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À MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

REPRESENTAÇÃO Nº________, DE 2022

A CASERNA, Associação Civil sem fins Lucrativos, inscrita no CNPJ: 29.598.742/0001-42,


com endereço físico no SCS, Quadra 02, Bloco “C”, Sala 225, Ed. São Paulo/Asa Sul, CEP: 70.314-
900/Brasília-DF, por meio de seu Diretor Conselheiro, CARLOS VICTOR FERNANDES VITÓRIO,
brasileiro, solteiro, Cabo da Polícia Militar do Distrito Federal, com matrícula funcional nº
732.130/9, inscrito no CPF: 083.569.536-00, que a esta subscreve, vem perante Vossa
Excelência, com base no artigo 63, II e §§ 1º e 2º, da Lei Orgânica do Distrito Federal, nos artigos
18; 39, § 1º, VI e XIII; 42, i, 3 e § 1º, III; 50; 63, V; 67, VI; 153, § 3º; e 248 do Regimento Interno
da Câmara Legislativa do Distrito Federal e nos artigos 3º, I, II, III, IV, VIII e IX; 6º, I, VIII, IX, XI e
XV, 14, I e II, 15, 16 do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito
Federal, apresentar:

REPRESENTAÇÃO POR QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR


em desfavor do Excelentíssimo Senhor REGINALDO ROCHA SARDINHA (AVANTE),
Deputado Distrital, brasileiro, com endereço na Praça Municipal, Quadra 2, Lote 5, Zona Cívico-
Administrativa, Câmara Legislativa do Distrito Federal, Gabinete: 05, segundo andar, CEP:
70.094-902- Brasília/DF, por práticas, em tese, incompatíveis com o exercício do mandato
parlamentar.

Requer-se que a presente representação seja encaminhada ao Conselho de Ética e


Decoro Parlamentar desta Casa, para que esta adote as medidas previstas no Código de Ética e
Decoro Parlamentar, no Regimento Interno e na Lei Orgânica, conforme o que relatado a seguir:

I – DOS FATOS:

No dia 15 de fevereiro de 2022, na Sessão Ordinária na Câmara Legislativa do Distrito


Federal, estavam em pauta dois projetos de leis que beneficiavam os servidores da Polícia Civil:

• Auxílio-alimentação igual aos pagos aos militares Distritais; e


• Auxílio-fardamento, indenização típica dos agentes públicos militares.

Por ocasião de tais pleitos, a galeria da Casa Legislativa Distrital estava repleta de
servidores policiais civis, os quais, em pleno direito, acompanhavam a votação.

Nesse quadro, ao tomar fala, o Deputado Distrital, de primeiro mandato, REGINALDO


ROCHA SARDINHA (AVANTE), expressou-se da seguinte maneira (1:06:48 a 1:09:27 1):

“Eu concordo com o nosso líder de governo, Deputado Hermeto, concordo em fazer a
comissão, Deputado Roosevelt, solicitou irmos até o Governador, para que a gente possa
lutar pelos direitos, igualar, né? Então nós vamos pedir ao Governador que ele crie
também uma escola para o policial civil. Eu também quero pedir ao Governador que ele,
além da escola, a gente tenha um plano de saúde pago totalmente pelo GDF e ainda
tenha um hospital para nós, da Polícia Civil. Vou pedir também ao Governador, redução
de imposto de renda, redução de INSS, né? A diferença do auxílio-alimentação que
sempre foi a maior. Então assim, licença-prêmio, traslado de R$ 1.300, R$ 1.000 quando
vão para a reserva, né? Gente, cada instituição tem a sua peculiaridade, se a PM e o
Bombeiro precisar da ajuda do Deputado Sardinha, eu vou ajudar, porque a segurança
pública, agora eu defendo a minha casa que é a Polícia Civil, como defendo o sistema
prisional onde passei 23 anos da minha vida trabalhando, como defendo o
socioeducativo que que a gente tem e que faz o mesmo trabalho no Sistema. A Polícia
Civil está sendo judiada, castigada. Esse discurso de que tudo que a polícia civil, almeja,
a PM e o bombeiro quer, isso é coisa do passado, porque se formos igualar, a balança

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está pesando muito mais para a PM e pro bombeiro, então não vamos entrar nessa vibe,
porque depois de Joaquim Roriz, a Polícia Civil só teve perdas, perdas e perdas, né?
Tivemos ainda a infelicidade de termos um governador chamado Rodrigo Rollemberg,
que sepultou de vez a Polícia Civil quando iniciou um movimento de, éééé,
desequiparação salarial com a Polícia Federal, nós somos equiparados à Polícia
Federal, não é a PM nem ao bombeiro. Agora, nos sentimos orgulhosos toda vez que
a PM quer ser igual a Polícia Civil, vai ter concurso aí, quem quiser passar para a Polícia
Civil se inscreva no concurso, né? Acredito aí que o Doutor Robson vai apertar na banca,
para passar só mesmo policiais civis verdadeiros, né Doutor Robson? Então, estamos aí
à disposição, então, eu participo aí da comissão, como participei com a comissão de
aumento salarial de coração que o Deputado Roosevelt fez. Toda a vez que a gente for
chamado tratar de segurança pública a gente tá aqui de pé e ordem para servir. Só isso
senhor presidente”.

