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A Assembleia Nacional

1.Estatuto jurídico-constitucional da Assembleia Nacional

 Órgão de soberania que representa todos os cabo-verdianos


na sua pluralidade, estejam dentro ou fora do país.

 Órgão complexo: Plenário, Comissão Permanente,


Presidente , Mesa, Comissões Especializadas e Eventuais

 Eleito por sufrágio universal, direto e secreto

 Sistema proporcional não integral , método d’ Hondt

2. Posição no sistema de Governo

 Centro vital do poder

 Expressa-se através do seu estatuto como órgão eleito


diretamente pelo Povo

a) PR toma posse perante ela

b) Legitima o Governo, pois este só pode governar se ela


aprovar uma moção de confiança de início da legislatura;

c) Governo perante ela responsável

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d) Leque de importantes competências legislativas

a) Reservadas absolutamente

b) Reservadas relativamente

c) Concorrentes

e) Leque importante de competências eletivas : TC, Provedor


de Justiça

f) Leque importante de competência de aprovação de tratados

g) Competência orçamental e em matéria de impostos

3. Funções da Assembleia Nacional

3.1. Perspetiva política

a) Representação e Comunicação
b) Legitimação do Governo
c) Legislação
d) Controlo do exercício do Poder
e) Debate Político

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f) Eletiva

3.2. Perspetiva jurídica

a) Função de decisão normativa ou legislativa

b) Função de dinamização das instituições (órgão criador de


órgãos)

c) Função de orientação política

d) Função de controlo político

3.2.1. Função de decisão normativa ou legislativa

a) Leis constitucionais

b) Leis ordinárias

 Só a Assembleia pode fazer revisão da Constituição (284º)

 Quanto às leis ordinárias: ela tem competência genérica para


fazer leis sobre todas as matérias, salvo as da exclusiva
competência do Governo ( 175º, alínea b) )

 Divisão das competências: reserva : absoluta ou relativa;


competência concorrente
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3.2.2.Função de dinamização das instituições

a) Testemunhar a posse e a renúncia do Presidente da


República

b) Promover a ação penal contra o Presidente da


República (alínea c) do nº 3do Art.º 181º e 132º)

 Proposta de 25 deputados e maioria de


2/3 dos Deputados em efetividade de
funções;
 Imunidade do PR face ao Ministério
Público
 Condição de procedibilidade

c) Decidir sobre a detenção ou prisão preventiva e a


suspensão dos membros do Governo para efeito de
prosseguimento de processo penal contra eles (Art.º
199º);

d) Eleger os juízes do Tribunal Constitucional ( al. a) do


nº 1 do Art.º 181º) ;

e) Eleger o Provedor de Justiça, o Presidente do


Conselho Económico, Social e Ambiental e os
membros da Comissão Nacional de Eleições
(Artº.181º)

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f) Eleger 4 membros do Conselho Superior da
Magistratura Judicial e o mesmo nº de membros do
Conselho Superior do Ministério Público;

g) Eleger os membros da autoridade administrativa


independente reguladora da comunicação social;

3.2.3.Função de orientação política

a) Aprovar o orçamento

b) Autorizar o Governo para a contração e concessão de


empréstimos e a realização de outras operações que
não sejam de dívida flutuante;

( Dívida flutuante ou a curto prazo: corresponde às


operações que devem ser liquidadas dentro do mesmo
período orçamental ou no período seguinte, mas dentro
do prazo de um ano)

c) Estabelecer o limite dos avales a conceder em cada ano


económico;

d) Aprovar tratados para ratificação ou adesão, dentro da


sua competência ou que o Governo lhe submeta;

e) Propor ao Presidente da República a sujeição a


referendo de certas matérias de interesse relevante;

f) Autorizar ou ratificar a declaração de estado de sítio e


do estado de emergência (175º j)
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g) Autorizar ao Presidente para declarar a guerra e fazer
a paz.

