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REGIMENTO INTERNO DA

CÂMARA DOS DEPUTADOS


MATERIAL 1

Professor Ismael Noronha


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DO CONTÉUDO TRATADO NESTE MATERIAL

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DOS DEPUTADOS
1) Dos Deputados como membros do Congresso Nacional

CF Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

2) Condições de elegibilidade

CF Art. 14, § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
DOS ASPECTOS VI - a idade mínima de:
CONSTITUCIONAIS a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
PRELIMINARES AO b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
EXERCÍCIO DO MANDATO c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

CF Art.14, § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

CF Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.

CF Art. 14§, § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

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3) Do Sistema Eleitoral utilizado nas eleições dos Deputados

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada
Território e no Distrito Federal.

4) Da data das eleições (junto com o primeiro turno das eleições para Presidente da República)

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial
vigente.

5) Da Posse em Sessão Preparatória (Veremos isso com mais detalhe no material 4, quando tratarmos das Sessões preparatórias)

CF Art. 57, § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para
DOS ASPECTOS a POSSE de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo
CONSTITUCIONAIS na eleição imediatamente subsequente.
PRELIMINARES AO
EXERCÍCIO DO MANDATO Art. 229. O Deputado apresentará à Mesa, para efeito de posse e antes do término do mandato, declaração de bens e de suas fontes de
renda, importando infração ao Código de Ética e Decoro Parlamentar a inobservância deste preceito

6) Da duração do mandato (equivalente a uma legislatura)

CF Art. 44, Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

7) Do número de Deputados Federais por ente da federação

CF Art. 45, § 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 Deputados.

CUIDADO: CF Art. 45, § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

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1) Desde a diplomação

CF Art. 54, I. Os Deputados e Senadores não poderão, desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes
da alínea anterior;

2) Desde a posse

Art. 54, II. Os Deputados e Senadores não poderão, desde a posse:


VEDAÇÕES AOS
PARLAMENTARES a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Se desrespeitarem essas vedações poderão ser cassados pela Maioria Absoluta da Câmara dos deputados (CF Art. 55, I e § 2º)

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1) Do dever de comparecimento aos trabalhos na Casa

Regras Gerais

Art. 226. O Deputado deve apresentar-se à Câmara durante a sessão legislativa ordinária ou extraordinária, para participar das sessões
do Plenário e das reuniões de Comissão de que seja membro, além das sessões conjuntas do Congresso Nacional.

Art. 227. O comparecimento efetivo do Deputado à Casa será registrado diariamente, sob responsabilidade da Mesa e da presidência das
Comissões, da seguinte forma:

I - às sessões de debates, mediante lista de presença ou registro eletrônico em postos instalados nas dependências da Casa;

II - às sessões de deliberação, mediante registro eletrônico até o encerramento da Ordem do Dia ou, se não estiver funcionando o sistema,
pelas listas de presença em Plenário;
DO EXERCÍCIO DO MANDATO
NO REGIMENTO INTERNO III - nas Comissões, pelo controle da presença às suas reuniões.

2) Das Deputadas Gestantes

Art. 227-A. As Deputadas gestantes, a partir da trigésima semana de gestação ou mediante a apresentação de atestado médico, terão
direito à participação plena nas reuniões e nas sessões deliberativas e não deliberativas, por áudio e vídeo, mediante a utilização de
plataformas de videoconferência, além de poderem registrar presença e votar as matérias constantes da Ordem do Dia das sessões ou da
pauta das reuniões de forma remota, nos termos de Ato da Mesa.

Parágrafo único. Aplica-se o direito previsto no caput deste artigo às Deputadas que regressarem do gozo de licença à gestante até o
prazo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos após o início dessa licença

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3) Dos direitos decorrentes do mandato

a) Dos Deputados em exercício do Mandato:

Art. 226 É assegurado ao Deputado o direito, nos termos deste Regimento, de:

I - oferecer proposições em geral, discutir e deliberar sobre qualquer matéria em apreciação na Casa, integrar o Plenário e demais
colegiados e neles votar e ser votado;
II - encaminhar, através da Mesa, pedidos escritos de informação a Ministro de Estado;
III - fazer uso da palavra;
IV - integrar as Comissões e representações externas e desempenhar missão autorizada;
V - promover, perante quaisquer autoridades, entidades ou órgãos da administração federal, estadual ou municipal, direta ou indireta e
fundacional, os interesses públicos ou reivindicações coletivas de âmbito nacional ou das comunidades representadas;
VI - realizar outros cometimentos inerentes ao exercício do mandato ou atender a obrigações político-partidárias decorrentes da
representação.

DO EXERCÍCIO DO MANDATO b) Dos Ex-Deputados


NO REGIMENTO INTERNO
Art. 234. Os ex-Deputados Federais, além de livre acesso ao Plenário, poderão utilizar-se dos seguintes serviços prestados na Casa,
mediante prévia autorização do Presidente da Câmara para os de que tratam os incisos I e IV:
I - reprografia;
II - biblioteca;
III - arquivo;
IV - processamento de dados;
V - assistência médica;
VI - assistência farmacêutica

4) Das normas que regem o exercício do Mandato

Art. 231. No exercício do mandato, o Deputado atenderá às prescrições constitucionais e regimentais e às contidas no Código de Ética e
Decoro Parlamentar, sujeitando-se às medidas disciplinares nelas previstas.

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1) MATERIAL (TAMBÉM CHAMADA DE INVIOALABILIDADE):

a) Objetivo

STF Inq 3.932 - A imunidade parlamentar material (art. 53 da CF/88) protege os Deputados Federais e Senadores, qualquer que seja o
âmbito espacial (local) em que exerçam a liberdade de opinião. No entanto, para isso é necessário que as suas declarações tenham
conexão (relação) com o desempenho da função legislativa ou tenham sido proferidas em razão dela.
Para que as afirmações feitas pelo parlamentar possam ser consideradas como "relacionadas ao exercício do mandato", elas devem ter,
ainda de forma mínima, um teor político.
Exemplos de afirmações relacionadas com o mandato: declarações sobre fatos que estejam sendo debatidos pela sociedade; discursos
sobre fatos que estão sendo investigados por CPI ou pelos órgãos de persecução penal (Polícia, MP); opiniões sobre temas que sejam de
interesse de setores da sociedade, do eleitorado, de organizações ou grupos representados no parlamento etc.
Palavras e opiniões meramente pessoais, sem relação com o debate democrático de fatos ou ideias não possuem vínculo com o exercício
das funções de um parlamentar e, portanto, não estão protegidos pela imunidade material.

Previsão na CF e no Regimento
DAS IMUNIDADES
PARLAMENTARES CF Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

Art. 231, § 1º Os Deputados são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.

