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COLECTÂNEA

3.º ANO

Dezembro de 2008
Departamento de Formação Curricular e Valorização Cívica
Caro colega,

Uma vez mais a AAFDL procura na época que se aproxima, proporcionar-te uma
ferramenta de apoio para os exames. Para o efeito seleccionámos um conjunto
homogéneo de testes e exames das actuais cadeiras de 3º ano. Não obstante da
exaustiva selecção, os materiais não estarão , na totalidade, de acordo com a actual
reestruturação de diversas cadeiras, como sendo Direito da Família, uma vez que só
no corrente ano lectivo a cadeira foi semestralizada.

Esperamos que esta colectânea te possa auxiliar na preparação e estudo para os


exames, contudo, devemos advertir que a recolha dos mesmos, não abarca todas as
questões passíveis de serem colocadas em exame e não vincula as equipas
docentes.

Por fim, resta agradecer a todos os que colaboraram e ajudaram a reunir todo o
material desta compilação.

Boa Sorte e Bons Exames!

Formação Curricular e Valorização Cívica

Dezembro de 2008
Direito da Família e das
Sucessões

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Hipótese 2
Amélia e Bruno contraíram casamento civil em Maio de 2004, tendo previamente
celebrado convenção na qual estipularam o regime de separação de bens, com
excepção do imóvel onde fosse fixada a residência conjugal. Amélia e Bruno fixam
essa residência num imóvel que Amélia herdara de seu pai.
Em Janeiro de 2006, Amélia contratou com Carlos a instalação de uma antena
parabólica no referido imóvel e celebrou um contrato-promessa de compra e venda de
um prédio rústico que comprara no ano anterior.

Hipótese 3

António e Berta casaram em 1991, tendo previamente celebrado convenção


antenupcial, na qual estipularam o seguinte:
a) O regime de bens será o da comunhão geral;
b) No caso de divórcio, a partilha será efectuada com base nas regras de
comunhão de adquiridos.
Em 1996, António e Berta compraram o imóvel Y por 4000: ½ do preço foi pago com
dinheiro doado por António a Berta, na constância do matrimónio, e ½ com dinheiro
que foi emprestado a ambos, também na constância do matrimónio.
Em 1998, António doou a Tavares um automóvel, que fora comprado por Berta em
1997, mas que era usado exclusivamente por António na sua actividade profissional
de cobrador de “dívidas difíceis”.
Em 2004, António comprou o imóvel X por 6000, em cumprimento de um contrato-
promessa celebrado entre ele e Zulmira há 15 anos. Um terço do preço foi pago com
dinheiro que António levara para o casamento e dois terços com dinheiro
correspondente a um prémio que Berta obtivera no Euromilhões.
Em 2005, António e Berta requereram o divórcio por mútuo consentimento.
O imóvel X valia 10.000.
O imóvel Y valia 10.000.
Estava por pagar o dinheiro emrpestado para pagar o imóvel e, nesta altura, a dívida
do mútuo, grantida por hipoteca, era de 1500 (capital e juros).
O automóvel, que valia 1000 em 1997 e 900 em 1998, vale agora 500.
Qual o valor que caberá a cada um dos cônjuges na partilha?

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HIPÓTESE 5

Alberto e Berta casaram em Março de 1995, tendo previamente celebrado convenção


antenupcial na qual dispunham o seguinte:

“1.º Queremos o regime de separação para todos os nossos bens, à excepção do


apartamento em Lisboa, propriedade da nubente Berta e que passará a ser comum.
2.º O nubente doa a Berta, e esta aceita, um faqueiro de prata.”

Em Janeiro de 1997, aproveitando uma ausência de Alberto no estrangeiro, Berta


resolve fazer obras de beneficiação no apartamento de Lisboa que fora desde o
casamento a casa de morada de família: manda substituir a alcatifa por mármore,
forrar os tectos com madeira de carvalho e pintar as paredes de azul.

Ao esvaziar as gavetas da secretária do marido, Berta descobre uma carta em que


Alberto confessava ter tido um filho, Carlos, em 1993, embora a paternidade nunca
tivesse chegado a ser estabelecida.

Profundamente chocada, Berta abandona, de imediato, o lar conjugal e intenta acção


de divórcio litigioso contra Alberto, o qual regressa em Abril, ficando estupefacto
com o estado em que se encontra a casa, comentando com a família e os amigos que a
mulher deve ter enlouquecido, pelo que em reconvenção pede também o divórcio.

Questões:

• Em que regime de bens estão casados Alberto e Berta?


• Quem é responsável pelas dívidas resultantes das obras no apartamento de
Lisboa e que ascendem a 15.000 euros?
• Terá Berta fundamento para intentar acção de divórcio litigioso contra
Alberto? E este contra Berta?
• Caso o divórcio venha a ser decretada, poderá Berta manter direito ao faqueiro
de prata?

