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Noções Fundamentais
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Pacificação social (vertente processual das teorias da prevenção, de preferência positivas, a
que alude o art. 40.º, n.º 1 do CP)
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Apenas se mantinha uma forma acusatória e não um verdadeiro sistema acusatório.
Desigualdade de armas.
Tentativa de funcionalização dos magistrados.
Típico dos regimes autoritários e/ou fascistas do séc. XX
CPP de 1929
O modelo processual penal vigente (CPP de 1988) – art. 32º, nº5 CRP
Estática:
• Modelos processuais penais
• Princípios fundamentais do CPP
• Pressupostos processuais
• Teoria dos sujeitos processuais
• Teoria dos actos processuais
Dinâmica:
Análise das formas processuais, suas fases e dos actos processuais que as compõem
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Formas de processo penal
Processo comum:
• Perante tribunal singular (em regra, crimes puníveis com pena de prisão de máximo
não superior a 5 anos, ou quando o MP recorra ao art. 16.º, n.º 3 e esse limite não
seja ultrapassado // Artigo 22.º (cont.)
• Perante tribunal colectivo (crimes com moldura penal superior)
• Perante tribunal do júri (em regra, crimes puníveis com prisão de máximo superior a
8 anos)
Processos especiais:
• Oportunidade e consenso; razões de economia e celeridade processuais)
• Sumário (artigos 381.º, ss.)
• Abreviado (artigos 391.º-A, ss.)
• Sumaríssimo (artigos 392.º, ss.)
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o Livro X – Das execuções (de penas e medidas de segurança; de bens e destino das
multas)
o Livro XI – Da responsabilidade por custas
Interpretação:
Sem especificidades de relevo a assinalar
Elementos de interpretação:
• Literal ou gramatical
• Sistemático
• Teleológico ou racional
• Histórico
Integração de lacunas:
Artigo 4.º
(Integração de lacunas) – Nos casos omissos, quando as disposições deste Código não
puderem aplicar-se por analogia, observam-se as normas do processo civil que se
harmonizem com o processo penal e, na falta delas, aplicam-se os princípios gerais do
processo penal.
1.º: normas e princípios análogos do CPP, excepto se in malam partem (também se chega a
esta conclusão por via do art. 11.º do CC, em matéria de leis excepcionais que não
comportam aplicação analógica: Cavaleiro de Ferreira)
Artigo 11.º
(Normas excepcionais) – As normas excepcionais não comportam aplicação analógica, mas
admitem interpretação extensiva.
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2.º: normas do CPC que se adequem ao processo penal (estatuto de direito subsidiário)
Exs. marcação de datas de debate instrutório e de audiência de julgamento por consenso
entre mandatários judiciais; em sede de tramitação de recursos; proibição da prática de
actos inúteis (celeridade processual)
3.º: princípios gerais do processo penal (e daí uma das razões para a necessidade do seu
estudo)
Regra geral – aplicação imediata na lei nova, mesmo aos processos já pendentes – tempus
regit actum: explicação em função da natureza das normas de Direito adjectivo; sem
prejuízo da validade dos actos praticados à luz de lei anterior.
Exceções:
Quando a lei nova implique um prejuízo para a posição processual do arguido – cf., entre
tantos, o ac. do TC n.º 324/2013 (ex. lei antiga admitia recurso na data do início do processo
– aquisição da notícia do crime – e depois não o admite) – n.º 2, al. a) – concretização do
art. 32.º, n.º 1 CRP.
Quando a aplicação imediata da nova lei implicar a quebra da harmonia e unidade dos
vários actos do processo – n.º 2, al. b).
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A teoria dos sujeitos processuais
Noções:
Sujeito processual: é aquele que tem um efectivo poder de conformação do objecto do
processo; participação mais activa na prossecução dos fins do processo pena
® Tribunal
® MP
® Arguido e seu defensor
® Assistente (e seu mandatário)
® Vítima
O tribunal
Art. 202.º da CRP: órgão de soberania que administra a justiça em nome do Povo
Artigo 202.º (Função jurisdicional)
Princípio do juiz natural e proibição do desaforamento
Importância do Estatuto dos Magistrados Judiciais (EMJ) quanto às prerrogativas de que
gozam os magistrados judiciais (Lei n.º 21/85, de 30/7)
® Independência
® Irresponsabilidade
® Inamovibilidade
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• Processo de selecção e possibilidade de recusa não fundamentada
• Juízos Locais Criminais
• Juízos Centrais Criminais
Legislação:
LOSJ – Lei da Organização do Sistema Judiciário (Lei n.º 62/2013, de 26 de Agosto; última
alteração pela Lei Orgânica n.º 4/2017, de 25 de Agosto)
Regulamentação da LOSJ e regime aplicável à Organização e Funcionamento dos Tribunais
Judicias (Decreto-Lei n.º 49/2014, de 27 de Março)
Art. 39.º da LOSJ: Nenhuma causa pode ser deslocada do tribunal ou juízo competente para
outro, a não ser nos casos especialmente previstos na lei.
