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PRÁTICA FORENSE CIVIL

TOPICOS – GRELHA DE CORREÇÃO

Curso de Direito
Porto, 19 de junho de 2023 Frequência-Adiamento
I
José, António e Berta sempre mantiveram um trato social de amizade e cooperação. António
e Berta são empresários de estabelecimentos de café e pastelaria. José dedica-se ao ramo
imobiliário. António e Berta sabiam que o José mantinha algum fundo de maneio para fazer
face ao seu negócio, razão pela qual, quando António e Berta necessitavam de alguma
quantia monetária a curto prazo para fazer face a situações inesperadas, recorriam ao José.
Porque os António e Berta manifestaram a José ser pessoas de bem cuja intenção era o
cumprimento os pagamentos emprestados, sempre se predispunham em declararem a sua
dívida, em documentos que titularam como “Declaração de Confissão de Dívida” e que
foram os seguintes:
a)- Confissão de divida de 10.000 €, emitida em 22/1/2023 e pagável até 27/4/2023,
convencionando o pagamento dos juros legais aplicáveis;

b)- Confissão de dívida de 11.000 €, emitida em 23/1/2023 e pagável até 27/4/2023,


convencionando o pagamento dos juros legais aplicáveis;

c)- Confissão de dívida de 8.282 €, emitida em 24/1/2023 e pagável até 26/4/2008,


convencionando o pagamento dos juros legais aplicáveis;

d)- Confissão de dívida de 8.718 €, emitida em 25/1/2023 e pagável até 27/4/2023,


convencionando o pagamento dos juros legais aplicáveis;

e)- Confissão de dívida de 8.000 €, emitida em 26/1/2023 e pagável até 27/4/2023,


convencionando o pagamento dos juros legais aplicáveis.

Do cumulado expresso nos cinco documentos, António e Maria receberam do José, a título
de empréstimo, a quantia de 46.000 €.

1- Imagine que António e Maria apenas pagaram o capital dos valores emprestados, após
interpelação para o efeito, dado não o terem feito nas datas acordadas, alegando que os
empréstimos efetuados, num total de 46.000,00€, não são válidos como empréstimos e por
isso não se lhes pode exigir juros de mora sendo devido apenas o capital. Concorda?
Justifique. (4 v).

R: Artigos 1142º , 1143º do Código Civil – Liberdade de forma e a falta da sua


observência - nulidade, nos termos dos artigos 219.º e 220º do Código Civil.
Consequência a restituição - artº 289º nº 1 do Código Civil. Concluir pela validade.
2- Entretanto, sem António saber, em 20-03-23, Maria pediu a José que lhe emprestasse
uma outra verba, no montante de 2.500,00€ que este lhe entregou em dinheiro, para um
negócio que Maria queria iniciar, sem que o marido soubesse, e que ficou de devolver até
final do mês de maio do corrente ano.
Porque temesse pelo incumprimento, face ao esforço financeiro que tal representaria para
esta e ao facto de pretender omitir tal situação ao marido, José decidiu acautelar-se o mais
possível, para o caso de não ser cumprido o estipulado e ter de recorrer ao Tribunal,
dirigindo-se a um cartório notarial.
Imagine que é o notário. Podia ajudar José? Se sim, de que forma? Justifique. (3 v).
R: Documento autêntico. Título Executivo. Artigos 363.º e 369.º e segs CC. Artigo 4.º
n.º 1 e 35.º n.º 1 e 2 CN. Artigo 703.º, nº 1, al. b) CPC.

3- Imagine, agora, que José, em vez de se dirigir ao notário, quando da entrega dos
2.500,00€ a Maria, pediu a esta, como garantia do pagamento, um cheque emitido a seu
favor, mas acrescido já de juros de mora e eventuais despesas, no montante total de
3.100,00€, que aquela preencheu devidamente e em conformidade, e com data de 31 de
maio de 2023.
Na data aprazada, Maria não pagou. José quer avançar judicialmente, mas não quer indicar
nenhum agente de execução, pois são muito caros, diz. Tem alternativa? Justifique,
identificando qual o meio judicial utilizado. (3 v).
R: Açao executiva, para pagamento de quantia certa. Artigos 10.º e 724.º e segs CPC.
Oficial de Justiça 722.º CPC.
II
Imagine que é proprietário de uma fração autónoma correspondente ao 3º andar esquerdo
de um prédio urbano sito na Rua da Alegria, 56, no Porto. Berta procura-o para arrendar
aquela fração, durante cerca de 4 anos, período em que vai estar na cidade a desenvolver
um projeto na área da moda.

1- Que documentação seria exigível para a elaboração do contrato a celebrar?


Justifique. (2,5v).
R: Arrendamento. Art 1023º, 1070.º CC. Documento de identificação do
proprietário; licença de habitabilidade; certificado energético (Decreto-lei
118/2013, de 20 de Agosto).
2- O contrato tinha de observar forma legal? Justifique.(2,5v)
R: Artigos 1069.º e 1070º CC.
3- Agora imagine que é proprietário de uma imobiliária que tem grande atuação ao nível
do arrendamento no concelho do Porto e que está no 4º ano de Direito. Berta pede-
lhe para fazer o contrato. Pode? Justifique. (2,5v)
R: Não. Atos p.p. d advogados Lei n.º 49/2004, de 24 de Agosto. Lei .
Procuradoria Ilícita. Crime.

III
“Estando a correr termos no Tribunal da Comarca do Porto, Juízo de Familia e Menores,
juiz 1, processo judicial onde se discute e pretende regular o exercício das
responsabilidades parentais de um filho menor, no âmbito do regime geral do processo
tutelar cível, é possível haver lugar à mediação”.Concorda com a afirmação? Justifique.
(2,5v).
R: Regime Geral do Processo Tutelar Cível – Lei n.º 141/2015, de 08 de Setembro.
ArtigoS 24.º e 38.º.

NOTA: NÃO PODE USAR MAIS DE UMA FOLHA DE TESTE DUPLA.

RESPOSTAS: SUCINTAS MAS FUNDAMENTADAS.

Boa Sorte!

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