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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 
4º ANO – DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES 
TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA 

28/02/2007
Turno de dia
Duração: 1h30m

Em 10 de Fevereiro de 2006, Benilde, que tinha sido adoptada plenamente por


Alzira, e Fidélio, que também tinha sido adoptado por Alzira, só que restritamente,
celebraram a seguinte convenção antenupacial; “a) Tendo em vista o futuro
casamento, Fidélio compra a Benilde o imóvel sito em Tomar, bem que será próprio
do adquirente; b) Os bens comprados na constância do matrimónio em parte com
dinheiro comum e em parte com dinheiro próprio serão sempre comuns; c) Os bens
herdados por um cônjuge, sem o consentimento do outro, serão bens próprios do
sucessor, mas responderão por dívidas comunicáveis ao mesmo tempo que os salários;
d) Em caso de desentendimento conjugal, nenhuma das partes poderá requerer o
divórcio antes de o casal ter recorrido aos serviços de um mediador familiar; e) Na
hipótese de ser decretado o divórcio, havendo filhos menores do casal, o poder
paternal será exercido em conjunto por ambos os ex-cônjuges e os menores residirão
alternadamente um ano em casa de cada um dos pais.”
Benilde foi previamente autorizada a celebrar esta convenção pelo respectivo
curador, Manuel, irmão de Fidélio.
Em 3 de Setembro de 2006, dois meses depois de ter sido levantada a sua
inabilitação por anomalia psíquica, Banilde caou-se civilmente com Fidélio.

Responda justificadamente às seguintes questões:


1) Benilde e Fidélio tinham capacidade para contrair casamento e para celebrar
validamente a convenção antenupcial em apreço? Em caso negativo, indique
as consequências.
2) Abstraindo da questão anterior, pronuncie-se sobre as cláusulas da convenção
antenupcial, sem se esquecer de indicar o regime de bens em que as partes
estão casadas.
3) Distinga entre acolhimento familiar, guarda de facto e adopção.

Administre bem o tempo, tendo em conta a importância relativa das questões: a 1ª


vale 30%, a 2ª vale 60% e a 3ª vale 10% da cotação global.

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I
Em 1985, Carlos doou a Diogo 110.000 euros.
Em 1986, Carlos casou com Engrácia, tendo celebrado previamente convenção
antenupacial, na qual outorgou, para além dos esposados, Florbela, a quem Carlos
doou por morte um 1/8 da sua herança.
Em 1990, Carlos fez um testamento público, deixando à sua amiga Glória uma mota
BMW, no valor de 20.000 euros, e deixando a Hugo, marido de Isa, a notária que
lavrou o testamento, uma pintura a óleo, no valor de 5.000 euros.
Em 1999, Calros doou a Isa 40.000.
Em 2004, Carlos falece, deixando sobrevivos os seus pais, João e Luísa, e o seu
irmão, Miguel, além dos demais intervenientes na hipótese.
O património de Carlos foi avaliado em 200.000 euros, tendo deixado débitos no valor
de 20.000.

Tendo em conta os dados referidos, proceda à partilha da herança de Carlos.

II

Em testamento público de 05.12.2006, António dispôs o seguinte:


« 1. Deixo os meus bens imóveis sitos em Portugal ao norte do rio Tejo ao meu irmão
Benjamim.
2. Deixo os meus bens móveis sitos em Portugal ao meu primo Carlos.
3. Quanto ao remanescente da minha herança, quero deixá-lo ao meu irmão Daniel.
4. Digo, porém, para todos os efeitos, que o meu herdeiro é o meu irmão
Benjamim.

António falece em Janeiro deste ano, tendo-lhe sobrevivido, além dos parentes
mencionados, ainda o seu irmão Eduardo. Posteriormente à abertura da sucessão,
descobre-se que Carlos não é primo de António.

Quid juris?

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CASO PRÁTICO
Em 1998, Bernardo foi declarado judicialmente indigno em relação a Alberto, na
sequência de uma acção proposta por este último.
Em 1999, Alberto fez testamento nos seguintes termos:
“ 1. Deixo a Bernardo metade do meu património.
2. Deixo a Carolina a outra metade.
3. Caso Bernardo não queira ficar com os bens da minha herança, deixo a Dionísio
metade da metade que àquele caberia (1/4 da herança).”

Alberto morreu no dia 2 de Janeiro de 2000. À data da sua morte, Alberto tinha bens
no valor de 80 mil euros.