Isto é, ao que parece, em clara contradição, defendia o auxílio-alimentação da civil nos


mesmos valores pagos aos militares, bem como a criação auxílio-fardamento, indenização
tipicamente militar, tendo, para isso, como justificativa a tesa da busca por equiparação com a
Polícia Federal, mesmo os agentes da Polícia Federal não fazendo jus a tais verbas.

Melhor dizendo, em defesa de igualdade da Polícia Civil para com a Polícia Federal, o
parlamentar apoiou a extensão de direitos militares aos policiais civis, contudo, para tanto, sem
uma lógica aparente, frisou que a Polícia Civil é equiparada à Polícia Federal, não à Polícia Militar
ou ao Bombeiros Militar.

Ainda, ao que faz crer, em tom de provocação, de produção de animosidade


desnecessária, disse-se orgulhoso toda vez que a Polícia Militar (falando sobre a instituição
Policial Militar, não sobre seus agentes) quer ser igual a Polícia Civil.

Quem quer parecer com quem, se a luta era por direitos idênticos aos dos militares?

Após essa primeira exposição, em uma outra oportunidade, teoricamente, o Deputado


Distrital REGINALDO ROCHA SARDINHA vai além, passando professar um verdadeiro discurso
de ódio, injuriando grupo determinado de pessoas determinadas, bem como a incitar conflito
entre agentes da segurança pública (2:35:29 a 2:36:49 2):

“Deputado Hermeto, os recalcados das instituições pegaram uma fala minha, cortaram
e tão jogando aí no grupo. Recalcados! Vossa Excelência sabe que eu respeito muito a
Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militar, tenho parentes militares, familiares
militares, irmão militares que cresceram comigo militares, e sabe do respeito que eu

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tenho pela instituição, agora os recalcados, os recalcados que ficam aí o tempo todo
atacando a polícia civil, é que eu falo para eles: quer ser policial civil, faça concurso, são
instituições totalmente diferentes. Eu nunca vim aqui falar que nós não temos auxílio
moradia, e quantos policiais civis paga aluguel? Eu nunca que vim aqui falar que a Polícia
Militar e o Corpo de Bombeiros tem escola e a gente não tem, eu nunca fiquei jogando
isso na cara, puxando a PM e o Bombeiro para, como eu passei 23 anos da minha vida
vendo a PM ou o Bombeiro querer puxar a polícia civil para baixo. Bom, então se os
recalcados querem ser policial civil, que façam concurso. Agora, quem é policial militar
de verdade e bombeiro de verdade, tem meu respeito”.

Falas tais que, acredita-se, fogem do resguardo do que se convencionou chamar de


inviolabilidade material, ferindo, assim, a ética e o decoro parlamentar.

II – DO DIREITO:

1. Das possíveis “fake news”:

O fenômeno, cada vez mais crescente, do compartilhamento desenfreado de notícias


falsas, as assim chamadas “fake news”, assim como de técnicas de desinformação, põem em
xeque a legitimidade e correto andamento do pleito eleitoral, acirra sectarismos, instila a divisão
social, gera níveis preocupantes de instabilidade política e mesmo representa, cada vez mais,
ameaças concretas para a democracia e o funcionamento regular de suas instituições
estruturantes.

Razão essa que fez, inclusive, mesmo com o veto do Governador, a Câmara Legislativa
promulgar a Lei 6.377/2019, a qual dispõe acerca de veiculação, no âmbito do Distrito Federal,
de propaganda enganosa ou de fatos inverídicos na rede mundial de computadores, estabelece
sanções e dá outras providências.

Sendo assim, também na política a verdade deve prevalecer sobre a mentira.

