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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 22
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Plano concreto: a partir do momento que a pessoa pratica a conduta tipificada na lei
penal, surge um direito concreto (ius puniendi in concreto). Surge a pretensão punitiva
(poder do Estado de exigir de quem comete um delito a submissão à sanção penal).
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1.3. Características
● Autonomia: em relação do direito penal objetivo, material. Possui princípios e
regramento próprios.
● Instrumentalidade: meio de aplicação do direito penal material.
● Normatividade: disciplina normativa, com codificação própria.
● Integra o Direito Público.
Principais diferenças entre os dois sistemas: posição dos sujeitos processuais e gestão da
prova.
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2.3. Sistema misto ou acusatório formal
Surge da fusão dos dois modelos anteriores, na França, com Napoleão – Code
d’Instruction Criminelle de 1808.
O Código de Processo Penal dispõe de alguns dispositivos que indicam essa índole.
Contudo, a CF/88 consagra o sistema acusatório.
Gabarito: letra D
I. clara distinção entre as atividades de acusar e julgar, iniciativa probatória exclusiva das partes
e o juiz como terceiro imparcial e passivo na coleta da prova.
IV. celeridade do processo e busca da verdade real, o que faculta ao juiz determinar de ofício a
produção de prova.
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Estão certos apenas os itens
A) I e II.
B) I e IV.
C) II e III.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.
Gabarito: letra a
O microssistema do juiz das garantias promove uma clara e objetiva diferenciação entre
a fase pré-processual (ou investigativa) e a fase processual propriamente dita do processo
penal. Determina que magistrados distintos atuem em cada uma dessas fases, sendo que
o juiz que atua na fase investigativa tem o propósito específico de controlar a legalidade
dos atos praticados e de garantir os direitos do investigado. O ministro Dias Toffoli na MC
na ADI 6298/DF afirma que esse microssistema rompe com o modelo que sempre vigorou
no processo penal brasileiro, tratando-se de uma mudança paradigmática no nosso
processo penal.
Tratando-se de assunto novo, não há, ainda, doutrina sobre o tema. Desta forma, os
professores têm recomendado atenção à leitura da lei seca, que transcrevemos abaixo.
Obs2: Em razão de liminar concedida nas ADIs 6298, 6299 e 6300 houve suspensão da
implantação do juiz de garantias por tempo indeterminado (suspensão da eficácia dos
artigos 3º-A a 3º-F do CPP - sob a alegação de inconstitucionalidade formal e material),
considerando-se que a princípio a lei entraria em vigor dia 23.01.2020. As ADIs alegam,
dentre outros aspectos:
A decisão de Fux é válida até que o Plenário analise a questão - o que não tem data
para ocorrer.
https://www.conjur.com.br/dl/fux-liminar-juiz-garantias-atereferendo.pdf
Por cautela, ante a instabilidade do instituto, optamos por deixar as observações iniciais.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, VEDADAS a iniciativa do juiz na
fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
(Art. 5º, LXII CF/88 - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada).
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II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão,
observado o disposto no art. 310 deste Código;
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja
conduzido à sua presença, a qualquer tempo;
(Obs: substituir ou revogar a prisão provisória ou outra medida cautelar: não exige o contraditório
em audiência pública e oral, somente se exige no caso de prorrogação).
XIV - decidir sobre o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399
deste Código;
§ 1º (VETADO).
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais,
exceto as de menor potencial ofensivo, e CESSA com o RECEBIMENTO da denúncia
ou queixa na forma do art. 399 deste Código.
ATENÇÃO: competência do juiz das garantias NÃO abrange infrações de menor potencial
ofensivo!
A competência cessa com o RECEBIMENTO (cuidado que em provas pode haver alteração
para oferecimento da denúncia – risco de pegadinha).