Sobreviveram a Alberto:
- Bernardo, Carolina e Dionísio, seus irmãos;
- Eduarda, mulher de Bernardo;
- Fernanda, filha de Bernardo;
- Guilherme, marido de Carolina;
- Hélio, filho de Carolina.

Carolina teve morte imediata ao tomar conhecimento da morte do irmão e Bernardo


repudiou a sucessão de Alberto.

Qualifique as disposições testamentárias e proceda à partilha da herança de


Alberto.

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I.
Em 2005, António, viúvo, faz testamento público com as seguintes cláusulas:

1- Deixo todos os meus bens ao meu irmão Bento;


2- Por morte de Bento, esses bens passarão para o meu irmão Carlos, mas se este
já tiver morrido, serão os mesmos atribuídos ao meu irmão Duarte;

Em Janeiro de 2006, António, Bento e Carlos sofrem um acidente de viação de que


resultou a morte dos três irmãos, não tendo sido possível determinar se Bento
sobreviveu a António. Carlos morreu horas depois no hospital.

Diga qual o destino a dar aos bens de António, sabendo que:

a) Bento deixou um filho, Ernesto;


b) Carlos deixou um filho, Francisco, que em 2003 tinha sido condenado pelo
crime de homícidio doloso consumado na pessoa de Maria, esposa de António;
c) Francisco deixou um filho, Guilherme.

II.

Em 2005, Abel, viúvo, faz testamento cerrado com as seguintes cláusulas:

1- Se o meu único filho, Bernardo, não me sobreviver, todos os meus bens irão
para a minha irmã Teresa.
2- Por morte de Teresa, os mesmos bens passarão para o meu afilhado Nuno.

Em 2006, Abel falece.

Aprecie a validade e eficácia das disposições testamentárias de Abel e diga qual o


destino a dar aos seus bens, sabendo que:

a) Bernardo repudia a sucessão de Abel;


b) Carlos, filho de Bernardo, havia sido deserdado por este em 1990 por ter sido
condenado pelo crime de homicídio doloso consumado na pessoa de Maria,
mãe de Bernardo e mulher de Abel;
c) Teresa não sobrevive a Abel e deixa um filho, Vasco.

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I.
Ana e Bento, viúvos, casaram no regime da separação de bens. Ana tinha uma filha do
anterior casamento, Eduardo. Carla casou com Dionísio no regime da separação de
bens e deste casamento nasceram Fernando e Guilherme.

Em 2001, Ana fez testamento nos seguintes termos:


“ 1. Deixo a Bento metade da quota disponível.
2. Deixo a Dionísio a outra metade da quota disponível.”

Em 2003, Fernando matou Bento. Em 2004, Ana fez testamento em que dizia:
“Deserdo Fernando por ter assassinado Bento, se ele vier a ser condenado por tal
crime”.
Em 2004, foi justificada a ausência de Carla, entrando-se na fase da curadoria
definitiva.
Em 2005, Ana morreu. Em 2006, Fernando foi condenado em 10 anos de prisão pela
prática do crime de homicídio doloso na pessoa de Bento.

Diga, justificadamente, qual o destino dos bens de Ana.

II.

Em 2005, Alberto fez testamento nos seguintes termos:

“ 1. Deixo a Dionísio 20% da herança; se ele repudiar, a quota ficará para Carolina;
porém, neste caso, Carolina terá de conservar a herança até ao momento da sua
própria morte, altura em que os bens correspondentes à quota reverterão para
Fernanda.
2. Deixo a Eduarda 10% da herança.
3. Deixo a Guilherme outros 10% da herança.”

Em 2006, Fernanda atropelou deliberada e mortalmente Carolina, sua mãe e irmã de


Alberto.
Alberto morreu em Janeiro de 2007. Tinha bens no valor de 100 mil euros.
Sobreviveram a Alberto:
- Bernardo e Dionísio, seus irmãos;
- Eduarda e Fernanda, suas sobrinhas, filhas de Carolina;
- Guilherme, primo de Alberto.

Dionísio e Guilherme repudiaram a sucessão de Alberto. Em Março de 2007,


Fernanda foi condenada a 7 anos de prisão pela prática do crime de domicídio doloso
contra a mãe.

Qualifique as disposições testamentárias e proceda à partilha da herança de Alberto.