Art. 81.º da LOSJ:
1 - Os tribunais de comarca desdobram-se em juízos, a criar por decreto-lei, que podem ser
de competência especializada, de competência genérica e de proximidade, nos termos do
presente artigo e do artigo 130.º
2 - Os juízos designam-se pela competência e pelo nome do município em que estão
instalados.
3 - Podem ser criados os seguintes juízos de competência especializada:
(…)
c) Central criminal;
d) Local criminal;
e) Local de pequena criminalidade;
f) Instrução criminal;
(…)
4 - Sempre que o volume processual o justifique podem ser criados, por decreto-lei, juízos
de competência especializada mista. (…)
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Art. 118.º da LOSJ: 1 - Compete aos juízos centrais criminais proferir despachos nos termos
dos artigos 311.º a 313.º do Código do Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87,
de 17 de Fevereiro, e proceder ao julgamento e aos termos subsequentes nos processos de
natureza criminal da competência do tribunal colectivo ou do júri.
2 - Os juízos centrais criminais de Lisboa e do Porto têm competência para o julgamento de
crimes estritamente militares, nos termos do Código de Justiça Militar.
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funções jurisdicionais relativas aos inquéritos penais, ainda que a respectiva área territorial
se mostre abrangida por esse juízo especializado; (…)
d) Julgar os recursos das decisões das autoridades administrativas em processos de contra-
ordenação, salvo os recursos expressamente atribuídos a juízos de competência
especializada ou a tribunal de competência territorial alargada;
e) Cumprir os mandados, cartas, ofícios e comunicações que lhes sejam dirigidos pelos
tribunais ou autoridades competentes;
f) Exercer as demais competências conferidas por lei.
(…) 4 - Os juízos de pequena criminalidade, possuem competência para:
a) Causas a que corresponda a forma de processo sumário, abreviado e sumaríssimo;
b) Recursos das decisões das autoridades administrativas em processo de contra-ordenação
a que se refere a alínea d) do n.º 2, quando o valor da coima aplicável seja igual ou inferior a
(euro) 15 000,00, independentemente da sanção acessória.
5 - Compete aos juízos de proximidade:
a) Assegurar a realização, de acordo com o regime constante dos n.ºs 3 e 4 do artigo 82.º,
das audiências de julgamento dos processos de natureza criminal da competência do
tribunal singular;
b) Assegurar a realização das demais audiências de julgamento ou outras diligências
processuais que sejam determinadas pelo juiz competente, nomeadamente quando daí
resultem vantagens para a aquisição da prova ou as condições de acessibilidade dificultem
gravemente a deslocação dos intervenientes processuais. (…)
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® Subjectiva
a) O mesmo agente tiver cometido vários crimes através da mesma acção ou omissão;
b) O mesmo agente tiver cometido vários crimes, na mesma ocasião ou lugar, sendo uns
causa ou efeito dos outros, ou destinando-se uns a continuar ou a ocultar os outros;
® Territorial:
Art. 25.º do CPP: há ainda conexão de processos quando o mesmo agente tiver cometido
vários crimes cujo conhecimento seja da competência de tribunais com sede na mesma
comarca, nos termos dos artigos 19.º e seguintes.
Artigo 25.º
(Conexão de processos da competência de tribunais com sede na mesma comarca)
Para além dos casos previstos no artigo anterior, há ainda conexão de processos quando o
mesmo agente tiver cometido vários crimes cujo conhecimento seja da competência de
tribunais com sede na mesma comarca, nos termos dos artigos 19.º e seguintes.
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Artigo 27.º (Competência material e funcional determinada pela conexão)
Se os processo conexos devessem ser da competência de tribunais de diferente hierarquia
ou espécie, é competente para todos o tribunal de hierarquia ou espécie mais elevada.