3.2.4. Função de controlo político

a) Relativamente a outros órgãos


aa. Dar assentimento à ausência do Presidente da República
do território nacional (al. b) do nº 3 do Art.º 181º; Art.º
130º/2/3: );
ab. Apreciar o Programa do Governo (al. e) do Art.º 175º);
ac. Votar moções de confiança e de censura ao Governo
(al.c) do Art.º 180º),

b) Relativamente a atos e atividades

ba. Velar pelo cumprimento da Constituição e das leis


( al. d) do Art.º 175º) e apreciar os atos do Governo e da
Administração ( al. a) do Art.º 180º);
bb. Apreciar para efeitos de ratificação, os decretos
legislativos e os decretos-leis de desenvolvimento de
bases ou regimes gerais correspondentes ( al. f) do artigo
180º) ;
bc. Tomar anualmente a Conta Geral do Estado e as
Contas de outras entidades públicas ( al. a) do Art.º 178º);
bc. Apreciar e fiscalizar a aplicação da declaração do
Estado de sítio e do estado de emergência ( al. e) do Art.º
180º)

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4. Auto-organização e Regimento

 A Assembleia é um órgão de
soberania e como tal tem autonomia.

 É no exercício desta autonomia que


ela aprova o seu Regimento ( Art.º
172º)

Natureza do Regimento

A Constituição da República considera um Regimento « um acto


legislativo», para depois o referir como algo diferente da lei.
É um ato normativo específico, que é expressão da autonomia
normativa interna da Assembleia Nacional.

Relação com a Constituição e a Lei :

a) Regimento como todos os atos normativos deve respeitar a


Constituição.

b) Normas regimentais sujeitas a controlo da


constitucionalidade.

c) Na relação com a lei : em caso de conflito com a lei , deve


ceder a lei, quanto ela tenha invadido o espaço

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regimental, quando for o contrário, deve ceder o
Regimento.

 Cfr. Declarações de votos dos Juízes


Conselheiros, Aristides R. Lima e J. Pina
Delgado, in Acórdão nº 27/2017, in BO de 29 de
dezembro;

5. A estrutura do Regimento

O Regimento atual foi publicado no dia 21 de junho de 2018,


tendo entrado em vigor a 1 de outubro do mesmo ano tem 341
artigos, divididos em Títulos, Secções e Subsecções.
Títulos são os seguintes: Título I, Da Organização da
Assembleia Nacional; Título II, Dos Deputados e Grupos
Parlamentares; Título III , Do Funcionamento da Assembleia
Nacional; Título IV, Das Formas de Processo; Título V, Das
disposições Finais.

6.Os sujeitos parlamentares

 Entidades que podem ter iniciativas legislativas e praticar


outros atos com relevância no funcionamento da Assembleia
Nacional

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a) Os Deputados
b) Os Grupos Parlamentares
c) O Governo

7. Os cidadãos como intervenientes na atividade parlamentar

Uma democracia representativa a sério, como a cabo-verdiana,


deve reservar um lugar particular à cidadania. O cidadão está na
origem do mandato representativo, é o mandante dos deputados, e
os deputados são responsáveis perante os cidadãos, devendo
manter uma ligação estreita com eles.
Esta relação é fundamental para que o Deputado possa exercer
o seu mandato ( Recebe inputs para o sistema e presta
informações sobre os outputs do sistema). Mas, é essencial para
o Parlamento também poder corresponder às suas obrigações de
zelar pelo bem comum.

Como titular de direitos fundamentais, o cidadão pode influenciar


a ação do Parlamento através dos seguintes inputs:

a) Exercendo o direito de iniciativa legislativa de grupos de


cidadãos, matéria que está regulada em lei:

 Lei nº 98/VIII/2015, de 27 de agosto que


regula o direito de iniciativa legislativa
direta de grupos de cidadãos

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 Subscrição do projeto de Lei por um
mínimo de 3.000 eleitores distribuídos por
onze municípios, com o mínimo de 100
eleitores em cada um .

b) Participando no referendo popular nacional;

 Lei nº 91/VIII/2015, de 1 de julho, que


regula o Referendo

c) Exercendo a sua liberdade de expressão e o seu direito de


criticar o que acha não estar bem;

d) Exercendo o direito de petição (através de sugestões,


críticas, reclamações ou queixas);

8. Órgãos que interferem na atividade do Parlamento


8. 1. O Presidente da República

A) Poderes relativos à marcação das eleições para a


Assembleia Nacional e poderes de dissolução desta;

B) Poderes relativamente a atos da Assembleia Nacional;


ba. Promulgação e veto das leis
bb. Iniciativa de fiscalização preventiva da
constitucionalidade de leis ou tratados internacionais

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bc. Iniciativa obrigatória de fiscalização das
propostas de referendo nacional ( Art.º 103º/4 e
135º / 1, al.) p) ;
bd) Poder de comunicação com o
Parlamento através de mensagens
be) Mensagens no contexto do veto, para
transmitir o sentido do mesmo;
bf) Mensagens para solicitar a
autorização para o estado de sítio ou de
emergência ( Al. h) do nº 2 do artigo 135º) ; ou
no contexto de simples manifestação da sua
opinião ou posição política
bg) PR pode recomendar a tomada de certas
providências legislativas ou outras .

