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FUNDAMENTOS DO DIREITO COMUM EUROPEU

Professor:
BIBLIOGRÁFIA:
- Manual do Direito Privado Romano do Professor Santos Justo
- 2 volumes ………… II e III

Repetir:
Não é voltar a fazer mas sim “ exigir de volta”

Emancipação: Vem da palavra Emancipatio = é venda

IUS = Direito

Vem de IUSTITIA (Deusa da Justiça)

DE CIUS – O que morre e deixa bens


MORTIUS- O que morre e não deixa bens
IUS CIVILA: é o Direito dos cidadãos
DIRECTUM: é quando o fiel da balança está aprumado – direito

Hélène Albuezza (H.A.L)


IUS E DIRECTUM, nem sempre andam juntos

A venda nos olhos da Estátua Romana da Justiça é para que a as pessoas saibam
desenvolver a audição (como acontece naturalmente nos cegos) , antes de aplicar o
direito tem-se que ouvir as pessoas

Tal já não acontece em relação à estátua da Justiça Grega que não tem os olhos
vendados, ou seja, o Direito existe e é para aplicar independentemente de tudo, e ainda
tem uma espada para “obrigar” ao cumprimento desse mesmo Direito.

O Direito Comum é o Direito Romano e serviu de base à constituição do


Direito.
Família Romana / Germânica (É a maior família do Direito)
Europa Continental
Ficaram de fora o Reino Unido e a Irlanda (Anglo Saxónica)
É essencialmente Romano
Importa perceber que o Direito Romano é elaborado de tal forma que se tornou
UNIVERSALISTA (Vocação Universal, capacidade de se adaptar a outros povos)

Direito das Obrigações:

Estas figuras foram criadas e tiveram a capacidade de se aplicarem a outros povos


e outros tempos.
Ex: Direito de Penhor, Direito de Permuta, Direito de Superfície e todos os Direitos
de Propriedade

ARCAÍCA
753 a.c ----------------------------------------------------------------------130 a.c

Hélène Albuezza (H.A.L)


242 a.c

IUS CIVILA PRETOR URBANO


Direito formal, rigoroso, invoca os Deuses 367 a.c - Gere Conflitos entre
FIDAS os Romanos

IUS GENTIUM PRETOR PEREGRINO


Direito das Gentes. É a adaptação 242 a.c – Gere Conflitos entre
Do IUS CIVILA (Dto. Civil) aos Romanos e Peregrinos , ou
Peregrinos entre Peregrinos
DIREITO COM VOCAÇÃO
UNIVERSALISTA

CLÁSSICA
130 a.c -------------------------------------------------------------------------------- 230 d.c

27. a.c – Princeps


Principado 28 a.c – Octávio intitula-se
DEUS

- LEX (ROGATA) – Magistrado ia discutir a proposta para a praça


pública e ROGAVA para que fosse aprovada. De seguida ia ao
SENADO certificar a Lei que depois era publicitada em tábuas

Hélène Albuezza (H.A.L)


- SENATUSCONSUL: Disposições normativas do Senado

- CONSTITUIÇÃO IMPERIAL: Lei que manifesta a vontade do


Imperador

- IURISPRUDENTIA: PLEBISCITO- Deliberação do povo

- IUS HONORARIUM: Direito criado pelos magistrados da carreira


superior

Função: Corrigir as Leis e criar Direito Novo

284. d.c – Fase do FIM DO IMPÉRIO

Hélène Albuezza (H.A.L)


Absolutismo ROMANO DO ORIENTE
Época do domínio
PÓS CLÁSSICA JUSTINIANA(Justinianeia)
230 d.c ---------------------------------530 d.c------------565 d.c------------1453
Morte de Justiniano – Fim
Do Império Romano do Oriente

395 d.c
CORPUS IURIS CIVILIS
Compilado de 530-533- tem 4 Partes

Divisão do Império Romano


em dois, com a morte de Téodósio :
- Do Oriente
- Do Ocidente

476 d.c QUEDA DO IMPÉRIO


Invasão do Império ROMANO DO OCIDENTE
Romano do Ocidente
pelos bárbaros

Séculos XII / XIII

Hélène Albuezza (H.A.L)


Séculos XV / XVI ( Ius Honorarium)

Século XIX
- 1804 – CÓDIGO CIVIL FR
- 1867 – CÓDIGO CIVIL PT
- 1900 – CÓDIGO CIVIL D ALEMÃO

750 a.c – FUNDAÇÃO DE ROMA


Direito Romano (IUS CIVILA) até 242 a.c - Era um direito formal, rigoroso
e invocava os Deuses
DEUSA DA FIDELIDADE – FIDAS – tem o trono na palma da mão direita ----
assim surgiu o aperto de mãos direitas (celebrar contratos)

ROMA COMEÇA A EXPANDIR-SE - ANO DE 242 a.c


Aparece o IUS GENTIUM:
- É o Direito das gentes
- É uma adaptação do IUS CIVILA (Direito Civil) aos estrangeiros
(PEREGRINOS)
- É um Direito que Roma vai adaptando a outros povos e outras culturas
- Assim aparece este Direito com vocação UNIVERSALISTA que começa
em 242 a.c

IUS CIVIL : Aplicava-se quando havia conflitos entre Romanos.


IUS GENTIUM: Aplicava-se quando havia conflitos entre Romanos e
Peregrinos (estrangeiros) e entre Peregrinos

Hélène Albuezza (H.A.L)


IUS CIVILA: - 27 a.c - ÉPOCA DE OCTÁVIO

LEX ROGATA:
Surgiu em 450 a.c (Patrícios)
O Magistrado ia discutir a proposta de lei para a Praça Pública (era levada à
Assembleia Popular) e pedia (ROGAVA) para que a proposta fosse aprovada.
De seguida ia ao Senado certificar a lei e finalmente a proposta ia para ser
publicitada em tábuas

REVELAR: É levantar o véu, ou seja dizer que “ não dizem nada de novo”

Entretanto os plebeus exigiram uma Lei escrita e assim surgiu a 1ª LEI ESCRITA

LEI DAS DOZE TÁBUAS

- Era quase poética para permitir às crianças memoriza-la


- Esteve em vigor durante 10 séculos desde o Séc. V a.c até ao Séc. V d.c

Art.º 483.º do Código Civil – AQUILIANA ( Séc. III a.c)

Assim na ÉPOCA ARCAÍCA:


- Surge o Direito Romano que começa a adquiri UNIVERSALIDADE
- Surge a 1ª LEI ESCRITA

COSTUMES – MOS MAIORUM – Vai desaparecendo

Ano de 130 a.c , os magistrados podiam criar Leis

Hélène Albuezza (H.A.L)


IUS HONORARUIM :
Direito criado pelos magistrados que estavam na carreira superior
Função: Corrigir as Leis e se necessário criar Direito Novo

DIREITO É DIFERENTE DE JUSTIÇA


Só temos conhecimento do IUS HONORARIUM nos Séculos XV e XVI

Isto é uma ÉPOCA CLÁSSICA :

- Haviam escolas de Direito

- Existem milhares de obras desta época

- É o período de maior perfeição do Direito Romano

- Temos o SENATUSCONSUL 27 a.c com OCTÁVIO

- Surgem as CONSTITUIÇÕES IMPERIAIS (Leis do Imperador)

IURIS PRUDENTIA
– é uma doutrina que nada tem a ver com JURISPRUDÊNCIA

Hélène Albuezza (H.A.L)


ÉPOCA PÓS – CLÁSSICA

- é uma época de CONFUSÃO

- havia FALTA DE RIGOR

- o direito era ensinado com áreas que nada tinham a ver com o direito

- é um época de PROFUNDA DECADÊNCIA

- não queriam saber do IUS CIVILA

- apenas QUERIAM SABER DO DIREITO FISCAL que lhes permitia cobrarem


impostos e do DIREITO MILITAR para formar tropas

- toda esta confusão também é devida ao CRISTIANISMO

- pouco antes de 27 a.c Roma tentou conquistar o Egito

Cesar – Cleópatra

Cleópatra – Marco António

- é um Imperio em decadência com a ocupação germânica

- o Senado pede a Octávio para vingar César e Marco António, para trazer paz era
necessário conquistar o Egito.

- Após a conquista do Egito, Octávio quer afastar-se da vida politico – militar, mas
o Senado pede-lhe para ficar. Ele aceita mas com uma condição:

Passar a ser o “ PRINCEPS” – o Príncipe – O 1º

Aqui começa a

Hélène Albuezza (H.A.L)


ÉPOCA DA DECADÊNCIA

Segue-se uma mudança brutal:

- Octávio intitula-se Augusto (o V) e também se intitula César

- Assim existe o Princeps - Poder Legislativo

- O PODER POLITICO está nas mãos do SENADO.

- O Imperador manda pouco, olha para a estrutura existente e começa


a controlar mais.

- OLHA PARA O SENADO E MANDA OS MAGISTRADOS


FAZEREM LEIS, quando esse poder é do povo, mas a intenção dele é
mesmo tirar poder às Assembleias Populares.

- O Povo não se incomoda pois não lhe falta nada, há riqueza, assim
não há praticamente qualquer reação popular.

- O Imperador tinha grande prestigio

- ASSIM QUEM PASSA A FAZER AS LEIS É O SENADO, que é, no


entanto, completamente CONTROLADO PELO IMPERADOR.

- Este por sua vez COMEÇA A FAZER CONSTITUIÇÕES


IMPERIAIS e o povo continua pacifico, uma vez que não lhe falta
nada.

- Desta forma o IMPERADOR ADQUIRE PARA SI O PODE


POLITICO.

- O Senado por sua vez aprovava sempre o discurso do Imperador


como sendo uma lei, tal discurso nunca era chumbado.

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Vendo que NÃO PRECISAVA DO SENADO PARA NADA, uma vez
que este aprovava todos os seus discursos, o Imperador deixou de ir ao
Senado.

- Assim O SENADO DESTA VEZ PERDEU O PODER


LEGISLATIVO, após já anteriormente TER PERDIDO O PODER
POLITICO.

- O IMPERADOR PASSA A DOMINAR OS DOIS PODERES:

POLITICO E LEGISLATIVO

Lex Rogata (Discussão da lei em praça pública) e Senátus-consulto


(Disposições normativas do Senado) deixam de existir .

- Os Magistrados passam a receber salários e assim não contradizem o


Imperador.

- No ano de 28 a.c o Imperador intitula-se “ Deus”

- Nesta época Pós-Clássica, se algum magistrado se atrevesse a corrigir


ou não aceitar uma Lei imperial era CONDENADO À MORTE.

- Confundia-se LEI com DIREITO, e DIREITO com JUSTIÇA

- Todo o DIREITO é a LEI do Imperador e não há lei injusta.

Ano de 284 d.c : É uma FASE ABSOLUTISTA–:


ÉPOCA DO DOMINIO

Hélène Albuezza (H.A.L)


Ano de 395 d.c: DIVISÃO

IMPERADOR DO ORIENTE

IMPERADOR DO OCIDENTE

NO OCIDENTE:

- Tudo continua a decair, não há criatividade do Direito.

- Ano de 476 d.c: Queda do Império Romano do Ocidente

- Roma: tinha escolas de Direito, Magistrados, Estradas, Leis, Direito


Escrito, vê isso tudo desaparecer

- Povos Germânicos: Ocuparam partes importantes do Império


Romano do Ocidente (Franceses, alemães...) estavam muito atrasados
relativamente a Roma.

- Roma: Aquando da sua queda tem um Direito rudimentar, tem uma


economia de subsistência, este foi o maior retrocesso conhecido na
história até hoje.

É A ENTRADA NA IDADE MÉDIA


O MAIOR RETROCESSO DA HISTÓRIA ATÉ HOJE

Hélène Albuezza (H.A.L)


NO ORIENTE:

- Entra-se na ROTURA com a ÉPOCA PÓS - CLÁSSICA .

- Regressa-se ao CLASSICISMO, ou seja, volta-se ao DIREITO


ROMANO CLÁSSICO.

-Desenvolvem-se diversas Escolas importantes, em Beirute, em


Constantinopla, em Alexandria

- Dá-se uma ASCENSÃO DO ORIENTE

Hélène Albuezza (H.A.L)


Ano de 395 d.c: IMPERIO JUSTINIANO

OBJETIVOS:

1º- Conquistou o Sul da Itália pelos Balcãs


2º- Não consegui os objetivos , tentou uma unificação religiosa
3º - Fez uma grande compilação jurídica

SÉC. XVI - CORPUS IURIS CIVILIS

- Esta compilação tem 4 partes


- A 2ª parte é formada por 5 livros que retratam apenas a Época
Clássica

Século VI : No Oriente é feita esta compilação cuja 2ª parte dedica-se


apenas e contém apenas Direito da Época Clássica.

Em 565 d.c JUSTINIANO morre .

Aqui termina o Direito Romano do Oriente- desaparece.

Século XII : Aparece esta compilação, que vai servir de base a todos os
direitos do OCIDENTE

Hélène Albuezza (H.A.L)


CORPUS IURIS CIVILIS – continua em vigor na Grécia até à
entrada do Século XX

A linha de divisão estava nos Balcãs – fronteira era na Croácia, Sérvia


e Bósnia.

NO OCIDENTE:
CORPUS IURIS CIVILIS –
- Chega ao Ocidente no Século XII, chega a Ravena (cidade italiana do
Adriático).

- Através das suas conquistas os muçulmanos chegam perto.

- Nesta fase há uma fuga de médicos, professores, pessoal formado


para o Ocidente, apesar de no Oriente estarem mais desenvolvidos, ex:
lá já se faziam cirurgias sem dor, ao passo que no Ocidente até era
proibido operar

- Há medida que o Imperio Romano avançava, mais fugas haviam.

- Aparece assim: A UNIVERSIDADE DE BOLONHA

Séculos XII, XIII e XIV:

- Surge a primeira Universidade no Ocidente e vai-se estudar Direito

Romano

- Depois aparece a Universidade de Paris, também estuda Direito


Romano

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Em Portugal em 1776 a faculdade de Direito só estudava Direito
Romano

- Até ao Século XVIII foi sempre Direito Romano que se estudou.

- Esta compilação de Itália no Século XII, expande-se rapidamente por


toda a Europa. Estávamos numa Europa da idade média, fechada
sobre si mesma.

Século XII:

- É um Século de PAZ

- Há melhores condições de vida.

- A Europa começa a desenvolver-se e a desenvolver a sua economia,


mas para isso eram necessários contratos e legislação para lhes servir
de base.

- Vão –se basear no Direito Romano - CORPUS IURIS CIVILIS


- Com esse Direito Vão combater o poder da Igreja, o Direito Canónico
vai começar a perder força e desaparecer.

PT - O Direito Romano “ REINOU”, foi exercido nos Tribunais


Portugueses até 1867 quando apareceu o nosso CÓDIGO CIVIL

FR - 1º CODIGO CIVIL – FRANÇA EM 1804 - A frança ainda tem o


Direito Romano em vigor

D – 1º CÓDIGO CIVIL NA ALEMANHA EM 1900

Hélène Albuezza (H.A.L)


Durante 4 Séculos os Juristas andavam a tentar perceber o - CORPUS
IURIS CIVILIS

Alias os juristas dos Séculos XII e XIII não o conseguiram perceber.


Coisas como figuras – contratos, direitos reais etc..

Olhando para o Direito Romano da época Clássica e para o nosso


Código Civil de 1866, não há diferença.

Foram 20 Séculos sem evoluir pois, era um Direito com rigor, bem
escrito e Universalista.