É claro que essa imunidade inicia-se com a posse dos Deputados

b) Abrangência

i) A imunidade material se aplica da mesma forma para Deputados Federais, Estaduais e Senadores

CF Art. 27, § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

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STF ADI 5.824 - Por força do § 1º do art. 27 da Constituição Federal, as imunidades materiais e formais conferidas aos membros do
Congresso Nacional (deputados federais e senadores) estendem-se aos deputados estaduais. Assim, são constitucionais dispositivos da
Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para
Deputados Federais e Senadores.

ii) Para vereadores essa imunidade é limitada à circunscrição do Município em que exerce o mandato

CF – Art. 29, VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
Município;

c) Alcance da imunidade

Existe a imunidade 1 – A imunidade alcança, apenas, as palavras opiniões e votos proferidos no exercício do mandato e em função dele.
Quando o Deputado está dentro da Câmara há presunção absoluta de que está no exercício do mandato, estando amparado pela
imunidade. Fora da casa, o caso deve ser analisado para verificar se o manto da imunidade está presente. O STF, no entanto, tem
restringido bastante o alcance da imunidade.
DAS IMUNIDADES
PARLAMENTARES Existe a imunidade 2 - STF Inq 2.332 - A cláusula de inviolabilidade constitucional, que impede a responsabilização penal e/ou civil do
membro do Congresso Nacional, por suas palavras, opiniões e votos, também abrange, sob seu manto protetor, as entrevistas
jornalísticas, a transmissão, para a imprensa, do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas e as
declarações feitas aos meios de comunicação social, eis que tais manifestações – desde que vinculadas ao desempenho do mandato –
qualificam-se como natural projeção do exercício das atividades parlamentares.

Existe a imunidade 3 - STF HC 115.397 - Imunidade material alcança o delito do art. 3º da Lei 7.492/86 (“divulgar informação falsa ou
prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira”)

Existe a imunidade 4- A imunidade material pode ser estendida para aquelas pessoas ofendidas por parlamentar beneficiado pela
imunidade, desde que se trate de resposta imediata à injúria sofrida.

Não existe imunidade 1 – STF Pet 7.174 - O fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no momento em que proferiu as declarações
não afasta a possibilidade de cometimento de crimes contra a honra, nos casos em que as ofensas são divulgadas pelo próprio parlamentar
na Internet. O então Deputado Federal Wladimir Costa (SD-PA) proferiu discurso no Plenário da Câmara dos Deputados no qual afirmou
que determinados artistas seriam “bandidos”, “membros de quadrilha”, “verdadeiros ladrões”, “verdadeiros vagabundos da Lei Rouanet”.

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Não existe imunidade 2 – STF Pet 7.174 - STF Pet 8.242 - Não estão protegidas pela imunidade parlamentar as manifestações injuriosas
de Senador proferidas em redes sociais de forma dolosa e genérica, com intenção de destruir reputações, sem qualquer indicação de
prova que pudesse corroborar as acusações

Não existe imunidade 3 – STF INQ 4.781 - Atentar contra a democracia e o Estado de Direito não configura exercício da função parlamentar
a invocar a imunidade constitucional prevista no art. 53, caput, da Constituição Federal. (...) A CF não permite a propagação de ideias
contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático (...), nem tampouco a realização de manifestações nas redes sociais visando
ao rompimento do Estado de Direito, com a extinção das cláusulas pétreas constitucionais – separação de Poderes (...), com a consequente
instalação do arbítrio.

Não existe imunidade 4 - A verbalização da representação parlamentar não contempla ofensas pessoais, via achincalhamentos ou
licenciosidade da fala. Contudo, a imunidade contempla modelo de expressão não protocolar, ou mesmo desabrido, em manifestações
muitas vezes ácidas, jocosas, mordazes, ou até impiedosas, em que o vernáculo contundente, ainda que acaso deplorável no patamar de
respeito mútuo a que se aspira em uma sociedade civilizada, embala a exposição do ponto de vista do orador.

DAS IMUNIDADES Não existe imunidade 5 - A imunidade parlamentar material, estabelecida para fins de proteção republicana ao livre exercício do mandato,
PARLAMENTARES não confere aos parlamentares o direito de empregar expediente fraudulento, artificioso ou ardiloso, voltado a alterar a verdade da
informação, com o fim de desqualificar ou imputar fato desonroso à reputação de terceiros. Consectariamente, cuidando-se de
manifestação veiculada por meio de ampla divulgação (rede social), destituída, ao menos numa análise prelibatória, de relação intrínseca
com o livre exercício da função parlamentar, deve ser afastada a incidência da imunidade prevista no art. 53 da CF.

Não existe imunidade 5 – STF Inq 1.400 - A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, caput) –
destinada a viabilizar a prática independente, pelo membro do Congresso Nacional, do mandato legislativo de que é titular – não se
estende ao congressista, quando, na condição de candidato a qualquer cargo eletivo, vem a ofender, moralmente, a honra de terceira
pessoa, inclusive a de outros candidatos, em pronunciamento motivado por finalidade exclusivamente eleitoral, que não guarda
qualquer conexão com o exercício das funções congressuais.

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2) FORMAIS:

a) Objetivo

São garantias processuais e de exercício do mandato sem constrangimento ou perseguição de outro poder.

b) Alcance

i) As imunidades formais se aplicam da mesma forma para Deputados Federais, Estaduais e Senadores

CF Art. 27, § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
DAS IMUNIDADES
PARLAMENTARES STF ADI 5.824 - Por força do § 1º do art. 27 da Constituição Federal, as imunidades materiais e formais conferidas aos membros do
Congresso Nacional (deputados federais e senadores) estendem-se aos deputados estaduais. Assim, são constitucionais dispositivos da
Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para
Deputados Federais e Senadores.

ii) IMPORTANTE: os vereadores não possuem imunidade formal.


Inclusive veja esta decisão: SFT RHC 88.804 - É possível que o Juiz de primeiro grau, fundamentadamente, imponha a parlamentares
municipais as medidas cautelares de afastamento de suas funções legislativas sem necessidade de remessa à Casa respectiva para
deliberação.

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c) Tipos

c.1 – Do foro por prerrogativa de função no STF

CF Art. 53, § 1º § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo
Tribunal Federal.
Cuidado: STF AP 937 – O STF restringiu a aplicação desta garantia nos seguintes termos: só haverá o foro perante o STF nos crimes
cometidos durante o mandato e que tenham relação com o mandato. Ou seja, numa briga de bar não haveria foro no STF, pois o crime
não tem relação com o mandato. Já no crime de corrupção, valendo-se do seu mandato, haveria o foro perante o STF cisto que o crime
fora praticado valendo-se do mandato. Veja a decisão:

Mandato cruzado

STF Inq 4342 - O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que deputados e senadores que respondam a procedimento penal na Corte
DAS IMUNIDADES mantêm a prerrogativa de foro em casos de “mandato cruzado”, ou seja, quando o parlamentar investigado ou processado por um
PARLAMENTARES suposto delito em razão do cargo que ocupa é eleito para outra Casa Legislativa durante a tramitação do inquérito ou da ação penal.