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O recebimento da denúncia ou da queixa é a linha divisória entre a atuação dos juízes das duas
fases que se acentuaram com a lei: a fase pré-processual (ou investigativa) e a fase processual
propriamente dita. Isto é, há uma cisão entre essas duas fases, marcada pelo recebimento da
denúncia ou da queixa.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e
julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a
necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas
competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará IMPEDIDO de funcionar no processo.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão
um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2019-dez-12/opiniao-alteracoes-processuais-penais-pacote-anticrime
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ATENÇÃO: na MC na ADI 6298/DF reconheceu-se que o parágrafo único, ao instituir um
sistema de rodízio dos magistrados, não dispõe propriamente sobre processo penal, mas ingressa
em questão de organização judiciária. A norma cria uma obrigação aos tribunais no que tange a
sua forma de organização, violando, assim o poder de auto-organização desses órgãos (art. 96 da
CF/88) e usurpando sua iniciativa para dispor sobre organização judiciária (art. 125, §1º da CF/88).
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização
judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a
serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o
tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos
da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e penal.
Por fim, é possível que o Presidente da República legisle, via decreto, acerca do indulto
(art. 84, XII CF/88).
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Subdivide-se em: (a) fontes primárias ou imediadas ou diretas e (b) fontes secundárias
ou mediatas ou indiretas ou supletivas.
Analogia se divide em: analogia legis (apela-se a uma situação prevista em lei) e analogia
iuris (apela-se a uma situação prevista pelos princípios jurídicos extraídos das
normas particulares).
Atenção: no direito penal não se admite analogia in malam partem (em prejuízo do
agente), contudo, no processo penal é possível analogia in malam partem.
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Pode ser feita in malam partem no Processo Penal,
Pode ser feita im malam partem tanto no Processo
mas não no Direito Penal. Penal como no Direito Penal (material).
Ex: No art. 254 do CPP, tratando da suspeição, fala apenas em juiz, mas por interpretação
extensiva, a causa se aplica também ao jurado que é o juiz de fato no Tribunal do Júri.
Ex: Art. 6º, IX do CPP: (...) a autoridade policial deverá averiguar a vida pregressa do
indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros
elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
II. Os costumes têm caráter de fonte normativa primária do Direito Processual Penal.
III. Com autorização pela Emenda Constitucional n.º 45/09 para o Supremo Tribunal
Federal (STF) editar súmulas vinculantes, passamos a ter novas fontes material e formal
das normas processuais penais.
IV. A analogia é aplicável somente em caso de lacuna involuntária da lei, ainda que não
haja real semelhança entre o caso previsto e o não previsto.
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV
d) II e IV.
Gabarito: letra b.
Gabarito: letra C
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4. LEI PROCESSUAL NO TEMPO
CPP Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Obs: parcela minoritária da doutrina tem entendido que não deve se aplicar a lei
processual penal antigarantista. Caso na nova lei processual haja supressão ou
relativização de garantias, mesmo que processuais, (ex: critérios menos rígidos para prisão
cautelar) não poderia retroagir para fatos praticados antes de sua entrada em vigor.
Ex: lei anterior previa 10 dias para recurso. Lei nova entra em vigor no segundo dia da
fluência desse prazo, e modificou para 5 dias para recurso. Nesse caso, aplica-se a lei
anterior.
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● Normas processuais materiais (mistas ou híbridas): são normas que
abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter processual penal.
Têm caráter duplo, na mesma norma.
Gabarito: letra b
(VUNESP – PC-BA- Delegado de Polícia) Aplicar-se-á a lei processual penal, nos estritos termos dos arts. 1º
, 2º e 3º do CPP,
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E) com o suplemento dos princípios gerais de direito sem admitir, contudo, interpretação extensiva e
aplicação analógica.
Gabarito letra d
(FCC – TJPE- Juiz) Antonio está sendo processado pela prática do delito de furto qualificado. É correto dizer
que, caso haja mudança nas normas que regulamentam o procedimento comum ordinário,
A) a nova lei se aplica ao processo no estágio em que se encontra, se concluída a fase de instrução.
B) a nova lei apenas se aplica se benéfica ao acusado.
C) os atos praticados sob a vigência da lei anterior são válidos.
D) a nova lei se aplica ao processo no estágio em que se encontra, apenas se ainda não recebida a
denúncia contra Antonio.
E) os atos praticados sob a vigência da lei anterior precisam ser ratificados, caso contrário não serão
considerados válidos.
Gabarito letra c
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Este tópico está inteiramente baseado na Sinopse de Processo Penal da Juspodivm.