Hélène Albuezza (H.A.L)


Aula de 30-09-2021

CORPUS IURIS CIVILIS

“ IN DUBIO PRO LIBERTATE” – Na dúvida a favor da liberdade

2ª parte da Obra de Justiniano.

DIGESTO PLANCLEATEA

Tem 50 livros, é a 1ª obra do Século VI do Oriente

- É só nos Séculos XVIII e XIX que os juristas se atreveram a ver o que


ainda se podia ou não aplicar do Direito Romano à realidade daqueles
tempos.

- Em Roma antes de se aplicar a Lei ouviam-se as pessoas e se o IUS


CIVILA tivesse solução ao caso em concreto aplicava-se, se não tivesse
lá previsto o caso, os magistrados alteravam a Lei, pois tinha
competência para o fazer.

- Hoje em dia em Portugal, e já há vários Séculos, aplica-se o Direito


Romano (ou o Direito Português) , ou seja “ não se ouve o caso, nem as

Hélène Albuezza (H.A.L)


pessoas” , não havendo solução na Lei, os magistrados não podem criar
leis novas .

Até ao Século XIX, havendo dívidas colocavam-se as mesmas ao Rei /


Monarca e ele é que decidia.

VER: Art.º 483.º CC- LEX AQUILA – CONSTITUIÇÃO INICIAL

Se alguém matasse o escravo de outro, o dono só teria direito a


indemnização se houvesse contato físico com o escravo, até em
situações de trabalho, se roubasse e o colocasse num quarto fechado
sem lhe tocar, não haveria direito a indemnização.

Em Roma os magistrados não concordaram com a parte do contato,


porque acharam que mesmo que não houvesse contato, o dono saia
prejudicado, assim alteraram a lei.

Há uma diferença muito grande entre:


IUSTITIA E
DIRECTUM
(deusa)

Hélène Albuezza (H.A.L)


IUS HONORARIUM:
No OCIDENTE só temos conhecimento deste Direito nos Séculos XVI
e XVII

É a faculdade que os magistrados têm de criar leis, quando a lei


existente é injusta ou omissa.

NO DIREITO ROMANO da época clássica o magistrado olhava para


a IUSTITIA e só depois é que olhava para o DIRECTUM.

HOJE em dia só olham para o DIRECTUM.

Ex:1ª analogia: Recorrem aos princípios do ordenamento jurídico, pois


não podem ir à AR (Parlamento) colocar as suas dúvidas e também
não podem alegra que não existe solução para o caso em concreto.

COSTUME:
É uma pratica reiterada que tem nesta fase - ano de 284 a.c , é uma
“Lei” .

Pode-se dizer que foi o caminho encontrado pelos magistrados para


darem a volta ao Imperador.

Deusa Romana, tem venda para saber ouvir as pessoas, ouvir os casos
e só depois é que vai olhar a lei a ver o que diz para tais situações.

Deusa Grega, tem uma espada e não tem venda nos olhos. A falta de
venda é que não ouve os casos, as pessoas antes, olha para o caso, e
olha logo para a lei para ver o que se vai aplicar, naquela situação. A
espada é uma forma de obrigar a que a lei se aplique.

Hélène Albuezza (H.A.L)


DIREITO ROMANO
Magistrados

- CENSOR:
É o topo da hierarquia – instrum(?), Recenseamento, cargo por 5 anos
Administra os bens públicos

- CONSUL:
Dedica-se ao comando dos exércitos.
Convocavam o Senado, as Assembleias Populares (COMITIA) e
Administravam a Justiça

- PRETOR:
Tratava da relação de conflitos entre romanos, entre
romanos e peregrinos, é o magistrado que aplica o IUS
CIVILA
- PRETOR URBANO – 367 a.c – Geria os conflitos entre os Romanos
- PRETOR PEREGRINO – 242 a.c – Geria os conflitos entre os Estrageiros
e entre Romanos e Estrangeiros

- EDITAL CURAL:
Relação dos mercados, rege a administração da justiça na cidade.
Tratava da limpeza da cidade, trânsito, preços, espetáculos e
Jurisdição Civil

- QUESTOR:
Trata das contas , Justiça Criminal, Multas, Confiscos, Tesouraria
Estatal
Hélène Albuezza (H.A.L)
IUS HONORARIUM, tem a ver com o PRECTO é = IUS CIVILA, tem
a ver com tudo.

IUS HONORARIUM, 90% é PRACTORIUM

Podia decretar que um cidadão passasse a ser escravo.

Hélène Albuezza (H.A.L)


Aula de 07/10/2021

SECULO VI – IMPERADOR JUSTINIANO – ANO DE 530


COMEÇOU A COMPILAÇÃO

CORPUS IURIS CIVILI, ESTA COMPILAÇÃO ESTÁ DIVIDIDA EM 4


PARTES, FICOU TERMINADA MAIS AO MENOS 3 ANOS DEPOIS (

+ OU – 533) :

- INSTITUTIONS :

São uma introdução – tem como objetivo instruir, ensinar. Esta


introdução tem 4 livros e tem IUS ( o Direito também está aqui
presente)

- DIGESTO OU PANDECTAE :

DIGESTO - Obra bem organizada PANDECTAE tem tudo.

Contem fragmentos de obras, extratos de alguns juristas, ex: Paulus,


Intianos, Pomponus - ÉPOCA CLÁSSICA II a.c ao III d.c. – é
composto por 50 livros, muitos densos organizados por diversos temas
do Direito , Iurisprudentia , com o nome do jurista a obra e a pagina
de onde foi retirado o fragmento É O MAIS IMPORTANTE DE
TODOS

Hélène Albuezza (H.A.L)


- CODEX:

Contém as Constituições Imperiais – tem 12 livros

- NOVELLAE:

Também são Constituições Imperiais , novas Constituições que o


Imperador fez depois do CODEX estar fechados (novelas) – só tem um
livro, caracter pequeno

CORPUS IURIS CIVILIS


Chega à Europa em finais do Século XII.

O que se ensina nas universidades é Direito Romano ( e quase todo da


ÉPOCA CLASSICA) e a partir do Sec. XVIII algum Direito
Canónico. Foi sempre está compilação que foi aplicada nos tribunais
até ao Séc. XVIII em Portugal.

DURANTE 13 SECULOS ROMA TEVE APENAS 3 COMPILAÇÕES


- LEIS DAS 12
- CÓDIGO TEODOSIANO
- CORPUS IURIS CIVILIS

Hélène Albuezza (H.A.L)


O direito evolui lentamente, a sociedade evolui e o direito só evolui
depois, há que ter prudência

PLAGIRIUM:

É aquele que rouba os cavalos a outrem, mais tarde a expressão foi


transferida para o Direito – Plágio

Movimento Codificador começa no Seculo XIX, com Napoleão 1867

Queda de Constantinopla em 1453- Queda do Império Romano do


Oriente, que foi conquistado pelos Muçulmanos. À medida que o
Império Muçulmano avança no Oriente há uma fuga de físicos,
matemáticos, filósofos para o Ocidente e pensa-se que forma eles que
trouxeram o CORPUS IURIS CIVILIS – VERONA – ITÁLIA .

Existe muito Direito Romano para além do que conhecemos .

Ex: CAIUS : Há quem diga que era uma pessoa, outros dizem que era
uma escola. Assim sendo será que ensinava Direito Romano.

Aquando da fundação de Portugal que direito tínhamos aqui? Direito


Germânico vulgar, Código Visigodo, Direito Feudal (Cartas Feudais)

Hélène Albuezza (H.A.L)


Quando começam a aparecer mais leis a partir de Afonso III, já é por
influência do Corpus Iuris Civilis

Sabe-se que um dos conselheiros de D. Afonso Henriques que esteve


em Bolonha. Quem queria saber mais ia para o Estrangeiro e depois
quando regressava tinha cargos altos.

Quem gostou da compilação do Direito Romano, o clero e os


burgueses.

Hélène Albuezza (H.A.L)


PRINCIPAIS SISTEMAS JURIDICOS

- ROMANO GERMÂNICO (NOSSO):

- Origem do Direito Romano que chega, desde o Séc. XII, até nós
compilado.

- Direito essencialmente LEGISLATIVO

- Só a partir do Séc. XVI se percebe a jurisprudência e outras coisas;

- O Direito Legislativo acentua-se ainda mais nas Constituições


( Revolução Francesa)

- O Direito tem que provir da vontade do povo, através do Parlamento;

- O Poder Judicial limita-se a aplicar a Lei (Separação de Poderes);

- A Lei consagra o Direito Romano. As nossas compilações contêm


Direito Romano;

- As Constituições Portuguesa, Francesa, e Alemã contêm Direito


Romano;

ESTA É A MAIOR FAMILIA DO DIREITO

Hélène Albuezza (H.A.L)


COMMON LAW ( ANGLO- SAXÓNICO)

- Direito Jurisprudencial criado pelos Magistrados e pelos Tribunais;

- Não é um Direito Legislativo

- Baseado na Regra do PRECEDENTE (Vinculativa)

RELIGIOSO E TRADICINAL

- Direitos em que o Direito não é diferente da Religião. As normas


jurídicas são jurídico- religiosas. Quanto à parte Tradicional tem mais
a ver com Direitos Africanos

DIREITOS SOCIALISTAS

- Revolução de 1917 na União Soviética (Marxismo- Leninismo);

- Pretendiam a fim do Direito/ a Extinção do próprio Direito;

- Abolição dos Códigos- Abolição do Direito de Propriedade;

Hélène Albuezza (H.A.L)


PLAGIRIUM:

É aquele que rouba os cavalos a outrem, mais tarde a expressão foi


transferida para o Direito – Plágio

MOVIMENTO CODIFICADOR:

Começa no Séc. XIX com NAPOLEÃO em 1867

QUEDA DE CONSTANTINOPLA EM 1453:

Queda do Império Romano do Oriente, que foi conquistado pelos


Muçulmanos.

Á medida que o Império Muçulmano avança no Oriente há uma fuga


de físicos, matemáticos, filósofos, ect.. para o Ocidente e pensa-se que

foram eles que trouxeram o CORPUS IURIS CIVILIS


– VERONA EM ITÁLIA

Existe muito Direito Romano para além do que conhecemos

Ex: CAIUS: Há quem diga que era uma pessoa, outros dizem que era
uma escola. Será que ensinava o Direito Romano?

Aquando da fundação de Portugal que Direito tínhamos aqui?

Hélène Albuezza (H.A.L)


Direito Germânico vulgar, Código Visigodo, Direito Feudal (Cartas
Feudais)

Quando começam a aparecer mais leis a partir de D. Afonso III, já é


por influência do CORPUS IURIS CIVILIS

Sabe-se que um dos conselheiros de D. Afonso Henriques, esteve em


Bolonha. Quem queria saber mais ia para o Estrangeiro e depois
quando regressava tinha cargos mais altos.

Quem gostou da compilação do Direito Romano foi o Clero e os


Burgueses

Queda do Império Romano do Ocidente


Queda do Império Romano do Ocidente foi o processo de declínio do Império Romano do
Ocidente, quando ele não conseguiu mais impor seu domínio e seu vasto território foi
dividido em várias comunidades políticas sucessoras. Wikipédia

Local: Império Romano do Ocidente

Data de início: 395 d.C.

Data de término: 4 de setembro de 476 d.C.

Hélène Albuezza (H.A.L)


AULA DE 08/10/2021

II PARTE DA MATÉRIA.

Obrigação

Obligatio

Ob – ligore

DIREITOS REAIS - versa sobre coisas – Direito Propriedade,


usufruto, penhor, hipoteca… É O PRINCIPIO DA TAXATIVIDADE,
só existem os que a lei prevê e nos termos que a lei prevê – PRINCIPIO
DA TIPICIDADE

É 1º PODER DIRETO IMEDIATO SOBRE UMA COISA –(EX:


CANETA)

Hélène Albuezza (H.A.L)


Carateriza-se pelo facto de gerar para todos uma eficácia ERGA
OMNES (ninguém usa a caneta sem a minha autorização) significa que
o direito real vai gerar para todos os outros uma obrigação passiva
universal (não interferirem nas coisas que pertencem aos outros)–
TEORIA PERSONALISTA .

ERGA OMNES TAXATIVIDADE

DIREITO OBRIGACIONAL:

É um Direito que tem eficácia entre partes: Produz efeitos entre as


partes

EX: colega esquece carteira e pede 5€ para ir jantar - temos 1 contrato


de mutuo e ela tem obrigação de dar de volta os 5€ , este contrato só
produz efeitos entre as partes – na 2ª feira ela tem que devolver o
dinheiro . Não tem eficácia ERGA OMNES , ninguém mais tem a ver
com este “ contrato”

O meu Direito de crédito sobre ela , só está satisfeito se ela cumprir, a


realização do meu direito depende da decisão do devedor –

DIFERENÇAS:

No DIREITO REAL não preciso da colaboração de ninguém (Ex:


entro e saio de casa como me apetece) , ao passo que no

DIREITO DE CRÉDITO preciso da colaboração da devedora, para


satisfazer o meu direito, que se ela não cumprir não será satisfeito.
DIREITO DE CRÉDITO depende da colaboração do devedor

Hélène Albuezza (H.A.L)


DIREITO OBRIGACIONAL SÓ PRODUZ EFEITOS ENTRE AS
PARTES
A satisfação do direito crédito depende da atuação do devedor

AQUI NÃO VIGORA O PRINCIPIO DA TAXATIVIDADE mas sim o


principio da liberdade, ou seja as partes têm liberdade contratual,
podem alterar e fazer todos os contratos que a lei prevê, ou seja vigora
a LIBERDADE CONTRATUAL entre as partes .

OBRIGAÇÕES 397. CC

Vinculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com
outra à realização de uma prestação

EXPLICAÇÃO DO ARTIGO – NÃO TRANSCREVER NO EXAME

OBRIGAÇÃO :
É um vinculo JURÍDICO ( não é um vinculo material para opor ao
vinculo material de antigamente- amarrar- em que o credor amarrava
o devedor) por virtude do qual uma pessoa tem a faculdade de exigir
de outra, um comportamento positivo ou negativo.

No caso da colega ela está vinculada para devolver o dinheiro

Por esse vinculo há outra pessoa que está adstrita

Difere de um Direito Real, porque enquanto o seu titula obtém o


beneficio económico que este Direito proporciona através da sua
atividade, exercido sobre a rés, o titular do Direito de Crédito somente
obtém a conduta positiva ou negativa por parte do devedor.

Hélène Albuezza (H.A.L)


OBLIGATIO: No âmbito do Direito das Obrigações , entende-se
como a sujeição do património do devedor em razão da relação
obrigacional

OB – LIGOSE: OB - Prender , quando o credor podia amarrar o


devedor , era uma execução pessoal

PRESTAÇÃO:
No artigo do C.C tem um sentido amplo , significa dar ou não dar,
fazer ou não fazer

OS OBJETOS DA OBRIGAÇÃO SÃO AS PRESTAÇÕES:

- DAR - DARE( ≠ entregar) é transmitir ( ela está obrigada a restituir o

meu direito de propriedade que era a minha nota, está obrigada a


substituir outro objeto igual). Constituir ou transferir um direito real

- FAZER – FACERE Realizar uma atividade que não se traduza num


DARE. Pode consistir também numa abstenção

- NÃO FAZER -NON FACERE - (Ex: de não abrir durante x anos um


restaurante em tal local – é uma obrigação por exemplo de não
concorrência) – Pode consistir numa ABSTENÇÃO

Hélène Albuezza (H.A.L)


- PRESTAR EM SENTIDO ESTRITO – PRAESTAR - alguém
assumir a garantia do cumprimento de uma obrigação de outrem

Eu vendo algo que alguém vai ficar como fiador . Alguém é fiador , se o
devedor não pagar o credor pode chamar o fiador .

