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Cara, fui chamado de cara.

Para o deputado, Branchieri é vossa excelência. Aqui não tem moleque.


Sou policial de carreira e represento, sim, a categoria dos agentes da segurança pública.
A minha história não pode ser menosprezada. Eu não posso ser achincalhado.
Justamente por um deputado que toda hora se vitimiza e entra na comissão de ética, porque
em tese foi agredido.
Então, se é para chamar um outro parlamentar de cara.
Então vamos abrir aqui campo aberto e pede para sair. Quem for o último.
Não pode ser chamado de cara.
Um deputado e digo mais, eu represento sim, os agentes da segurança pública, porque eu sou
policial, não vim aqui fazer posar de a ou b.
Eu sou policial.
Eu prendi muita gente, muitos homicidas que matavam pretos pobres na periferia.
Dizer que ao meu lado solta presos, justamente o deputado que defende o grupo que queria
explodir o aeroporto de Brasília com um caminhão com combustível.
Que depredou a praça dos 3 poderes, que queria um golpe de estado no 8 de janeiro que tem
aqui Adriano da Nóbrega, homenageado pelo Bolsonaro na Câmara dos deputados, miliciano
que morreu atirando contra o bope da Bahia.
Que tem o Ronnie Lessa, vizinho do Bolsonaro, que assassinou Marielle Franco?
Que tem também Fabrício Queiroz, das rachadinhas, que tem o Élcio Queiroz, que foi o
motorista.
Do caso do homicídio da Marielle, todos bolsonaristas, todos ligados a essa lógica.
Vão esquecer também da Vovó do tráfico, Maria Aparecida Firmo Ferreira. Sabe quem é ela?
Vovó da Michelle Bolsonaro, que foi homenageada aqui por essa casa.
Ah, mas é só avó dela que era a Vovó do tráfico, então tá Maria das graças Firmo Ferreira.
Sabem quem é? A mãe da Michelle homenageada por essa casa por alguns parlamentares.
Que foi inclusive investigada por falsidade ideológica. Ah, não estão satisfeitos? João Batista,
afirmo, Ferreira, sabe quem é? Tio da Michelle Bolsonaro, miliciano preso no Distrito Federal.
E é esse tipo de gente que defende esse tipo de gente que quer dizer o que que o policial pode
ou não falar aqui em defesa da categoria, como se eles defendessem os policiais.
A extrema-direita bolsonarista não gosta de polícia, gosta de milícia.
Não gosta do bom policial, gosta de jagunço.
E policial tem que entender isso porque, por exemplo, Branchieri, o deputado Branchieri
defende reforma da previdência que tirou a integralidade. Paridade dos policiais, defende a
PEC 32, que queria retirar a estabilidade dos servidores públicos e dos policiais. Inclusive ele
falou isto aqui, “de onde vai vir o dinheiro” Nós que pagamos. “Querem promoção para todo o
mundo.” Debochou ainda da demanda.
Dos agentes da segurança pública e dos servidores.
Curioso, porque eu pago ICMS eu sou policial.
Eu pago IPVA. Eu pago imposto de renda, que inclusive vai para a receita estadual, para
pagamento de salários. Então, de certa forma, os policiais e servidores públicos e agora,
inclusive os aposentados que têm que fazer a sua contribuição para a previdência, também
pagam essa conta. Que história é essa? Que trabalhador não paga a conta que é só mega
empresário que paga a conta? Mais respeito à história de cada um.
Porque enquanto eu prendia pessoas, o Branchieri estava numa sala de aula e eu nem sei que
professor que ele é, porque afinal de contas, não sei se ele continua dando aula, né? Para se
colocar como professor.
Mas eu quero saber quem o Branchieri já aprendeu para dizer que eu não posso falar de
segurança pública? E ele sim, tem toda autonomia para falar sobre isso.
Mais respeito deputado e para o senhor, é vossa excelência, muito obrigado.

Boa tarde, colegas deputados e deputadas. Boa tarde à população que nos assiste pela TV
assembleia.
No dia 18 de abril do corrente ano, por ocasião da escuta de um cidadão em assuntos gerais
na comissão de educação, cultura, desporto, ciência e tecnologia, quando contestei, com
diversos exemplos para demonstrar o quanto cometer apologia ao ódio em redes sociais na
internet, proferiu infeliz um exemplo infeliz que veio a causar muita indignação aos deputados e
deputados presentes na reunião. E por isso, quero aqui formalmente me desculpar. Já estive
nesta tribuna anteriormente, no mesmo dia antes mencionado.
E no mesmo sentido, porém, entendo que devo deixar explicitado e sem qualquer dúvida, o
meu profundo arrependimento por conta do uso do mausinado paradigma e apresentar as
minhas escusas para com os deputados e deputadas que compõem a comissão de educação,
cultura, desporto, ciência e tecnologia, sublinhando que cometiam um equívoco pelo qual me
retrato em relação aos meus Nobres pares, reitero o que já declarei na reunião daquela
comissão, que tenho muito respeito e apreço para com os deputados e deputadas.
Que legitimamente foram eleitos e eleitas para estarem nesta casa e que nossas divergências
se situam sempre no elevado plano político. Muito obrigado, boa tarde.

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