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Faculdade de Direito de Lisboa 
Direito Penal I 

Teste Escrito de Subturma – Simulação


Artur, português, participante do Rally Lisboa-Dakar, dirige-se no dia 01.01.2006 a
restaurante self-service em Aljericas (Espanha) e, pegando num tabuleiro, serve-se de
vários alimentos que estavam disponíveis num balcão central. No entanto, em vez de
se dirigir para a caixa de pagamento, guarda os alimentos na mala que trazia consigo e
sai a correr do estabelecimento, entrando no seu carro de corrida. Já a caminho de
Casablanca, no dia 04.01.2006, Artur vende os alimentos desta forma obtida a Carlos,
também português, aproveitando-se de um momento de fraqueza do piloto, que se
havia perdido e já não comia há mais de 24 horas. Dado que os alimentos tinham
permanecido desde o dia 01.01.2006 no carro de Artur em más condições, os mesmos
encontravam-se já deteriorados. Por causa da ingestão dos referidos alimentos, Carlos
teve que ser internado em Marrocos, sendo forçado a desistir da competição. No dia
06.01.2006 Carlos é transferido de urgência para um hospital francês, vindo aí a
falecer no dia 07.01.2006. Artur foge e vem refugiar-se em Portugal, onde acaba por
ser detido.

1. Analise a competência penal internacional dos tribunais portugueses e a lei


aplicável, tendo em consideração os seguintes elementos:
a. Em Marrocos, o crime de homicídio negligente é punido com pena de morte;
b. Em França o crime de homicídio negligente é punido com pena de prisão de 1
a 5 anos;
c. Em Espanha, não existia nenhuma norma idêntica à constante do art. 220.º do
C.P. até ao dia 02.01.2006, data em que entrou em vigor uma nova lei que
passou a punir este tipo de comportamento com uma pena de prisão até 1 ano;
d. Em 06.01.2006 entra em vigor uma lei que altera o artigo 145.º n.º 1 a) do CP,
passando a prever uma pena de 2 a 6 anos;
e. Em Espanha, o furto de alimentos foi sempre punido com pena de prisão até
seis meses.
2. Avalie a admissibilidade de extradição de Artur tendo em conta os seguintes
elementos:
a. O Estado de Marrocos pede a extradição de Artur pelo crime de homicídio,
tendo o embaixador de Marrocos em Portugal, garantido pessoalmente ao
Procurador-Geral da República que a pena de morte não seria aplicada a
Artur.
b. O Estado francês pede a extradição de Artur pelo vrime de homicídio;
c. O Estado Espanhol pede a extradição de Artur pelo crime de burla para
obtenção de alimentos.

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TESTE DE 19/01/2007 – DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES
A morte bateu à porta da casa de Benilde no dia 3 de Janeiro de 2004, levando o seu
jovem marido, Demócrito. Estaria Benilde condenada a ser infeliz? Logo que nascera,
em 1980, fora abandonada. Em 1987, Crisóstomo e Elvira, que a tinham adoptado
plenamente, em 1985, viriam a morrer num incêndio. Só o afecto de Fidélio, irmão de
Crisóstomo, mantinha Benilde agarrada à vida. E Fidélio convenceu Benilde que a
vida seria melhor a dois.
Em 3 de Setembro de 2004, Benilde e Fidélio casaram-se civilmente. Na respectiva
convenção antenupcial estipularam o seguinte: “a) Tendo em vista o futuro
casamento, Fidélio doa a Benilde o imóvel sito em Tomar, bem que será comum e que
nunca responderá por dívidas que vinculem exclusivamente o donatário; b) Os
imóveis comprados na constância do matrimónio serão bens próprios de quem os
adquirir e poderão ser alienados livremente por ele; c) Fidélio declara que assume a
paternidade de Guilherme, nascido há 3 anos de uma relação com Helena; d) A
referida declaração caduca se Fidélio tiver filhos com Benilde; d) Fidélio
compromete-se a nunca levar Guilherme para a casa da morada da família.”
Em Novembro de 2005, altura que já figurava no registo civil a declaração de Fidélio
quanto à paternidade de Guilherme e a declaração de maternidade de Helena, Fidélio
retirou o menor da casa da mãe e instalou-o na casa em que vivia com Benilde contra
a vontade de uma e de outra.

Responda justificadamente às seguintes questões:


1) Benilde e Fidélio tinham capacidade para contrair o casamento? Em caso
negativo, indique as consequências.
2) Abstraindo da questão anterior, pronuncie-se sobre o teor da convenção
antenupcial, sem se esquecer de indicar o regime de bens em que as partes se
encontram casadas.
3) Aprecie a situação que teve origem no acto praticado por Fidélio em
Novembro de 2005.

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Direito Comercial

Não revisto
Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

DIREITO COMERCIAL
Teste de Avaliação Contínua
15 de Dezembro de 2006

Duração: 50 min.