O comportamento (positivo ou negativo) do sujeito passivo deve ser


possível física e juridicamente, por isso a obrigação que tenha por

objeto uma prestação impossível é nula. . Art.º 28.º CC


EMPRESTAR:

Pode ser uma obrigação de emprestar, (Ex: empresto manual que ela
vai restituir ) , ela vai restituir esse manual e não outro- aqui não há
transmissão do direito de propriedade, é este manual que quero de
volta , ela está obrigada a devolver aquele e não outro – Aqui já não há
um contrato de mutuo mas sim um contrato de comodato

DAR
Implica transmitir o direito de propriedade( nota de 5€)

EMPRESTAR
Implica que não há transmissão do direito de propriedade ( manual) , é
aquele que eu lhe empresto que ela tem obrigação de restituir

Hélène Albuezza (H.A.L)


COMPORTAMENTO DO DEVEDOR

- Tem que ser um COMPORTAMENTO JURIDICAMENTE E


FISICAMENTE POSSÍVEL ( quero ir até ao sol… quero comprar a
Torre dos Clérigos ), é uma rés fora do comércio jurídico

- Tem que ser um comportamento LICITO ( ex: contrato de traficar


órgãos humanos , dá uma obrigação ilícita)

- Tem que ser um comportamento DETERMINADO OU


DETERMINÁVEL

Ex: O António vende batatas ao Joaquim por 5€, este contrato


não é válido- porque falta a determinação da quantia (números
de kgs ?) . Se não houver critérios de determinação para
quantidade e outras coisas , o contrato é nulo.

Hélène Albuezza (H.A.L)


- TEM QUE TER CARACTER PATRIMONIAL: Muitas vezes não é
bem assim. Tem que ser redutível a dinheiro – não é sempre assim .

PATRIMONIO:
Conjunto de obrigações jurídicas ativas ou não ativas que são
redutíveis a dinheiro

QUAIS SÃO AS FONTES DAS OBRIGAÇÕES:

1.º - A PRINCIPAL FONTE DAS OBRIGAÇÕES são os


CONTRATOS

(Ex: Contratos de compra e venda- compro um livro há obrigações de


parte a parte , ele de me vender e eu de pagar) - transporte –
obrigação de pagar e a outra parte de transportar

Todos os dias celebramos contratos e nem damos conta disso.

2.º- OS DELITOS OU FACTOS ILICITOS: Também gerem


obrigações

( Ex: na aula, farta de ouvir prof. Parto a mesa, independentemente de


ser crime ou não pode haver uma OBRIGAÇÃO DE
INDEMNIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS / MORAIS) – É a
obrigação de indemnização por factos ilícitos pelos danos causados à
outra pessoa ou património de outra pessoa.

Hélène Albuezza (H.A.L)


3.ª - QUASE CONTRATOS : Promessa pública de contrato

( Ex: Perco o gato e coloco num jornal que dou um prémio a quem
encontrar – não é um contrato, é um quase contrato ou ato unilateral,
porque estou obrigada a dar o prémio, essa promessa pública geradora
de obrigações vincula-me , apesar de não haver nenhum vinculo
jurídicos entre nós

4.ª – QUASE DELITOS : Não existem no nosso ordenamento jurídico


da atualidade

NO DIREITO ROMANO :

Delitos previstos no IUS CIVILA

Quase Delitos – previsto no IUS HONORARIUM

Exemplo: Se tenho vaso na varanda que com o vento cai e magoa


alguém, esse tipo de delito não estava no IUS CIVILA , mas foi
previsto pelos magistrados por isso estava no IUS HONORARIUM , e
chamavam-lhe “ quase delito”

O CÓDIGO CIVIL FRANCÊS de 1804, O ITALIANO DE 1865, O


ESPANHOL DE 1889 ainda falam de QUASE DELITOS – o que não
faz sentido

CONTRATOS – Art . 405 e seguintes

QUASE CONTRATOS Art. 457 e seguintes


Hélène Albuezza (H.A.L)
DELITOS – responsabilidade delitual, extracontratual,
responsabilidade Aquiliana – art. 483 CC

CONTRATOS:

O QUE É UM CONTRATO:
Contrato é um negócio jurídico, temos que ir atrás e ver antes o que é
UM NEGÓCIO JURIDÍCO

O QUE É UM NEGÓCIO JURÍDICO – é um facto

voluntário ( praticado pelo homem, não da natureza) , facto lícito ,


assente numa ou mais declarações de vontade , destinadas a produzir
efeitos práticos titulados ( protegidos) pelo Direito

A definição de negócio jurídico encontra-se estreitamente relacionada com


o princípio da Autonomia Privada. Segundo este princípio, cada indivíduo
tem a possibilidade de estabelecer as suas relações jurídicas com os
demais, de acordo com a sua vontade e na medida dos seus interesses.
O negócio jurídico constitui, por excelência, o instrumento jurídico apto a
manifestar a vontade de cada um, refletindo os seus interesses
individuais na medida da sua autonomia privada, e produzindo efeitos
Hélène Albuezza (H.A.L)
jurídicos, na ordem jurídica, porque estes correspondem à vontade dos
indivíduos.
Na verdade, quotidianamente, os sujeitos jurídicos, indivíduos ou
empresas, recorrem ao negócio jurídico para a produção de certos e
determinados efeitos jurídicos, de acordo com a sua vontade e por forma a
realizar da melhor maneira os seus interesses, constituindo assim o
instrumento jurídico mais utilizado por todos na sua vida em sociedade.

Casos exemplares de negócios jurídicos são o contrato de compra e


venda, a doação, o testamento, entre outros.
Como se verifica, surgem-nos então várias modalidades de negócios
jurídicos:
Em primeiro lugar, pela sua importância, a classificação que distingue os
negócios jurídicos bilaterais ou contratos (compostos por várias
declarações de vontade com conteúdos e interesses opostos, mas que se
adequam reciprocamente, dando lugar a um negócio jurídico) e unilaterais
(constituídos por uma ou várias declarações de vontade paralelas com o
mesmo conteúdo).
Exemplo da primeira modalidade - como já foi avançado - é o caso da
figura do contrato, seja este de compra e venda, seja outro tipo de
contrato, de arrendamento, de aluguer, etc
Para o caso dos negócios jurídicos unilaterais temos o exemplo do
testamento (constituído pelas vontades coincidentes do autor do testamento
e do(s) respetivo(s) beneficiário(s)).
Ainda para o caso dos negócios jurídicos bilaterais ou contratos, surgem
várias subclassificações, sendo de destacar a que distingue os contratos
unilaterais (apenas nascem obrigações para uma das partes) e os
contratos bilaterais (surgindo obrigações para ambas as partes).
Para além da distinção acima referida entre negócios bilaterais e
unilaterais, surgem ainda outras classificações, menos relevantes, dos
negócios jurídicos, referindo-se a título de exemplo as que distinguem (1)
os negócios jurídicos entre vivos e mortis causa (produzindo efeitos em
vida ou apenas após a morte de uma das partes), (2) os negócios jurídicos

Hélène Albuezza (H.A.L)


formais ou consensuais (requerendo-se que as declarações de vontade que
integram o negócio adotem uma determinada forma ou não. Por exemplo,
a sujeição a escritura pública de certos negócios jurídicos), (3) os
negócios obrigacionais, reais, familiares e sucessórios (de acordo com a
natureza dos efeitos que visam produzir), e ainda (4) os negócios onerosos
e gratuitos (pressupondo a realização de prestações patrimoniais para
ambas ou apenas de uma das partes do negócio).

Pela sua importância económica e social, a figura do negócio jurídico é


objeto de um particular cuidado por parte dos mais diversos legisladores
nacionais, sendo disciplinada juridicamente de forma a que prevaleça
sempre a vontade e autonomia privada de cada um.

Unilateral
BILATERAL OU CONTRATO Bilateral
Bilateral
Imperfeito

NEGOCIO JURIDICO

UNILATERAL

NEGÓCIO JURIDICO UNILATERAL:

Vou ao notário, há uma única declaração de vontade do atestador,


assenta numa única declaração de vontade – Ex: TESTAMENTO

Hélène Albuezza (H.A.L)


CONTRATO OU NEGÓCIO JURIDICO BILATERAL:

Assenta em duas declarações de vontade, assenta num acordo que


resulta da convergência de duas ou mais declarações de vontade
contrapostas (um vende um compra ).

Assenta 2 declarações vontade contrapostas que convergem ( se não


convergissem , não haveria contrato) para produzir o efeito prático
tutelado pelo Direito

CONTRATO UNILATERAL:

Gera obrigações só para uma parte

CONTRATO BILATERAL:

Gera obrigações para ambas (todas) as partes.

CONTRATO BILATERAL IMPERFEITO:

No inicio gera obrigações apenas para uma das partes mas pode
eventualmente vir a gerar para a outra parte.

Hélène Albuezza (H.A.L)


TODOS OS CONTRATOS TEM 2 ELEMENTOS:

CAUSA E CONSENSO

CAUSA :

Finalidade prática que as partes querem alcançar com este contrato


( quero vender e o outro comprar) – é relevante para sabermos que
contrato é que as partes quiseram celebrar .

Ex: Não digo as clausulas e até lhe chamo de compra e venda mas faço
uma doação ???? a finalidade prática tem que constar do contrato .

A causa pode não ser juridicamente revelante – cheque ( se emitir um


cheque ele pode servir para muita coisa – há uma CAUSA mas
juridicamente é irrelevante – NEGOCIOS ABSTRATOS

CONSENSO:

Acordo, um fim homogêneo de ambas as partes

Hélène Albuezza (H.A.L)


Exemplo de uso da palavra Consenso:
Para tomarmos a decisão final, todos devem entrar em consenso

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

1ª – CONTRATO PODE SER UNILATERAL – gere obrigações só


para uma da partes

2ª – CONTRATO BILATERAL - gere obrigações para ambas ou


todas as partes

3ª – CONTRATO BILATERAL IMPERFEITO - é aquele que no


inicio só gere obrigações para uma das partes , depois durante a
execução poderá ou não surgirem obrigações para a outra ou outras
partes

Hélène Albuezza (H.A.L)


CONTRATOS GRATUITOS E CONTRATOS ONEROSOS

GRATUITO – é aquele gere perdas patrimoniais apenas para uma das


partes ( ex: empresto a caneta , há perdas patrimoniais apenas para
mim, porque durante a aula não tive a caneta, tive uma perda
patrimonial)

CONTRATO GRATUITO:
É um tipo de contrato onde há perdas apenas para um lado das partes.
Ex: Dou 5€ a A por engano e não a B como deveria ser. Vejo que afinal
houve engano, então volto a A e peço para “REPETIR”, ou seja, eu
exijo de volta o que me foi “retirado”.

Exemplo: Combinamos todos no fim da aula ir apanhar o autocarro, no


entanto alguns desistem pelo caminho e vão embora. Aqui não há contrato,
mesmo havendo uma “ Declaração de Vontade” esta não está titulada pela
lei.

Ex: Vamos todos tomar café. Aqui já há contrato, uma vez que o funcionário
já me disse que eram 0,60€ o café, é já um contrato titulado pela lei.

Hélène Albuezza (H.A.L)


Ex: Chamo um Taxi, mas a meio do percurso ele avaria - É um
incumprimento contratual

ONEROSO: gere perdas patrimoniais para ambas as partes (ex:


compra e venda – eu perco (perda patrimonial) o que vendo e a outra
parte perde o valor com que me paga, também tem uma perda
patrimonial)

CONTRATOS CONSENSUAIS OU REAIS:

CONSENSUAIS:

Não têm forma , não precisam de ter forma – ex: vim de autocarro,
emprestei 5€ SÃO CONTRATOS CONSENSUAIS , NÃO PRECISAM
DE FORMA DOC ESCRITO – AUSENTES DE FORMA

CONSENSUAL: Faço um empréstimo, precisa de forma, vendo casa


preciso de escritura publica , precisam de forma como sendo a
Escritura pública

BASTA O CONSENSO PARA O CONTRATO ESTAR PERFEITO

REAIS :

Reais quanto aos seus efeitos : versam sobre negócios reais

Compra e venda é um contrato real quanto aos seus efeitos porque


desse efeitos resulta a transmissão do direito de propriedade

Hélène Albuezza (H.A.L)


Necessita da entrega da coisa ou da prática de um ato.

Quanto à sua Constituição - Dacio (Propriedade)

- Traditio (Entrega da coisa)

REAIS - Mera Detenção

Quanto aos seus efeitos – Implicam a constituição,


transmissão ou entrega de um Direito Real

FORMAIS LITERAIS E FORMAIS VERBAIS

FORMAIS VERBAIS : São necessárias certas palavras – ex:


casamento existem perguntas do conservador a que os noivos têm que
responder

CONTRATO REAIS QUANTO À SUA CONSTITUIÇÃO_

São aqueles que para serem perfeitos não basta o acordo , consenso
entre as partes para estar perfeito , é necessário a pratica de um ato
material CONTRAPOEM-SE A ESTES O CONTRATUAIS,
PRODUZEM EFEITOS JURIDICOS ENTRE AS PARTES FICAM
PERFEITOS

Hélène Albuezza (H.A.L)


CONSENSUAL VERSO FORMAL

Reais quanto aos efeitos , sua constituição e versa contratos reais.

Principio da consensualidade: Consensualidade, consenso significa que


o contrato está perfeito pelo simples acordo .

Nos contratos reais quanto à sua constituição – que são uma exceção
direito romano- não basta o acordo , é necessário mas não suficiente
para que seja perfeito , exige-se ainda a prática de um ato material que
pode ser o dar ou entregar

DAR (DATIO)

ENTREGAR (TRADITIO)

MESMO QUANDO HÁ FORMA , O DIREITO DE PROPRIEDADE


TRANSMITE-SE PELO CONSENSO .

Não havendo a forma que a lei exige, há uma NULIDADE – Art. 280.º .

Ex: se eu comprar um carro , já paguei mas não o fui levantar ainda


está no stand- o veiculo já é meu . Acontece um vendaval destrói o
veículo a responsabilidade é minha porque ele estava à disposição eu é
que não o fui buscar .

Hélène Albuezza (H.A.L)


Ex: é o vendedor que não me quer entregar o veículo, o contrato está
perfeito, o vendedor está a entrar em imcuprimento

Ex: Vendedor meu amigo, peço veiculo emprestado ele diz que sim ,
logo á tarde para ir buscar,. À tarde ele afinal não me empresta o
veículo , não há contrato- é um CONTRATO DE COMODATO

Se for ali ao café e o rapaz não me traz o café , o contrato é perfeito ele
é que está em incumprimento

Noutros contratos em que basta o acordo para a transmissão de


propriedade

IMOVEL. O REGISTO É MERAMENETE DECLARATIVO


VINCULATIVO NA HIPOTECA – O REGISTO É
CONSTITUÍTIVO

PATRIMÓNIO:

Conjunto de Relações Jurídicas , ativas ou passivas, de que uma pessoa


é titular e é redutível a dinheiro

Hélène Albuezza (H.A.L)


Nos povos primitivos, os contratos eram quase todos reais, sem entrega
não havia contrato-

Em Roma os contratos eram verbais , invocavam-se os Deuses.