Deve ser declarado pelo próprio juiz ou requerida a declaração pelo MP, arguido, assistente
ou partes civis.
Se juiz se considera impedido não há recurso
Se considera que não existe impedimento, há recurso para o tribunal imediatamente
superior
Recusa (quando correr o risco de ser considerada suspeita, por existir motivo, sério e grave,
adequado a gerar desconfiança sobre a sua imparcialidade: art. 43.º); pode ser requerida
pelo Ministério Público, pelo arguido, pelo assistente ou pelas partes civis (n.º 2);
O Ministério Público
Caracterização:
• Autonomia/independência
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• Hierarquia
• Conselho Superior do Ministério Público
• Relação com o Ministério da Justiça (participação no estabelecimento e execução da
política criminal)
• Princípio da legalidade, objectividade e imparcialidade
• MP de modelo napoleónico
• Não é uma parte, mas um sujeito processual, pelo que não temos um processo de
partes, mas de sujeitos
• Inexistência de um verdadeiro ónus processual
• O MP investiga à charge et à décharge
Art. 3.º
1 - Compete, especialmente, ao Ministério Público:
a) Representar o Estado, as Regiões Autónomas, as autarquias locais, os incapazes, os
incertos e os ausentes em parte incerta;
b) Participar na execução da política criminal definida pelos órgãos de soberania;
c) Exercer a acção penal orientada pelo princípio da legalidade;
d) Exercer o patrocínio oficioso dos trabalhadores e suas famílias na defesa dos seus direitos
de carácter social;
e) Assumir, nos casos previstos na lei, a defesa de interesses colectivos e difusos;
f) Defender a independência dos tribunais, na área das suas atribuições, e velar para que a
função jurisdicional se exerça em conformidade com a Constituição e as leis;
g) Promover a execução das decisões dos tribunais para que tenha legitimidade;
h) Dirigir a investigação criminal, ainda quando realizada por outras entidades;
i) Promover e realizar acções de prevenção criminal;
j) Fiscalizar a constitucionalidade dos actos normativos;
l) Intervir nos processos de falência e de insolvência e em todos os que envolvam interesse
público;
m) Exercer funções consultivas, nos termos desta lei;
n) Fiscalizar a actividade processual dos órgãos de polícia criminal;
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o) Recorrer sempre que a decisão seja efeito de conluio das partes no sentido de fraudar a
lei ou tenha sido proferida com violação de lei expressa;
p) Exercer as demais funções conferidas por lei.
2 - A competência referida na alínea f) do número anterior inclui a obrigatoriedade de
recurso nos casos e termos da Lei de Organização, Funcionamento e Processo do Tribunal
Constitucional.
3 - No exercício das suas funções, o Ministério Público é coadjuvado por funcionários de
justiça e por órgãos de polícia criminal e dispõe de serviços de assessoria e de consultadoria.
Como se opera?
Entrega, sempre que possível no próprio acto, de documento de que constem a
identificação do processo e do defensor, se este tiver sido nomeado, e os direitos e deveres
processuais referidos no art. 61.º (art. 58.º, n.º 4)
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Ac. TRP de 6-11-2013: IV. Com a dedução da acusação pública, nos termos do art. 57.º, n.º
1, do CPP, o acusado assume a qualidade de arguido. V. Nos termos do n.º 3 do mesmo
artigo 57º do CPP, deveria o acusado ter sido constituído arguido, o que exigia comunicação
oral ou por escrito, sendo correspondentemente aplicável o disposto nos n.ºs 2 a 6 do art.
58.º do mesmo Código. VI. A proibição de prova, decorrente da omissão da constituição de
arguido, cinge-se às declarações que eventualmente tivessem sido prestadas pelo arguido,
não sendo afectadas as demais provas obtidas, as quais mantêm a sua validade e podem ser
valoradas em julgamento.
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f) Ser assistido por defensor em todos os actos processuais em que participar e, quando
detido, comunicar, mesmo em privado, com ele;
g) Intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências que se
lhe afigurarem necessárias;
h) Ser informado, pela autoridade judiciária ou pelo órgão de polícia criminal perante os
quais seja obrigado a comparecer, dos direitos que lhe assistem;
i) Recorrer, nos termos da lei, das decisões que lhe forem desfavoráveis.
2 - A comunicação em privado referida na alínea f) do número anterior ocorre à vista
quando assim o impuserem razões de segurança, mas em condições de não ser ouvida pelo
encarregado da vigilância.
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