A 3 de janeiro de 2019, A vendeu a B, observada a forma
legalmente prescrita, a fração autónoma de que era titular, pelo
preço de 100.000 €. A aquisição foi, de imediato, registada.
1. Imagine que o negócio era fictício, tendo como único
proposto dissipar o património de A perante os credores. Dois anos e meio após, B vendeu o imóvel em causa a C, que conheceu o negócio fictício um mês após a aquisição, sendo certo que, ao tempo da outorga do negócio A-B, apenas sabia da existência de dificuldades financeiras de A. Cinco meses após, Aníbal tomou conhecimento da venda a Clotilde e instaura, de imediato, uma ação de simulação (que registou a 2 de janeiro de 2022) no sentido de reaver o prédio em causa. Terá razão?
2. Suponha agora que o preço efetivamente pago por B foi de
200.000 €. Dois anos volvidos, D adquiriu o imóvel em apreço a B. Quem é o proprietário do prédio imediatamente após o segundo negócio?
3. Sucede, por fim, que B (com quem A mantinha uma relação
extraconjugal) entregou a este - perante o notário - o valor em causa, que, por sua vez, lhe tinha sido previamente entregue por A. Meio ano volvido, Berta vendeu o prédio a H. X, credor de Aníbal, 30 meses após a primeira venda, instaura uma ação de nulidade dos negócios em causa e regista-a de imediato. Terá êxito?