Ocorre que, em suas manifestações plenárias, o Deputado Distrital REGINALDO


ROCHA SARDINHA (AVANTE), induziu a sociedade distrital em grave erro na interpretação da
realidade (1:06:48 a 1:09:27 3):

“ (...). Eu concordo com o nosso líder de governo, Deputado Hermeto, concordo em fazer
a comissão, Deputado Roosevelt, solicitou irmos até o Governador, para que a gente
possa lutar pelos direitos, igualar, né? Então nós vamos pedir ao Governador que ele crie
também uma escola para o policial civil. Eu também quero pedir ao Governador que ele,

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além da escola, a gente tenha um plano de saúde pago totalmente pelo GDF e ainda
tenha um hospital para nós, da Polícia Civil. Vou pedir também ao Governador, redução
de imposto de renda, redução de INSS, né? A diferença do auxílio-alimentação que
sempre foi a maior. Então assim, licença-prêmio, traslado de R$ 1.300, R$ 1.000 quando
vão para a reserva, né? (...).

Primeiramente, cabe ressaltar que a organização e manutenção das forças de segurança


pública do Distrito Federal é de Competência da União, não do Governo do Distrito Federal:

Constituição Federal de 1988:

Art. 21. Compete à União:

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

Sendo assim, diferentemente do que apresenta o Deputado Distrital REGINALDO


ROCHA SARDINHA, a permissão à criação de escola para “os militares” decorre de Lei Federal,
não Distrital, sendo as despesas pagas com recursos da União, não do Distrito Federal:

Lei 12.086/2009:

Art. 118. Nos termos da legislação distrital, poderá o Governo do Distrito Federal manter
instituições de ensino de sua rede pública de educação básica sob a orientação e
supervisão do Comando da Polícia Militar do Distrito Federal e do Comando do Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal, com vistas no atendimento dos dependentes de
militares das Corporações e integrantes do Sistema de Segurança Pública do Distrito
Federal e da população em geral.

Art. 120. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei serão atendidas à conta das
dotações consignadas no Fundo Constitucional do Distrito Federal, constantes do
orçamento-geral da União.

Não havendo tal possibilidade na Lei Federal que trata da organização e manutenção da
Polícia Civil (Lei 4.878/1965 e Lei 9.264/1996).

No mais, não há vagas para cada filho do policial militar, como o afirmado pelo
parlamentar deixa transparecer, ao contrário, por exemplo, no ano de 2021, no Colégio
Tiradentes, foram ofertadas 150 vagas para o 6º ano do ensino fundamental e 50 para cada série
do ensino médio. A comunidade, em geral, também pode participar do processo seletivo para
disputar 10% do total de vagas oferecidas.
Ou seja, não é só ao dependente do militar, cabendo a oportunidade ao do policial civil
também, basta estudar e passar no “concurso”.

Com relação “ao plano de saúde dos militares”, mais uma vez o Deputado Distrital
REGINALDO ROCHA SARDINHA desinforma a população:

Lei 10.486/2002:

Art. 32. A assistência médico-hospitalar, médico-domiciliar, odontológica, psicológica e


social ao militar e seus dependentes será prestada por intermédio de organizações do
serviço de saúde da respectiva Corporação, com recursos consignados em seu
orçamento, conforme dispuser em regulamento próprio a ser baixado pelo Governo do
Distrito Federal.

Art. 33. Os recursos para assistência médico-hospitalar, médico-domiciliar,


odontológica, psicológica e social ao militar e seus dependentes também poderão provir
de outras contribuições e indenizações, nos termos dos incisos II e III do caput do art. 28
desta Lei.

§ 1º A contribuição para a assistência médico-hospitalar, psicológica e social é de 2%


a.m.(dois por cento ao mês) e incidirá sobre o soldo, quotas de soldo ou a quota-tronco
da pensão militar.

§ 2º A contribuição de que trata o § 1o deste artigo poderá ser acrescida de até 100%
(cem por cento) de seu valor, para cada dependente participante do Fundo de Saúde,
conforme regulamentação do Comandante-Geral de cada Corporação.

§ 3º As contribuições e indenizações previstas no caput deste artigo serão destinadas à


constituição de um Fundo de Saúde, que será regulamentado pelo Comandante-Geral de
cada Corporação.

§ 4º A indenização pela prestação de assistência médico-hospitalar aos dependentes de


que trata o caput deste artigo, não poderá ser superior, conforme regulamentação do
Comandante-Geral de cada Corporação:

a) a 20% (vinte por cento) do valor da despesa para os dependentes do 1o grupo;

b) a 40% (quarenta por cento) do valor da despesa para os dependentes do 2o grupo;

c) a 60% (sessenta por cento) do valor da despesa para os dependentes do 3o grupo;


d) ao valor máximo de apenas uma remuneração ou proventos do posto ou da
graduação do militar, considerada a despesa total anual, para todas as situações deste
parágrafo.

