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Caso Prático

Ana celebrou um contrato com Miguel no qual se declarou que, caso a Ana se decidisse
a vender a sua casa sita em Benavila, Avis, daria prioridade de escolha nessa venda a
Miguel. Este negócio foi formalizado por documento particular, tendo sido somente
assinado pela Ana e, no qual, foi também expressamente referido que se conferia
eficácia absoluta quanto aos seus efeitos. Passados três meses da outorga do contrato
supra mencionado, Ana notifica Miguel com a intenção saber se aquele estaria
interessado em adquirir a sua casa em Benavila por EUR. 175.000,00, tendo 5 dias para
oferecer resposta, caso contrário caducaria o seu direito de preferência. Miguel não
ofereceu resposta alguma a tal notificação. Dois meses após tal facto Ana outorgou com
João um contrato-promessa de compra e venda, no qual Ana prometeu vender a sua
casa em Benavila pelo preço de EUR. 150.000,00. Este contrato-promessa foi
formalizado por escritura pública, tendo João entregue a Ana, a título de sinal, EUR.
90.000,00. Um mês depois, Ana e João celebram o definitivo contrato de compra e
venda da dita casa, tendo Miguel só nesse dia tomado conhecimento de tal facto.

Quid iuris?

Caso Prático

Camila celebrou um contrato com Lara, a 1 de fevereiro de 2016, onde esta se


comprometia perante aquela a vender-lhe um apartamento que possuía em Lisboa que
se encontrava arrendado a Ana há 6 anos, pelo preço de 200.000,00 euros.

Camila referiu que para a aquisição teria de se financiar junto de uma instituição
bancária, mas que entregava na data a celebração do contrato e a título de sinal a
quantia de 50.000,00 euros.

Atendendo à situação acima descrita, responda de forma justificada e com


fundamentação legal às seguintes questões:

a) Qual a forma que deve revestir o contrato celebrado entre Camila e Lara com
eficácia real e com eficácia meramente obrigacional?
b) Suponha que Lara agenda a escritura definitiva para dia 2 de Março de 2016 e
Camila aparece no cartório refrindo que não poderá celebrar o contrato porque
não conseguiu financiamento no banco e pretende agora que Lara lhe devolva,
em singelo, os 50.000,00 euros que entregou a título de sinal. Terá Camila razão?
c) Imagine agora que, afinal, o negócio definitivo se realizou e Lara vendeu o
referido apartamento a Camila, sem ter comunicado a Ana este negócio. Poderá
esta reagir? Como?

Caso Prático

Amélia reside numa quinta e Bernardo é seu vizinho. Devido a falta de cuidado por parte
de Bernardo, o muro que divide as duas quintas, a de Amélia e de Bernardo, muro esse
da propriedade de Bernardo, encontra-se na iminência de ruir.

Preocupado com o prejuízo que a queda do muro pode representar para Bernardo,
Amélia decide, na ausência daquele, mandar arranjar e pintar o muro. Para o efeito,
Amélia contratou Carlos para fazer o serviço, tendo-lhe pago à hora e comprou os
materiais necessários para a empreitada.

Tudo somado, Amélia gastou 750 euros.

O que Amélia desconhecia era que Bernardo pretendia na realidade deitar o referido
muro abaixo e substituí-lo por uma sebe.

Nas imediações e no decurso das referidas obras, Amélia apercebe-se da existência de


um furo de água efectuado por Bernardo e, aproveitando, efectua uma ligação de água
para a sua casa, sendo que a partir dessa data passou a mudar semanalmente a água da
sua piscina, não causando com isso qualquer prejuízo para o consumo de Bernardo.

Quando este regressou, Amélia exige-lhe o reembolso das despesas que efectuou com
a reparação do muro.

Já Bernardo, quando descobre a ligação de água feita por Amélia, exige ser
“indemnizado”.

Com base nos factos acima expostos, enquadre legalmente a atuação de Amélia e quais
as consequências legais que podem advir para si provenientes da sua conduta e explique
em que termos assistirá, ou não, razão para Bernardo ser “indemnizado” nos termos em
que peticiona.

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