NÃO SAI NO TESTE É MATÉRIA QUE SE VAI DAR MAIS PARA


A FRENTE

CONTRATO DE COMODATO – regime excecional

EX: Alguém pede-me o livro emprestado , entrego no final da aula,


mas no fim vou embora e não entrego

Não temos contrato : Real quanto à sua constituição , mas não basta
ser perfeito quanto constituição tem que haver a parte material – não
empresta , SEM A ENTREGA DA COISA NÃO HÁ COMODATO,
DEPOSITO PENHOR , estes contratos não estão perfeitos

Se for um CONTRATO DE MUTUO, combino com uma colega que


lhe empresto 5€ no fim da aula, vou embora e não empresto. Também
não há contrato sem a dar da coisa não há contrato

Hélène Albuezza (H.A.L)


Elementos essenciais à existência e validade do contrato: autonomia das partes;
pluralidade das partes; capacidade do agente legitimidade do agente licitude;
possibilidade (fática e jurídica) do objeto; determinabilidade do objeto;
patrimonialidade do objeto; forma prescrita ou não defesa em lei; Consenso;
Causa.

Objetivo do contrato: criação de direitos e obrigações; modificação de direitos e


obrigações; transmissão de direitos e obrigações; resguardar direitos e obrigações;
extinção de direitos e obrigações.

AULA DE 14/10/2021

Exemplo, compro um veículo às prestações, o direito de propriedade já é meu,


tenho é que cumprir as prestações , se não cumprir tenho que ver o que diz no
contrato quanto ao incumprimento .

Se o vendedor ficar com a propriedade para ele, e só a passa no final com a ultima
prestação estamos perante a figura da fidúcia .

Hélène Albuezza (H.A.L)


Aula de 15/10/2021 - Pg 169

CONTRATO DE MÚTUO

- REAL quanto à sua constituição - necessita da entrega da coisa ou de


um ato material

- UNILATERAL; - Só há obrigações apenas para uma das partes

- POR REGRA GRATUITO; - Só há perdas patrimoniais para uma


das partes

- Transfere o direito de propriedade de uma COISA FUNGÍVEL para


o mutuário. – DATIO

- Só este é que esta a OBRIGADO A RESTITUIR alguma coisa .


Hélène Albuezza (H.A.L)
- Só TEM PERDA O MUTUANTE que durante o contrato de mutuo
ficou sem a coisa que deu ao mutuário.

- O MUTUÁRIO NÃO PERDE NADA , recebe 100 e devolve 100 .

- CONSENSUAL

COISAS FUNGIVEIS: Coisas que podem substituir outras e que não


perdem valor.

2 elementos : - ADATIO REI - DAR - DATIO

- CONVENTIO - CONSENSO

Exemplo: Eu empresto 20 € à Mariana para ela ir ao cabeleireiro, Transfiro-lhe o


Direito de Propriedade da minha nota de 20€. Na semana seguinte a Mariana tem
de me restituir OUTRO TANTO DO MESMO GÉNERO (dinheiro) E
QUALIDADE (20€ - podem ser 2 notas de 10€)

EXISTEM 4 CONTRATOS DE MÚTUO

1.º - Mutuo Mercantil

2.º - Mútuo Bancário

3.º - Mútuo Marítimo

4.º - Mútuo concedido pela cidade – prestação pública

SEMPRE COM JUROS


Hélène Albuezza (H.A.L)
- É possível haver Juros Legais , aí o mutuário já tem perdas
patrimoniais

- Já é um Contrato ONEROSO porque há perdas patrimoniais para


mabas as partes- capital mais juros

- No direito romano já haviam taxas de juro, eram fixadas num


documento à parte

- Eles usavam a Taxa máxima de juros.

JUROS CONVENCIONAIS: convencidos entre as partes

Ver art 560º CC

ANATOCISMO :
Se houver mora, podem ser estabelecidos juros sobre esses juros em
mora. No Direito romano isso era proibido.

É possível estabelecer taxas máximas e mínimas

Existiam regras que se o contrato nada dissesse era ONEROSO

Artº 395 do cod. Comercial

- É GRATUIOTO

Hélène Albuezza (H.A.L)


- É POSSIVEL AS PARTES ESTABELECEREM JUROS

- PODE SER ONEROSO

CONTRATO DE FIDÚCIA

Existem diversos contratos fiduciários

- É um contrato que vem desde a época arcaica

FIDAS – DEUSA DA CONFIANÇA , DA BOA FÉ, DA FIDELIDADE.

- Fidúcia é feita com o MANCIPATIO – Registo de Escritura Pública

- É um contrato que IMPLICA A TRANSMISSÃO DO DIREITO DE


PROPRIEDADE sobre uma coisa, fiduciante o que transmite o direito
de propriedade, o fiduciário , obriga-se a retransmitir o direito de
propriedade

É um contrato:

- REAL;
Hélène Albuezza (H.A.L)
- GRATUITO;

- BILATERAL IMPERFEITO;

- IMPLICA UMA DATIA – implica dar alguma coisa , é um dar e não


um entregar

A transmite o direito de propriedade mas não entrega a coisa, B é


proprietário mas não tem a coisa

IMPLICA A EMANCIPTIO – implica a transmissão do direito


propriedade sobre uma coisa de grande valor

2 ELEMENTOS DA FIDÚCIA

1.º IN URA – Nessa fase podia haver uma transmissão entre as partes
desde que houvesse acordo - IN IURE CESSIO

2.º PACTO FIDUCIÁRIO o fiduciário é obrigado a reentregar a coisa


ao fiduciante , ou seja o Direito de Propriedade

FIDÚCIA COM UMA FUNÇÃO DE GARANTIA :

A emprestou dinheiro a B ,
B ficou de devolver essa quantia num prazo de 3 anos ,
Mas A quer um garantia que B pague.

Hélène Albuezza (H.A.L)


1ª hipótese : Ser celebrado um contrato de fidúcia

B tem um imóvel, transmite o direito de propriedade para A, COM A


CONDIÇÃO DE a RETRANSMITIR O DTO DE PROPRIEDADE A
B quando ele acabar de pagar a divida, não há transmissão da coisa , B
continua a morar la em casa . O imóvel continua na esfera jurídica de
B

Ex: Compro um veículo às prestações, o Direito de Propriedade já é


meu, tenho é que cumprir as prestações , se não cumprir tenho que ver
o que diz o Contrato quanto ao Incumprimento.

Se o vendedor ficar com a propriedade para ele e só a passa no final


com a última prestação estamos perante a figura da FIDÚCIA

CONTRATO DE DEPOSITO
Art.º 1185.º CC

- É o contrato em que o depositante entrega ao depositário, com a


obrigação do depositário devolver a coisa no fim ou quando o
depositante o exigir

- O depositário está obrigado a guardar, não usar e restituir como


recebeu.

- REAL quanto à sua constituição – necessita da entrega da coisa ou da


prática de um ato

- GRATUITO- já não teve uma datio – Não é um DARE

Hélène Albuezza (H.A.L)


- BILATERAL IMPERFEITO – logo no inicio gera obrigações para
uma das partes, podem surgir obrigações para depositário

Ex: peço para guardar os cavalos da quinta, têm que ser alimentados.

Surgem obrigações para o depositante, tem que pagara as


despesas que o depositário teve ou ressarcir os prejuízos que teve

O depositário tem direito de reter a coisa até ao depositante pagar as


despesas ou o indemnizar dos prejuízos que teve – DIREITO DE
RETENÇÃO

O contrato de deposito é feito no interesse do depositante – depositário


esta a fazer um favor – Não deixa de haver perdas patrimoniais .
Exemplo: No caso do carro, quem emprestou a garagem podia tê-la
alugado, nesta linha de pensamento ficou com prejuízo .

Ex: Depositário perdeu a coisa, foi roubada, qual é a responsabilidade


do depositário

DOLO:
Quando a pessoa age intencionalmente, com
intenção de causar prejuízo/dano à outra, é
uma ação intencional

CULPA DO DEPOSITÁRIO

NEGLIGÊNCIA:
Não há intenção de causar dano, não se age por
Dolo, ex: os acidentes de viação, passamos um
Hélène Albuezza (H.A.L)
sinal vermelho – NEGLIGÊNCIA;
atropelamos uma pessoa na passadeira –
NEGLIGÊNCIA GRAVE

QUAL A RESPONSABILIDADE DO DEPOSITÁRIO?

- o depositário na ÉPOCA CLÁSSICA só respondia se tivesse agido


com DOLO, mas na ÉPOCA DE JUSTINIANO já era
responsabilizado se tivesse havido NEGLICÊNCIA , não era
necessário haver DOLO

Ex: hoje nos parques de estacionamento: “ Não nos responsabilizamos


por danos…causados aos veículos. ISTO NÃO É UM CONTRATO DE
DEPÓSITO”

EXISTEM 3 MODALIDADES DE DEPOSITO

1.º DEPOSITO NECESSÁRIO:

É aquele que é efetuado em SITUAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS,


EXCECIONAIS, incendio, situações de necessidade, em que o
DEPOSITANTE NÃO TEM TEMPO DE ESCOLHER O
DEPOSITÁRIO

No Direito romano em virtude do depositante não ter tido a


possibilidade de escolher o depositário, se ele perdesse a coisa teria que
indemnizar o depositante

Hélène Albuezza (H.A.L)


Ex: as coisas pessoais que os acidentados têm que deixar na urgência,
eles não escolhem o depositário – há um juízo de especial de censura se
o depositário não guardar as coisas

2.º DEPOSITO DE SEQUESTRO:

Verificava-se no direito romano e ainda hoje, quando exista litigio e as


partes revindicam-se proprietárias da coisa, decidem entregar
(depositantes) a coisa a um 3ª (depositário) até ser decidido quem é o
proprietário. Pode opor-se a entregar enquanto o litigio não esta
deciddo sequestro ou de coisa controvertida

3.º DEPOSITO IRREGULAR:

Versa sobre coisas fungíveis e implica a transmissão do dto de


propriedade sobre a coisa

Ex: Deposito bancário

Ex: peço a A para me guardar duas notas de 500 €, daqui a uns dias ela
pode me entregar 10 notas de 100€ - DEPOSITO IRREGULAR

Coisas que podem ser substituídas por outras e que não há percas de
valores –

Obriga à transmissão de propriedade

Hélène Albuezza (H.A.L)


NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE O DEPOSITO IRREGULAR E O MUTUO, É
APENAS UM DEPOSITO MAS APLICA-SE AO MESMO AS REGRAS DO
MUTUO

CONTRATO DE DEPOSITO

Depositante tem obrigação de lá colocar a coisa – depositar

O DEPOSITARIO tem a obrigação de indemnizar –

O OBJETIVO DO CONTRATO DE DEPÓSITO É A GUARDA DE UM


OBJETO. - O contrato é estabelecido entre o depositante (dono do objeto) e o
depositário (quem por ele vai ficar responsável).

- O contrato de depósito está presente no artigo 1185º do Código Civil e é


considerado um CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.

Hélène Albuezza (H.A.L)


EX: Vou de ferias peço ao Sr. X para guardar o meu carro em sua casa. Eu não
tenho obrigações nenhumas – vamos supor que uma peça do veículo explodia, ele
vai ter que me indemnizar

CONTRATO DE DEPÓSITO: EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS SE APLICA?

Este tipo de contrato implica que aquilo que é entregue pelo depositante ao depositário
seja restituído quando assim o primeiro outorgante o exigir. O objeto pode ser uma
coisa, móvel ou imóvel. Tem de ocorrer obrigatoriamente o ato de entrega, para que o
contrato de depósito seja considerado válido.

A restituição também é uma parte importante do contrato: o depositário pode tentar


restituir o objeto que lhe foi entregue para se libertar o dever confiado. Isso ocorre por
duas razões: ou o período de tempo previsto terminou, ou quando tem justa causa para o
fazer.

Existe outra modalidade: quando o contrato de depósito é efetuado no âmbito


da realização de um negocio jurídico e não na entrega de um objeto, declara-se existir
um contrato-promessa de depósito.

Pode aplicar-se em circunstâncias contratuais simples, entre dois outorgantes em que


um é o dono do objeto em causa, ou principal interessado na parte jurídica; ou aplicar-se
envolvendo titulares de outros direitos.

Saiba também que existe o contrato de depósito escrow, em que ambas as partes
concordam em confiar a guarda dos bens móveis ou imóveis a uma terceira entidade,
como um banco. Esta entidade fica responsável pelo fim a dar aos respetivos bens.

Hélène Albuezza (H.A.L)


CONTRATO DE COMODATO

Art.º 1129.º CC

É um contrato:

- REAL quanto a sua constituição;

- BILATERAL IMPERFEITO ;

Hélène Albuezza (H.A.L)


-GRATUITO OBRIGARTORIAMENTE (AQUI NÃO HÁ
EXCEÇÃO) - É ESSENCIAL A SUA GRATUIDADE SENÃO SERIA
UM CONTRATO DE

-O comodante ENTREGA UMA COISA ao comodário, para que ele a


use, até ter que a entregar no fim.

- NÃO HÁ TRANSMISSÃO DO PROPRIEDADE , é uma simples


traditio : Entrega da coisa, Posse.

- Pode versar sobre COISAS MOVEIS, e PODE OU NÃO VERSAR


SOBRE COISAS CONSUMÍVEIS .

MAS PODE VERSAR : COISA CONSUMÍVEL

ex: um kg de maças , o comodato não as pode comer porque tem de


devolver exatamente as mesmas maçãs .

O CONTRATO DE COMODATO NÃO VERSA SOBRE COISAS


CONSUMÍVEIS em principio por essa razão

OBRIGAÇÃO DO COMODATÁRIO:

Pode usar as coisas mas só para os fins que as mesmas se destinam e


nos termos do contrato, e tem obrigação de a devolver como a recebeu,
salvo as coisas normais do uso

OBRIGAÇÕES DO COMODANTE: Pouco habitual

Hélène Albuezza (H.A.L)


Ex: A pede emprestado um livro , é um contrato de comodato, irão
surgir obrigações para B? em principio não há obrigações para mim
que sou comodante.

MAS:

Ex: veiculo A pede-mo emprestado, eu sei que o meu veiculo está


lastimável, mas não digo nada, ele chega 100 metros á frente e tem um
acidente, ai há obrigações para mim comodante porque deveria ter
avisado o estado do carro ao comodatário É na mesma um contrato
bilateral imperfeito. EXISTE AQUI TAMBEM O DIREITO DE
RETENÇÃO (MAIS DIFICIL VERIFICAR-SE )

AQUI O INTERESSE É DO COMODATÁRIO ao contrário do


contrato de deposito em que o interesse é do depositante

ISSO VAI TER RESPONSA DO COMODATÁRIO:

Se o comodatário perder a coisa, ele respondia por responsabilidade de


CUSTODIA - que é muito próximo da responsabilidade objetiva – ele
está a usar algo que lhe foi entregue gratuitamente para usar ou não ,
tem que ter mais cuidado do que se a coisa lhe tivesse sido dado – está
a usar uma coisa que não é dele

Ex: um produtor de automóveis, numa serie de produção há um


veículo com defeito , o proprietário não teve negligencia , não agiu com
DOLO, mas a pessoa que o comprou teve um acidente – o Dono vai
responder por responsabilidade objetiva .

Hélène Albuezza (H.A.L)


Esta responsabilidade de CUSTÓDIA evolui para a NEGLIGENCIA

CONTRATO DE PENHOR

É um contrato:
- REAL quanto à sua constituição
- GRATUITO
- BILATERAL IMPERFEITO
- Há uma entrega – traditio
Hélène Albuezza (H.A.L)
É aquele em que uma pessoa entrega uma coisa a outra com a função
de garantir o cumprimento de uma obrigação, quem recebe é um mero
detentor da coisa

A B
CREDOR DEVEDOR

A celebra contrato com B mas exige uma garantia, exige a entrega de


uma joia , B entrega a joia a A, até que B lhe pague a coisa

– Não há transmissão do direito de propriedade , mas apenas A


ENTREGA DA COISA

A tem um direito real sobre a coisa , uma garantia real

Este direito real só se manifesta se B não cumprir a sua obrigação,


porque se B cumprir , A tem que devolver a coisa a B e não chega a
manifestar-se o Direito Real sobre a coisa

A guarda a coisa, não usa e restitui a B em caso de cumprimento do


contrato de mutuo .