Deputado Fujão é proibido

STF AP 937 - após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a
competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar
o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.

c.2 – Da prisão de parlamentar

Regra – Somente após o trânsito em julgado

Exceção – CF Art 53, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante
de crime inafiançável.

Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão. Ou seja, a Casa é quem decidirá se o Deputado responderá ao processo preso ou em liberdade. No caso do Deputado
Daniel Silveira, a Casa manteve a prisão. Os dispositivos do Regimento regulamentarão a análise desta prisão. Veja

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Art. 250. No caso de prisão em flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos à Casa dentro de 24 horas, sob pena de
responsabilidade da autoridade que a presidir, cuja apuração será promovida de ofício pela Mesa.

Obs: O art. 251 deve ser interpretado com ressalvas pois ele ainda trata da licença que antigamente era necessária para que um Deputado
fosse processado pelo STF. De todo modo, acho difícil isso cair em prova.

Art. 251. Recebidos os autos de flagrante, o Presidente despachará o expediente à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania,
observadas as seguintes normas

I - no caso de flagrante, a Comissão resolverá preliminarmente sobre a prisão, devendo:

a) ordenar apresentação do réu preso, que permanecerá sob sua custódia até o pronunciamento da Casa sobre o relaxamento ou não da
prisão;

b) oferecer parecer prévio, facultada a palavra ao Deputado envolvido ou ao seu representante, no prazo de 72 horas, sobre a manutenção
ou não da prisão, propondo o projeto de resolução respectivo, que será submetido até a sessão seguinte à deliberação do Plenário, pelo
voto secreto da maioria de seus membros;
DAS IMUNIDADES
PARLAMENTARES II - vencida ou inocorrente a fase prevista no inciso I, a Comissão proferirá parecer, facultada a palavra ao Deputado ou ao seu
representante, no prazo de dez sessões, concluindo pela autorização, ou não, da formação de culpa, no caso de flagrante, propondo o
competente projeto de resolução;

III - o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, uma vez lido no expediente, publicado no Diário da Câmara dos
Deputados e em avulsos, será incluído em Ordem do Dia;

IV - se, da aprovação do parecer, pelo voto secreto da maioria dos membros da Casa, resultar admitida a acusação contra o Deputado,
considerar-se-á autorizada a formação de culpa;

V - a decisão será comunicada pelo Presidente ao Supremo Tribunal Federal dentro em duas sessões;

Parágrafo único. Estando em recesso a Casa, as atribuições conferidas à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e ao Plenário
serão exercidas cumulativamente pela Comissão Representativa do Congresso Nacional, a que se reporta o § 4º do art. 58 da
Constituição Federal, se assim dispuser o Regimento Comum; caso contrário, as mencionadas atribuições serão desempenhadas
plenamente pela Mesa, ad referendum do Plenário.
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Da aplicação de outras medidas cautelares diferentes da prisão previstas no Código de Processo penal.

STF ADI 5.526 - O Poder Judiciário dispõe de competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, sem necessidade de
autorização prévia da Casa Legislativa, as medidas cautelares a que se refere o art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em
flagrante delito por crime inafiançável, por constituírem medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em
circunstâncias de excepcional gravidade. Os autos da prisão em flagrante delito por crime inafiançável ou a decisão judicial de imposição
de medidas cautelares que impossibilitem, direta ou indiretamente, o pleno e regular exercício do mandato parlamentar e de suas
funções legislativas, serão remetidos dentro de 24 horas a Casa respectiva, nos termos do § 2º do art. 53 da CF para que, pelo voto
nominal e aberto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão ou a medida cautelar.

c.3 – Da suspensão de processo criminal tramitando contra Deputado

Antigamente (antes da EC 35/2001) para que um Parlamentar federal fosse processos era necessária uma licença prévia da casa. Com a
alteração constitucional essa licença deixou de existir, sendo substituída pela possibilidade de a Casa sustar o andamenento do processo
contra o Deputado até o término de seu mandato. Mas isso só é possível em relação aos crimes cometidos após a diplomação. Se o crime
é anterior a este momento, não é possível a sustação do processo, que continua tramitando normalmente no juízo em que tramitava
DAS IMUNIDADES antes da diplomação. Veja que neste caso o processo não irá para o STF pois o crime não foi cometido durante o mandato.
PARLAMENTARES
CF Art. 53, § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado (ou seja, se o STF aceitar abrir o processo contra o Deputado), por
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.

CF Art. 53, § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela
Mesa Diretora.

CF Art. 53, § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

c.4 – Da imunidade de preservação de fontes (semelhante à que os jornalistas têm)

CF Art. 53, § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

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c.5 – Da imunidade relativa à incorporação ás forças armadas

CF Art. 53, § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
dependerá de prévia licença da Casa respectiva

3) DA SUBSISTÊNCIA DAS IMUNIDADES QUANDO DO EXERCÍCIO DE CARGOS NO EXECUTIVO

O regimento interno diz o seguinte:

Art. 231, § 7º As imunidades parlamentares subsistirão quando os Deputados forem investidos nos cargos de Ministro de Estado,
Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática
temporária.

No entanto, na prática, como o STF tem exigido o efetivo exercício do mandato para a existência das imunidades, este dispositivo perdeu
a razão de ser.

4) DA POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES EM RELAÇÃO AOS ATOS PRATICADOS FORA DA CASA DURANTE O ESTÁDO DE
SÍTIO

Art. 233. As imunidades constitucionais dos Deputados subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto
de 2/3 dos membros da Casa, em escrutínio secreto, restrita a suspensão aos atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
sejam incompatíveis com a execução da medida.

§ 1º Recebida pela Mesa a solicitação da suspensão, aguardar-se-á que o Congresso Nacional autorize a decretação do estado de sítio ou
de sua prorrogação.

§ 2º Aprovada a decretação, a mensagem do Presidente da República será remetida à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania,
que dará parecer e elaborará o projeto de resolução no sentido da respectiva conclusão.

§ 3º Na apreciação do pedido, serão observadas as disposições sobre a tramitação de matéria em regime de urgência.

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a) Do território Nacional
Art. 228. Para afastar-se do território nacional, o Deputado deverá dar prévia ciência à Câmara, por intermédio da Presidência, indicando
a natureza do afastamento e sua duração estimada.
b) Para exercer cargos no Poder Executivo

Art. 230. O Deputado que se afastar do exercício do mandato para ser investido em cargo de Ministro de Estado, Governador de
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária
fará comunicação escrita à Casa, bem como ao reassumir o lugar.

DOS AFASTAMENTOS OBS: Nesses casos, independentemente do tempo de afastasmento, é convocado o suplente. Veremos mais sobre isso adiante.

