Relações do Direito

Processual Penal com outros

ramos do Direito e Ciências
Auxiliares do Processo Penal
Tópicos
- Conceito de Direito Processual e Processo Penal
Direito Penal, Processo e direito Processual Penal
Processo e Procedimento
Âmbito, objecto e fim do processo penal
1. Conceito de direito processual penal e processo

O direito processual penal é o conjunto de normas

jurídicas que disciplinam a aplicação do direito penal aos
casos concretos, ou, o conjunto das normas jurídicas que
orientam e disciplinam o processo penal.¹
 O processo penal é uma sequência de actos juridicamente
preordenados e praticados por certas pessoas legitimamente
autorizadas em ordem à decisão sobre se foi praticado algum
crime e, em caso afirmativo, sobre as respectivas consequências
jurídicas e sua justa aplicação.²

¹Manuel Cavaleiro de Ferreira, Curso de Processo Penal, I, Lisboa, 1986, p.9; Jorge de Figueiredo Dias, Direito Processual Penal, I,
Coimbra, 1974, p.36.
² Jorge Figueiredo Dias, ob. Cit., p. 3.
 2. Direito Penal, processo penal e direito
Processual penal
• Existe uma relação de instrumentalidade e unidade
necessária, ou seja, a lei penal necessita do processo para
a sua aplicação ao caso concreto e o complexo de normas
que disciplinam o processo penal constitui o direito
processual penal, ainda, existe uma unidade no mesmo
pensamento fundamental, pois a lei penal em muitos
casos predetermina o sentido e o alcance das soluções a
consagrar em processo penal.¹

¹ Castanheira Neves, Sumários de Processo Criminal(1967/68), Coimbra, 1968, p. 10; Jorge Figueiredo Dias, ob.cit., pp. 20 ss.
• Diversidade de objectos e intencionalidades específicas
O direito penal tem por objecto o ordenamento da vida em
sociedade, qualificando, por forma geral e abstracta, os
comportamentos humanos em função dos bens jurídicos que
considera valiosos e prescrevendo sanções para os
comportamentos lesivos desses bens, enquanto, o direito
processual penal visa disciplinar o procedimento para
averiguação e decisão sobre a ocorrência de um facto qualificado
como crime e a aplicação da sanção penal aos responsáveis pela
sua prática.¹

¹ Germano Marques da Silva, Curso de Processo Penal, I, Lisboa, 2000, p. 17.

3. Os conceitos de Processo e Procedimento
Na doutrina o termo processo e procedimento comporta
mútiplos significados.¹
Na linguagem corrente processo e procedimento são sinónimos, e
frequentemente na linguagem jurídica, se usam indistintamente
(vide arts. do C.P. e C.P.P. em vigor).
Não existe uma distinção que seja imposta por lei nem que tenha
recebido acordo unânime da doutrina, daí que os termos
processo e procedimento são usados indistintamente,
predominando o uso do termo processo para indicar a actividade
processual e os autos e o termo procedimento para referir as
formalidades e a sequência com que os actos processuais se
realizam e, tendencialmente, para indicar também a marcha de
um processo em concreto.²

⁵ C.F. Paulo Cunha, Processo Comum de Declaração, I, 2ª ed. Apont. De Artur Costa e Jaime Lemos, Braga, 1944, p.5.
² Miguel Teixeira de Sousa, Introdução ao Processo Civil, Lisboa, 1993, pp. 12 ss.
4. Âmbito, objecto e fim do processo penal
• Âmbito do processo penal
O processo penal visa essencialmente sobre os
procedimentos na decisão se foi cometido algum crime e, em
caso afirmativo, sobre as respectivas consequências jurídicas
e sua execução.
Ainda, integram o processo penal, a decisão sobre os pedidos
civeis decorrentes da prática do crime e os processos das
contravenções.
• Objecto do Processo Penal
O objecto do processo é o crime ou contravenção, art.1°
do C.PP. Em vigor, facto humano de que dependa a
aplicação ao agente de uma pena ou medida de
segurança.
• Fins do Processo Penal
O processo penal serve para a aplicação da lei penal aos
casos concretos;
Tem como finalidade a realização da justiça, que
pressupõe a descoberta da verdade e o restabelecimento
da paz jurídica.¹

¹Jorge de Figueiredo Dias, Direito Processual Penal, ed. Policopiada das Lições coligidas por Maria João Antunes, secção de textos
da FDUC, 1988, P.23.
MUITO OBRIGADA!