Se A executar , vender por valor superior , o excesso tem que ser


devolvido a B

Bilateral imperfeito: quando há entrega da coisa, A não deve usar

Hélène Albuezza (H.A.L)


Obrigações para B – Se a coisa gerar despesas a A

EX: Dos Cavalos- alimento e saúde deles é despesas para A e essas


despesas vão ser imputadas a B .

TAMBEM EXISTE DIREITO DE RETENÇÃO

RESPONSABILIDADE DE A SE PERDER A COISA:

ÉPOCA CLASSICA , responderia por CUSTODIA, esta a guardar


uma coisa que não é dele e esta com ele a titulo de garantia

No tempo do IMPERADOR JUSTINIANO A seria responsável pela


simples NEGLIGENCIA não seria necessário haver DOLO .

Se alguém(terceiro) vier perturbar A (quem tem a coisa)

Quer o credor figurativo quer o depositário , pode recorrer aos


instrumentos da tutela da coisa .- instrumentos da tutela da posse
apesar de serem meros detentores das coisas e não proprietários

Depositário está obrigado a guardar , não usar e restituir como a


recebeu

Ele não é o proprietário da coisa, não há uma traditio

Aula de 21/10

TRADITIO:

DETENÇÃO – MERA POSSE - há 1 poder de facto sobre a


coisa

Hélène Albuezza (H.A.L)


2 elementos – material / corpóreo
- Imaterial – comportamento
como proprietário
O detentor é um mero possuidor em nome de outrem , não
se comporta como proprietário

POSSE:

Ex: Ocupo um terreno, faço um prédio , desfaço, volto a


fazer estou lá 20 anos , uso a coisa à vista de todos e sem
oposição de ninguém . Passados esses 20 anos aparece um
emigrante que diz que o prédio é dele. Não é não, eu
adquiri-o por usucapião
Usucapião – boa fé 15 anos
- má fé 20 anos
- prédios do Estado – 30 anos

Aula de 22/10/2021
DL 105/2004 DE 8 DE MAIO

A fidúcia existe em todos os ordenamentos jurídicos que vamos estudar

Em presa x precisa de dinheiro, mas o banco exige uma garantia,


transfere o direito de propriedade das maquinas para o banco , apesar
de continuar a usa-las –

Hélène Albuezza (H.A.L)


O banco é o dono delas

É UMA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA

CONTRATO DE DEPOSITO ESTÁ NO ARTº 1185 E VER OS SEGUINTES


GRATUITO
CC
Deposito com sequestro – depósito de coisa contravertida
Deposito irregular –

COMODATO – 1129 CC

GRATUITO OBRIGATORIAMENTE
1131 PARA OS FINS QUE SE DESTINA
1135 OBRIGAÇÕES DO COMODANTE
1136 PERDA DA COISA
n.º 1 – O COMODATÁRIO É RESPONSÁVEL MESMO QUE A COISA

PENHOR – COMO GARANTIA REAL – ART.º 666.º CC


ENTREGA DA COISA 669
CREDOR OBRIGADO A GUARDAR , NÃO USAR 671
PODE EXECUTAR A COISA ART.º 675

2000 ANOS EM QUE NADA MUDOU EM RELAÇÃO AO DIREITO ROMANO

Hélène Albuezza (H.A.L)


DIREITO ESTRANGEIRO
FR – ES – IT

CODIGO CIVIL FRANCES 1ª DE 1804

1892 contrato de mutuo – gratuito, transmissão do direito de propriedade


1875 . CONTRATO DE COMODATO
1876 GRATUITO
1878 COISAS CONSUMIVEIS

CONTRATO DE DEPOSITO
1915 –
1917 GRATUITO
1919 – IMPLICA A ENTREGA DA COISA TRADITIO
1949 - DEPOSITO NECESSÁRIO – É FORÇADO - NÓS PT JÁ NÃO TEMOS
1956 – DEPOSITO DE SEQUESTRO

CONTRATO DE PENHOR
2071 ATE 2073

FIDUCIA – 2011

AULA 28/10/2021

A – Banco Tem um duplo


efeito, pois o Banco como
proprietário das máquinas

Hélène Albuezza (H.A.L)


vai fazer um contrato de
LOCAÇÃO das máquinas
com a Empresa

Existe uma Datio–Fidúcia como garantia

Empresa como garantia do

Mutuo empréstimo transfere a propriedade

das máquinas para o Banco

B – Empresa a necessitário de crédito

Assim a empresa além do empréstimo, vai pagar junto a Renda da Locação das
máquinas

3 contratos – SALE AND LEASE BACK

Se por exemplo:
o Mútuo for feito sob coação, é nulo e automaticamente a fidúcia ou penhor
associados ao mutuo também são nulos e caem, uma vez que existe uma relação
jurídica entre eles .

Saber porque é que o Marques de pombal não é famoso no porto ?


ES

1783

COMODATO 1741

DEPOSITO 1758

Hélène Albuezza (H.A.L)


OBRIGA. DEPOS. 1756 57
DEPOSITO NECESSARIO DE DEPOSITO DE SEQUESTRO

PENHOR 1863
IMPLICA A ENTREGA DA COISA
OBRIGAÇÕES DO CREDOR 1867

DEUTCH

COMODATO – PARAGRÁFO 598 SS

MUTUO PARAGRAFO 607

DEPOSITO PARAGARAFO 688

COISAS FUNGIVEIS
PENHOR 1204
ENTREGA DA COISA 1205

DEVER DE CUSTODIA – PARAGRAFO 1215


Código Civil italiano é de 1942
- um movimento de fusão entre o direito comercial e o direito civil – Itália aderiu a
esta fusão dos códigos
ex:

contrato de mutuo mesmo noção 1813 transferência de propriedade 1814 mas


presume-se que é oneroso 1815, é por regra oneroso só se disser que é gratuito – é
uma influencia do código comercial

Hélène Albuezza (H.A.L)


comodato 1803 comodatário é responsável pela custodia da coisa 1804

deposito 1786 – igual mas tem a particularidade – 1782 do deposito irregular

FIDUCIA EM DIPLOMA AUTONOMO

2786 – PENHOR
AULA 29/10/2021

Consensuais : forma sendo desenvolvidos no quadro

Será por influencia do direito grego que os romanos vao importar a regra da
consensualidade em que os contratos ficam perfeitos pelos consenso, acordo das
partes

O regime dos vícios dos contratos vem do direito romano , bem como as regras de
interpretação dos negócios jurídicos
Toda a relevância da vontade das partes vem do Dto Romano

Enquanto contratos reais somos exaustivos

Compra venda
Locação
A sociedade

COMPRA E VENDA - EMPTIO - VENDITIO

- CONSENSUAL – PERFEITO PELO SIMPLES CONSENSO,

Em virtude desta consensualidade a compra e venda do direito romano


é um pouco diferente da de hoje em dia .

Hélène Albuezza (H.A.L)


Os romanos entenderam que o direito propriedade, não se podia
transmitir pelo simples consenso. Gerou uma outra compreensão de
compra e venda – enquanto no IUS CUVIL os romanos podiam
recorrer a mancípio – entre romanos, mas não é uma compra e venda

Direito romano veio dizer que o vendedor obriga-se a transferir a


posse livre e pacifica da coisa e o comprador obriga-se a transferir o
direito de propriedade do preço –

A FINALIDADE DA COMPRA E VENDA É TRANSFERIR

ELEMENTOS COMPRA E VENDA :

1º - CONSENSO VENDEDOR - POSSE LIVRE E


PACIFICA PARA O COMPRADOR

Hélène Albuezza (H.A.L)


2º - AS COISAS - A RÉS – FUNGIVEL OU NÃO, SIMPLES,
COMPOSTA

COISAS PRESENTES OU FUTURAS

NAS FUTURAS TEMOS DUAS ESPÉCIES:

DIREITO ROMANO:

a) Coisas futuras cuja existência depende da vontade do vendedor

b) As coisas futuras cuja produção não depende inteiramente da


vontade do vendedor (caso da produção de vinho do próximo ano) – há
aqui um elemento aleatório – UMA ALEA

Qual a consequência disto, a existência depende inteiramente da


minha vontade se ela não vier a existir, eu serei responsabilizado
quanto às que não depende da minha vontade eu não serei
responsabilizado (a existência das coisas não depende apenas da minha
vontade) salvo se no contrato ficou estabelecido que esta ALEA seria
da minha responsabilidade – já existia no direito romano e ainda hoje

3º - PREÇO

- Defende que para ser uma compra e venda a contrapartida tem que
ser dinheiro

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Devera ser certo, determinável, esta determinação poderá ser
estabelecida por um 3º

- PREÇO JUSTO: Roma na época clássica não era um problema, não


se discutia o preço das coisas
O Imperador JUSTINIANO por influencia do cristianismo veio
estabelecer o preço justo

INSTITUTO DA LESÃO ENORME:

EX: Pintor vende quadro 50, daqui

OBRIGAÇÕES DAS PARTES:

OBRIGAÇÕES DO VENDEDOR

Hélène Albuezza (H.A.L)


1ª OBRIGAÇÃO VENDEDOR:

Transferir a posse livre e pacífica da coisa sem vícios e sem limitações


para o comprador ter pacificamente a coisa na sua posse jurídica

A B

Poderia o comprador vir a adquirir o direito de propriedade? talvez

O exercício da posse de uma coisa, implica a aquisição do direito de


propriedade através da posse que é a USUCAPIÃO-

A figura da USUCAPIÃO estava na IUS CIVILA e não no IUS


GENTIUM

COMPRA E VENDA – IUS GENTIUM

COMPRA E VENDA eram estrangeiros ou então um romano e um


estrangeiro, se fossem dois romanos iria através da mancipatio

A – ESTRANGEIRO COMPRA VENDA B-


COMPRADOR

Se um estrangeiro transfere a posse para o cidadão romano, pode


invocar o IUS CIVILA pode alegar o regime jurídico da possa do IUS
CIVILA e adquirir a coisa, adquirindo o seu direito de propriedade

A- CIDADÃO ROMANO compra e venda B - ESTRANGEIRO

Hélène Albuezza (H.A.L)


No 1º exemplo a partir do momento que o vendedor assegura a posse
na esfera jurídica do comprador, termina.

Sendo o comprador estrangeiro não podendo invocar o IUS CIVILA,


nunca poderá ser proprietário

O que significa que, OS ESTRANGEIROS NÃO PODIAM SER


PROPRIETÁRIOS enquanto não tivesse cidadania romana – é uma
opção politica – ainda hoje em ISRAEL NAÕ SE PODE COMPRAR O
SOLO, MAS APENAS A CASA

2ª OBRIGAÇÃO DO VENDEDOR:

Tem que assegurara a posse livre e tranquila da coisa para o


comprador .

Se não conseguir assegurar a posse livre e pacifica para o vendedor

A vende a B, A ate não precisa de ser proprietário da coisa, desde que


detivesse a posse podia vender- era permitido vender a coisa alheia

Aparece C que diz que é proprietário e revindicar a coisa - vem C


solicitar a coisa a B, B diz que comprou a A .

B vai acionar contra A; A vai responder por ERICÇÃO – devolver o


preço que recebeu mais o dobro do preço ou o dobro?? ???

C - Vai conseguir o direito de propriedade

Hélène Albuezza (H.A.L)


B - vai conseguir o preço que pagou a A mais o dobro devolvido por A ,
porque A não consegui assegurar a POSSE JURIDICA na esfera do
comprador

A E B – Celebram contrato de mutuo

A – CREDOR

B – DEVEDOR

- Fazem uma fidúcia, ou seja B transfere o direito de propriedade para


A, mas continua detentor da posse da coisa

B- é possuidor, mas o proprietário é A a titulo de garantia

B – Vende a coisa para C

Desde que B pague todas as prestações a A, o C nunca vai ser


incomodado – a venda de coisa alheia é possível

Desde que B assegure a posse pacifica e livre da coisa para C, está tudo
bem

Entre nós, compra e venda é 1 contrato consensual em que basta o


acordo, tenho apenas que dar a coisa e ela tem que pagar o preço, se
for um imóvel basta haver escritura publica e a outra parte passa a ser
proprietária

Hélène Albuezza (H.A.L)


Mas na Alemanha não é assim, é preciso o registo dessa transferência
de propriedade para que a mesma seja válida e também é obrigatória a
entrega da coisa, é um contrato Real quanto à sua constituição e não
um contrato consensual, sem isso não há transferência do direito de
propriedade o simples consenso não transfere o direito propriedade.

Em coisas moveis é necessária a entrega da coisa e nas coisas imoveis é


necessário o registo da transferência do direito de propriedade

3º OBRIGAÇÃO DO VENDEDOR- CUIDAR DA RES DA COISA


ATÉ À SUA ENTREGA

Comprador não vai levantar logo a coisa, vendedor está obrigado a


cuidar da coisa com a diligência um homem normal até à sua entrega.

Exemplo:

do carro e stand – eu já sou proprietário do automóvel, só não o trouxe


porque não quis.

Chove o stand caiu o veiculo sofre danos, a responsabilidade dos danos


vai ser minha, o risco era meu, só não será se ambas as partes
colocaram no contrato condições suspensivas

Exemplo:

compra de maquina para um laboratório de analises clinicas

O vendedor aceita que eu leve a maquina para experimentar o


contrato tem condições suspensivas, ou seja, suspende os feitos do
contrato, e o vendedor acordou

Hélène Albuezza (H.A.L)


Se no transporte houver danos, o risco é do vendedor porque o
contrato não está a produzir os seus efeitos porque está suspenso

Suspensiva- os efeitos não se produzem enquanto a coisa não se


verificar

Não esquecer que estes contratos têm que ser celebrados ao abrigo da
liberdade contratual – ambas as partes aceitem essas condições
suspensivas

4.ª OBRIGAÇÃO DO VENDEDOR - RESPONDER PELOS VÍCIOS


OCULTOS DA COISA

Ex: pc na FNAC, ao 3ª dia não funciona – apresenta um vicio – a


responsabilidade é do vendedor por um vicio oculto do qual o
vendedor não tem culpa pois não tinha conhecimento do mesmo.

