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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CURSO DE DIREITO – CAMPUS BIGUAÇU


DIREITO PROCESSUAL PENAL III

PROCEDIMENTOS

O art. 5º, LIV, da Carta Magna elegeu como princípio o devido processo legal
ao dispor que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal”.

Assim, para o Estado exercer o jus puniendi deve seguir um procedimento


elencado na norma processual penal.

Processo: o “processo” é um andar para frente. A relação processual se inicia


a partir do pedido da prestação jurisdicional pelo autor (geralmente MP) que
oferece uma denúncia ao juiz. A partir de então, passa-se por uma sequência
de atos processuais objetivando o fim do processo. Impulso processual é o
elo (o vínculo) entre os atos processuais.

É a relação jurídica que se instaura e se desenvolve entre autor, juiz e réu


(aspecto intrínseco) e, na exteriorização, o processo se revela como uma
sucessão ordenada de atos previstos em lei (= procedimento).

O processo pode ser: 1) de conhecimento; 2) de execução ou 3) cautelar.

Para cada tipo de processo existe um procedimento.

Procedimento: os atos processuais são ligados através do procedimento. É a


forma externa da marcha processual. É o conteúdo formal do processo. É o
mesmo que rito processual ou curso, sequência de atos que, no seu
conjunto, formam o roteiro que possa levar ao fechamento.
Procedimento:

 Comum: é aquele que não possui nenhuma particularidade.

 Especial: é aquele que possui uma particularidade.

Procedimento comum:

 Procedimento ordinário, para os crimes com pena máxima ou superior a


quatro anos, desde que com pena privativa de liberdade. (art. 394, §1º, I, CPP)

 Procedimento sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja inferior a quatro anos de liberdade e superior a dois anos (art.
394, § 1º, II, CPP)

 Procedimento sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial


ofensivo (art. 394, §1º, III, CPP). São infrações penais de menor potencial
ofensivo os crimes com pena máxima de até 2 anos e as contravenções
penais.

PROCEDIMENTO ORDINÁRIO:

1  Inquérito policial ou peças de informação;

2  Denúncia ou queixa; (rol de até 08 testemunhas – art. 401, CPP)

3  Recebimento da denúncia, citação e intimação do réu para apresentar


resposta à acusação; (art. 396, 396-A, CPP).

Poderá haver a rejeição da petição inicial (denúncia) – art. 395, CPP

Poderá haver absolvição sumária (após Resposta à Acusação) – art. 397, CPP

4  Audiência Una (prazo 60 dias, art. 400, 401, 402, 403, CPP)

Qual a ordem de oitiva na audiência?


5  Alegações finais (Memoriais) – art. 403 e 404, CPP

PROCEDIMENTO SUMÁRIO:

1  Inquérito policial ou peças de informação;

2  Denúncia ou queixa; (rol de até 05 testemunhas – art. 532, CPP)

3  Recebimento da denúncia, citação e intimação do réu para apresentar


resposta à acusação; (art. 396, 396-A, CPP).

Poderá haver a rejeição da petição inicial (denúncia) – art. 395, CPP

Poderá haver absolvição sumária (após Resposta à Acusação) – art. 397, CPP

4  Audiência Una (prazo 30 dias, art. 399 c/c 531, CPP)

5  Alegações finais (Memoriais) – art. 403 e 404, CPP

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO:

1. Termo circunstanciado (art. 69 da Lei 9.099/95)

2. Encaminhamento ao juizado do autor do fato e da vítima. Não haverá


flagrante se houver compromisso de comparecimento em juízo.

3. Audiência preliminar (art. 70 da Lei 9.099/95). Na audiência há


possibilidade de composição de dano e de aplicação de pena não
privativa de liberdade (art. 72).

4. Havendo composição, caberá sentença homologatória (art. 76, §5º)

5. Não havendo composição ou no caso de ação penal pública


incondicionada, o órgão de acusação verifica se existe a possibilidade
de transação penal e a oferece (art. 76). Se não houver ou se houver
recusa da transação penal inicia-se o procedimento sumaríssimo.
O que é transação penal?

6. Denúncia oral

7. Redução a termo, entrega de cópia e citação pessoal (art. 78)

8. Defesa preliminar (art. 81)

9. Recebimento da inicial. O juiz poderá rejeitá-la ou absolver


sumariamente.

10.Oitiva da vítima, das testemunhas, interrogatório do réu, debates orais e


prolação da sentença.

PROCEDIMETOS ESPECIAIS PREVISTOS NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL:

Seguem basicamente o rito ordinário, com providências preliminares antes da


fase processual. Crimes de falência, crimes contra o funcionário público,
crimes contra a honra, crimes contra propriedade intelectual.

Então, o procedimento especial do CPP diferencia-se do procedimento comum


por possuir um “detalhe” a mais no procedimento.

O procedimento do júri é um rito especial que será abordado em uma aula


específica.

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