Você está na página 1de 4

Senhor Presidente da CM

Senhores Vereadores

Venho por este meio demonstrar e verbalizar a minha indignação face a


alguns acontecimentos ocorridos na última sessão da AM de SCD.

Não é meu apanágio, no respeito pelo princípio da separação de poderes e


das decisões dos órgãos deliberativos, pronunciar-me há cerca das
reuniões da AM.

Efectivamente, nessa reunião, no PAOD, dois deputados municipais com a


conivência do Sr. Presidente da AM e do Presidente da CM, que deviam ser
os defensores da legalidade, dos regulamentos e do regimento, tudo
fizeram, nada disseram e tudo consentiram. Uns e outros.

Fizeram Oposição à Oposição, facto único em 46 anos de Democracia. Com


actividade e formação política regular desde os meus dezasseis anos de
idade, filho de um lutador antifascista que me introduziu no respeito pela
diferença de opiniões e da importância do espírito crítico, nunca tinha visto
nada assim.

Ensinam os clássicos que a quem governa compete governar, a quem não


governa, compete opor-se. Pois o que se passou foi quem governa a
perguntar a quem se opõe qual era o seu projecto? O nosso projecto já foi
apresentado e não foi sufragado por uma larga maioria dos
santacombadenses que sufragaram as propostas do PS. Nesta hora, quem
tem de prestar contas é o PS, não é a Coligação! Este exercício mental,
aparentemente abnóxio, é de facto maldoso. É mau para a Democracia.

Um deputado solicitou e conseguiu por no ar uma versão áudio, da minha


intervenção, ao arrepio da lei, violação clara de princípios fundamentais de
Direito, configurando ABUSO DE PODER, punível por lei. Não perguntaram
ao visado se a peça podia ser ouvida. Não! Quis-se deliberadamente expô-
lo ao ridículo! Não conseguiram caros jovens turcos.

Outro Deputado, reinterpretando de forma abusiva, extensiva e


descontextualizada uma proposta de apoio às instituições pós covid onde
se fala de “manutenção de equipamentos”, face a outra, relacionada com a
aquisição de serviços de manutenção de um relvado e votada como
abstenção (imaginem se fosse votada contra!!!), relativa à mesma
instituição, teve o pejo de afirmar que a instituição julgaria as minhas
opções, fazendo-se porta-voz da mesma, como se de um julgamento na
praça pública se tratasse. Não conhecia manifestamente os antecedentes e
os pressupostos que conduziram ao processo da minha votação. Não
estudou. Trazia antes um extracto da acta que transportou qual troféu
diligentemente ao Sr. Presidente da CM…que aceitando-o em mão, o leu,
uma vez mais desrespeitando o regimento e a lei, para expor à irrisória o
adversário. Foi muito feio!

Belos democratas tem esta AM. Já não vos chega a Maioria. Querem a
unanimidade, ou melhor o unanimismo!

Usei, na altura e nos termos regimentais, a Defesa da Minha Honra, porque


não admito a ninguém, muito menos a esses embeberes deputados, que no
êxtase das suas sábias afirmações, ponham em causa valores que demorei
muito a construir.

Também como eles pratiquei esses erros, desvelos próprios de quem anda
nestas lides há pouco tempo, orquestrados por um qualquer treinador de
bancada de segunda categoria, escondido ao fundo da sala, com o
telemóvel em riste.

Nessa mesma reunião aconteceram coisas muito estranhas. Uma deputada,


com experiência, usou da palavra no ponto da Prestação de Contas, sem
falar de um único item ou fazer uma pergunta acerca do tema, mas antes
para efectuar uma declaração política. Espante-se! Não foi sequer
interpelada e interrompida pela mesa.

Foi ainda falada a utilização pelos vereadores de viatura municipal para


deslocações no concelho para o exercício do seu mandato autárquico,
prevista na alínea j) do nº 1do Art. 5º do Estatuto dos Eleitos Locais.

Sempre fizemos as deslocações no cumprimento da lei e sem prejudicar a


sua disponibilidade prioritária por serviço autárquico de qualquer unidade
operativa.
Foi com o apoio dela, que tive Senhor Presidente, a humildade de lhe
agradecer essa facilidade logística logo na 1ª ou 2ª vez que a utilizámos. Foi
com ela que fomos à Sabgal ouvir o empresário, que nos pediu apoio para
a ligação da EDP ao PT, mas foi do meu telemóvel que efectuei as chamadas
para quem de direito, para ajudar a resolver o problema.

Andei 4 anos do 1º mandato, a pagar do meu próprio bolso viagens de ida


e volta entre SCD e a minha residência para estar presente em sessões
solenes sem nunca ter apresentado, na maior parte das vezes, qualquer
pedido de apoio.

Fui eu que na crise dos Khamov em 2014 fui a Lisboa falar com então 1º
ministro e sensibilizá-lo para a nossa causa e não fui em nenhum carro da
autarquia, mas no meu.

Durante sete anos foram muitas as viagens que efectuei em serviço do


município, para tratar de assuntos do Município e ou dos Munícipes, com o
apoio da família, de amigos e de outras pessoas e nunca apresentei
facturas.

Poderia estar aqui a falar largos minutos acerca desse trabalho.

É com o acesso à viatura, que nos permitimos ouvir e estar com as


populações, escutar os seus problemas e os levamos às reuniões de CM.

Deve-se comparar o que é e deva ser comparável. De outra forma estão-se


a subverter as questões.

Não sou mentiroso! Já menti. Todos já mentimos uma vez na vida. Mas não
admito campanhas orquestradas pelo “apparatchik socialista” do tipo
“Quem se mete com o PS apanha”.

Acalmem-se, não conseguiram! É manifestamente errada a notícia sobre o


meu assassinato político.

Só para concluir, deveriam é começar por estar preocupados com a falta de


sono que irão ter em breve, quando descobrirem, que destruir o carácter
de uma pessoa, não é a solução. Na vida como na política, não vale tudo!
Por último, também se pode verificar que existem quatro PS’s – o PS do Sr.
Leitão, o PS do Dr. Leonel, o PS do Dr. João Tomáz e o PS do Dr. José Rui. É
que não gostei mesmo nada de ver o símbolo do PSD virado ao contrário,
como não gostaria de ver espinhos no símbolo da rosa do PS.

Foi isso que também aprendi com Lauro Gonçalves, um dos grandes
Democratas deste concelho.

Você também pode gostar