Este regime dos vicio oculto foi desenvolvido pelos edis curis?
magistrados que tem a disciplina da cidade transito e feiras …
estabeleceu este regime quanto a animais ou escravos –

- Animais doentes

- Escravos que tinham cometido crimes

Obrigação do vendedor informar comprador, como também


magistrados estabeleceram que ainda que o vendedor nada saiba e não
tenha conhecimento do vicio, mesmo assim vai ser responsabilizado
pelo comprador por esse vicio

DIREITOS DO COMPRADOR

Hélène Albuezza (H.A.L)


COMPRADOR 2 DIREITOS – 2 AÇÕES QUE PODIA EXERCER

- ACCÇÃO REDI- VITORIA – comprador vem resolver o contrato –


colocar termo, extinguir com fundamento, ou seja, implica comprador
devolva a coisa ao vendedor e o vendedor devolve o preço no dobro

- Pode ainda interpor uma AÇÃO DE DIMINUIÇÃO DE VALOR:

comprador não perdeu o interesse na coisa, continua a querer a coisa


para si, mas como ela apresenta um vicio, comprador pede diminuição
do valor por a coisa ter um vicio

Ainda hoje em dia é assim

Direito romano – já estava previsto no direito romano :

Consequência

OBRIGAÇÕES DO COMPRADOR

- Obrigado transferir direito propriedade sobre o preço

- Obrigado a receber a coisa, se se atrasar a receber a coisa, ele será


responsável perante o vendedor pelos danos e despesas que este teve

Hélène Albuezza (H.A.L)


até ao levantamento por parte do comprador. quando for levantar vai
pagar

- Responder pelo risco desde que o contrato esteja perfeito – o risco


corre por conta do comprador

BILATERAL - gere obrigações para ambas as partes

MAS TAMBEM NESTES CONTRATOS:

Se o prazo das obrigações não forem diferentes – do vendedor e


comprador –
EX: Compro hoje, pago amanha, trago a coisa hoje são prazos
diferentes, não é este caso –

EX: colega quer comprar CC , ela só paga daqui a 8 dias, eu só posso


entregar no fim das aulas – contrato perfeito a produzir todos os seus
efeitos – direito propriedade já se transferiu pelo consenso – até às 20
horas final das aulas o direito de propriedade já não é meu ..
Eletrodomésticos, é certo que nos obrigam a assinar contrato mas a lei
não obriga a isso

prestações –

Vendedor só entrega frigorifico na semana seguinte

Já sou proprietário e ate já o posso vender

CONTRATO SIGNA--------

Hélène Albuezza (H.A.L)


2 Obrigações são interligadas apesar de estar interdependentes uma da
outra –

Direito Romano havia a exceção de não cumprimento do contrato é


quando está tudo direito mas as partes vêm que a outra parte não quer
cumprir a sua parte e vice versa. isto não acontece se os prazos das
obrigações forem diferentes

No tempo do imperador Justiniano:

A MANCIPATIO já tinha desaparecido, mas já havia notários para


contratos de compra e venda, se estes contratos tivessem por objeto
coisas imoveis, essas coisas eram depositadas no notário – já
guardavam um exemplar da escritura publica

CLAUSULAS ACESSORIAS DO CONTRATO DE COMPRA E


VENDA – apenas algumas que o direito romano e nos:

- CONDIÇÕES SUSPENSIVAS E RESOLUTIVAS ENTRE AS


PARTES –

Na condição suspensiva os feitos ficam suspensos, mas pode ser uma


condição resolutória. no exemplo da maquina – se o comprador diz que
quer comprar a coisa, mas se a mesma não for em condições para o
meu laboratório, isto fica acordado no contrato opor acordo de ambas
a s partes, os efeitos começaram a produzirem-se imediatamente

- Possibilidade de vendedor resolver o contrato acordado com


comprador, se durante um determinado tempo aparecerem propostas
de melhor preço – (durante algum tempo vendedor pode rescindir
Hélène Albuezza (H.A.L)
contrato por receber melhor preço, mas pode o vendedor oferecer o
mesmo preço o que lhe permite ficar com coisa

-Faculdade de vendedor resolver o contrato se o comprador não pagar


num certo prazo – importante hoje devido ao regime previsto no CC –

exigir a coisa de volta ao comprador – é uma clausula importante

4ª CLAUSULA – VENDA RETRO

Faculdade do vendedor de arrepender durante um certo período de


tempo, pede a devolução da coisa, desde que acordado entre as partes e
estabelecido no contrato

5ª CLAUSULA PACTO DE PREFERENCIA

Está no CC e no direito romano

é uma preferência convencional e não legal (esta resulta do acordo)

A vende coisa a B e mais tarde B quer vender a coisa a C, mas tem que
dar preferência a A.

B tem que perguntar a A se pelo mesmo preço e mesmas condições que


ficar ele a com a coisa, se sim fica a com a coisa se não fica C com a
coisa

NOTA:
relativamente coisas moveis
janela é imóvel enquanto estiver no edifico, na parede

Hélène Albuezza (H.A.L)


laranjas imoveis enquanto estiverem na arvore e a arvore no solo
COISA MOVEL 205ª CC , É A COISA QUE NÃO É IMÓVEL
COISAS IMOVEIS ARTº 204º CC
AGUAS DE UM RIO, CAUDAL

Aula de 04/11/2021

MUTUO DE 5 ANOS – A FIDUCIA APENAS TRANSMITIA A


POSSE E NÃO O DIREITO DE PROPRIEDADE

Hélène Albuezza (H.A.L)


A B C

ANO DE 226 ANO DE 227


CREDOR DEVEDOR

VENDA
DE B
PARA C
FIDÚCIA DO BEM X

É possível B vender a C o bem X porque só vai vender – transmitir a


posse, enquanto B cumprir as prestações com A

Mas a partir do momento que B não cumpre as prestações, A executa a


fidúcia.

Como C comprou o bem X a B, C só poderá acionar B em tribunal


porque não lhe garantiu uma posse livre

Se fosse contrato de 20 anos – B que é possuidor pelo usucapião ao fim


de 5 anos passava a ter o direito de propriedade, por isso A nunca iria
aceitar uma fidúcia de 20 anos, sob pena de perder a garantia ao fim
de 5 anos, quando se desse a transferência do direito de propriedade
para B pela usucapião.

OUTRA SITUAÇÃO

Mutuo por 20 anos:


Hélène Albuezza (H.A.L)
A B
Credor (Direito de Propriedade) Devedor (Posse)
MUTUO

Bem X
Ano de 226

FIDÚCIA

C. COMODATO DO BEM X

LOCAÇÃO

SALE AND LEASE BACK


1º Contrato de Mutuo
2º Contrato de Fidúcia
3º Contrato de Comodato
4º Contrato de Locação

B – Não quer entregar a posse

A - Precisa da garantia que é o Direito de Propriedade, pois B ao fim de


5 anos pode adquirir o Direito de Propriedade por USUCAPIÃO e passaria
Hélène Albuezza (H.A.L)
a ser proprietário além de possuidor, sendo que A ficaria sem a sua
garantia que é o Direito de Propriedade

Para resolverem este dilema:

A faz um 3º contrato com B que é o CONTRATO DE COMODATO, através


do qual B é um mero detentor da coisa, não é um possuidor e assim ao
fim de 5 anos não pode adquirir o Direito de Propriedade por

USUCAPIÃO, ficando A sempre com a sua garantia.

Arrendamento

LOCAÇÃO

Aluguer (coisas móveis)

OUTRA SITUAÇÃO

A – Banco B – Devedor

Hélène Albuezza (H.A.L)


MUTUO

FIDUCIA

LOCAÇÃO

B – Vende a máquina ao Banco A e o Banco faz um Contrato de


Locação com o B para este último poder continuar a usar a máquina.

A SALE B A LEASE BACK B

Isto é uma LOCAÇÃO FINANCEIRA, que vai server para pagar o MUTUO:
Capital + Juros + Despesas

No fundo não é uma verdadeira renda (locação) pois por este último
contrato não implica o valor da LOCAÇÃO, mas sim do MUTUO

OUTRA SITUAÇÃO

ARRENDA - LOCAÇÃO

Hélène Albuezza (H.A.L)


A B
Dono do prédio Rústico Agricultor
“renda”, mas não
tem dinheiro para
garantir as rendas
só as alfaias
agrícolas

HIPOTECA

A - Não quer a fidúcia por causa dos 5 anos

B - Não quer o penhor porque tem que entregar as alfaias agrícolas

Surge assim a HIPOTECA, sobre coisas móveis (Roma não fazia a


diferença da hipoteca COISAS IMOVEIS e do penhor COISAS
MOVEIS como hoje)

As alfaias ficavam hipotecadas, mas o banco não detinha nem a posse


nem o direito de propriedade, há sim uma especial afetação ao
cumprimento da divida.

A LOCAÇÃO

1º CARACTERÍSTICAS: é um contrato oneroso, bilateral, consensual

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Na locação da coisa o locador obriga-se a dar o gozo da coisa a outro
mediante uma renda

- Na locação da obra o locador obriga-se a dar a matéria prima a


outro que irá fazer a obra

- No locação de trabalho o locador obriga-se a dar um retribuição


normalmente pagamento a outra em troca do seu trabalho

NA LOCAÇÃO HÁ O CONSENSO

2º OBJECTO: pode ser uma coisa, a atividade laboral, ou a locação de


uma obra

3º REMUNERAÇÃO: tem que ser uma quantia, normalmente em


dinheiro

4º TEMPO/ PRAZO : contrato que tem prazo, ainda que não diga será
de 30 anos que é o limite , salvo na locação de obra onde pode não ter
prazo, mas é um contrato sujeito a prazo

LOCAÇÃO DE COISA

Hélène Albuezza (H.A.L)


É um contrato pelo qual A se obriga a proporcionar o gozo da coisa a
B mediante uma remuneração, normalmente renda, durante certo
tempo

EX: TAXI

OBRIGAÇOES LOCADOR:

1ª Proporcionar o gozo da coisa ao locatário que tem como


decorrência que o locador devera efetuar as obras necessárias para
proporcionar o gozo da coisa ao locatário. (fazer reparações
necessárias obras etc..)

2ª Obrigação de ressarcir o locatário se este tiver que fazer obras


necessárias e urgentes, do valor

OBRIGAÇOES LOCATÁRIO:

1ª Obrigação de pagar a renda/quantia

2ª Obrigação de usar a coisa para os fins a que se destina

3ª Obrigação de conservar a coisa, tirando os efeitos do uso

4ª Obrigação de a restituir em condições normais

5ª Obrigação de ressarcir o locador se a coisa tiver dano

LOCATÁRIO É UM MERO DENTENTOR DA COISA

Hélène Albuezza (H.A.L)


ESTE CONTRATO DE NATUREZA OBRIGACIONAL, SÓ PRODUZ EFEITOS
ENTRE AS PARTES , NÃO É UM CONTRATO DE DIREITOS REAIS,
APENAS CONTRATO DE NATUREZA OBRIGACIONAL

NO DIREITO ROMANO, NO DIREITO PORTUGUÊS TEM UMA NORMA


EXCECIONAL:

LOCAÇÃO POR 10 ANOS :

A LOCAÇÃO B
LOCADOR LOCATÁRIO

ANO DE 226

CONTRATO DE
COMPRA E VENDA

C compra o prédio mas tem lá B a viver, pode C expulsar o B?

O contrato entre A e B é um contrato obrigacional, ou seja, só produz


efeitos entre A e B

C compra o prédio adquire um direito real, tem direito de expulsar o


B, mas como A não cumpriu o contrato obrigacional de 10 anos com B,
porque não cumpriu a obrigação de proporcionar o gozo da coisa a B .

Hélène Albuezza (H.A.L)


C não tem nada a ver com isso pois o contrato obrigacional é só entre
A e B e só entre eles tem efeitos

Aqui a compra e VENDA AFASTA A LOCAÇÃO, pois é um contrato


com efeitos reais apesar de ser um contrato consensual

Este caso não está previsto no nosso ordenamento

OUTRA SITUAÇÃO

ANO DE 226

Hélène Albuezza (H.A.L)


A USUFRUTO POR 10 ANOS B
Proprietário usufrutuário
até 236

COMPRA E VENDA NO ANO DE 230 (ANTES DOS 10 ANOS)

C compra o prédio, mas C não pode expulsar B porque este ultimo tem
um direito real sobre o prédio

O USUFRUTO CONTINUA AGARRADO À RES , À COISA

ART.º 1057 .º CC – O NOSSO ORDENAMENTO


JURIDICO NÃO PREVE E É UMA REGRA
APENAS VÁLIDA PARA A LOCAÇÃO

CADUCIDADE

Hélène Albuezza (H.A.L)


1ª - Caducidade do contrato no direito romano, caduca ao fim de 10
anos mesmo que não esteja lá previsto, se no fim ninguém disser nada
automaticamente renova-se

2ª - Caduca por desaparecimento da coisa, razão alheia

3ª - Caducidade por locação cessa quando usufruto, usufrutuário tem


poderes para efetuar uma locação

4ª - Se entretanto B morrer antes do termo do prazo da locação, a


locação caduca imediatamente, não importando os anos que ainda
faltam, locação caduca por morte do usufrutuário

226 LOCAÇÃO
A USUFRUTO B
Proprietário
Usufrutuário – ano 236

COMPRA E VENDA

C 230

RESOLUÇÃO DE UM CONTRATO:

Hélène Albuezza (H.A.L)


- OBRIGATÓRIO TER UMA CAUSA COM FUNDAMENTO

RESOLUÇÃO POR PARTE DO LOCADOR :

- Se o locatário não pagar a renda

- Se o locatário usar a coisa para fim diverso do contrato ou a


usar a coisa para coisa que estão a destruir a coisa

- Se o locador precisar da coisa para ele próprio para morar

RESOLUÇÃO POR PARTE DO LOCATÁRIO:

- Se a coisa tem defeito e não corresponde a coisa acordada

- Se o locador não lhe entregar a coisa

-Se a coisa estiver deteriorada, que haja o risco de danos para o


locatário

LOCAÇÃO DE TRABALHO

Hélène Albuezza (H.A.L)


CONTRATO EM QUE UMA PESSOA CONTRATO OS SERVIÇOS
DE OUTRA MEDIANTE UMA REMUNERAÇÃO

CONTRATO DE LOCAÇÃO DE TRABALHO era mal visto,


conceção que só seria efetuado o trabalho pelos escravos, só eles
poderiam ser locados, ou seja, o dono dos escravos locava os mesmos a
outrem para efetuarem determinado trabalho

Os homens livres, cidadãos romanos não celebravam locação de


trabalho, era visto como uma perca/ diminuição da personalidade
jurídica – (capacidade de adquirir direitos e obrigações que acontece
logo à nascença com vida) porque era entendido que era uma
diminuição da pessoa, ex: medico, juízes, professores recusavam-se.

Para resolver isto os romanos fizeram uma distinção: a locação de


trabalho não tem por objeto a pessoa, mas sim a atividade laboral que
é uma ficção pois não há atividade sem a pessoa que a faz

NOTAS: CURISOSIDADES DESTE REGIME JURIDICO

-Se o locatário morrer o contrato caduca

-Mas se o locador morrer o contrato não caducava pois se os seus


sucessores podem continuar a sua atividade

-Se o locatário adoecer o empregador não é obrigado a pagar

LOCAÇÃO DE OBRA

Hélène Albuezza (H.A.L)


O locador entrega a matéria prima ao locatário para ele transformar a
matéria prima em uma obra e o locador a vai pagar uma quantia ao
locatário pelos serviços de transformação

Pode não se fixar o prazo, pode ser apenas o prazo da arte da obra

OUTRA SITUAÇÃO

A pede a B para ir comprar as matérias primas e depois A compra a


obra a B- já não é uma LOCAÇÃO DE OBRA, é apenas um
CONTRATO DE COMPRA E VENDA em que A compra a obra a B

CONTRATO DE SOCIEDADE – NO DIREITO


PORTUGUES
Hélène Albuezza (H.A.L)
Não confundir a personalidade jurídica, sempre de imputação de
direitos e obrigações em relação às pessoas, adquire-se no nascimento
completo e com vida

O direito veio permitir que outras pessoas – as pessoas coletivas- que


são uma criação do direito

A lei prevê que as associações fundações e sociedades possam ter uma


personalidade jurídica, cumpridos certos requisitos, apesar de ser uma
ficção jurídica, mas podem ser os sujeitos autónomos de imputação

SOCIEDADE POR QUOTAS COM 4 SOCIOS A, B, C e D

A- ENTROU COM IMOVEL NO VALOR DE 10 000


B- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 3000
C- ENTROU COM MONVEIS NO VALOR DE 5000
D- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 10 000

A SOCIEDADE TEM UM PATRIMONIO DE 30.000

Os sócios transferiram bens próprios das suas propriedades para a


propriedade da empresa

Se um 3º “E” fizer um contrato que a sociedade não cumpre será a


sociedade que ele deverá acionar em tribunal, será o património
societário que irá responder pela divida.