Art. 66. As despesas decorrentes da aplicação do disposto nesta Lei, com exceção das
relativas aos militares dos ex-Territórios Federais do Amapá, Rondônia e de Roraima e
dos inativos e Pensionistas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do antigo
Distrito Federal, correrão a conta das Transferências a Estados, Distrito Federal e
Municípios - Governo do Distrito Federal - Recursos sob supervisão do Ministério da
Fazenda, constantes do Orçamento da União.

Os recursos empregados para isso são da União, não do Distrito Federal, no mais, há
coparticipação dos militares no custeamento, podendo chegar, este custeamento, em até 60%
do valor efetivamente gasto.

No que tange ao “Hospital”, cabe relembrar que o mesmo não serve somente aos
militares, contribuindo à saúde de toda a população do Distrito Federal, basta verificar a
existência do Decreto 40.547/2020.

Já sobre o imposto de renda, cuida-se de tributo de competência exclusiva da União,


tanto com relação aos servidores militares quantos os civis da segurança pública do Distrito
Federal, nada podendo o Governador fazer com relação a isso:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

III - renda e proventos de qualquer natureza;

No mesmo sentido é o INSS, de modo que tantos os militares como os civis da segurança
pública do Distrito Federal são disciplinados por Lei Federal (Decisão 7.996/2009 do Tribunal de
Contas do Distrito Federal).

Um dos vinte quatro legisladores distritais não pode alegar escusa com relação à
unidade política nem quanto ao sujeito responsável pela iniciativa propositiva de tais leis,
principalmente quando há tamanha clareza constitucional de quem vem a ser tais
responsabilidades.

Com esse discurso, subjetivamente, falacioso, ao que parece, tenta o parlamentar


responsabilizar o Governador do Distrito Federal de algo que a Constituição a ele não conferiu
poder, tenta, talvez, gerar a desestabilidade do Governo Local, inclusive, com um sentimento de
aversão entre as principais forças armadas de segurança pública do Distrito Federal.
Em tempos como o que se vive a população mundial, as autoridades públicas deveriam
buscar a cooperação entre os da sociedade, objetivar o fim das hostilidades e da predisposição
a “rixas” entre instituições públicas, em principal as armadas, promover a paz, não o incentivo
pelas “guerras”.

2. Dos limites à imunidade material parlamentar:

A Lei Orgânica do Distrito Federal, em relação simétrica para com a Constituição Federal,
prevê que os Deputados Distritais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos:

Art. 61. Os Deputados Distritais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

O referido dispositivo jurídico, que é uma prerrogativa da função parlamentar, ganha o


nome de imunidade parlamentar, pois torna o parlamentar excluído da incidência de certas
normas gerais.

No entanto, a imunidade não é prevista para gerar um privilégio ao indivíduo que se


encontra no desempenho de mandato parlamentar, mas sim com o objetivo de assegurar o livre
exercício desse mandato e prevenir ameaças ao funcionamento do Poder Legislativo.

Ou seja, como as demais garantias constitucionais, a imunidade parlamentar também


tem alcance limitado, limitando-se este ao seu objetivo, isto é, entende-se que o ato do
parlamentar, para ser absorvido pela prerrogativa, deve ter sido praticado em conexão direta
com o exercício do seu mandato.

Sendo assim, se não houver relação entre as palavras e o exercício da função


parlamentar, o deputado será tratado como outro cidadão qualquer, sendo responsabilizado
pelo que disse em todas as esferas jurídicas, não incidindo a imunidade prevista no artigo 61 da
Lei Orgânica Distrital.

A imunidade não pode servir de manto protetor para ofensas pessoais sem relação com
as funções parlamentares, razão pela qual, com sabedoria, as normas distritais vêem a
possiblidade de cassação do mandato daquele deputado que caminhar em desencontro para
com o decoro parlamentar (art. 14, II, do Código de Ética e Decoro Parlamentar dos Deputados
Distritais):

Art. 14. O Deputado Distrital será punido com a perda do mandato em caso de:
II – prática de quaisquer atos contrários à ética e ao decoro parlamentar capitulados no
art. 63 da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Do caso em tela, depreende-se que o Deputado Distrital REGINALDO ROCHA SARDINHA


(AVANTE), ao que parece, se utilizou do sagrado púlpito do Parlamento Distrital, por ocasião de
um sentimento íntimo, para promover insultos à parte dos militares do Distrito Federal (vídeo
em anexo – fala das 2:35:29 às 2:36:49 4):

“(...) Eu nunca que vim aqui falar que a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros tem escola
e a gente não tem, eu nunca fiquei jogando isso na cara, puxando a PM e o Bombeiro
para baixo, como eu passei 23 anos da minha vida vendo a PM ou o Bombeiro querer
puxar a Polícia Civil para baixo. Bom, então se os recalcados querem ser policial civil,
que façam concurso. Agora, quem é policial militar de verdade e bombeiro de verdade,
tem meu respeito”.

