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XXXXXX, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, e-mail eletrônico, telefone,
residente e domiciliada, CEP nº xxxxxxx, atuando em causa própria, vem à presença
de Vossa Excelência, propor:
SÍNTESE PROCESSUAL
A autora comunicou por e-mail a imobiliária a sua intenção de não ter mais o seu
contrato de locação renovado. Após isso foi informada pela própria imobiliária que
deveria realizar os concertos necessários no apartamento bem como a pintura, e após
as benfeitorias feitas foi agendado a vistoria de saída no imóvel, que gerou o laudo
final atestado as boas condições do imóvel, conforme se verifica no termo de
conferência feita pelo vistoriador (doc. 05).
Mais uma vez ficou atestado no laudo final que o imóvel não precisaria de nenhum
concerto por parte da imobiliária, estando em conformidade com o laudo da vistoria de
entrada no imóvel.
Após a parte ré se mostrar irredutível a parte autora não viu outra solução a não ser
procurar o judiciário para reaver a totalidade do valor pago à título de caução com a
devida correção.
DO DIREITO
Importa frisar que, a Autora sempre cumpriu com o estipulado em contrato e nunca
fora inadimplente com o pagamento dos alugueis, nada ficando devendo ao réu.
Como se comprova por meio do termo de vistoria final realizado pela imobiliária o
imóvel foi entregue em ótimas condições, tendo sido cumprido todas as exigências
solicitadas pela imobiliária para ser entregue da mesma forma que foi locado a autora.
Além disso o termo de distrato e de devolução das chaves não teriam sido emitidos e
assinados pela imobiliária se o imóvel estivesse pendente de benfeitorias.
I - caução;
A caução serve como uma garantia para que o locador não tenha prejuízos no caso de
inadimplência do locatário. Também serve para dar segurança ao dono do imóvel para
o caso de quaisquer prejuízos causados pela pessoa que locou o imóvel, possa ser
reparado.
Sendo assim, a autora tem que ser restituída integralmente dos valores que pagou à
título de caução já que não houve prejuízo causado a ré, e tal pouco consertos para
ser feito no imóvel.
Outrossim, a devolução da caução deve ser feita de forma integral, já que a inquilina
não deixou de arcar com suas obrigações, não causou nenhum dano ao imóvel
ficando pendente e não deixou nenhum aluguel atrasado, dessa forma resta evidente
a obrigação da ré em restituição a caução de forma integral.
A Lei nº 8.245, de 1991, no seu art. 38, § 2º, prevê que o locatário deposite o valor
correspondente a três meses de aluguel em uma caderneta de poupança, vejamos:
Art. 38. A caução poderá ser em bens móveis ou imóveis. § 2º A caução em dinheiro,
que não poderá exceder o equivalente a três meses de aluguel, será depositada em
caderneta de poupança, autorizada, pelo Poder Público e por ele regulamentada,
revertendo em benefício do locatário todas as vantagens dela decorrentes por ocasião
do levantamento da soma respectiva. (g.n.)
DA RESTITUIÇÃO EM DOBRO
Reza um conhecido brocardo jurídico que onde existe a mesma razão deve haver o
mesmo direito. O parágrafo único do artigo 42 do CDC impõe que “O consumidor
cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao
dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo hipótese de engano justificável”.
A caução tem natureza de garantia e, no caso posto, serve para cobrir eventuais
danos materiais causados à demandada pelo consumidor. Na situação ora em testilha,
o imóvel foi entregue em perfeito estado.
DO DANO MORAL
O valor da indenização por danos morais deve corresponder a uma quantia razoável,
proporcional à relevância do evento danoso causado à vítima. A instituidora todas as
vezes que foi procurada não deu nenhuma satisfação a autora, nem suporte algum
para solucionar a situação, deixando a parte autora totalmente desamparado, sendo a
ré que detém de poderes para fazer não mostrou nenhuma consideração ou
preocupação em resolver a situação.
Não são necessários grandes esforços a fim de que se demonstrem os danos desta
natureza, na medida em que o só fato da Ré, não ter restituído o valor integral da
caução dada em garantia pela Autora no contrato de locação, bem como quanto a
todo transtorno sofrido, que vai muito além do mero dissabor.
Portanto, cabível a indenização por danos morais, e nesse sentido, a indenização por
dano moral deve representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar de
alguma forma o abalo sofrido e de infligir ao causador sanção e alerta para que não
volte a repetir o ato, uma vez que fica evidenciado completo descaso aos transtornos
causados.
Conforme disposto nos fatos iniciais, o Consumidor teve que desperdiçar seu tempo
útil para solucionar problemas que foram causados pela empresa Ré que não
demonstrou qualquer intenção na solução do problema, obrigando o ingresso da
presente ação.
Este transtorno involuntário é o que a doutrina denomina de dano pela perda do tempo
útil, pois afeta diretamente a rotina do consumidor gerando um desvio produtivo
involuntário, que obviamente causam angústia e stress.
(...)
Ante o exposto, conheço do agravo para não conhecer do recurso especial. Nos
termos do art. 85, § 11, do CPC/2015, majoro os honorários em favor do advogado da
parte ora recorrida em 2% sobre o valor da condenação. Publique-se. Brasília-DF, 05
de abril de 2018.
Trata-se de notório desvio produtivo caracterizado pela perda do tempo que lhe seria
útil ao descanso, lazer ou de forma produtiva, acaba sendo destinado na solução de
problemas de causas alheias à sua responsabilidade e vontade.
DOS PEDIDOS
xxxxx
OAB/XX nº xxxx