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Adimplemento ocorre, em regra por meio do pagamento. Pagamento, portanto, significa cumprimento ou
adimplemento da obrigação.
Referido princípio exige que as partes atuem de maneira correta durante as tratativas, formação e cumprimento
do contrato. Guarda relação com o principio de direito que prevê que a ninguém é dado beneficiar-se da própria
torpeza.
Princípio da pontualidade: a prestação deve ser cumprida em tempo, no momento aprazado, de forma
integral, no local e modo devidos. Só a prestação devida, cumprida integralmente desonera o obrigado.
O credor não é obrigado a receber por partes se assim não foi convencionado, ainda que a prestação seja
divisível.
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
ESPÉCIES DE PAGAMENTO
O pagamento pode ser direto ou indireto (pagamento por consignação, dação em pagamento, etc)
e pode ser efetuado voluntariamente ou por meio de execução forçada (sentença judicial)
Para que o pagamento produza efeitos, dentre o quais o principal que é o de extinguir a obrigação, devem ser
verificados os seus requisitos essenciais de validade:
O cumprimento da prestação pode ser feita pelo devedor, por seu sucessor ou por terceiro (art. 304 e 305),
exigindo-se a presença do credor, seu sucessor ou de quem de direito os represente (art. 308, CC), considerando
que o pagamento feito a quem não possui a qualidade para receber é indevido. Quem paga mal, paga duas
vezes.
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
DE QUEM DEVE PAGAR
“Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios
conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor,
salvo oposição deste.”
Os terceiros não interessados também podem, se quiserem, realizar o pagamento da obrigação. Não
interessados são aqueles que não possuem interesse jurídico na relação obrigacional e não terão o seu
patrimônio afetado no caso de descumprimento. (Ex: pai que paga a dívida do filho). – Dívida de namorado,
amante, etc
“Art. 305. O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se
do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.”
A sub-rogação transfere todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo credor em relação à
dívida contra o devedor principal e eventuais fiadores e garantidores.
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
“Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer
depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.”
Como refere-se a um direito do credor, ela deve satisfazer obrigação em relação ao credor, por isso é que o
pagamento deve ser feito ao credor ou quem possui poderes para representa-lo.
Credor, no entanto, não é apenas aquele que originariamente constitui a obrigação, mas também o herdeiro,
o cessionário, o sub-rogado, etc.
Duas hipóteses em que o pagamento feito a quem não é credor se torna eficaz: a) quando o credor
ratifica o pagamento; b) quando o pagamento, mesmo feito a quem não é credor, reverte-se em benefício
deste (ex: pagamento feito ao irmão do credor que utilizou o dinheiro para pagar a conta de luz do credor).
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CREDOR PUTATIVO
“Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda que provado depois que não era
credor.”
O credor putativo é aquele que aos olhos do mundo parece ser credor, quando na realidade não o é.
Porém, se verificado que o devedor tinha conhecimento de que o credor putativo não era, de fato, o credor
da obrigação, agiu o devedor de má-fé e por este motivo o pagamento não é válido.
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CREDOR PUTATIVO
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. SEGURO DPVAT. INDENIZAÇÃO. CREDOR PUTATIVO. TEORIA DA APARÊNCIA.
1. Pela aplicação da teoria da aparência, é válido o pagamento realizado de boa-fé a credor putativo.
2. Para que o erro no pagamento seja escusável, é necessária a existência de elementos suficientes para
induzir e convencer o devedor diligente de que o recebente é o verdadeiro credor.
3. É válido o pagamento de indenização do DPVAT aos pais do de cujus quando se apresentam
como únicos herdeiros mediante a entrega dos documentos exigidos pela lei que dispõe sobre
seguro obrigatório de danos pessoais, hipótese em que o pagamento aos credores putativos
ocorreu de boa-fé.
4. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1601533/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/06/2016,
DJe 16/06/2016)
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
DO OBJETO DO PAGAMENTO
O objeto do pagamento deverá ser o conteúdo da prestação obrigacional. O devedor deve entregar ao credor
exatamente o objeto que se comprometeu a entregar.
“Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.”
“Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a
receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.”
CPC, no art. 916, flexibiliza esta regra ao permitir o parcelamento do pagamento na execução.