A alegação é totalmente subjetiva, desconexa de qualquer causa fática, imbuída única e


exclusivamente em uma vontade de depreciar seres humanos militares.

Ora, o referido parlamentar viveu 23 anos vendo a PM e/ou o Bombeiro querer puxar a
Polícia Civil para baixo e nada fez?

Não se utilizou dos aparatos democráticos à investigação deste fato aparentemente


criminoso?

Ele, enquanto parlamentar, não teria autoridade para fiscalizar este quadro absurdo de
antidemocracia?

Em verdade, indica-se, que não há pressuposto fático a ampara suas falas, tratando-se
de mera criação fantasiosa para justificar à sociedade ofensas à uma parte dos policiais e
bombeiros militares do Distrito Federal.

Lembrar que, o referido parlamentar passou, ao que faz perceber de sua fala, 19 anos
de sua vida, como cidadão comum, nutrindo um sentimento de mágoa e rancor por parcela dos
militares distritais; já agora, no exercício do mandato, tenta usar das sagradas prerrogativas
parlamentares para promover ofensas à parcela do eleitorado e desordem pública, ao gerar
animosidade entre os principais braços armados da segurança pública do Distrito Federal (polícia
civil x polícia e bombeiros militares).

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Nada justifica tamanha ofensa e humilhação a ser humano algum, quanto mais àqueles
que se dedicaram, mesmo em época pandêmica, alguns com a própria vida, à segurança pública
distrital, sempre em atendimento às necessidades da população, sempre portando-se de forma
a promover orgulho de ser policial e bombeiro militar.

Não se deve permitir o uso das prerrogativas constitucionais para atacar e vilipendiar
adversários, ainda mais os servidores das organizações militares distritais, os quais sempre estão
imbuídos em servir e proteger, independentemente da simpatia ou antipatia de quem os
demande.

No mais, aqui vale citar o Ilustre Comandante da Polícia Militar do Distrito Federal,
Coronel VASCONCELOS, sobre tal contexto:

“orgulho de ser policial militar”.

3. Do decoro parlamentar distrital:

Decoro é o mesmo que agir com decência e pudor, seguindo as normas morais e éticas
previstas em uma sociedade. Quando se diz que uma pessoa age com decoro significa que se
comporta de forma correta, do ponto de vista da moral e ética vigente em determinado grupo
ou sociedade.

A falta de decoro, por outro lado, se refere ao comportamento oposto, ou seja, agir sem
respeito, dignidade e compostura em situações onde está é adequada.

Decoro parlamentar, por sua vez, consiste no comportamento exemplar que é esperado
dos representantes políticos. Em âmbito distrital, as regras comportamentais referentes ao
decoro dos legisladores estão previstas no Regimento Interno da Câmara Legislativa.

Caso haja a chamada “quebra de decoro”, ou seja, o parlamentar infrinja uma das regras
de conduta, este deverá ser punido, correndo o risco de perder o seu mandato, assim como
determina o inciso II, artigo 63 da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Sendo à Câmara Legislativa a responsável por organizar as votações que servem para
julgar e cassar o mandato do representante político que agir de modo declaradamente
incompatível com o decoro parlamentar.

4. Do processo por quebra de decoro parlamentar distrital:

Conquanto se discuta, no âmbito do Poder Judiciário, acerca do alcance da imunidade


parlamentar sobre a manifestação de opiniões, palavras e votos, certo é que, tal blindagem, nos
termos do caput do art. 53 da Constituição da República, diz respeito à responsabilidade penal
e civil, não se referindo à responsabilidade político-disciplinar.

Compete ao Conselho de Ética aferir em que medida o Representado atuou em respeito


aos preceitos éticos que devem nortear a atuação parlamentar.

A imunidade material parlamentar não pode servir de manto protetor para incitações à
desordem pública, o que em nada guarda relação com as funções parlamentares, razão pela
qual, com sabedoria, as normas distritais vêm a possiblidade de cassação do mandato daquele
deputado que fira o decoro parlamentar:

Lei Orgânica do Distrito Federal:

Art. 63. Perderá o mandato o Deputado Distrital:

II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento


interno, o abuso das prerrogativas asseguradas ao Deputado Distrital ou a percepção
de vantagens indevidas.

Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal:

Art. 18. Os procedimentos incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar e as


medidas e o processo disciplinares são os definidos no Código de Ética e Decoro
Parlamentar da Câmara Legislativa, observado o disposto no art. 50. (Artigo com a
redação da Resolução nº 208, de 11/5/2004.)