Não respondendo o património privado de cada um dos sócios que até


podem ser bastante vastos

CONTRATO DE SOCIEDADE NO DIREITO


ROMANO

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Oneroso

- Consensual: é um contrato pelo qual 2 ou mais pessoas se obrigam a


colocar em comum determinado património, bens coisas ou serviços
com o objetivo de obterem uma determinada finalidade patrimonial
comum que será o lucro

Consenso – acordo entre as partes – acordo de colocarem as


coisas dinheiro etc. em comum

- Objeto: traduz-se na possibilidade do socio entrar para a sociedade


com o seu património, objeto ou o seu trabalho (sócio de industria) ou
tudo ao mesmo tempo

SOCIEDADE POR QUOTAS COM 4 SOCIOS A, B, C e D

A- ENTROU COM IMOVEL NO VALOR DE 10 000


B- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 3000
C- ENTROU COM MONVEIS NO VALOR DE 5000
D- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 10 000

Roma NÃO ADMITIA que as SOCIEDADES COMERCIAIS tivessem


PERSONALIDADE JURÍDICA.

Ou seja, os bens pertencem a todos os sócios é o chamado condomínio /


compropriedade (não é o mesmo condomínio do nosso direito)

O imóvel de A deixa de ser dele e passa a ser de todos os sócios são


comproprietários e nos restantes bens acontece o mesmo

Hélène Albuezza (H.A.L)


A regra no direito romano é que cada sócio tem participações iguais

O sócio que entra com imoveis e moveis transfere o direito de


propriedade da sua esfera jurídica para a esfera jurídica de todos os
outros e é responsável pelos vícios que a coisa tiver

FINALIDADE: licita, com vista a alcançar um objetivo patrimonial –


lucro, cuja distribuição é por cabeça ou seja 25 %, mas nunca pode um
socio participar nos lucros e não participar nas despesas

- Pode é por exemplo um deles se entra com 1 coisa de mais valor tenha
um lucro de % mais elevada

AINDA NA FINALIDADE DIVIDIAM-SE EM 2 TIPOS :

A- SOCIEDADE DE FIM UNIVERSAL

– Sócios entram para a sociedade com todo o seu


património, presente e futuro.
As sociedades universais no direito romano têm uma
característica especial, os sócios entravam com todo o seu
património presente e futuro.

Inicialmente – época clássica, a família romana era uma


FAMILIA AGNATÍCIA, não era obrigatoriamente de
sangue, tinha o pai e a mãe (PATER FAMILIA), mas todos

Hélène Albuezza (H.A.L)


aqueles que eles acolhessem na sua família seriam
considerados filhos.

Mas durante seculos em Roma seja na FAMILIA


AGNATÍCIA ou na FAMILIA SANGUINEA, se os filhos
pedissem, emancipação (EMANCIPATIO- VENDA), o
PATERFAMILIA “vendia” o filho que ficava com o seu
próprio património.
Se o Pater famílias morresse ele não teria direito a nada, a
não ser que juntasse o seu património ao património da
família (COLAÇÃO)

Se não pedissem emancipação, SUI IURIS (SUJEITOS DE


DIREITO) só poderiam ter património quando o PATER
FAMILIAS morresse (até à sua morte todo o património
dos filhos era do PATER FAMILIAS)
Aqui os filhos podiam decidir não separar o património
podiam constituir uma sociedade com esse património do
PATER FAMILIAS, que são as chamadas SOCIEDADES
UNIVERSAIS. e entravam nos negócios com o património
presente (herança) e património futuro (o que viessem a
adquirir)

B-

2 SUB TIPOS :

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Constituída para celebrar apenas um negocio
jurídico – uma obra – feita a obra a sociedade dissolve-se
- Desenvolvem certos tipos de atividades- transportes
de mercadorias, transportadoras marítimas – atividades
mercantis

OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS:

- Obrigação de entrar para a sociedade com os bens

- Responde por vícios ocultos

- Responde por evicção

- Obrigação de gerir a sociedade

DIREITOS DOS SÓCIOS :

- Direito de ser indemnizado pelas despesas que tiver

- Direito de participar nos lucros

Se a sociedade não tem personalidade jurídica e estamos perante um


condomínio/compropriedade temos um problema

EX: Sociedade dedica-se a explorar um estabelecimento comercial -


alimentos

Hélène Albuezza (H.A.L)


Socio A celebra contrato com “E” para ele lhe fornecer os alimentos –
matérias primas mas A já não lhe paga, ou seja o fornecedor não
recebe.

EXISTEM 5 POSSIBILIDADES :

“E “irá demandar a pessoa com quem celebrou o contrato, ou seja a


contra parte, NUNCA irá demandar a sociedade pois esta não tem
personalidade jurídica :

1.º Pode demandar todos os sócios A, B, C, D , se todos entraram no


contrato

2.º O contrato por exemplo foi feito entre E e C, vai demandar C em


tribunal, C alega que todos os sócios enriqueceram com o negócio.

Assim o Pretor vai ordenar que os sócios A, B, D sejam chamados à


ação pois todos tiveram lucros com o negocio

3.º Os sócios A, B, e D mandataram o C para ele celebrar o negócio


com E. E vai demandar C, que vai dizer em Tribunal que efetivamente
foi ele que celebrou o contrato, mas que foi mandatado pelos outros 3.
O Pretor vai chamara os outros sócios à ação

4.º E celebrou contrato com A e A é gerente do estabelecimento


comercial de determinados bens, ou seja, é uma sociedade que tem

Hélène Albuezza (H.A.L)


atividades comerciais, outra hipótese temos uma sociedade de
transportes marítimos de produtos em que A é o comandante do navio
– atividades marítimas. Se A for gerente caso da 1ª situação ou sendo
comandante caso da 2ª situação, num caso ou no outro quer dizer que
os outros sócios o escolheram como gerente ou como comandante, está
mandatado pelos outros sócios.

A ação é sempre interposta conta A, mas perante o Pretor A vai


declarar que celebrou o contrato (seja um outro) que não foi para
consumo pessoal, mas sim para beneficio da sociedade, mais uma vez o
Pretor vai chamar os outros sócios à ação.

Em qualquer das situações vai responder pela divida o património da


sociedade e se não for suficiente irá responder cada sócio.

Direito Romano também previa garantias – os sócios também


poderiam constituir garantias reais para pagar dividas

EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES – CAUSAS

Hélène Albuezza (H.A.L)


- O contrato de sociedade extingue-se se foi celebrado por um certo
tempo, já com uma certa duração previamente prevista

- Se a sociedade foi criada para um determinado fim, quando este


estiver concretizado.

- Se todo o património se perder

- Por acordo de todos os sócios

- Por renúncia de um dos sócios

- Pela morte de um sócio

- Se o património em condomínio fosse executado

- Se um sócio fosse expulso por má gestão

- Por interposição de uma ação de contas (verificar como estavam as


contas da sociedade- verificação que poderia ser feita por qualquer um
dos sócios- índices que algo estava mal, também poderia ser motivo de
extinção

LIQUIDAÇÃO DO PATRIMONIO APÓS


DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
- Pagar as dividas

- Distribuir o património por cabeça, salvo se tivesse ficado


estabelecido no inicio do contrato que seria diferente e uns teriam mais
partes do que outros

CONTRATO DE MANDATO

Hélène Albuezza (H.A.L)


- CONSENSUAL
- GRATUITO
- BILATERAL IMPERFEITO

É o contrato em que uma pessoa - mandante, encarrega outro


mandatário de praticar um determinado ato, ex. qualquer ato ou até
celebrar um negócio jurídico

A -mandatário B mandatário

3 ELEMENTOS:
– CONCENSO - Acordo entre as partes – CONCENSO

-OBJETO: atividade em causa, tem que ser licita, determinada - saber


qual é a atividade que o contrato visa

- FINALIDADE mandato é celebrado no interesse do mandante ou de


uma terceira pessoa, não pode ser no interesse do mandatário senão
seria um conselho

OBRIGAÇÕES DAS PARTES

Hélène Albuezza (H.A.L)


OBRIGAÇÕES DO MANDATARIO :

- Cumprir com o contrato, com o encargo que assumiu


- Prestar contas

Se surgirem OBRIGAÇÕES PARA O MANDANTE:

- Obrigação de ressarcir o mandatário das despesas que teve

MANDATO PODE SER COM REPRESENTAÇÃO OU SEM


REPRESENTAÇÃO.
Até aqui falamos sempre de mandato com representação.

- A pede a B para ir à secretaria, B está a agir por nome de A , pelo


interesse de A e em representação de A

SEM REPRESENTAÇÃO:
É feito em meu nome, por minha conta, pelo meu interesse mas o
mandatário vai agir por conta dele.

Acontece quando o meu nome não faz o negócio. ex:: quero comprar a
casa ao vizinho, mas ele a mim não a vende, então vou mandatar
alguém, para comprar aquela casa no meu interesse e por minha conta
mas ela vai agir em nome próprio , ela é que é a dona da casa. o
mandatário está obrigado a transferir todos os efeitos jurídicos pata o
mandante. se não o fizer há incumprimento do contrato. mandatário
está a agir por minha conta e no meu interesse, este é um mandato sem
representação. A Posteriori haverá um segundo contrato para cumprir
Hélène Albuezza (H.A.L)
o contrato de mandato, quando o mandatário transfere os bens para o
mandante

EM ROMA NÃO SE ADMITIA A REPRESENTAÇÃO DIRETA :

A – Credor B- Devedor

C – Mandatário de A

Direito Romano C- é que recebe o valor


Direito Português – A é que é o credor e recebe o valor

OUTRA SITUIAÇÃO

Hélène Albuezza (H.A.L)


A -mandatário B mandatário C- Comprador de bens

A e B Contrato de Mandato B e C- Contrato de Compra e


venda

B mandatário não paga a C:

DIREITO ROMANO: C- vai acionar B, B diz que está mandatado por


A e o Pretor vai chamar o A

DIREITO PORTUGUÊS: C vai acionar A

OUTRA SITUAÇÃO – AS COISAS TÊM VICIOS

As coisas que B, mandatado por A comprou têm vícios.

“A” reclama com B porque as coisas que comprou têm vicio.

B diz que comprou a C, então A aciona C

EXTINÇÃO DO MANDATO
Hélène Albuezza (H.A.L)
- Extingue-se com a realização do mandato, se tiver prazo

- Termina por acordo das partes

- Por revogação do mandante (livremente revogável) Direito- romano e


direito português – o mandante pode revogar o mandato quando
quiser

- Renuncia do mandatário – pode ter que justificar pois pode causar


danos ao cliente

- Se algum deles morrer

Hélène Albuezza (H.A.L)


CONTRATO DE COMPRA E VENDA -
Art.º 874 CC

- CONSENSUAL - NÃO PRECISA DE FORMA – Art.º 875.º

- EFEITOS DA COMPRA E VENDA – Art.º 879

- VÍCIOS DA COISA Art.º 913.º E AINDA Art.º 911.º E 905.º POR REMISSSÃO
DO 913.º

- VENDAS A RETRO Art.º 927.º

- POR CONTA DE QUEM É QUE O RISCO CORRE SOLUÇÕES


RESOLUTIVAS POR CONTA DO COMPRADOR

SOLUÇÕES SUSPENSIVAS TEM-SE QUE VER – Art.º 796.º N.º 3

- CONTRATO DE SOCIEDADE -Art.º 980.º

- CONTRATO DE LOCAÇÃO DE COISA- Art.º 1022.º

- QUE SE DIVIDE EM ARRENDAMENTO E ALUGUER – Art.º 1023.º

- OBRIGAÇÕES LOCADOR. 1031.º

- OBRIGAÇÕES LOCATARIO 1038.º

- LOCATARIO MERO DENTETOR PODE RECORRER AOS INTRUMENTOS


DA TUTELA DA POSSE APESAR DE NÃO SER POSSUIDOR – 1037 Nº 2

- RESOLUÇAÕ E CADUCIADDE Art. º 1047, Art. º 1048, Art.º 1051

- CONTRATO DE TRABALHO -Art.º 1152.º REMETE PARA O CODIGO DE


TRABALHO

- LOCAÇÃO DA OBRA – Art.º 1207

- CONTRATO DE MANDATO- Art. º 1158.ºe Art.º 1161, Art.º1167, Art.º1178 -


Art.º 1180

Hélène Albuezza (H.A.L)


Aula de 11/11/2021

AS SOCIEDADES, ASSOCIAÇÕES

- Roma já conhecia a figura da personalidade jurídica, mas não para


as sociedades comerciais, apenas para associações.

- Surgiram as sociedades em comandita

- Sociedade por quotas (Lda)- sociedades com poucos sócios ao


contraria das S.A que são enormes.

- Normalmente são sociedades familiares, na CRC adquirem a


personalidade jurídica.

Lda

Sócio A ------Dinheiro 5000


Sócia B------bens 5000
Sócio C------bens 5000
Sócia D ---dinheiro 5000

Este é o património da Sociedade no 1.º dia: 20 000.

A pode ter muito património pessoal:


Casa 1000 000
Banco 2000 000

Hélène Albuezza (H.A.L)


Se a sociedade fizer dividas a “F” será o património da sociedade que
vai responder pelas dividas, visto ela ser uma pessoa coletiva com
personalidade jurídica

Os sócios e os seus patrimónios não respondem pelas dividas da


sociedade.

Estes sócios recebem salários e irão participar nos lucros e nas perdas
com o património da sociedade.

Se correr mal o negocio e não houver património ativo para pagar as


dividas pode ir para a insolvência.

Nas sociedades por quotas – Lda – muito raramente o património


pessoal dos sócios responde pelas dividas das sociedades,

Nas sociedades anónimas – SA- nunca acontece

EM ROMA isso não acontecia, ou seja os 20.000 passavam a ser


propriedade dos 4 sócios, era uma sociedade em condomínio ou em
compropriedade.

Uma vez que as sociedades comerciais em Roma não tinham


personalidade jurídica, quando houvessem dividas seria sempre o
património em condomínio ou em compropriedade que responderia
pelas dividas, se não fosse suficiente ao contrário de hoje, os sócios
teriam que responder por essas mesmas dividas com o seu respetivo
património pessoal/individual

Hélène Albuezza (H.A.L)


18/11/2021

1 - caracterize sucintamente direito comum:

É um direito de base romana, essencialmente construído durante a


época clássica, 130.a.c. a 233 ac compilado no tempo pelo imperador
Justiniano, chega em especial no Seculo XI / XII e vai servir de base à
construção dos ordenamentos jurídicos do ocidente

2 - caracterize sucintamente o contrato de deposito

É um contrato pelo qual uma pessoa depositante entrega uma coisa ao


depositário. Mero detentor, que se obriga a guardar e devolver a coisa
é Real quanto à sua constituição -desenvolver -bilateral imperfeito por
regar gratuito

COMPRA E VENDA DIREITO ROMANO É CONSENSUAL, NÃO


TRANSMITIA O DIREITO DE PROPRIEDADE, MAS A POSSE,
estando o vendedor obrigado a assegurar a posse livre e pacifica na
esfera do comprador. Há um 3º que entra na esfera

a) Consequência jurídica: Comprador – devolução do preço em


dobro
b) Vícios ocultos, não são detetáveis no momento da compra e
venda, regime que implica o comprador resolver o contrato, ou
diminuição do valor da coisa, - mantem o interesse na coisa mas
pede a diminuição do valor

Hélène Albuezza (H.A.L)


CASO PRATICO:

LOCAÇÃO pelo prazo de 10 anos


A B
Locador Locatário
Proprietário do Banco X
1 de janeiro do ano de 224

D – Ocupa o
prédio em 225 e
impede B de
entrar

Compra e venda a C e E
Ano de 226

Ano de 250 F ocupa


ilegitimamente o prédio

Hélène Albuezza (H.A.L)


Identifique o contrato entre A e B

Trata-se de um contrato de locação, previsto no Art.º 1022 CC e é igual


no Direito Romano e no Direito Português

D ocupou o prédio e impede B de entrar:

B locatário, mesmo sendo apenas um mero detentor do prédio pode


usar os instrumentos da Tutela da posse- Ação de Restituição da Posse
– Art.º n.º 1087.º n.º 2 CC

A vende o prédio a C e E antes do fim dos 10 anos de locação:

Pode vender, pois no Direito Romano a Compra afastava a Locação.