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I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts.
86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos
nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso.
2) Jurisdição política
Em certos crimes de responsabilidade (infrações politico-administrativas) não será o
Judiciário que julgará o fato delitivo, mas sim determinado órgão do Poder Legislativo.
No âmbito estadual, o julgamento é feito por um Tribunal Especial (art. 78,§3º da Lei
1079/50). E, no âmbito municipal, o regramento é feito pelo Decreto-Lei nº 201/67 e o
julgamento compete à Câmara de Vereadores.
3) Justiça Militar
É Justiça especial, possuindo regras próprias, motivo pelo qual não se aplica o CPP,
mas sim o Código de Processo Militar.
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Obs: embora não haja previsão expressa no CPP, vale lembrar que a Justiça Eleitoral
também é uma justiça especial, aplicando-se o Código Eleitoral para processamento e
julgamento dos crimes eleitorais e conexos ou continentes, com aplicação subsidiária do
CPP como dispõe o art. 364 do Código Eleitoral:
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-
se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.
Fora instituído pela Constituição Federal de 1937 e não mais existe no ordenamento
jurídico brasileiro. Atualmente, os crimes contra a segurança nacional são julgados, em
regra, pela Justiça Federal.
5) Lei de imprensa
O STJ no julgamento da ADPF nº 130/DF julgou pela não recepção da Lei de Imprensa
(Lai nº 5250/67).
Por fim, o parágrafo único do art. 1º do CPP deixa de ter relevância quanto aos casos
dos incisos IV e V, pois como vimos, não mais incidem em nosso ordenamento. Contudo,
possui importância devendo ser interpretado de forma a permitir a aplicação subsidiária do
CPP às leis especiais em geral, caso não dispuserem de modo contrário. É o que ocorre
por exemplo, com a Lei de Tóxicos (nº 11.343/06).
6. RESUMO EM QUESTÕES
( ) Segundo o Código de Processo Penal, a lei processual penal admitirá interpretação
extensiva e aplicação analógica (MPSC/2014).
( ) Imagine que, no curso de uma ação penal, nova lei processual extinga com um
recurso que era exclusivo da defesa, antes da prolação da decisão anteriormente recorrível.
A esse respeito, é correto afirmar que não será possível manejar o recurso, pois a lei
processual penal aplicar-se-á desde logo (TJRS/2019).
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( ) A lei processual penal não admite interpretação extensiva, ainda que admita
aplicação analógica (PCRS/2018).
( ) A lei processual penal vigente à época em que a ação penal estiver em curso será
aplicada em detrimento da lei em vigor durante a ocorrência do fato que tiver dado origem
à ação penal (ABIN/2018).
( ) Em havendo conflito entre o Código de Processo Penal e uma lei especial que
contenha normas processuais, a solução será a aplicação da lei especial e, quando omissa,
subsidiariamente do Código de Processo Penal (PCBA/2018).
( ) Aplicar-se-á a lei processual penal, nos estritos termos dos arts. 1º, 2º e 3º do CPP,
retroativamente, mas apenas quando favorecer o acusado (PCBA/2018).
( ) Uma nova norma processual penal terá aplicação imediata somente aos fatos
criminosos ocorridos após o início de sua vigência (STJ/2018).
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Gabarito: C-C-E-E-E-C-C-C-E-E-E-C-C-E-C-C-C
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALVES, Leonardo Barreto Moreira. Processo Penal – parte geral. Coleção Sinopses para
concursos. 8ª edição. Salvador: Juspodivm. 2018.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ anotadas e organizadas por
assunto. 4ª edição. Salvador: Juspodivm. 2018.
DEZEM, Guilherme Madeira. Curso de Processo Penal. 2ª Edição. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais. 2016.
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal. 7ª edição. Salvador: Juspodivm. 2019.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 15ª edição. Rio de
Janeiro: Forense. 2016.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 21ª Edição. São Paulo: Atlas. 2017.
TÁVORA, Nestor e ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 11ª
Edição. Salvador: Juspodivm. 2016.
Notas de aula Curso Ênfase carreiras estaduais, Prof. Marcelo Machado. 2019.
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