Art. 39. À Mesa Diretora incumbe a direção dos trabalhos legislativos e dos serviços
administrativos estabelecidos neste Regimento Interno.

§ 1º Na direção dos trabalhos legislativos, cabe especialmente à Mesa Diretora:

VI – aplicar aos Deputados Distritais:

a) as medidas disciplinares previstas no Código de Ética e Decoro Parlamentar;

XIII – receber representações, denúncias ou notícias de infração ao Código de Ética e


Decoro Parlamentar contra Deputado Distrital, oferecidas pelo Corregedor, por
parlamentar, por comissão permanente, por qualquer cidadão ou por entidades
representativas da sociedade civil. (Inciso acrescido pela Resolução nº 208, de
11/5/2004.)
Art. 50. A Corregedoria da Câmara Legislativa é exercida por um Deputado Distrital,
eleito para o cargo de Corregedor na mesma data da eleição dos Presidentes das
Comissões Permanentes, para mandato de um ano, permitida a recondução. (Artigo com
a redação da Resolução nº 263, de 26/2/2013.)

§ 1º Compete ao Corregedor da Câmara Legislativa: (Parágrafo com a redação da


Resolução nº 208, de 11/5/2004.)

I – zelar pelo decoro parlamentar, a ordem e a disciplina no âmbito da Casa;

II – realizar investigação prévia acerca de qualquer notícia de infração ao Código de Ética


e Decoro Parlamentar, observando-se, quanto aos prazos, o disposto nos parágrafos
seguintes;

§ 2º Distribuída pela Mesa Diretora a representação, a denúncia ou a notícia de infração


ao Código de Ética e Decoro Parlamentar, o Corregedor notificará, no prazo de um dia,
o investigado para prestar esclarecimentos no prazo de dez dias úteis. (Parágrafo com a
redação da Resolução nº 208, de 11/5/2004.) 15

§ 3º Findo o prazo do investigado, com ou sem os esclarecimentos solicitados, o


Corregedor proferirá, no prazo de quinze dias úteis, parecer prévio opinativo à Comissão
de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. (Parágrafo
acrescido pela Resolução nº 208, de 11/5/2004.)

§ 4º Expirado o prazo de que trata o parágrafo anterior, com ou sem parecer prévio do
Corregedor, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro
Parlamentar poderá, com base na cópia de que trata o art. 153, § 3º, iniciar o
procedimento previsto no Capítulo VI do Código de Ética e Decoro Parlamentar, sem
prejuízo de ulteriores diligências da Corregedoria, as quais, uma vez concluídas, serão
remetidas à comissão. (Parágrafo acrescido pela Resolução nº 208, de 11/5/2004.)

§ 5º O descumprimento dos prazos concedidos ao Corregedor para notificar o


investigado e emitir parecer prévio, além de configurar a infração prevista no art. 6°,
inciso VII, do Código de Ética e Decoro Parlamentar, não prejudica a iniciativa da
Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar para
atuar na forma do parágrafo anterior. (Parágrafo acrescido pela Resolução nº 208, de
11/5/2004.)

§ 6º No caso de arguição de suspeição ou impedimento do Corregedor para atuar no


feito, será escolhido Corregedor ad hoc, mediante eleição em Plenário, em sessão
específica para o caso, a ser realizada até a sessão seguinte à sessão em que se deu a
arguição, observando-se, no que couber, o parágrafo único do art. 188. (Parágrafo
acrescido pela Resolução nº 208, de 11/5/2004.)
§ 7º O Corregedor não pode ser membro efetivo ou suplente da Comissão de Defesa dos
Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. (Parágrafo acrescido pela
Resolução nº 285, de 2017.)

Art. 63. Compete à Comissão de Constituição e Justiça:

V – proceder ao exame dos aspectos constitucionais, legais e jurídicos do parecer da


Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar, em
caso de pena de perda do mandato de Deputado Distrital;

Art. 67. Compete à Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro
Parlamentar:

VI – adotar as providências dispostas no Código de Ética e Decoro Parlamentar,


observado o disposto no art. 50. (Inciso com a redação da Resolução nº 208, de
11/5/2004.)

Art. 153. Toda proposição recebida pela Mesa Diretora e lida em Plenário, após datada
e numerada, será publicada no Diário da Câmara Legislativa

§ 3º Recebida a representação, denúncia ou notícia de que trata o art. 39, § 1°, inciso
XIII, será determinada a leitura imediata em Plenário pelo Deputado que estiver
presidindo a sessão e, após autuada, far-se-á a distribuição, em até dois dias, ao
Corregedor, com cópia autenticada e na íntegra para a Comissão de Defesa dos Direitos
Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. (Parágrafo acrescido pela Resolução
nº 208, de 11/5/ 2004.)