C) Requerer ao PAN, ouvido o CR, a convocação


extraordinária daquele órgão (=AN) para apreciar assuntos
específicos

8.2. O Governo

a) Iniciativa legislativa e orçamental

o Propostas de leis;

o Proposta da Lei de Meios

b) Iniciativa de aprovação de convenções

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internacionais

= Sujeito parlamentar que atua ao lado de outros


sujeitos ( GP da maioria e Grupos Parlamentares
da Oposição)
= «Governo e maioria parlamentar são carne da
mesma carne » - em sentido político

8.3. O Tribunal de Contas ( artigo 219º)

o Parecer sobre a Conta Geral do Estado ( artigo


178º, alínea a));

o Lei nº 24/IX/2018, de 2 de fevereiro, que regula a


organização, a composição, a competência, o
processo e o funcionamento do Tribunal de
Contas.

8.4. O Tribunal Constitucional

o Declara a inconstitucionalidade das leis, a qual


tem força obrigatória geral e elimina normas
inconstitucionais do ordenamento jurídico

o Exemplo de várias normas do Código


Eleitoral

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o Exercício da fiscalização preventiva da
constitucionalidade das leis que se repercute no
funcionamento da Assembleia Nacional através
do veto presidencial por inconstitucionalidade;

o Superação pela Assembleia Nacional do veto por


inconstitucionalidade nos termos do artigo 279º..

9. Organização da Assembleia Nacional

9 .1. Assembleia Nacional como órgão Complexo ( Órgãos


Políticos, Órgãos administrativos)

9 . 2. O Plenário

 Composição ( 141º)

 Mínimo de 66 e máximo de 72
 6 Deputados eleitos pela emigração
 Mínimo de 2 por cada círculo ( artigo 115/4 da CRCV
em conjugação com o artigo 409º do Código
Eleitoral)

9 .3. A Comissão Permanente (148º)

a) Estatuto

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o Órgão que substitui a Assembleia Nacional;

o Funciona :

- Quando a Assembleia estiver dissolvida


- No intervalo das sessões legislativas
(Constituição não define quando começa e
termina a sessão legislativa)
-Noutros casos previstos na Constituição

 Quando em caso de estado de sítio ou


de emergência o Plenário não poder
reunir-se (Art.152/2)

b) Composição (148º, nº2)

c) Competência (148º, nº 5)

9.4. As Comissões

 Órgãos auxiliares do Plenário

 Poderes ( nº 3 do artigo 160º e artigo


147º/2 e 3)

9 .5. O Presidente da Assembleia e órgão constitucional


a) Como Presidente da Assembleia
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aa) Competência genérica
o Representa a Assembleia Nacional

o Vela pela salvaguarda da sua dignidade e direitos

o Dirige e coordena os trabalhos do Parlamento

o Marca as reuniões Plenárias e fixa a ordem do


dia, nos termos do Regimento ( Art. 155º e 173º)

o Exerce outras competências previstas no


Regimento (Art. 6º) :

 Manter a ordem e a disciplina, bem como


garantir as condições de segurança da
Assembleia Nacional, tanto durante as
sessões ordinárias, como no intervalo das
mesmas.

o Exerce autoridade sobre todos os funcionários


e forças de segurança postos ao serviço da
Assembleia Nacional

o Preside a Assembleia Nacional, a Comissão


Permanente e a Mesa da Assembleia;

ab. Competência em relação aos Deputados


( Art. 12º do Regimento )

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ac. Competência em relação a outros órgãos
( Art. 13º do Regimento.)

b) Como órgão constitucional

o Assegura a substituição interina do Presidente


da República

o Poder de iniciativa da fiscalização abstrata


sucessiva da constitucionalidade e da
legalidade das normas jurídicas (Art.º 280º)

o Membro ex officio do Conselho da República


( artigos 253-256º)

9 .6. A Mesa ( Artigo 145º da CRCV e 15º e seguintes do


Regimento)

