despejo. Consignando-se valor, o devedor afastaria
essa possibilidade.
OBS.: A consignação não é um expediente jurídico que se presta somente ao depósito
de dinheiro. Qualquer coisa que seja objeto da obrigação pode ser consignada. Nesse
sentido, vale recorrer ao art. 341 do Código Civil.
Para as hipóteses de obrigações alternativas, é necessário, como visto, que a
escolha seja procedida pelo credor. Se o credor retardar o cumprimento da obrigação,
essa faculdade de escolha pode ser perdida, sendo a mesma feita pelo devedor e em
seguida consignada, implicando na conseqüente extinção do vínculo. Trata-se do
previsto no art. 342 do Código Civil.

As cinco hipóteses de consignação estão enunciadas pelo art. 335 do Código


Civil:

Art. 335. A consignação tem lugar:


I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento,
ou dar quitação na devida forma;
II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e
condição devidos;
III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente,
ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Ao analisar cada inciso em particular, pode-se constatar o seguinte:
a) No caso do art. 335, I, tem-se o caso da dívida portable, quando o devedor é o
portador do pagamento, devendo levá-lo até o credor. Aqui é necessário que
se observe a existência ou não de justa causa no não recebimento por parte do
credor. Não haverá justa causa, por exemplo, nas situações em que o credor
tenta receber mais do que o que lhe é devido.

No entanto, não constitui essa falta de justa causa em não receber, ou em não
dar quitação, uma condição necessária para que se proceda com a consignação, na
medida em que esse instrumento poderá ser utilizado também nos casos em que o
credor está impossibilitado de receber.

b) No caso do art. 335, II, trata-se da chamada dívida quérable, isto é, quando
compete ao credor ir receber a prestação. Nesse caso, o credor permanece
inerte, não indo até o devedor e o mesmo, para por termo à obrigação,
consigna o valor devido.

c) Na hipótese do art. 335, III, vale destacar que inicialmente o credor nunca é
desconhecido, mas, em certas situações, no correr da relação obrigacional, a
indeterminação pode surgir, como no caso do credor que falece, abrindo-se a
sucessão e desconhecendo-se os herdeiros.

d) No caso do art. 335, IV, o pagamento feito de forma incorreta, àquele ilegitimado
para recebê-lo, implicará na não desoneração do devedor. Um dos exemplos que
poderiam ser aventados corresponde justamente ao credor que falece e cujo
patrimônio é aberto a sucessão. Não se sabe quem assumirá a posição de credor
e o pagamento, feito erroneamente, não propiciará a desoneração.

e) Por fim, no art. 335, V, haverá espaço para consignação se existir um litígio
entre o credor e um terceiro, onde o terceiro reivindica o pagamento. O
devedor não sabe a quem pagar e desonerar-se-á depositando a coisa em
juízo. O art. 344 do Código Civil especifica essa situação.
A consignação congrega elementos tanto de direito material como também processual
(arts. 890 a 900 do Código de Processo Civil), sendo um verdadeiro procedimento
judicial.

Pagamento com sub-rogação


A sub-rogação, que pode ser entendida através do vocábulo substituição, não é
verdadeiramente uma forma de extinção da obrigação, mas sim de alteração da
posição do credor da relação obrigacional. O instituto é tratado no Código Civil pelos
arts. 346 e seguintes.
Nessa modalidade especial de pagamento, um terceiro efetua o pagamento no
lugar do devedor original e, dessa forma, substitui o credor. O terceiro que paga torna-
se credor em relação ao devedor, passando a dispor de todos os direitos, ações e
garantias que tinha o credor substituído.
Ao devedor não importará prejuízo visto que deverá pagar exatamente aquilo
que seria devido ao credor original. A dívida toda é conservada, não existindo extinção
em nenhuma parte.
Uma das mais pertinentes considerações acerca da natureza da sub-rogação é
a de que a mesma não é, em verdade, um meio de extinção da obrigação. A obrigação
subsiste, sendo apenas alterado o titular do crédito.
Adicionalmente, a sub-rogação e a cessão de crédito são institutos que
possuem certas similitudes, não podendo ser confundidas. Veja o quadro abaixo:

Pagamento com sub-rogação Cessão de crédito


Regra especial de pagamento ou forma Forma de transmissão das obrigações.
de pagamento indireto, pela mera
substituição do credor, mantendo-se os
demais elementos obrigacionais.
Centra-se no pagamento de uma dívida Pode ter efeito especulativo, e pode
efetuada por terceiro ficando ne- ocorrer mediante a transferência de
cessariamente vinculada aos termos numerário diversa do valor da dívida em
dessa dívida. O valor devido àquele que si.
se sub-roga será necessariamente
coincidente com o valor inicialmente
devido ao credor original.
Desnecessário notificação do devedor de Necessário que o devedor seja notificado
tal negocio jurídico. de tal negócio jurídico (art. 290 CC)
Pode se processar ainda que sem a O mesmo não ocorre na cessão, onde
anuência do credor mister se faz a manifestação de vontade
do titular do crédito no sentido de
negociá-lo.
A sub-rogação pode ser legal ou convencional. O art. 346 do Código Civil determina as
hipóteses de sub-rogação legal.
O art. 346, III, trata da situação mais comum e mais útil para utilização da sub-
rogação.
As duas formas de sub-rogação convencional são delimitadas pelo art. 347 do
Código Civil.
Na primeira hipótese, não há necessidade nem mesmo do conhecimento por
parte do devedor, quiçá de sua anuência em relação à sub-rogação.
No segundo caso, o devedor passa a dever ao mutuante com todos os deveres
originários daquela obrigação.
Como examinado, no pagamento com sub-rogação, o credor original é
satisfeito sem que isso importe em extinção da obrigação.
A finalidade especulativa, conforme tratada na distinção em relação à cessão
de crédito, não pode existir. O sub-rogado não pode receber nada além do que
receberia o credor originário.
Na sub-rogação convencional, as partes podem manifestar sua vontade no
sentido de alteração dos valores, conforme se depreende do art. 350 do Código Civil.
No pagamento parcial, por sua vez, o credor originário tem preferência em face
daquele que o sub-roga (art. 351 do Código Civil).

Imputação de pagamento

A imputação de pagamento pode ser observada quando da existência de vários


débitos de um mesmo devedor em relação a um mesmo credor. Há pluralidade de dívidas,
de forma que um pagamento efetuado pode vir a extinguir uma ou mais de uma delas.
Dessa forma, a imputação de pagamento é um expediente jurídico que confere
certa lógica na definição de que relações obrigacionais devem ser reputadas como
extintas.
Nesse sentido, é preciso que essas dívidas sejam da mesma natureza, líquidas
e já vencidas. É o que dispõe o art. 352 do Código Civil.
A preferência na escolha da dívida a ser adimplida é do devedor. O art. 352
define que compete ao obrigado fazer essa imputação. Na hipótese de silêncio por
parte do devedor, não se manifestando este dentro do tempo certo, a escolha passa
ao credor (art. 353). Quando nenhuma das partes se manifesta em tempo oportuno, a
lei assume o papel de orientar a solução dos débitos, indicando qual deles deve ser
tido como adimplido. Essa é a imputação legal, prevista no art. 355 do Código Civil.
Os requisitos da imputação de pagamento estão também no art. 352 do Código
Civil:
1) pluralidade de débitos, sendo que os mesmos devem ser independentes entre si e
não podendo o credor receber parcialmente;
2) a existência de um só credor e um só devedor;
3) os débitos devem ser da mesma natureza, isto é, deve haver compatibilidade
entre o objeto do pagamento;
4) as dívidas devem ser líquidas;
5) o pagamento ofertado pelo devedor deve ser suficiente para quitar ao menos uma
das dívidas; e
6) a dívida deve ser vencida.

Não havendo acordo em contrário, a escolha na imputação é do devedor,


devendo o mesmo ser tratado de forma mais benigna. Esse direito à realização da
imputação não é absoluto, pois de acordo com o art. 354 do Código Civil, é necessário
empregar o capital primeiramente nos juros vencidos. Imputar o dinheiro diretamente
no capital não é uma opção válida para o devedor, a menos que tenha havido acordo
entre as partes nesse sentido.
Se o devedor pagar uma ou mais dívidas não destacando ao credor qual a
imputação, o credor terá liberdade para dar quitação na que quiser. A importância dessa
determinação reside no fato de que o credor, por força da lógica, dará quitação na dívida
que lhe seja menos favorável.
Ex.: o devedor vinculado por duas dívidas – uma quirografária e outra com garantia real –
é certo que o credor dará quitação na primeira, em virtude da ausência de garantia.
Se as duas partes forem omissas, a imputação será legal, observando-se os
princípios que residem no código.
A imputação legal, como visto, obedece aos ditames do art. 355 do Código
Civil. Na aferição da dívida mais onerosa, cabe a atuação do juiz no caso concreto,
não obstante a doutrina apresente alguns indicativos. Por exemplo: a orientação geral
da lei é a de privilegiar o devedor, e dessa forma, a preferência se manifesta na
extinção de dívidas com garantia real ou fiança, preterindo para outro momento as
simplesmente quirografárias.

