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APS – RITOS ESPECIAIS CIVEIS

Antônio e Henrique celebraram contrato locação de imóvel em Belém,


ficando ajustado o preço de R$ 2.000,00 a ser reajustado anualmente e
definido o foro da comarca da capital do Pará para dirimir quaisquer
conflitos. De forma abrupta após seis meses do contrato Henrique o
locatário recebeu comunicação do locador que o aluguel seria majorado
para R$ 2500,00 já no sétimo mês de vigência do contrato, em razão do
aumento dos valores locatícios na cidade. Como estava na vigência do
contrato Henrique notificou Antônio, manifestando a sua expressa
discordância. Na data aprazada para pagamento do aluguel Henrique se
dirigiu a residência de Antônio para o pagamento e este recusou o
recebimento, argumentando que somente receberia e daria quitação se o
pagamento fosse de R$ 2.500,00. Antônio procura você como advogado
para buscar solução acerca da questão. (Fonte: FGV Projetos Exame XVII
OAB - adaptada)

R: No caso em tela, conforme prevê os artigos 890 a 900 do CPC e dos artigos
334 e 345 do Código Civil, a ação cabível é uma Ação de Consignação em
Pagamento, tendo em vista que o contrato previa reajustes anuais e só haveria
se passado seis meses, e há a pretensão de liberar-se da obrigação pelo
pagamento.
Na mesma linha de pensamento, Marcus Vinicius Rios Gonçalves (Gonçalves,
Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil, 2010, p. 186)
citando Theotonio Negrão, diz:
“A recusa do credor pode ser imotivada, ou deve dar as razões por que não
aceita o depósito? Em homenagem ao princípio da boa-fé, deve expor ao
depositante as suas razões, ainda que sucintamente, porém de maneira que
este possa examinar se procedem ou não. ”
Logo, vemos no caso concreto que as razões do locador não são plausíveis e
descumprem o acordo feito em contrato e isso será exposto ao juiz que julgará
a procedência ou improcedência da ação, da maneira descrita pelo doutrinador,
e vários outros, Marcus Vinicius Rios Gonçalves:
“Se, ao final, julgar procedente a consignação, declarará extinta a obrigação do
autor, condenando o réu ao pagamento das custas e despesas do processo. O
valor depositado ficara à disposição do réu, que poderá levantá-lo, abatida a
verba de sucumbência a que foi condenado. ”

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