 Composição

 Competência

9.7. A Conferência dos Representantes

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o Instância de concertação entre o PR da AN e os
representantes dos Grupos Parlamentares;

o Aprecia questões relacionadas com:

o A) A marcação das reuniões plenárias;

o B) Fixação da ordem do dia

o C) Constituição de deputações

o D) Outras questões relacionadas com o funcionamento da


Assembleia Nacional

9.8. Comissões Especializadas

 Órgãos auxiliares do Plenário


 Votam leis na especialidade
 Realizam audições diversas

9.9. Grupos Parlamentares (Art.º 149º da CRCV e 67º e


seguintes do Regimento)

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o Natureza (« Instituições necessárias da vida
constitucional», «fatores determinantes da
formação da vontade política» )

o Alemanha :
 «Associações de deputados do
BT com capacidade jurídica»

 Têm capacidade jurídica ativa e


passiva

 Não são parte da Administração


Pública nem exercem poder
público

o Enquadramento na «estadualidade organizada»

o Poderes (Art.º 72º do Regimento da Assembleia


Nacional )

o Condições de exercício

NB: Necessidade de se fazer uma lei sobre os


GP, ou então prever no Estatuto dos Deputados
normas sobre os GP?

 Natureza e posição jurídica


 Atribuições
 Organização
 Financiamento e equipamentos
 Contabilidade, Prestação de
Contas e controlo de contas;
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 Obrigações dos funcionários dos
Grupos Parlamentares (sigilo,
por exemplo);

 Extinção dos GP e liquidação

10. Funcionamento da Assembleia Nacional

10.1. Tempo de funcionamento

 Órgão permanente

a) Duração do mandato: 5 sessões legislativas = 5 anos

b) Sessão legislativa: dura um ano

c) Período normal de funcionamento: de 1 de outubro a 31 de


julho

ca. Período de férias parlamentares em que a AN


não funciona em plenário

cb. Possibilidade de prorrogação do


funcionamento da A N

cc. Possibilidade de a AN se reunir


extraordinariamente :

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 Em caso de guerra, estado de sítio
ou de emergência

 Para a apreciação do programa do


Governo

 Para se ocupar de assunto


específico e urgente e de relevante
interesse nacional

 A requerimento do PR para tratar


assunto específico, depois do PR
ter ouvido o Conselho da República
(O PAN pode não convocar?)

d) A vicissitude da dissolução ( 143º, 144º, em conj. com a


alínea e) do nº 1 do Art.º 135º)

 Regime: Voluntária e obrigatória

 Proibição de dissolução:

o Nos doze meses posteriores à sua eleição;

o No ano anterior ao termo do mandato do


Presidente ;

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o Durante a vigência do Estado de sítio ou de
emergência e até o trigésimo dia posterior
à sua cessação;

o Após a apresentação de uma moção de


confiança ou de censura e até ao décimo
dia seguinte ao da votação;

Consequência da violação dos limites : inexistência jurídica do


ato;

10.2. Fixação da Ordem do Dia (Art.155º e 173º )

 Competência do Presidente

 Ouvida a CR, de acordo com a regra das


prioridades

 Possibilidade de recurso para o Plenário

 Direito potestativo dos GP de determinarem


a ordem do dia de 5 reuniões Plenárias

o Direito potestativo é o poder de


alterar unilateralmente através de
uma manifestação de vontade a
ordem jurídica ( Cfr. Meneses
Cordeiro ( Tratado, I, 1999, p. 127).

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 Governo e GP podem requerer a prioridade
para certas matérias urgentes e de interesse
nacional

11. Atos e procedimentos

Atos da Assembleia obedecem a regras de procedimento previstos


na Constituição e no Regimento

11.1.Atos quanto ao conteúdo:

a) Leis constitucionais e ordinárias

b) Autorizações e aprovações

c) Pronúncias e pareceres

d) Apreciações (através de debates com ou sem votação)

e) Atos de testemunhar

f) Abertura de processos criminais

g) Eleições

h) Moções

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A nível das Comissões em particular:

a) Inquéritos

b) Audições

11.2. Atos no plano formal

a) Lei Constitucional

b) Leis ordinárias

c) Regimento

d) Resoluções

e) Moções

11.3. Votações

a) Cada deputado um voto


b) Tempo de votação
c) Formas de votação (escrutínio secreto, votação nominal e
ordinária)

