A promulgação é um ato praticado pelo Presidente da República necessário
para conferir existência jurídica a atos legislativos (artigo 137.º da Constituição
da República Portuguesa).
Sendo o Presidente da República um órgão eleito, a Constituição atribui-lhe
competências efetivas, entre elas a competência para promulgar leis, decretos- leis e decretos regulamentares, o direito de os vetar e o direito de os enviar para o Tribunal Constitucional para o exercício da fiscalização preventiva da constitucionalidade, no caso de se tratar de leis e decretos-leis (artigos 278.º e 279.º da CRP).
O Presidente da República dispõe de vinte dias contados sobre a receção de
atos da Assembleia da República para os promulgar, incluindo nos casos em que o Tribunal Constitucional não tenha decidido no sentido da inconstitucionalidade ou exercer o direito de veto, fundamentando-o através de mensagem (n.º 1 do artigo 136.º da CRP).
Em caso de veto não fundado em razões de constitucionalidade, a Assembleia
da República pode confirmar o voto por maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções, o que obriga o Presidente da República a promulgar o ato no prazo de oito dias a contar da sua receção (n.º 2 do artigo 136.º).
A maioria torna-se mais exigente, de dois terços dos deputados presentes,
quando a matéria seja (n.º 3 do artigo 136.º):
relações externas (alínea a);
limites entre o setor público, o setor privado e o setor cooperativo e social de
propriedade dos meios de produção (alínea b);
regulamentação dos atos eleitorais previstos na Constituição, que não revista
a forma de lei orgânica (alínea c). Relativamente a atos aprovados pelo Governo, o Presidente da República dispõe de quarenta dias contados da receção ou da publicação da decisão do Tribunal Constitucional que não se pronuncie pela inconstitucionalidade de norma dele constante para o promulgar ou exercer o direito de veto, comunicando por escrito ao Governo o sentido do veto (n.º 4 do artigo 136.º).
O Presidente da Assembleia da República, na data em que enviar ao
Presidente da República decreto que deva ser promulgado como lei orgânica, dará disso conhecimento ao Primeiro-Ministro e aos grupos parlamentares da Assembleia da República (n.º 5 do artigo 278.º).