Dação em Pagamento (datio in solutum)

Dação em pagamento é uma modalidade de extinção da obrigação em que a


mesma poderá ser resolvida mediante a substituição de seu objeto. O devedor entrega
prestação diversa da inicialmente estabelecida, ou seja, dá-se algo distinto em pagamento.
Logicamente, atentando à noção de que o credor não pode ser obrigado a receber
prestação diversa da estabelecida, ainda que mais valiosa, a dação em pagamento só se
opera com o consentimento do credor.
Trata-se de um acordo de natureza liberatória que representa, em síntese, a
substituição do objeto inicial da obrigação. A dação em pagamento pode consistir:
a) na substituição de dinheiro por coisa;
b) de uma coisa por outra;
c) de uma coisa por uma obrigação de fazer.
A dação em pagamento é negócio jurídico bilateral, oneroso e real. Real no
sentido de que corrobora na entrega de uma coisa, excepcionando-se os casos em
que a prestação seja de fazer ou não fazer, pura e simples.
Não há a necessidade de que o valor da prestação substituta seja igual ao da
substituída. Deve haver tão somente a anuência do credor com o recebimento da
coisa e com a conseqüente extinção da dívida.
O pagamento parcial também é possível. Nesse caso, o credor salda parte da
dívida mediante dação em pagamento, e o restante da obrigação subsiste.
Para a aceitação da dação em pagamento, isto é, o recebimento de prestação
diversa da devida, é necessário que o credor seja plenamente capaz. No caso deste
ser incapaz, é necessária autorização judicial.
Se houver perda coisa por conta da evicção, deve-se observar a repristinação
da obrigação originária. É o que costa do art. 359 do Código Civil.

A evicção é aplicável à dação em pagamento da mesma forma que se


apresenta para a compra e venda. A situação seria equivalente à inexistência de
quitação, mantendo-se a obrigação da mesma forma que foi contraída originalmente.

Novação
A novação é uma modalidade de extinção das obrigações por meio da qual cria-se
uma obrigação nova com o intento de extinguir uma obrigação antiga. O credor e o
devedor, ou apenas o credor, extinguem a obrigação original e criam uma nova, que
vinculará o devedor no lugar daquela. O surgimento da nova obrigação importa na
necessária resolução da antiga.
A novação pode ser objetiva, quando se refere ao objeto da prestação. Trata-
se da hipótese do art. 360, I, do Código Civil. A novação subjetiva, por sua vez, é
tratada nos incisos II e III, havendo, em tais casos, a substituição do devedor ou do
credor.
O instituto hoje não tem mais a mesma importância de que manifestava no direito
romano, onde residem as suas raízes.
A novação não implica na satisfação do crédito, pois ele persiste, mas sob
uma nova forma. A natureza extintiva é justificada, pois a obrigação primitiva
desaparece, mas ainda assim não há que se falar em satisfação.
Outra consideração preliminar que se faz necessária é a anuência de ambas as
partes, não se operando jamais a novação por força de lei.
A novação subjetiva pode ocorrer com a alteração tanto da figura do credor
como do devedor. A novação subjetiva passiva pode ocorrer por delegação ou
expromissão.

1) Delegação – Aqui se verifica o consentimento do devedor originário. É a hipótese


definida pelo art. 360, II, do Código Civil, cabendo ao devedor da obrigação inicial
indicar o seu substituto. Dessa maneira, observa-se a novação por delegação
quando um terceiro, que é o delegado, anui em tornar-se devedor perante o
credor, que aqui é o delegatório, implicando assim na extinção da dívida primitiva.
Destaque-se que na delegação (pura e simples) o credor aceita o novo devedor,
mas sem renunciar às suas prerrogativas face ao antigo devedor. Trata-se da
delegação imperfeita.

2) Expromissão – Da mesma forma que a delegação, também é novação


subjetiva passiva. Trata-se, em verdade, de uma forma de expulsão do
devedor originário, visto que um terceiro assume a dívida dele, com a
concordância do credor, mas sem que seja necessária a anuência do devedor.
É o que dispõe o art. 362 do Código Civil:

Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada


independentemente de consentimento deste.

O art. 360, III trata da novação no pólo ativo. Trata-se da substituição da figura
do credor.
Os requisitos essenciais, conforme observado, são:

1) uma dívida anterior que se extingue;


2) a criação de uma obrigação nova. Outros requisitos, no entanto, podem ser inferidos da
própria dinâmica da novação, como por exemplo a validade da obrigação que se quer
extinguir, o animus de novar, a legitimidade e capacidade para o ato de novar.
A obrigação natural pode ser novada. O pagamento feito tendo em vista uma
obrigação natural não pode ser repetido, visto que ele é de fato devido e, por conta
desse fato, chega-se a conclusão da possibilidade de sua novação. A nova obrigação,
no entanto, será civil, e plena, contando com todos os elementos assecuratórios da
sua exigibilidade.
Já as obrigações nulas ou extintas não podem ser novadas. É inclusive
entendimento expresso no art. 367 do Código Civil.