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d) Quórum de funcionamento e deliberações

o Quórum de funcionamento: Parlamento pode


funcionar com a presença de um terço dos membros

o Quórum deliberativo é de maioria dos deputados


( 121º) = 37

e) Maiorias previstas na Constituição e no Regimento


Ea) Maiorias de 2/3 dos deputados em efetividade de
funções
o Maioria de aprovação de leis constitucionais: maioria
especial de dois terços dos deputados em efetividade
de funções ( 161º/1);

o Maioria para requerer ao PGR a ação penal contra o


Presidente da República: maioria de dois terços dos
deputados em efetividade de funções ( alínea c) do nº
3 do artigo 181, em conjugação com o 132º )

Eb) Maiorias de 2/3 dos deputados presentes desde


que superior à maioria absoluta:

o Maiorias relativas a matérias legislativas do artigo


176º referidas no nº 3 do artigo 161º : maioria de dois
terços dos deputados presentes, desde que superior
à maioria absoluta dos deputados em efetividade de
funções;

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Ec) Maioria - regra para a aprovação de leis

o Maioria absoluta dos deputados presentes: nº 2 do


Art.º 161º da CRCV e regra do Regimento (Artº.131º);

Ed) Maioria de superação do veto político:

o Maioria absoluta de votos dos deputados em


efetividade de funções (Art.º 137º/2)

Ee) Maioria de superação de veto por


inconstitucionalidade:
o 2/3 dos Deputados em efetividade de funções ( Nº 4 do
artigo 279º);

Ef) Maioria de aprovação de moção de censura


( nº 2 do artigo 272º do Regimento) :

o Maioria absoluta dos D. em efetividade de funções ( =


Portugal)

Eg) Maioria de aprovação de moção de confiança (


nº 2 do artigo 267º do Regimento) :
o Maioria absoluta dos D. em efetividade de
funções (diferente de Portugal, onde se exige

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apenas que se tenha mais votos a favor do que
contra = maioria relativa e na Alemanha em que
se fala da «maioria dos membros do BT» )

Eh) Maioria de assunção de poderes de revisão


extraordinária da Constituição:

o 4/5 dos deputados em efetividade de funções


(artigo 286º);

Ei) Maioria de suspensão do período normal de


funcionamento da Assembleia Nacional:

o 2/3 dos deputados presentes (Art.º 151º/2 da


CRCV e 93º/2 do Reg.)

12. Direitos dos Deputados

a) Direitos de articulação (usar da palavra, fazer


requerimentos e interpor recursos e influenciar a ordem
do dia, declaração de voto, fazer perguntas e
interpelações)

b) De participação (Nas discussões)

c) Iniciativa legislativa, de resoluções ou de Regimento;

d) Iniciativa de apresentação de moções de censura;

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e) Direito de defesa da Constituição e da legalidade;

f) Direito de defesa da honra;

14.Deveres regimentais:

a) Comparência e participação nas reuniões


plenárias e das Comissões de que se é membro;

b) Desempenho dos cargos para os quais se seja


designado;
c) Justificação de faltas, sob pena de perda de
mandato.

d) Observar a ordem e a disciplina, fixadas no


Regimento, e acatar a autoridade do Presidente da Assembleia
Nacional.
e) Dever de tratamento urbano?

15.Poderes dos Grupos Parlamentares (Artº 72º)

a) Participação nos órgãos internos do Parlamento,


designadamente nas Comissões e no CA;

b) Direitos de articulação e de informação;

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c) Direito potestativo a fixação da ordem do dia de cinco
reuniões plenárias em cada sessão legislativa.

Conclusão

A Assembleia Nacional é o órgão de soberania que, na aceção de


Montesquieu, corresponde ao primeiro poder: o legislativo;
Ela é o centro vital do sistema de Governo.
Desempenha funções de decisão normativa ou legislativa, de
dinamização das instituições, de orientação política e de controlo
e tem poderes de auto-organização.
Os sujeitos parlamentares são os Deputados, os Grupos
Parlamentares e o Governo. Através da iniciativa legislativa
popular, da participação no referendo nacional e de outros meios
democráticos, os cidadãos podem influenciar também o
exercício das funções do Parlamento.
Há ainda um conjunto de órgãos que através da sua atividade
interferem na da Assembleia Nacional: o PR, o Governo, o
Tribunal Constitucional e o Tribunal de Contas. Do ponto de
vista do seu modo de funcionamento, a Assembleia Nacional é
um órgão autónomo e complexo, cujo mandato é de cinco anos,
embora possa em certas situações ser dissolvida voluntariamente
pelo PR ou obrigatoriamente .
Ela pratica um conjunto amplo de atos jurídico-constitucionais
que são aprovados por diversas maiorias.

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