§ 1º Ao comunicar o seu afastamento, o Deputado apresentará o ato de nomeação e o termo de posse (no cargo do Executivo).

§ 2º e § 4º Ao reassumir o lugar, o Deputado apresentará o ato de exoneração (do cargo do Executivo). Enquanto não for feita essa
comunicação, o suplente em exercício participará normalmente dos debates e das votações.
.
§ 3º É de 15 dias o prazo para o Deputado reassumir o exercício do mandato, quando exonerado de cargo a que se refere o caput, sob
pena de sua omissão tipificar falta de decoro parlamentar.

a) Do agrupamento dos Deputados em Partidos ou Blocos Parlamentares

Na Câmara, os Deputados se agrupam em seus partidos políticos ou podem formar blocos parlamentares. Estes Blocos são a união de
partidos para terem, juntos, mais força política dentro da casa. Os partidos que fazem parte dos blocos continuam existindo, mas
enquanto estão unidos no bloco, pedem suas prerrogativas regimentais. O bloco em si passa a ser considerado um partido para efeitos
regimentais. Os partidos e blocos possuem Líderes e vice-líderes, o que veremos no próximo assunto.
DOS BLOCOS
PARLAMENTARES Veja como está essa organização agora em 2023.

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b) Regras sobre os Blocos Parlamentares

b.1 – Da equiparação do bloco a partido político para efeitos regimentais

Art. 12, § 1º O Bloco Parlamentar terá, no que couber, o tratamento dispensado por este Regimento às organizações partidárias com
representação na Casa

b.2 – Para formar um bloco são necessários 2 ou mais partidos

Art. 12. As representações de dois ou mais Partidos, por deliberação das respectivas bancadas, poderão constituir Bloco Parlamentar,
sob Liderança comum.

Observação 1 – Cada partido pode fazer parte de, apenas, um bloco parlamentar

Art. 12, § 9º A agremiação integrante de Bloco Parlamentar não poderá fazer parte de outro concomitantemente.

Observação 2 - Quando um partido sai de um bloco, o que pode ocorrer a qualquer momento, ele não poderá se juntar a outro na mesma
SESSÃO LEGISLATIVA (ou seja, no mesmo ano).

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Art. 12, § 8º A agremiação que integrava Bloco Parlamentar dissolvido, ou a que dele se desvincular, não poderá constituir ou integrar
outro na mesma sessão legislativa.

b.3 – Número mínimo de Deputados que deve compor um Bloco Parlamentar

Art. 12, § 3º Não será admitida a formação de Bloco Parlamentar composto de menos de três centésimos dos membros da Câmara

Art. 12, § 4º Se o desligamento de uma bancada implicar a perda do quorum fixado no parágrafo anterior, extingue-se o Bloco Parlamentar.
Ou seja, se um partido sair do bloco e ele passar a ter menos de três centésimos dos Deputados, o bloco deixa de existir
automaticamente.

b.4 – Da duração do Bloco Parlamentar

O bloco pode ser dissolvido a qualquer momento, dependendo, apenas, da deliberação dos partidos que o compõem. Mas, caso não seja
dissolvido, poderá durar até o fim da legislatura.

Art. 12, § 5º O Bloco Parlamentar tem existência circunscrita à legislatura, devendo o ato de sua criação e as alterações posteriores ser
apresentados à Mesa para registro e publicação.

b.5 – Das vagas na Mesa e nas Comissões a que tem direito os partidos e Blocos Parlamentares

Tanto na Mesa, quanto nas Comissões, deve-se observar, tanto quanto possível, o princípio da proporcionalidade partidária. Então, cada
partido e bloco, a depender de seu tamanho, terá um número de vagas na mesa ou comissão. Para garantir essas vagas, os partidos e os
blocos precisam encaminhar os dados de seus membros para a realização do cálculo da representação proporcional até determinada
data.

Art. 12, § 10: Essas são as regras:

a) A formação do Bloco Parlamentar deverá ser comunicada à Mesa até o dia 1º de fevereiro do 1º (primeiro) ano da legislatura, com
relação as vagas nas Comissões.

A formação do Bloco Parlamentar deverá ser comunicada à Mesa até o 1º (primeiro) biênio de mandato da Mesa, e até o dia 1º de
fevereiro do 3º (terceiro) ano da legislatura, com relação ao 2º (segundo) biênio de mandato da Mesa

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a) Definições do art. 13.

Maioria - Constitui a Maioria o Partido ou Bloco Parlamentar integrado pela maioria absoluta dos membros da Casa. Se nenhuma
representação atingir a maioria absoluta, assume as funções regimentais e constitucionais da Maioria o Partido ou Bloco Parlamentar que
tiver o maior número de representantes.

Se você olhar o quadro da PÁGINA 14, a Maioria é o Bloco com 174 Deputados. Veja que, como nenhum bloco ou partido tem a maioria
absoluta da Casa (257 Deputados), a Maioria será o partido ou bloco com o maior número de membros.

Minoria – Considera-se Minoria a representação imediatamente inferior que, em relação ao Governo, expresse posição diversa da
Maioria.

CUIDADO: Minoria não é o menor partido. Minoria é o maior partido que diverge do partido ou bloco parlamentar que forma a Maioria.
DA MAIORIA E MINORIA Por exemplo: se a Maioria for favorável ao Governo, a Minoria será o maior partido ou bloco que diverge do Governo. Hoje é justamente
assim que está. A Maioria é favorável ao governo e a Minoria hoje é encabeçada pelo PL, conforme quadro da Página 14.

17
a) Das atribuições regimentais dos Líderes
Art. 10. O Líder, além de outras atribuições regimentais, tem as seguintes prerrogativas:

I - fazer uso da palavra, nos termos do art. 66, §§ 1º e 3º, combinado com o art. 89;
Art. 66, § 1º Em qualquer tempo da sessão, os Líderes, pessoalmente, ou mediante delegação escrita a Vice-Líder, poderão
fazer comunicações destinadas ao debate em torno de assuntos de relevância nacional.
Art. 66, § 3º O Presidente da Câmara dos Deputados poderá não designar Ordem do Dia para sessões ordinárias, que se
converterão em sessões de debates

Art. 89. As Comunicações de Lideranças a que se refere o § 1º do art. 66 deste Regimento destinam-se aos Líderes que queiram
fazer uso da palavra, por período de tempo proporcional ao número de membros das respectivas bancadas, que será de, no
mínimo, três minutos e, no máximo, dez minutos, cabendo à Liderança do Governo, da Minoria, da Oposição e da Maioria oito
minutos para cada uma, não permitidos apartes em qualquer caso.
Parágrafo único. É facultada aos líderes a cessão, entre si, do tempo, total ou parcial, que lhes for atribuído na forma deste
artigo
DOS LÍDERES
II - inscrever membros da bancada para o horário destinado às Comunicações Parlamentares;