António, casado com Beatriz, decidiu começar um negócio de venda de


produtos de artesanato através de um site na Internet.
No sentido de obter financiamento para o início da sua actividade, contactou o
Banco Nacional de Investimento (BNI).
O BNI exigiu que António e Beatriz abrissem uma conta conjunta de
depósito à ordem, contratando, ainda:
a) Um leasing, através da BNI – Sociedade de Leasing S.A., para a aquisição
de material informático,
b) Uma conta-corrente caucionada para aquisição de produtos artesanais,
garantida pelo equipamento informático adquirido e
c) Uma cessão automática de créditos sobre futuros clientes, que fossem de
valor superior a €1000,00.
Passado algum tempo, o negócio de António entrou em crise e este deixou de
pagar ao BNI, o qual de imediato debitou o montante total do saldo existente na conta
conjunta de depósito à ordem, deixando-a “a zeros”.

Responda, fundamentadamente, às seguintes questões:


1. António é comerciante?
2. Identifique, explicando sumariamente, os actos bancários praticados.
3. Caracterize a garantia que cauciona a conta-corrente e, considerando que a
BNI – Sociedade de Leasing S.A. não interveio na sua celebração, pronuncie-
se sobre a validade da mesma garantia.
4. Aprecie a actuação do Banco BNI perante o incumprimento de António.

Junho de 2007 4 / 38
Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

DIREITO COMERCIAL 
TESTE DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA 
15 de Dezembro de 2006 

Duração: 50 min.

António, casado com Beatriz, decidiu começar um negócio de venda de


produtos de artesanato através de um site na Internet.
No sentido de obter financiamento para o início da sua actividade, contactou o
Banco Internacional de Investimento (BNI).
O BNI exigiu que António e Beatriz abrissem uma conta conjunta de depósito
à ordem, contratando, ainda:
a) Um leasing, através do BNI – Sociedade de Leasing S.A., para a aquisição de
material informático;
b) Uma conta-corrente causionada para aquisição de produtos artesanais,
garantida pelo equipamento informático adquirido e
c) Uma cessão automática de créditos sobre futuros clientes, que fossem de valor
superior a € 1 000,00.
Passado algum tempo, o negócio de António entrou em crise e este deixou de
pagar ao BNI, o qual imediatamente debitou o montante total do saldo existente na
conta conjunta de depósito à ordem, deixando-a “a zeros”.

Responda, fundamentadamente, às seguintes questões:

1. António é comerciante?
2. Identifique, explicando sumariamente, os actos bancários praticados.
3. Caracterize a garantia que cauciona a conta-corrente e, considerando que a
BNI – Sociedade de Leasing, S.A. não interveio na sua celebração, pronuncie-
se sobre a validade da mesma garantia.
4. Aprecie a actuação do Banco BNI perante o incumprimento de António.

Junho de 2007 5 / 38
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DIREITO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS – CASOS PRÁTICOS


Ano Lectivo de 2006/2007
Subturmas 11, 12 e 13

CAPITAL SOCIAL E ENTRADAS

CASO N.º 24

António, Bento e Carlos constituíram uma sociedade por quotas com o capital social
de 30.000€. António e Bento realizaram imediatamente as respectivas entradas, mas
Carlos diferiu e sua para quando a sociedade necessitasse dos fundos. Quid Júris?

CASO N.º 25

David, Elvira Francisca, Gustavo e Helena decidem constituir uma sociedade


anónima. David contribuía com 10.000€ em dinheiro, realizados integralmente no
momento do contrato; Elvira contribuía com 10.000€, através de um cheque;
Francisca contribuía com o direito de arrendamento de uma fracção autónoma em
Lisboa de que era titular por um período de dez anos; Gustavo contribuía com cinco
anos de trabalho gratuito para a sociedade; Helena entrava com um direito de crédito
sobre Jorge, e Ivo entrava com uma patente. Uma vez que a sociedade não tinha
grandes necessidades de fundos, ficou acordado que a entrada de Elvira seria diferida
em 60%, devendo ser realizada dois anos depois. Um ROC avaliou as contribuições
dos sócios, considerando que a contribuição de Francisca valia 20.000€, a
contribuição de Gustavo valia 20.000€ e as contribuições de Helena e Ivo valiam
ambas 10.000€.

(i) Decorrido um ano, os sócios zangaram-se e põem em causa a licitude de


todas as prestações. Quid Juris?
(ii) Admita que veio a verificar-se que o ROC fez uma avaliação errada da
entrada de Francisca. Quid Juris?
(iii) Suponha que, logo pós a constituição da sociedade, esta adquiriu a David
um quadro no valor de 10.000€, que, no entanto, só valia 7.000€. Quid
Juris?

CAPACIDADE E OBJECTO

CASO N.º 26

A sociedade Panificadora Ideal, Lda., tem como objecto social a “produção e


comercialização de pão e bolos”. Um dia, achando que o negócio dos bolos era
pouco lucrativo, a Panificadora iniciou um negócio de tecnologias da informação,
adquirindo um site na Internet dedicado à compra e venda de roupas usadas. É este
negócio válido face às regras de capacidade da sociedade?