Art. 248. A Mesa Diretora fará manter a ordem e a disciplina no edifício da Câmara
Legislativa e suas adjacências. Parágrafo único.

Se algum membro da Câmara Legislativa, no âmbito da Casa, cometer qualquer excesso


que mereça sanção disciplinar, o Presidente da Câmara Legislativa conhecerá do fato e
determinará à Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro
Parlamentar que promova abertura de sindicância ou inquérito.

A regular o procedimento por quebra de decoro parlamentar, tem-se o Código de Ética


e Decoro Parlamentar dos Deputados Distritais:

Art. 1º Este Código regula a conduta ética e o decoro parlamentar dos Deputados
Distritais à Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O qual estabelece, dentre outras coisas, que:


Art. 2º No exercício do mandato, o Deputado Distrital deve atender às prescrições
constitucionais, legais e regimentais, além das contidas neste Código, sujeitando-se aos
procedimentos e medidas disciplinares nele previstas.

A imunidade parlamentar é uma garantia constitucional, contudo, deve ser utilizada nos
limites das prescrições impostas pela Carta, não podendo ser utilizada com abuso.

Ou seja, apesar da imunidade, nem tudo é permitido aos parlamentares. Essa forma
ampla de liberdade de expressão é limitada pela linha que caracteriza o crime.

É o que aparentemente se verifica quando o Deputado Distrital REGINALDO


ROCHA SARDINHA chama parte da população do Distrito Federal de “recalcados” (2:35:29 a
2:36:49 5):

“Deputado Hermeto, os recalcados das instituições pegaram uma fala minha, cortaram
e tão jogando aí no grupo. Recalcados! Vossa Excelência sabe que eu respeito muito a
Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militar, tenho parentes militares, familiares
militares, irmão militares que cresceram comigo militares, e sabe do respeito que eu
tenho pela instituição, agora os recalcados, os recalcados que ficam aí o tempo todo
atacando a polícia civil, é que eu falo para eles: quer ser policial civil, faça concurso, são
instituições totalmente diferentes. Eu nunca vim aqui falar que nós não temos auxílio
moradia, e quantos policiais civis paga aluguel? Eu nunca que vim aqui falar que a Polícia
Militar e o Corpo de Bombeiros tem escola e a gente não tem, eu nunca fiquei jogando
isso na cara, puxando a PM e o Bombeiro para, como eu passei 23 anos da minha vida
vendo a PM ou o Bombeiro querer puxar a polícia civil para baixo. Bom, então se os
recalcados querem ser policial civil, que façam concurso. Agora, quem é policial militar
de verdade e bombeiro de verdade, tem meu respeito”.

O artigo 3º do referido Código de Ética traz, dentre outros, os seguintes deveres


fundamentais do Deputado Distrital:

Art. 3º São deveres fundamentais do Deputado:

II – respeitar e defender a Constituição da República Federativa do Brasil, a Lei Orgânica


do Distrito Federal, as leis e o Estado Democrático de Direito;

III – empenhar-se na defesa dos interesses dos cidadãos;

IV – exercer o mandato, com respeito à vontade popular;

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https://www.youtube.com/watch?v=XbEc00WS3BE&t=9531s
VIII – tratar as autoridades, os servidores da Câmara e demais cidadãos com respeito,
discrição e urbanidade compatível com a dignidade parlamentar;

IX – observar as regras de boa conduta, os preceitos deste Código e o Regimento Interno.

Quanto à democracia (art. 3º, II), esta não existe sem a participação popular, sem a
crítica popular. Um parlamentar deve responder às questões feitas pela sociedade, não ofender
indivíduos, chamando-os de “recalcados”.

Às vezes se esquecem que quando os constituintes se reuniram para elaborar o texto


que hoje rege toda a nação, eles queriam se afastar de regimes autoritários, observados no
mundo, que torturaram e mataram milhares de militantes, não defender agentes do Estado das
críticas populares.

Com relação ao interesse dos cidadãos e à vontade popular (art. 3º, III e IV), inexistem
ao dizer, sem prova alguma, que os “recalcados” ficam aí o tempo todo atacando a polícia civil?
Incitar provocações entre órgãos armados não atende interesse algum da coletividade, ao
contrário, pode gerar caos e derramamento de sangue.

Sobre respeito, discrição e urbanidade aos cidadãos e observância de regras de boa


conduta (art. 3º, VIII e IX), não há nem o que se comentar, basta verificar o conceito de
“recalcado”, bem como ter a mínima consciência do que uma acusação desprovida de um
mínimo de coerência fática é capaz de gerar (“os recalcados que ficam aí o tempo todo atacando
a polícia civil”).