III - participar, pessoalmente ou por intermédio dos seus Vice-Líderes, dos trabalhos de qualquer Comissão de que não seja membro, sem
direito a voto, mas podendo encaminhar a votação ou requerer verificação desta;

IV - encaminhar a votação de qualquer proposição sujeita à deliberação do Plenário, para orientar sua bancada, por tempo não superior
a um minuto;

V - registrar os candidatos do Partido ou Bloco Parlamentar para concorrer aos cargos da Mesa, e atender ao que dispõe o inciso III do
art. 8º;
Art. 8º Na composição da Mesa será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos Partidos ou Blocos
Parlamentares que participem da Câmara, os quais escolherão os respectivos candidatos aos cargos que, de acordo com o
mesmo princípio, lhes caiba prover, sem prejuízo de candidaturas avulsas oriundas das mesmas bancadas, observadas as
seguintes regras:
III - o resultado da eleição ou a escolha constará de ata ou documento hábil, a ser enviado de imediato ao Presidente da Câmara,
para publicação;

VI - indicar à Mesa os membros da bancada para compor as Comissões, e, a qualquer tempo, substituí-los
18
b) Dos tipos de Líderes e quantidade de Vice-Líderes

a.1 Líderes e Vice-Líderes de partidos ou blocos parlamentares

Art. 9º e § 4º Os Deputados são agrupados por representações partidárias ou de Blocos Parlamentares, cabendo-lhes escolher o Líder
quando a representação atender os requisitos estabelecidos no § 3º do art. 17 da Constituição Federal (cláusula de barreira). O Partido
que não atenda essa cláusula não terá Liderança, mas poderá indicar um de seus integrantes para expressar a posição do Partido no
momento da votação de proposições, ou para fazer uso da palavra, uma vez por semana, por cinco minutos, durante o período
destinado às Comunicações de Lideranças.

Veja CF Art. 17, § 3º - § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em
pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.

Art. 9º, § 1º e 6º Cada Líder poderá indicar Vice-Líderes, na proporção de um por quatro Deputados, ou fração, que constituam sua
representação, facultada a designação de um como Primeiro Vice-Líder. O quantitativo mínimo de Vice-Líderes previsto no § 1º será
calculado com base no resultado final das eleições para a Câmara dos Deputados proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral

Por exemplo, o PL, conforme quadro da página 14, tem 98 Deputados. Então, ele pode indicar até 25 Vice-líderes
(98/4 dá 24,5, mas aí você sempre arredonda para cima)

Art. 9º, § 2º e 3º A escolha do Líder será comunicada à Mesa, no início de cada legislatura, ou após a criação de Bloco Parlamentar, em
documento subscrito pela maioria absoluta dos integrantes da representação. Eles permanecerão no exercício de suas funções até que
nova indicação venha a ser feita pela respectiva representação.

Art. 9º, § 5º Os Líderes e Vice-Líderes não poderão integrar a Mesa.

19
a.2 Líder e Vice-Líderes da Maioria e Minoria

Art. 11-A. A Liderança da Minoria será composta de Líder e de nove Vice-Líderes, com as prerrogativas constantes dos incisos I, III e IV do
art. 10.
CUIDADO: Os Líder e Vice-Líderes da Minoria não têm as competências dos incisos II, V e VI.

§ 1º O Líder de que trata este artigo será indicado pela representação considerada Minoria.

§ 2º Os nove Vice-Líderes serão indicados pelo Líder da Minoria dentre os partidos que, em relação ao Governo, expressem posição
contrária à da Maioria.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo sem prejuízo das prerrogativas do Líder e Vice-Líderes do Partido ou do Bloco Parlamentar
considerado Minoria conforme o art. 13.
Ou seja, os partidos ou blocos parlamentares que fazem parte da Minoria continuam tendo as prerrogativas de Líder e Vice-
Líderes de partido ou bloco parlamentar.

a.3 Líder e Vice-Líderes do Governo

Art. 11. O Presidente da República poderá indicar Deputados para exercer a Liderança do Governo, composta de Líder e de 20 (vinte)
Vice-Líderes, com as prerrogativas constantes dos incisos I, III e IV do caput do art. 10 deste Regimento.

CUIDADO: Os Líder e Vice-Líderes do Governo não têm as competências dos incisos II, V e VI.

c) Do Colégio de Líderes

Art. 20. Os Líderes da Maioria, da Minoria, dos Partidos, dos Blocos Parlamentares e do Governo constituem o Colégio de Líderes.

§ 1º Os Líderes de Partidos que participem de Bloco Parlamentar e o Líder do Governo terão direito a voz, no Colégio de Líderes, mas não
a voto.
Por causa da composição do Bloco Parlamentar, os líderes de partidos que compõem o Bloco perdem o direito a voto. Quem
votará é o líder do Bloco.

20
§ 2º Sempre que possível, as deliberações do Colégio de Líderes serão tomadas mediante consenso entre seus integrantes; quando isto
não for possível, prevalecerá o critério da maioria absoluta, ponderados os votos dos Líderes em função da expressão numérica de cada
bancada.
Ou seja, os votos dos líderes valem tanto quantos forem os Deputados sob sua liderança.

DA INFIDELIDADE CF Art. 17, § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha,
PARTIDÁRIA formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
Ver Anexo ao fim do material
a) Das licenças previstas

Art. 235. O Deputado poderá obter licença para:

I - desempenhar missão temporária de caráter diplomático ou cultural;

II - tratamento de saúde;
Art. 236. Ao Deputado que, por motivo de doença comprovada, se encontre impossibilitado de atender aos deveres decorrentes
do exercício do mandato, será concedida licença para tratamento de saúde.
Parágrafo único. Para obtenção ou prorrogação da licença, será necessário laudo de inspeção de saúde, firmado por três
DAS LICENÇAS integrantes do corpo médico da Câmara, com a expressa indicação de que o paciente não pode continuar no exercício ativo de seu
mandato

III - tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão
legislativa;

IV - investidura em qualquer dos cargos referidos no art. 56, I, da Constituição Federal


STF MS 25.579 - O membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo de ministro de Estado
não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). (...) ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar
estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista, assim como às
exigências ético-jurídicas que a Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das Casas Legislativas estabelecem
como elementos caracterizadores do decoro parlamentar.