Junho de 2007 6 / 38
Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

DIREITO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS – CASOS PRÁTICOS 
ANO LECTIVO DE 2006/2007 
Subturmas 11, 12 e 13 

CAPITAL SOCIAL E ENTRADAS

CASO Nº 24
António, Bento e Carlos constituiram uma sociedade por quotas com o capital social
de 30.000 €. António e Bento realizaram imediatamente as respectivas entradas, mas
Carlos diferiu a sua para quando a sociedade necessitasse dos fundos. Quid iuris?

CASO Nº 25
David, Elvira, Francisca, Gustavo e Helena decidem construir uma sociedade
anónima. David contribuía com 10.000 € em dinheiro, realizados integralmente no
momento do contrato. Elvira contribuía com 10.000 €, através de um cheque;
Francisca contribuía com o direito de arrendamento de uma fracção autónoma em
Lisboa de que era titular por um período de dez anos. Gustavo contribuía com cinco
anos de trabalho gratuito para a sociedade. Helena entrava com um direito de crédito
sobre Jorge e Ivo entrava com uma patente. Uma vez que a sociedade não tinha
grandes necessidades de fundos, ficou acordado que a entrada de Elvira seria diferida
em 60%, devendo ser realizada dois anos depois. Um ROC avaliou as contribuições
dos sócios, considerando que a contribuição de Francisca valia 20.000 €, a
contribuição de Gustavo valia 20.000 € e as contribuições de Helena e Ivo valiam
ambas 10.000 €.

(i) Decorrido um ano, os sócios zangaram-se e põem em causa a licitude de todas


as prestações. Quid juris?
(ii) Admita que veio a verificar-se que o ROC fez uma avaliação errada da entrada
de Francisca. Quid juris?
(iii)Suponha que, logo após a constituição da sociedade, esta adquiriu a David um
quadro no valor de 10.000 €, que, no entanto, só valia 7.000 €. Quid juris?

CAPACIDADE E OBJECTO

CASO Nº 26
A sociedade Panificadora Ideal, Lda. tem como objecto social a “produção e
comercialização de pão e bolos”. Um dia, achando que o negócio dos bolos era pouco
lucrativo, a Panificadora iniciou um negócio de tecnologias da informação, adquirindo
um site na Internet dedicado à compra e venda de roupas usadas. É este negócio
válido face às regras de capacidade da sociedade?

CASO Nº 27
A Petrogal, S.A. é titular de uma plataforma petrolífera ao largo do Alentejo, que, por
estar desactivada, pretendia destruir e afundar. A intenção, no entanto, provocou a ira

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Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

das associações ambientalistas, que iniciaram um movimento de boicote à Petrogal e


aos seus postos de abastecimento. Face ao enorme sucesso do boicote, a Petrogal, para
além de cancelar o afundamento da plataforma, decidiu fazer uma doação a um grupo
de associações ambientalistas, o que foi, aliás, largamente publicitado nos jornais.
Quid juris?

PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO
CASO Nº 28
A, B e C celebraram, no dia 1 de Janeiro de 2007, contrato de contituição da
sociedade Têxteis, Lda. Sucede, no entanto, que, antes de efectuado o registo, se vem
a verificar que o notário se esqueceu de incluir no contrato a sede da sociedade. Quid
juris? E se já tivesse havido registo?

CASO Nº 29
D, E, F, G e H constituem uma sociedade anónima em 2 de Março de 2001. Três
meses depois, a sociedade é registada. Hoje D revela que só se tornou sócio da
sociedade porque a tal foi coagida por A e B, apenas agora tendo cessado a coacção.
Pretende, por isso, invalidar o negócio. Quid juris?

CASO Nº 30
Inês, Jorge e Luís, velhos amigos, reúnem-se em Janeiro de 2005 e combinam
constituir uma sociedade por quotas, que teria por objecto a compra e venda de
antiguidades. Após alguma indecisão, acordaram que a sociedade se designaria
“Antiguidades, Lda.” e que o contrato seria assinado em Março, quando todos os
pormenores tivessem sido acordados. Logo em Fevereiro, os sócios tomaram de
arrendamento a Manuel, em nome da sociedade, um imóvel na Av. da Liberdade,
onde funcionaria a respectiva sede, e compraram diversos equipamentos a Nuno,
também em nome da sociedade. Quem responde pelas dívidas contraídas?

CASO Nº 31
A, B e C celebraram escritura pública de constituição de uma sociedade por quotas,
tendo sido A e B designados gerentes. No dia seguinte, requererem a inscrição no
registo comercial, que, dois meses depois, veio a ser recusada. Durante esse período
de dois meses, A e B celebraram diversos contratos na qualidade de gerentes com
diversas entidades. Quid juris?