No Direito Português não afasta por isso, não poderia vender se fosse
nos nossos dias.

C como novo proprietário pretende acionar F por ocupação ilícita, mas


E não quer acionar, apesar de ter comprado junto com C:

Tanto no Direito Romano, como Direito Português, basta que seja C a


acionar F, uma vez que o prédio é compropriedade de C e E.

C tem um Direito de Compropriedade Pleno (mesmo que só tenha


0,5%)

Basta que seja C a acionar F , que os efeitos posteriores da ação irão


refletirem-se na esfera de C e E.

Hélène Albuezza (H.A.L)


Aula de 19/11/2021

CÓDIGO ITALIANO – C E V 1470


CONSENSUAL QUE TRANSMITE O DITO DE PROPRIEDADE
LOCAÇÃO 1571 C. ITALIANO

MANDATO 1703

CODIGO FRANCES DE 1804


Compra e Venda é um contrato Consensual que transmite o Direito de
PROPRIEDADE

LOCAÇÃO – Art.º 1708 CC E SEGUINTES , AINDA FAZ


REFERENCIA A LOCAÇÃO DE COISAS, TRABALHO ETC..
CONTRATO DE SOCIEDADE
MANDATO ART.º 1984 E SEGUINTES – IGUAL AO NOSSO

CODIGO CIVIL ALEMÃO


COMPRA E VENDA é diverso
- Não é um contrato consensual , transmite o direito de propriedade ,
mas não basta o acordo 446 parágrafo , só se transmite com a entrega
da coisa sendo móvel, se for uma coisa móvel sujeita a registo ou

Hélène Albuezza (H.A.L)


imóvel o direito de propriedade só se transmite com a entrega e o
respetivo registo. o consenso não chega

Roma o Contrato de compra e venda não transmite o Direto de


propriedade só a posso , ao contrario do Direito Português , Italiano,
francês basta o consenso , mas o contrato de compra e venda transmite
o Direito de Propriedade. O Contrato de Compra e Venda na
Alemanha só se transmite com a entrega da coisa (quando for possível
, dependendo do objeto do contrato) e o respetivo registo.

Hélène Albuezza (H.A.L)


CONTRATOS INOMINADOS

Apesar de ainda estarem nas fontes de Obrigações…?

- 1ª um acordo entre as partes em que uma se obriga a dar para a


outra dar, ou dar e fazer , ou fazer e dar, ou por ultimo fazer fazer.

O vinculo jurídico surge quando uma das partes cumpre a sua


obrigação

Ex: Avaliação de uma coisa, num litigio qualquer . Eu tenho que


entregar uma joia para que o avaliador a possa avaliar.

O vinculo jurídico não existe enquanto eu não for lá entregar a joia,


quando o faço, e ai surgindo este vinculo acarreta o vinculo jurídico do
avaliador para que ele cumpra a sua prestação se (avaliar a joia)

4 CONTRATOS QUE ROMA IDENTIFICOU:

- PERMUTA

- ESTIMATÓRIO

- TRANSAÇÃO

- PRECÁRIO

Hélène Albuezza (H.A.L)


PERMUTA:

Implica uma relação dar -dar , uma parte dá uma coisa e a outra parte
também se obriga a dar . A troca é diferente da compra e venda,
porque este implica um preço, se no caso em concreto não há dinheiro
dado, não sabemos qual das coisas funciona como preço

Ainda havia outra diferença no direito romano. Aqui as partes têm que
ser proprietárias das coisas, porque se transmite o Direito de
Propriedade, ao contrario do contrato de compra e venda

CONTRATO ESTIMATÓRIO – (VENDA À CONSIGNAÇÃO)

A entrega coisa a B para que B venda essa coisa

B pode vender a coisa por um preço superior do que acordou com A

B pode vender a C e fica com o valor que vai acima do valor acordado

Se não vender devolve a coisa a A.

Não é um Contrato de Mandato pois é fundamentalmente um contrato


do direito mercantil, é gratuito , a margem do lucro de B é o que vai
acima do valor acordado.

Na situação da devolução da coisa de B a A, se não conseguir vender-


ainda hoje não se sabe se se transmite o direito de propriedade , pois se
não transmite , B não pode vender a C, se transmite quando devolver
têm que haver nova transmissão do direito de propriedade de B para
A- Este problema ainda existe hoje, ninguém se decide … aplica-se a
coisas moveis , não sujeitas a registo.
Hélène Albuezza (H.A.L)
CONTRATO DE PRECÁRIO:

Não se consegue distinguir do CONTRATO DE COMODATO.

A entrega coisa a B para que a use e depois B devolva

Diferença do Contrato de Comodato: C - Precário sendo a pessoa


que entrega a coisa pode a qualquer momento revogar o contrato e
pedir a coisa de volta

A pessoa que recebe a coisa- o precarista, tem poderes mais bastos que
o comodatário , este só pode usar a coisa para os fins que a mesma se
destina

Na Prática não é possível distinguir os 2 – no teste não sairá a distinção


entre eles

CONTRATO DE TRANSAÇÃO:

Art.º 1248 CC– igual ao direito romano

Contrato pelo qual as partes põem termo a um litigio ou se evita o


inicio de litigio mediante conceções de ambas as partes – cedências
reciprocas-

Hélène Albuezza (H.A.L)


ESTE É O ÚNICO QUE ESTÁ ESPEFICIMENTE NO NOSSO
DIREITO CIVIL

CODIGO CIVIL ITALIANO


PERMUITA 1282
ESTIMATATÓRIO 1566
TRANSAÇÃO 1965

Hélène Albuezza (H.A.L)


QUASE CONTRATOS

São atos unilaterais, não contratos, em que parece que quase há um


acordo mas não há.

Vão gerar obrigações para um pessoa mas não há acordo , consenso

2 QUASE CONTRATOS

1.º PROMESSA UNILATERAL .

Exemplo da pessoa que perdeu o animal , e poe anuncio. havendo uma


promessa pública

Quem encontrar pode exigir o valor oferecido , pois apesar de não


haver consenso existe a promessa pública que tem que ser comprida.
não existe contrato

Hélène Albuezza (H.A.L)


2.º GESTÃO DE NEGÓCIOS:

Verifica-se quando 1 pessoa por sua iniciativa sem estar obrigado, nem
tendo o dever de oficio (ex: policia), não estando mandatado inicia uma
atividade destinada a gerir negócios alheios e apenas no interesse
alheio

Ex: temporal, vizinho fora de casa. Temporal por mais de 2 dias, posso
ter 2 atitudes não faço nada , não me quero intrometer na esfera
pessoa e patrimonial dele

Ou entendo que tenho um dever solidário e mando reparar a janela –


isto é a GESTÃO DE NEGÓCIOS – inicio uma atividade de gestão de
interesse alheio .

Se eu atura nos termo supra, vou ter consequentemente terei dois


princípios aqui presentes:

PRINCIPIO DE ORDEM PÚBLICA- não intromissão

PRINCIPIO DE SOLIDARIEDADE: evitando que o outro tenha


danos graves nas coisas que lhe pertence.

Deste ato unilateral derivam obrigações, não há acordo ou contrato

OBRIGAÇÕES PARA O DONO DO NEGOCIO (VIZINHO):

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Ressarcir o Gestor de Negócio de todos os encargos que sofreu, desde
que a gestão tenha sido útil (deixa de ser útil quando vai além do
necessário)

- Ressarcir o Gestor de Negócios dos gastos que realizou e liberta-lo


das obrigações assumidas.

OBRIGAÇÕES PARA O GESTOR DE NEGÓCIOS:

- Iniciando a atividade tem que a levar até ao fim, mas deve efetua-la
de acordo com a natureza do negócio e exclusivamente no interesse do
dono do negócio.

- Quando o dono regressar tem que lhe transmitir todos os efeitos dos
negócios jurídicos que teve que fazer, para evitar que a casa ficasse
cheia de água.

- O Dono do negócio tem obrigação de lhe pagar: desde que a sua


gestão tenha sido útil;

- O dono do negócio tem a obrigação de o ressarcir de todas as


despesas ou danos que teve(pois pode haver danos na esfera do Gestor
de negócios, na sua atividade de salvar a coisa)

1ª REQUISITO: O gestor só poderá agira com objetivo de satisfazer o


interesse do dono do negocio

2º REQUISITO: O gestor ter a intenção de beneficiar o dono do


negócio – isto não é relevante- o mais importante é agir (1ª requisito )

Hélène Albuezza (H.A.L)


3º REQUISITO: Gestão útil : Gestor deve levar a cabo uma gestão útil
(antes- apenas deve atuar para evitar os danos do dono do negocio)
mas aqui há a diferença, pois ele não vai la colocar uma janela que
custe imenso, quando basta tapar ou apenas substituir a janela por
uma igual

NO DIRETO ROMANO :

O gestor de negocio deve agir como um simples homem normal. Um


Homem médio que reparação faria?

NO DIREITO PORTUGUÊS:

Não é o critério do Homem medio, é o da vontade real ou presumida


do dono de negocio.

PERGUNTA QUE O GESTOR DE NEGOCIO DEVE FAZER A SI


MESMO É:

VONTADE PRESUMIDA: o que é que o dono da coisa faria se


estivesse aqui.

VONTADE REAL: Quando sei que o meu vizinho não quer saber da
casa para nada via demolir, então não vou mandar repara a janela.

Isso é quando se conhece a vontade real do dono

Hélène Albuezza (H.A.L)


Se não conhecer a vontade real vou opta por seguir pela vontade
presumível.

O CRITÉRIO DA GESTÃO ÚTIL É IMPORTANTE NESTE TERMOS:

- Se a gestão foi útil o dono do negócio vai ressarcir o gestor de


negócios

- Mas se não foi útil, ex: não tinha que mandar mudar a janela e
bastava tapar com qualquer coisa - vai alem da GESTÃO UTIL

DONO DO NEGOCIO TEM 2 OPÇÕES:

1ª - RETIFICA O NEGÓCIO – apesar de achar que a gestão foi além


da gestão útil

2ª - NÃO RETIFICA O NEGOCIO - não vai pagar então vai


funcionar um INSTITUTO JURIDIO DE DIFICIL APLICAÇÃO –
( igual no Direito Romano e Português)

O gestor colocou là uma janela nova, então o dono do prédio tem um


enriquecimento , pois tem uma janela nova- enriquecimento sem
causa: é dos últimos que se podem invocar – é muito difícil fazer
funcionar

E é com base nesse enriquecimento (e não nas despesas)

Hélène Albuezza (H.A.L)


465 468 cc

ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA OU ENRIQUECIMENTO INJUSTO

ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA:

Acontece quando uma pessoa enriquece quando não há uma causa


jurídica para esse enriquecimento

EX: Peço dinheiro para ir jantar, digo que devolvo dali a 8 dias

– nos dias seguintes entrego o dinheiro a outra pessoa, dei o dinheiro a


quem não devia – pagamento indevido- posso exigir de volta (repetir) o
dinheiro que dei, há um enriquecimento sem causa do lado dessa
pessoa

OBRIGAÇÕES DESTA SITUAÇÃO:

1º - Tenha sido realizada uma prestação com a intenção de cumprir


uma obrigação, ou seja quem pagou queria extinguir uma obrigação,
efetuou um prestação com essa intenção

Hélène Albuezza (H.A.L)


2º O pagamento é indevido porque a obrigação não existe para com
quem recebeu o dinheiro

3ª Engano, há um erro ( ao contrário desta situação: pois se quisesse


fazer uma doação não poderia exigir de volta) …mas não é o caso

NO DIREITO ROMANO HÁ MAIS UM REQUISITO:

A pessoa que recebe deve de estar de boa fé, ou seja quem recebeu
deveria ter dito que não era para ele, no direito romano podia ser
considerado um furto

476.º CC – REPETIR : EXIGIR DE VOLTA – REPETIÇÃO DO


INDIVIDO

HÁ AQUI UM DETALHE:

O REGIME DAS OBRIGAÇOES NATURAIS:

Não há pagamento indevido - repetição do indevido- se estiver perante


uma obrigação natural, mas que já não é judicialmente devida

Hélène Albuezza (H.A.L)


- Judicialmente o dono tem 2 anos (estabelecimento de ensino –
estudantes prazo é superior) se for no café la fora são 6 meses para
ativar o devedor

NAS OBRIGAÇÕES NATURAIS não se aplica a repetição do


indevido, pois existe na mesma uma obrigação natural (apesar de estar
prescrita a obrigação )

OUTRO EXEMPLO:

Alguém efetua pagamento para a realização de certa atividade –


adianto o dinheiro para as tintas , o pintor nada faz,

- 1.º INCUMPRIMENTO DO CONTRATO , POSSO EXIGIR DE


VOLTA

OUTRO EXEMPLO:

Serviço publico gratuito , dou dinheiro ao funcionário, ..posso exigir de


volta pois o funcionário esta obrigado a fazer sem receber nada em
troca

OU:

Dou uma prenda aos noivos, eles não casam , posso pedir de volta
porque dei em vista de um casamento que não se realizou

Hélène Albuezza (H.A.L)


OUTRA SITUAÇÃO:

Pais do noivo, oferecem quinta pelo casamento, casamento veio a


dissolver-se . exigiram a quinta de volta , pagaram a benfeitoria que
era a casa que os noivos construíram, mas exigiram de volta a quinta

OUTRO EXEMPLO:

Lavandaria roupa a secar, passado 3 dias quem lá está diz que perdeu
a 10ª peça, eu só levo as 9 outras, a lavandaria deu-me 50 € como
indeminização

Passado uns dias liga-me: a peça apareceu, eu tenho que ir lá levantar


a peça e tenho que devolver os 50€…

Art 473.º cc - real como no direito romano


Todos os exemplos supra estão no n.º 2 do Artigo
“ Indevidamente recebido, o que for devido por uma causa que não
….”

FONTES DE OBRIGAÇÕES SÃO:


- OS CONTRATOS
- OS QUASE CONTRATOS
- FACTOS ILICITOS

Hélène Albuezza (H.A.L)


DELITOS E QUASE DELITOS

LEX AQUILIA – RESPONSABILIDADE - AQUILIANO FOI QUEM


QUE FEZ A PROPOSTA DE LEI PARA PUNIR ESTAS FIGURAS

DELITOS – IUS CIVILA

QUASE DELITOS – IUS HONORARIUM

DIREITO ROMANO E DIEITO PORTUGUES – ART. º 483CC :

Hélène Albuezza (H.A.L)

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