21
Além dessas, o § 1º prevê, ainda, que as Deputadas poderão ainda obter licença-gestante, e os Deputados, licença paternidade, nos
termos previstos no art. 7º, incisos XVIII e XIX, da Constituição Federal.

b) Restrições relativas a determinadas licenças

Art. 235, § 2º Salvo nos casos de prorrogação da sessão legislativa ordinária ou de convocação extraordinária do Congresso Nacional,
não se concederão as licenças para tratamento de saúde e para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que o
afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa nos períodos de recesso constitucional.

c) Da suspensão do prazo de licença durante os recessos, como regra

Art. 235,§ 3º Suspender-se-á a contagem do prazo da licença que se haja iniciado anteriormente ao encerramento de cada semiperíodo
da respectiva sessão legislativa, exceto na hipótese do inciso II quando tenha havido assunção de Suplente.
DAS LICENÇAS
Ou seja, se o Deputado tirou licença para tratar da saúde e houve a convocação de suplente é porque a licença foi superior a 120 dias.
Neste caso, mesmo durante o recesso, a licença continua sendo contada normalmente.
Agora, se tiver tirado qualquer outra licença ou tiver tirado licença para tratar da saúde sem a convocação de suplente, durante o recesso
ela para de correr e só volta a correr na volta aos trabalhos da Casa.

d) Da autoridade competente para a concessão das licenças

Art. 235, § 4º: Regra – Presidente da Câmara


Exceção - Licença para desempenhar missão temporária de caráter diplomático ou cultural – Neste caso é a Mesa que
decide.

e) Do requerimento da Licença

Art. 235, § 5º - A licença depende de requerimento fundamentado, dirigido ao Presidente da Câmara, e lido na primeira sessão após o seu
recebimento.

22
Art. 237. Em caso de incapacidade civil absoluta, julgada por sentença de interdição ou comprovada mediante laudo médico passado
por junta nomeada pela Mesa da Câmara, será o Deputado suspenso do exercício do mandato, sem perda da remuneração, enquanto
durarem os seus efeitos.
DA SUSPENSÃO DO
EXERCÍCIO DO MANDATO § 1º No caso de o Deputado se negar a submeter-se ao exame de saúde, poderá o Plenário, em sessão secreta, por deliberação da maioria
POR INCAPACIDADE DO absoluta dos seus membros, aplicar-lhe a medida suspensiva.
PARLAMENTAR
§ 2º A junta deverá ser constituída, no mínimo, de três médicos de reputada idoneidade profissional, NÃO pertencentes aos serviços da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.
a) Das hipóteses de Vacância

Art. 238. As vagas, na Câmara, verificar-se-ão em virtude de:


I - falecimento;
II - renúncia;
III - perda de mandato.

b) Da Renúncia

Art. 239. A declaração de renúncia do Deputado ao mandato:


1 - deve ser dirigida por escrito à Mesa
DA VACÂNCIA 2 - independe de aprovação da Câmara,
3 - somente se tornará efetiva e irretratável depois de lida no expediente ou disponibilizada no Diário da Câmara dos Deputados, o
que ocorrer primeiro.

Hipóteses equiparadas a renuncia

Art. 239, § 1º Considera-se também haver renunciado:

I - o Deputado que não prestar compromisso no prazo estabelecido neste Regimento;


II - o Suplente que, convocado, não se apresentar para entrar em exercício no prazo regimental.

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Lembre-se que:

Art. 4º, § 6º § 6º Salvo motivo de força maior ou enfermidade devidamente comprovados, a posse dar-se-á no prazo de 30 dias,
prorrogável por igual período a requerimento do interessado, contado:
I - da primeira sessão preparatória para instalação da primeira sessão legislativa da legislatura;
II - da diplomação, se eleito Deputado durante a legislatura;
III - da ocorrência do fato que a ensejar, por convocação do Presidente

Da declaração de vacância

Art. 239, § 2º A vacância, nos casos de renúncia, será declarada em sessão pelo Presidente.

c) Da perda do Mandato

DA VACÂNCIA c.1) Hipóteses que dependem da decisão da Maioria Absoluta da Casa (Efeitos Constitutivos da Decisão)

Art. 240. Perde o mandato o Deputado:


I - que infringir qualquer das proibições constantes do art. 54 da Constituição Federal;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;


CF Art. 55, § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado


Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda automática do mandato ou isso ainda dependerá de
uma deliberação (decisão) da Câmara ou do Senado, respectivamente?A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só,
para acarretar a perda automática do mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador?

1ª Turma do STF: DEPENDE.


• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será uma consequência lógica da
condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do
STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal não gera a perda
automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, da CF/88, se o condenado deverá ou
não perder o mandato.
24
2ª Turma do STF: NÃO. A perda não é automática. A Casa é que irá deliberar.
O STF apenas comunica, por meio de ofício, à Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal informando sobre a condenação do
parlamentar.
A Mesa da Câmara ou do Senado irá, então, deliberar (decidir) como entender de direito (como quiser) se o parlamentar irá perder ou não
o mandato eletivo, conforme prevê o art. 55, VI, § 2º, da CF/88.
Assim, mesmo com a condenação criminal, quem decide se haverá a perda do mandato é a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal.

Nestes casos, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados, em votação ostensiva e por maioria absoluta de seus
membros, mediante provocação da Mesa ou de partido com representação no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (Art. 240, §
1º)

c.2) Hipóteses que NÃO dependem da decisão da Maioria Absoluta da Casa (Efeitos Declaratórios). Nestes casos a Mesa Diretora apenas
declarará a perda do mandato.
DA VACÂNCIA
Art. 240. Perde o mandato o Deputado:
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa ordinária, à terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou
missão autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição Federal;

Nestes casos, a perda do mandato será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer Deputado, ou de Partido com
representação no Congresso Nacional, assegurada ao representado, consoante procedimentos específicos estabelecidos em Ato, ampla
defesa perante a Mesa.

25
c.3) Do processo para Cassação nas hipóteses dos incisos I e VI

Art. 240, § 3º A representação, nos casos dos incisos I e VI, será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania,
observadas as seguintes normas

I - recebida e processada na Comissão, será fornecida cópia da representação ao Deputado, que terá o prazo de 5 sessões para apresentar
defesa escrita e indicar provas;

II - se a defesa não for apresentada, o Presidente da Comissão nomeará defensor dativo para oferecê-la no mesmo prazo;

III - apresentada a defesa, a Comissão procederá às diligências e à instrução probatória que entender necessárias, findas as quais proferirá
parecer no prazo de 5 sessões, concluindo pela procedência da representação ou pelo arquivamento desta; procedente a representação,
a Comissão oferecerá também o projeto de resolução no sentido da perda do mandato;

DA VACÂNCIA IV - o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, uma vez lido no expediente, publicado no Diário da Câmara dos
Deputados e distribuído em avulsos, será incluído em Ordem do Dia.

26
a) Considerações sobre os tipos de Suplência

O suplente pode ocupar a vaga que surgiu na Câmara dos Deputados, passando, a partir deste momento a ser um Deputado efetivo.
No entanto, o mais comum é apenas a substituição temporária, até que o titular volte de seu afastamento ou licença.

b) Do prazo para convocação do suplente pela Mesa e dos casos em que isso ocorre

Art. 241. A Mesa convocará, no prazo de 48 horas, o Suplente de Deputado nos casos de:

I - ocorrência de vaga;

II - investidura do titular nas funções de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária.