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

CASO Nº 32
A, B e C constituiram uma sociedade por quotas em 1/1/06, com um capital social de
€ 25.000, tendo com uma quota de € 5.000 cada e C com uma quota no valor de €
15.000, apesar de B também ter pago € 15.000 pela sua quota. No dia 1/3/07, os
sócios deliberam distribuir lucros entre si, na proporção das suas quotas. B exige,
todavia, que lhe seja atribuído um valor proporcional idêntico ao de C, porque pagou
o mesmo valor. Quid juris?
CASO Nº 33
João Balão, Gil e Heitor constituem a sociedade “João Balão e associados”. João
entrou com € 2000, Gil com € 500 e Heitor, tendo menores possibilidades

Junho de 2007 8 / 38
Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

económicas, apenas prestava o seu trabalho à sociedade, tendo ficado acordado que
não participaria nas perdas. Quid juris? Quais seriam as consequências de uma
eventual participação de Heitor nas perdas?

CASO Nº 34
E, F e G constituem uma sociedade comercial, acordando, por exigiência de G, que,
independentemente de a sociedade obter lucros, G receberá anualmente a 5% do valor
nominal da sua participação social. Quid juris?

CASO Nº 35

M, N e O constituiram uma sociedade por quotas em 1/1/2004 com um capital social


de € 30.000, ficando os sócios com quotas de valores iguais. No dia 1/4/2005, perante
os lucros do exercício obtidos (no valor de € 40.000), os sócios deliberam distribuir
integralmente essa quantia por todos os sócios. Quid juris? E poderão ser distribuídos
lucros durante o exercício?

CASO Nº 36
A sociedade Automóveis, SA, perante a difícil conjuntura do mercado, tem vindo a
diminuir consideravelmente as suas vendas. No dia 1/2/2006, perante as contas do
exercício, os administradores verificam que o capital próprio da sociedade é inferior a
metade do capital social. Perante a situação, que atitude devem os administradores
tomar?

Junho de 2007 9 / 38
Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

DIREITO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS – CASOS PRÁTICOS


Ano Lectivo 2006/2007
Subturmas 11, 12 e 13

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

CASO N.º 32

A, B e C constituíram uma sociedade por quotas em 1/1/06 com um capital social de


25.000€, tendo A e B ficado com uma quota de 5.000€ cada e C com uma quota no
valor de 15.000€, apesar de B também ter pago 15.000€ pela sua quota. No dia 1/3/07,
os sócios deliberam distribuir os lucros entre si, na proporção das suas quotas. B
exige, todavia, que lhe seja distribuído um valor proporcional idêntico ao de C,
porque pagou o mesmo valor. Quid Juris?

CASO N.º 33

João Balão, Gil e Heitor constituíram a sociedade “João Balão e Associados”. João
entrou com 2.000€, Gil com 500€ e Heitor, tendo menores possibilidades económicas,
apenas prestava o seu trabalho à sociedade, tendo ficado acordado que não participaria
nas perdas. Quid Juris? Quais seriam as consequências de uma eventual participação
de Heitor nas perdas?

CASO N.º 34

E, F e G constituem uma sociedade comercial, acordando, por exigência de G, que,


independentemente de a sociedade, G receberá anualmente a 5% do valor nominal da
sua participação social. Quid Juris?

CASO N.º 35

M, N e O constituíram uma sociedade por quotas em 1/1/04, com um capital social de


30.000€, ficando os sócios com quotas de valores iguais. No dia 1/4/2005, perante os
lucros do exercício obtidos (no valor de 40.000€), os sócios deliberam distribuir
integralmente essa quantia por todos os sócios. Quid Juris? E poderão ser distribuídos
lucros durante o exercício?

CASO N.º 36

A sociedade Automóveis, SA, perante difícil conjuntura do mercado, tem vindo a


diminuir consideravelmente as suas vendas. No dia 1/2/2006, perante as contas do
exercício, os administradores verificam que o capital próprio da sociedade é inferior a
metade do capital social. Perante a situação, que atitude devem os administradores
tomar?

