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AUTOS: 0003945-73.2018.8.16.

0056
RECLAMANTE: MAIKOL CAMPANINI
RECLAMADO: JOSIENE DOS SANTOS e MARCOS DA SILVA

PROJETO DE SENTENÇA

I. RELATÓRIO
Dispensado nos termos do artigo 38 da Lei 9.099/95.

II. FUNDAMENTAÇÃO
Da revelia
Tendo em vista que o réu MARCOS DA SILVA não compareceu à
audiência de conciliação designada, embora devidamente citada, decreto sua revelia,
aplicando o contido no artigo 20 da Lei 9.099/95. O instituto da revelia traz a presunção
relativa de verdade dos fatos narrados pela parte reclamante, no entanto, não significa
procedência automática do pedido, podendo a análise da prova trazida aos autos apontar
para resultado diverso.
Entretanto, ressalto que por força do art. 345, I do CPC e o fato da corré ter
apresentado contestação os efeitos da revelia não serão aplicados.
Julgamento antecipado
Inicialmente, cabe ressaltar que o presente feito comporta julgamento
antecipado, nos termos do art. 355, I, do Código de Processo Civil de 2015, porquanto
as provas trazidas aos autos são suficientes para o julgamento da lide. Ademais, o
magistrado como destinatário da prova, tem o dever de indeferir as diligências inúteis
ou protelatórias (art. 370, parágrafo único, do CPC), garantindo, assim a razoável
duração do processo (arts. 5°, LXXVIII, da CF e 4° e 6° do CPC).

MÉRITO
Trata-se de ação de ação de cobrança de MAIKOL CAMPANINI em face
de JOSIENE DOS SANTOS e MARCOS DA SILVA
O ponto controvertido nos autos reside na cobrança pelo inadimplemento
dos réus ao locarem um imóvel do reclamante.
O reclamante alega que locou um imóvel aos réus pelo valor mensal de
R$400,00, sendo que os mesmos não pagaram os aluguéis dos meses de novembro de
2017 a janeiro de 2018. Ainda, que os réus não procederam com o pagamento de contas
de água de junho de 2017 a janeiro de 2018 e nem com as contas de luz de novembro de
2017 a janeiro de 2018.
Por fim requer, ainda, que os réus sejam condenados ao pagamento do
conserto do vidro no valor de R$230,00.
Em síntese, a ré JOSIENE alega que nada deve. Alega também que foi
acordado com o autor que a mesma realizaria diversos reparos no imóvel e que tais
reparos seriam abatidos do aluguel, já que o imóvel possuía diversas avarias.
Alega também que gastou cerca de R$4.000,00 entre benfeitorias e
pagamentos de contas do antigo locatário e que na realidade é o autor quem deve para
ela.
Analisando os autos, verifico que as alegações da ré não devem prosperar.
Apesar da ré alegar que existiu um contrato verbal para que a mesma procedesse com
reparos no imóvel e com o pagamento de contas atrasadas no antigo locatário, a mesma
deixou de apresentou provas nesse sentido.
Não foram apresentados quaisquer comprovantes de pagamento de contas
fora da vigência do contrato e nem nota fiscais referentes as supostas benfeitorias que
teria realizado.
Em relação ao pedido de cobrança dos alugueis atrasados, esse deve
prosperar.
Foi apresentado um contrato de aluguel (seq.1.3) sendo que o mesmo foi
regularmente constituído e possui a assinatura dos réus.
A validade e a existência do contrato não foram questionadas de forma que
o mesmo, uma vez assinado, deve ser cumprido. Nesse sentido, caberia aos réus, na
qualidade de locatários, apresentar os comprovantes/recibo de pagamento dos aluguéis.
Entretanto, como não apresentaram tais provas resta concluir que os
mesmos não foram pagos. Portanto, a medida de rigor é condenar os réus ao pagamento
de R$1.200,00.
Quanto as contas de água, a parte autora alega que os réus deixaram que
pagar diversas contas, totalizando R$720,00.
Tais valores não foram contestados de forma que restaram incontroversos.
Ainda, verifico que a parte autora apresentou as faturas na seq. 1.5, de forma que sua
pretensão deve prosperar.
Dessa forma, considerando que os réus estavam na qualidade de locatários,
era sua obrigação arcar com os gastos decorrentes da utilização do imóvel.
Portanto a medida de rigor é condenar os réus ao pagamento de R$ 720,00.
Em relação as contas de luz, a parte autora alega que os réus deixaram de
pagar as contas de novembro de 2017 a janeiro de 2018.
Considerando as contas apresentadas na seq. 1.4, o valor total corresponde a
R$ 967,33.
Tais faturas não foram especificamente contestadas, de forma que restaram
incontroversas. Novamente, considerando que os réus estavam na qualidade de
locatários, era seu dever realizar o pagamento das despesas decorrentes da utilização do
imóvel.
Portanto a medida de rigor é condenar os réus ao pagamento de R$ 967,33.
Quanto ao pedido indenização pelo vidro quebrado, esse não deve
prosperar.
Não foi apresentado ou indicado qualquer termo de vistoria que
comprovasse a situação inicial do imóvel, bem como o seu estado de devolução.
Dessa forma não se pode afirmar que o conserto do vidro se deu pela
locação do imóvel aos réus. Portanto, a medida de rigor é julgar improcedente tal
pedido.

III. DISPOSITIVO

Por todo o exposto e pelo que consta nos autos, com fulcro nos artigos 5º e
6º da Lei 9.099/95, bem como no art. 487, I do CPC, no mérito, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido para:

1. Condenar os réus ao pagamento de R$1.200,00 (mil e duzentos reais) à


título de indenização pelos aluguéis não pagos, corrigido
monetariamente pelo INPC e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês
a partir da configuração do inadimplemento de cada aluguel.
2. Condenar os réus ao pagamento de R$720,00 (setecentos e vinte reais) à
título de indenização pelas contas de água não pagas, corrigido
monetariamente pelo INPC e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês
a partir da configuração do inadimplemento de cada fatura.
3. Condenar os réus ao pagamento de R$967,33 (novecentos e sessenta e
sete reais e trinta e três centavos) à título de indenização pelas contas de
energia elétrica não pagas, corrigido monetariamente pelo INPC e
acrescidos de juros de mora de 1% ao mês a partir da configuração do
inadimplemento de cada fatura.

Sem custas nem honorários nesta fase (artigo 55 da Lei 9.099/95).

Nos termos do artigo 40 da Lei 9.099/95, submeta-se a decisão à apreciação


da juíza togada para homologação.

Cambé, datado e assinado digitalmente.

Gregory Tonin Maldonado

Juiz Leigo

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