III - licença para tratamento de saúde do titular, desde que o prazo original seja superior a 120 dias, vedada a soma de períodos para esse
DA CONVOCAÇÃO DE efeito, estendendo-se a convocação por todo o período de licença e de suas prorrogações
SUPLENTE
c) Da volta do Deputado licenciado quando da convocação de Suplente

Art. 235, § 6º O Deputado que se licenciar, com assunção de Suplente, não poderá reassumir o mandato antes de findo o prazo, superior
a cento e vinte dias, da licença ou de suas prorrogações.

d) Da recusa do suplente

Art. 241, § 1º Assiste ao Suplente que for convocado o direito de se declarar impossibilitado de assumir o exercício do mandato, dando
ciência por escrito à Mesa, que convocará o Suplente imediato.

27
e) Do prazo para o Suplente assumir o cargo – Art. 241, § 2º

Regra – Quando convocado, o suplente terá o prazo de 30 dias, prorrogável por igual período a seu requerimento, contado da ocorrência
do fato que ensejou sua convocação pelo Presidente. Se não assumi nesse prazo, perderá direito à suplência, sendo convocado o Suplente
imediato.

Exceção – Esse prazo não corre quando ele renuncia à convocação, quando ele está com doença comprovada que o impossibilite a cumprir
os deveres do cargo ou, ainda, quando estiver ocupando função de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado,
do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária. Nesses casos ele não perde a
suplência.

f) Do surgimento de vaga e da inexistência de suplentes


DA CONVOCAÇÃO DE
SUPLENTE Art. 242. Ocorrendo vaga mais de 15 meses antes do término do mandato e não havendo Suplente, o Presidente comunicará o fato à
Justiça Eleitoral para que seja realizada eleição para preenchê-la.

g) Das proibições relativas ao suplente que apenas está substituindo temporariamente outro Deputado.

Art. 243. O Suplente de Deputado, quando convocado em caráter de substituição, não poderá ser escolhido para:

- os cargos da Mesa ou de Suplente de Secretário,


- Presidente ou Vice-Presidente de Comissão
- integrar a Procuradoria Parlamenta
- Ouvidor-Geral ou Ouvidor-Substituto
- Corregedor ou Corregedor Substituto
- Procuradora da Mulher ou Procuradora Adjunta ou
- Coordenadora-Geral dos Direitos da Mulher ou Coordenadoras Adjuntas
DO DECORO PARLAMENTAR Art. 244. O deputado que praticar ato contrário ao decoro parlamentar ou que afete a dignidade do mandato estará sujeito às
penalidades e ao processo disciplinar previstos no Código de Ética e Decoro Parlamentar, que definirá também as condutas puníveis

28
Simulado
1) O Deputado deve apresentar-se à Câmara durante a sessão legislativa ordinária ou extraordinária, para
participar das sessões do Plenário e das reuniões de Comissão de que seja membro, além das sessões conjuntas
do Congresso Nacional, sendo-lhe assegurado o direito, nos termos deste Regimento, de oferecer proposições
em geral, discutir e deliberar sobre qualquer matéria em apreciação na Casa, integrar o Plenário e demais
colegiados e neles votar e ser votado.

2) O comparecimento efetivo do Deputado à Casa será registrado diariamente, sob responsabilidade da Mesa e
da presidência das Comissões. O comparecimento às sessões de deliberação será feito mediante registro
eletrônico até o encerramento da Ordem do Dia ou, se não estiver funcionando o sistema, pelas listas de presença
em Plenário.

3) Para afastar-se do território nacional, o Deputado deverá dar prévia ciência à Câmara, por intermédio da do
seu Partido, indicando a natureza do afastamento e sua duração estimada.

4) O Deputado apresentará à Mesa, para efeito de posse e antes do término do mandato, declaração de bens e
de suas fontes de renda, importando em crime de responsabilidade a inobservância deste preceito.

5) O Deputado que se afastar do exercício do mandato para ser investido em cargo de Ministro fará comunicação
escrita à Casa, bem como ao reassumir o lugar.

6) É de 30 dias o prazo para o Deputado reassumir o exercício do mandato, quando exonerado de cargo a que se
refere o caput, sob pena de sua omissão tipificar falta de decoro parlamentar.

7) Desde a posse, os Deputados não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.

8) A incorporação de Deputados às Forças Armadas, embora militares dependerá de licença da Câmara, exceto
em tempo de guerra, quando a convocação é obrigatória.

9) Os Deputados não poderão, desde a expedição do diploma, ser proprietários, controladores ou diretores de
empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
remunerada.

10) O Deputado que se desvincular de sua bancada perde, para efeitos regimentais, o direito a cargos ou funções
que ocupar em razão dela.

11) Os ex-Deputados Federais, além de livre acesso ao Plenário, poderão utilizar-se do serviço de reprografia
mediante prévia autorização do Presidente da Câmara.

12) Deputado poderá obter licença para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que o
afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por legislatura.

13) O Deputado que se licenciar, com assunção de Suplente, não poderá reassumir o mandato antes de findo o
prazo, superior a cento e vinte dias, da licença ou de suas prorrogações.

14) Ao Deputado que, por motivo de doença comprovada, se encontre impossibilitado de atender aos deveres
decorrentes do exercício do mandato, será concedida licença para tratamento de saúde. Para obtenção ou
prorrogação da licença, será necessário laudo de inspeção de saúde, firmado por três integrantes do corpo
médico da Câmara, com a expressa indicação de que o paciente não pode continuar no exercício ativo de seu
mandato.

1
15) As vagas, na Câmara, verificar-se-ão em virtude de falecimento, renúncia e por perda de mandato.

16) A declaração de renúncia do Deputado ao mandato deve ser dirigida por escrito à Mesa e depende de
aprovação da maioria simples da Câmara.

17) Perde o mandato o Deputado que deixar de comparecer, em cada Legislatura, à terça parte das sessões
ordinárias da Câmara, salvo licença ou missão autorizada.

18) A perda do mandato no caso em que o Deputado perde os direitos políticos dependerá da decisão da maioria
absoluta dos membros da Casa.

19) Assiste ao Suplente que for convocado o direito de se declarar impossibilitado de assumir o exercício do
mandato, dando ciência por escrito à Mesa, que convocará o Suplente imediato.

20) Em regra, o Suplente que, convocado, não assumir o mandato no prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30,
perde o direito à suplência, sendo convocado o Suplente imediato.

21) Ocorrendo vaga mais de quinze meses antes do término do mandato e não havendo Suplente, o Presidente
comunicará o fato à Justiça Eleitoral para realização de novas eleições.

22) O Suplente de Deputado, quando convocado em caráter de substituição, não poderá ser escolhido para ser
membro de comissão.