Junho de 2007 10 / 38
Direito Processual Civil I/II

Revisto pelo Prof. Teixeira de Sousa para a Turma A do 3.º Ano


Direito Processual Civil I/II

Revisto pela Prof. Ana Paula Costa e Silva para as Turma B/dia e
Noite do 3.º Ano
Direito Penal I

Revisto pelos Prof. Augusto Silva Dias e Maria Fernanda Palma


Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa

Faculdade de Direito de Lisboa 
Direito Penal I 

Teste Escrito de Subturma – Simulação


Artur, português, participante do Rally Lisboa-Dakar, dirige-se no dia 01.01.2006 a
restaurante self-service em Aljericas (Espanha) e, pegando num tabuleiro, serve-se de
vários alimentos que estavam disponíveis num balcão central. No entanto, em vez de
se dirigir para a caixa de pagamento, guarda os alimentos na mala que trazia consigo e
sai a correr do estabelecimento, entrando no seu carro de corrida. Já a caminho de
Casablanca, no dia 04.01.2006, Artur vende os alimentos desta forma obtida a Carlos,
também português, aproveitando-se de um momento de fraqueza do piloto, que se
havia perdido e já não comia há mais de 24 horas. Dado que os alimentos tinham
permanecido desde o dia 01.01.2006 no carro de Artur em más condições, os mesmos
encontravam-se já deteriorados. Por causa da ingestão dos referidos alimentos, Carlos
teve que ser internado em Marrocos, sendo forçado a desistir da competição. No dia
06.01.2006 Carlos é transferido de urgência para um hospital francês, vindo aí a
falecer no dia 07.01.2006. Artur foge e vem refugiar-se em Portugal, onde acaba por
ser detido.

1. Analise a competência penal internacional dos tribunais portugueses e a lei


aplicável, tendo em consideração os seguintes elementos:
a. Em Marrocos, o crime de homicídio negligente é punido com pena de morte;
b. Em França o crime de homicídio negligente é punido com pena de prisão de 1
a 5 anos;
c. Em Espanha, não existia nenhuma norma idêntica à constante do art. 220.º do
C.P. até ao dia 02.01.2006, data em que entrou em vigor uma nova lei que
passou a punir este tipo de comportamento com uma pena de prisão até 1 ano;
d. Em 06.01.2006 entra em vigor uma lei que altera o artigo 145.º n.º 1 a) do CP,
passando a prever uma pena de 2 a 6 anos;
e. Em Espanha, o furto de alimentos foi sempre punido com pena de prisão até
seis meses.
2. Avalie a admissibilidade de extradição de Artur tendo em conta os seguintes
elementos:
a. O Estado de Marrocos pede a extradição de Artur pelo crime de homicídio,
tendo o embaixador de Marrocos em Portugal, garantido pessoalmente ao
Procurador-Geral da República que a pena de morte não seria aplicada a
Artur.
b. O Estado francês pede a extradição de Artur pelo vrime de homicídio;
c. O Estado Espanhol pede a extradição de Artur pelo crime de burla para
obtenção de alimentos.

Junho de 2007 19 / 38
Direitos Reais

Não revisto
Faculdade de Direito Da Universidade de Lisboa

Direitos Reais

Exame escrito final - Turno d o Dia - Turno A

18 de Janeiro de 2007

Aberto constituiu, em Marqo de 1990, pro escrito particular, de compra e venda, um


direito de usufruto vitalicio sobre a Quinta dos Girassois, terreno agricola que herdou de seus
pais no Baixo Alentejo, e que se encontrava omisso de registo, a favor de Benilde e Carlos, seu
primos, convencionando-se a inalienabilidade do seu direito. No mesmo momento, Alberto
entregou a seus primos um punhado de terra da Quinta e referiu ainda pretender indica-10s a
ambos como administradores do condominio de um predio em ~vora,no qua1 e proprietario
de uma fracqzo autonoma.

No inicio de Abril de 200, vendo que o terreno continuava ao abandon0 por nenhum
uso Ihe haver sido dado por seus primos, Alberto acorda gratuitamente com Daniel, seu
afilhado, por escritura publica, que este ficaria com o direito de plantar e extrair a cortiqa de
sobreiros da propriedade, durante cinquenta anos, indicando-se a plantaqzo
impreterivelmente no prazo de meio ano. Daniel regista a sua aquisiqzo em finais de Outubro
de 2007, alienando dois meses depois o seu direito a Eduardo, que de igual mod0 procede ao
competente registo.

Quando em Janeiro de 2008 Eduardo se prepara para lanqar sementes a terra, Benildc
surge acompanhada de agentes de seguranqa publica, mencionando-lhe que aquele terreno hi
tempo que seria seu ate morrer.

Distinga sucintamente trgs, e apenas trgs, dos seguintes topicos:

a) Sucesszo e acesszo na posse;


b) Usucapizo e posse vale titulo;
c) Efeito constitutivo e efeito aquisitivo do registo predial;
d) Titulo constitutivo e regulamento de condominio;
e) onus constituitivo e regulamento de condominio;
(2 valores por cada topico)

Ponderaqzo gloral: 2 valores


Duraqzo: 90 minutos
Contratos

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