O ânimo de novar também é um elemento imprescindível. E a sua ausência


importa em mera confirmação da primeira obrigação. Nesse sentido, menciona o art
361 do Código Civil:

Compensação
Compensação, no direito obrigacional, significa um acerto de débito e crédito
entre duas pessoas que detêm simultaneamente a condição recíproca de credor e
devedor. A extinção dos débitos se opera até o montante em que se contrabalançam.

O principal benefício é evitar-se uma dupla ação, facilitando-se o


adimplemento. A compensação, vale ressaltar, possui natureza de meio extintivo das
obrigações.
A compensação somente extingue obrigações existentes entre as partes,
excluindo-se as referentes a terceiros. Esse entendimento pode ser percebido na
dicção do art. 376 do Código Civil.
A obrigação natural, como visto, é inexigível, e, dessa forma, não pode ser
compensada.
O art. 370 do Código Civil trata do requisito de que as prestações sejam
homogêneas. O objeto delas deve ser fungível. Dessa forma, reputam-se como
compensáveis coisas da mesma natureza, e de qualidade semelhante. Por exemplo,
não se pode compensar diferentes qualidades de café.
O art. 373 do Código Civil define as hipóteses onde não pode ser observada a
compensação legal:

Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I – se provier de esbulho, furto ou roubo;
II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III – se uma for de coisa não suscetível de penhora.
O inciso I trata de casos de delito e, logicamente, a lei não pode transigir que eles
se prestem à compensação; no inciso II, o comodato e o depósito são contratos que
afastam a idéia de fungibilidade entre as prestações e os alimentos, por se destinarem à
subsistência dos indivíduos (se fossem compensados poderiam colocar em risco a vida
humana); no inciso III, a impenhorabilidade redunda na incompensabilidade, tendo como
exemplo o salário, que não pode ser compensado.
A compensação, como visto, produz os mesmo efeitos do pagamento. As
obrigações são resolvidas e os credores (e devedores) recíprocos restam satisfeitos. A
compensação legal dinamiza essa satisfação entre as partes.

Confusão
Existe confusão quando se observa, numa determinada relação obrigacional, a
junção numa mesma pessoa das figuras de credor e devedor. Há impossibilidade
lógica de que a obrigação persista. O artigo 381 do Código Civil prevê que.

A confusão, segundo o art. 382, pode ser total ou parcial.


Quando o estado de confusão acaba, a obrigação é restabelecida,
congregando novamente todos os seus caracteres.
A confusão pode se operar de diversas formas. Pode ocorrer por ato inter vivos ou
causa mortis, nesse caso, quando o herdeiro assume o patrimônio do credor e vê extinto o
seu débito. Destaque-se que enquanto não houver partilha dos bens envolvidos na
sucessão, não há que se falar em confusão. Na confusão por ato inter vivos, o mesmo
pode ainda ser gratuito ou oneroso; a título singular ou universal.

O art. 383 do Código Civil trata da hipótese de confusão em obrigações


solidárias. De acordo com o dispositivo, os efeitos da confusão não se comunicam às
demais figuras abarcadas pela solidariedade.

Remissão

A remissão ocorre quando o credor libera o devedor do cumprimento da


obrigação, no todo ou em parte, sem que tenha recebido o pagamento que lhe é
devido. Trata-se de uma modalidade de renúncia.
Sob uma perspectiva mais técnica, remissão e renúncia apresentam uma distinção:
a remissão depende da anuência do devedor, que mesmo tendo sua dívida perdoada pelo
credor, pode querer pagar, tendo em vista questões morais. A remissão é ato unilateral,
mas somente se implementa com a concordância do obrigado. Na renúncia, essa
necessidade de anuência por parte do devedor não está presente.
A remissão pode ser expressa ou tácita. A sua forma tácita é especificada nos
arts. 386 e 387 do Código Civil, ao disporem que.
Ao remir a dívida principal, o credor promove a conseqüente extinção das
obrigações acessórias. A recíproca, conforme já examinado, não é verdadeira, por é
perfeitamente possível a extinção da obrigação acessória sem que principal seja
atingida.
Quando houver pluralidade de devedores, deve-se ter em mente que:
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na
parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a
solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução
da parte remitida.

No tocante à indivisibilidade, vale ainda destacar o art. 262 do Código Civil, o


qual dispõe que “se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta
para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor
remitente.” O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão, conforme determinado pelo parágrafo único do mesmo
artigo.

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