23) Herculano é Deputado Federal e está sendo submetido a processo que poderá levá-lo à perda do mandato.
Em face dessa situação, Herculano pretende renunciar ao mandato eletivo. Nessa situação hipotética,
considerando o que estabelece o direito brasileiro, a renúncia de Herculano terá seus efeitos suspensos e só será
aceita se não for decretada a perda do mandato.

24) A imunidade parlamentar, prevista no texto constitucional, assegura aos deputados e aos senadores o pleno
exercício de sua liberdade de expressão em todas as circunstâncias em que vierem a expressar opiniões, palavras
e votos.

25) A garantia constitucional da imunidade parlamentar material depende da conexão existente entre o
desempenho da função legislativa e as opiniões, as palavras e os votos emitidos pelos parlamentares.

26) A imunidade material parlamentar, quanto a palavras e opiniões emitidas fora do espaço do Congresso
Nacional, pressupõe a presença de nexo de causalidade entre a suposta ofensa e a atividade parlamentar.

27) A imunidade parlamentar material prescinde de nexo funcional.

28) Conhecido deputado federal realizou discurso ofensivo à primeira-dama, atribuindo-lhe qualidades
pejorativas, na tribuna da Câmara dos Deputados. No dia seguinte, um jornalista negro, de emissora baiana de
rádio, entrevistou o deputado em seu estúdio, ao vivo, quando o parlamentar passou a ofender o jornalista, em
relação à sua raça, origem e orientação sexual. Nesse contexto, considerando as garantias fixadas pela
Constituição Federal aos congressistas e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a

a) A imunidade material pode ser estendida para aquelas pessoas ofendidas por parlamentar beneficiado pela
imunidade, desde que se trate de resposta imediata à injúria sofrida.

b) competência do Supremo Tribunal Federal para quaisquer ações se manteria ainda que o parlamentar estivesse
licenciado para o desempenho do cargo de diretor presidente de autarquia federal.

c) imunidade parlamentar não se aplica ao caso envolvendo o jornalista, por se tratar de crime de injúria racial
ou de racismo, o qual possui previsão constitucional expressa e regulamentação própria.

2
d) imunidade parlamentar material elide a responsabilização criminal do congressista em ambos os casos, mas
não impede a responsabilização civil por dano material.

d) imunidade parlamentar processual permite que a casa do Congresso Nacional decida pela sustação das ações
penais por crimes cometidos por parlamentar, mesmo antes da diplomação.

29) Suponha que um Senador da República esteja sendo entrevistado por uma rádio, com transmissão ao vivo, e
ele, ao se manifestar publicamente, veio a cometer um crime de calúnia contra um cidadão comum. Considerando
essa situação hipotética, nos termos da Constituição e do entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores,
é correto afirmar que o Senador não poderá ser preso em flagrante, mas poderá responder processo criminal, se
as palavras caluniosas não foram proferidas em razão do mandato.

30) Segundo a Constituição Federal e o entendimento do STF, no tocante à possibilidade de os Deputados


Federais e Senadores serem submetidos à prisão processual, é correto afirmar que os parlamentares somente
podem ser presos por flagrante de crime inafiançável, podendo a respectiva Casa legislativa, pelo voto aberto da
maioria absoluta de seus membros, revogar ou manter a prisão.

31) Os Deputados são agrupados por representações partidárias ou de Blocos Parlamentares. Todos os partidos,
independentemente da representação, terão direito a indicar líderes.

32) Cada Líder de partido ou bloco parlamentar poderá indicar Vice-Líderes, na proporção de um por quatro
Deputados, ou fração, que constituam sua representação, facultada a designação de um como Primeiro Vice-
Líder.

33) O Partido que não atenda as regras de cláusula de barreira não terá Liderança, mas poderá indicar um de seus
integrantes para expressar a posição do Partido no momento da votação de proposições, ou para fazer uso da
palavra, uma vez por semana, por cinco minutos, durante o período destinado às Comunicações de Lideranças.

34) Os Líderes e Vice-Líderes não poderão integrar a Mesa.

35) O Líder do Governo, além de outras atribuições regimentais, poderá indicar à Mesa os membros da bancada
para compor as Comissões, e, a qualquer tempo, substituí-los.

36) Registrar os candidatos do Partido ou Bloco Parlamentar para concorrer aos cargos da Mesa é uma das
atribuições do Líder da Minoria.

37) Os nove Vice-Líderes serão indicados pelo Líder da Minoria dentre os partidos que, em relação ao Governo,
expressem posição contrária à da Maioria.

38) O Bloco Parlamentar terá, no que couber, o tratamento dispensado por este Regimento às organizações
partidárias com representação na Casa.

39) Não será admitida a formação de Bloco Parlamentar composto de menos de três décimos dos membros da
Câmara.

40) A agremiação que integrava Bloco Parlamentar dissolvido, ou a que dele se desvincular, não poderá constituir
ou integrar outro na mesma Legislatura.

41) A agremiação integrante de Bloco Parlamentar não poderá fazer parte de outro concomitantemente.

42) Constitui a Maioria o Partido ou Bloco Parlamentar integrado pela maioria absoluta dos membros da Casa,
considerando-se Minoria a representação imediatamente inferior que, em relação ao Governo, expresse posição
diversa da Maioria.

43) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios, sobre sua organização e funcionamento
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e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, autorizada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem a obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária.

44) Conforme matéria sumulada, a perda do mandato em razão da desfiliação partidária não se aplica aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário.

45) Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem
do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de
outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido
para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao
rádio e à televisão.

GABARITO
questão Gabarito Fundamento art. questão Gabarito Fundamento art. questão Gabarito Fundamento art.
1 V 226, I 16 F 239 31 F 9
2 V 227, II 17 F 240, III 32 V 9º, § 1º
3 F 228 18 F 240, § 2º 33 V 9º, § 4º
4 F 229 19 V 241, § 1º 34 V 9º, § 5º
5 V 230 20 V 241, § 2º 35 F 11
6 F 230, § 3º 21 V 242 36 F 11-A
7 F 231, § 2º 22 F 243 37 V 11-A, § 2º
8 F 231, § 6º 23 V CF 55, § 4º 38 V 12, § 1º
9 F 231, § 8º, II, a 24 F Ver Jurisprudências 39 F 12, § 3º
10 V 232 25 V Ver Jurisprudências 40 F 12, § 8º
11 V 234, i 26 V Ver Jurisprudências 41 V 12, § 9º
12 F 235, iii 27 F Ver Jurisprudências 42 V 13
13 V 235, § 6º 28 A Ver Jurisprudências 43 F CF 17, § 1º
14 V 236 29 V Ver Jurisprudências 44 V Ver Jurisprudências
15 V 238 30 V Ver Jurisprudências 45 V CF 17, § 6º

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ANEXO – FIDELIDADE PARTIDÁRIA

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