Há aparente abuso da imunidade material conferida ao congressista quando age dessa


maneira, subjetivamente, odiosa.

O artigo 6º do referido Código de Ética, por sua vez, dentre outros, informa os atos
contrários à ética e ao decoro parlamentar:

Art. 6º Constitui procedimento incompatível com a ética e o decoro parlamentar:

I – o abuso das prerrogativas institucionais, legais e regimentais;

VI – utilizar-se de meios ou recursos da Câmara Legislativa em benefício pessoal ou para


atos estranhos ao mandato;

VIII – fazer referências caluniosas a outro Deputado em debates, pronunciamentos ou


através dos meios de comunicação, ou usar em discursos palavras que firam o decoro;
IX – incitar o público das sessões do Plenário, de forma a induzi-lo a tomar atitudes que
comprometam a incolumidade de parlamentares, de servidores ou de instalações físicas
da Câmara Legislativa;

XI – praticar ofensas físicas ou morais a qualquer pessoa no edifício da Câmara ou


desacatar, por atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão e respectivos
presidentes;

XV – instigar populares, concorrendo para atos que desacatem ou agridam outros


parlamentares.

O abuso da aparente imunidade (art. 6º, I) já fora, em tópico anterior, aqui apresentado.

Incitar animosidade entre órgãos armados pode ser conceituado ato estranho à
finalidade do mandato (art. 6º, VI), é o que parece ter havido por diversas vezes:

Agora, nos sentimos orgulhosos toda vez que a PM quer ser igual a Polícia Civil, vai ter
concurso aí, quem quiser passar para a Polícia Civil se inscreva no concurso, né?

Acredito aí que o Doutor Robson vai apertar na banca, para passar só mesmo policiais
civis verdadeiros, né Doutor Robson?

os recalcados que ficam aí o tempo todo atacando a polícia civil.

quer ser policial civil, faça concurso.

Eu passei 23 anos da minha vida vendo a PM ou o Bombeiro querer puxar a polícia civil
para baixo. Bom, então se os recalcados querem ser policial civil, que façam concurso.

A aparente incitação, ato estranho à finalidade do mandato (art. 6º, VI), indica-se, foi
tão eficaz que outro parlamentar, Deputado Hermeto, chamou os “recalcados” de terroristas do
WhatsApp (2:35:44 6):

“Concerta isso, deputado, são terroristas do WhatsApp”.

Caluniar, difamar e injuriar são ações que ferem o decoro, agridem moralmente a pessoa
(art. 6º, VI e XI), aparentemente, afirmar que um grupo determinado de pessoas ataca à Polícia
Civil pode ser entendido como calúnia ou difamação (ver INQ 4781-STF); já adjetivar como
“recalcados”, às vezes ficar injúria.

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Acredita-se, ainda, que diante do comportamento do parlamentar, houve vaias ao
parlamentar Roosevelt Vilela, o que interrompeu até seu pronunciamento na casa (art. 6º, IX e
XV)

De modo que, após a descrição de tantos aparentes comportamentos indecorosos,


talvez fosse as vezes da adoção de uma das seguintes medidas disciplinares:

Art. 11. O Deputado Distrital que infringir as regras deste Código, assegurado amplo
direito de defesa, está sujeito as seguintes medidas disciplinares:

I – advertência;

II – censura;

III – perda do mandato.

Para isso, levando-se em consideração a gravidade das teóricas condutas


desrespeitosas:

Art. 14. O Deputado Distrital será punido com a perda do mandato em caso de:

II – prática de quaisquer atos contrários à ética e ao decoro parlamentar capitulados no


art. 63 da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Por fim, cabe ressaltar que o parlamentar, assim como qualquer agente público, deve
obediência aos princípios da administração pública, trazidos no art. 37 da Constituição.
Portanto, os integrantes do poder legislativo estão submetidos aos princípios da administração
pública, e a quebra do decoro parlamentar, mais que uma infração funcional, afronta o princípio
da moralidade pública.

III – DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, REQUER-SE o recebimento desta petição, pois dentro das formalidades
legais exigidas (art. 16 do Código de Ética e Decoro Parlamentar dos Deputados Distritais), bem
como o cumprimento do rito pertinente, de modo que, dentro do devido processo legal, se
possa verificar a procedência deste pedido de QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR por parte
do Deputado Distrital, de primeiro mandato, REGINALDO ROCHA SARDINHA.

Nestes termos, pede-se o deferimento.

Brasília, 21 de fevereiro de 2022.


CARLOS VICTOR FERNANDES VITÓRIO

Presidente da Associação CASERNA,

CNPJ: 29.598.742/0001-42

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