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Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
2ª Vara Cível da Comarca de Sapiranga
Rua Alberto Schmidt, 441 - Bairro: Centenário - CEP: 93800312 - Fone: (51) 3599-1289
DESPACHO/DECISÃO
Vistos.
Em razão disso, não têm conseguido repassar aumento de custos aos seus
consumidores, e não possuem, atualmente, capital de giro disponível - porquanto tudo que é
gerado nas operações é destinado à quitação de dívidas anteriores - a fim de financiar suas
operações básicas, garantir o cumprimento de compromissos de curto e longo prazo com um
mínimo de liquidez.
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pela atividade empresarial das recuperandas, de forma que não mais vem conseguindo honrar
com os compromissos assumidos perante seus credores, constituídos por instituições
bancárias, fornecedores, prestadores de serviço e colaboradores em geral, além de débitos
fiscais, e passivo trabalhista, totalizando montante de R$ 638.477.488,90 (seiscentos e trinta e
oito milhões, quatrocentos e setenta e sete mil, quatrocentos e oitenta e oito reais e noventa
centavos).
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É o relatório.
Passo a decidir.
Contudo, muito embora não seja do juízo, mas dos credores o exame das
condições de recuperação, em exame perfunctório da documentação trazida aos autos,
percebo que a situação das requerentes, em cotejo ao passivo em aberto e sua capacidade de
receita, indica que a recuperação mostra-se viável no caso concreto.
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Consigno que, não obstante a necessária complementação dos documentos
elencados no Capítulo 2, item 2.1; item 2.2; item 2.3, uma vez que indispensáveis ao regular
prosseguimento da recuperação, inexiste óbice que tais documentos sejam trazidos ao feito
em prazo razoável, como bem ponderou o perito técnico em sua conclusão.
No que diz com o ponto 1.1 (doc 09), referente à expedição de ofício a ser
encaminhado para juízos das ações das quais recuperandas fazem parte (doc. 09), para que se
abstenham de realizar atos de constrição de valores ou de bens seus, entendo que não mereça
amparo a pretensão visando à proibição de constrição judicial de qualquer ordem, porquanto
revela-se precipitada, cumprindo à recuperanda informar, pontualmente, eventual caso de
restrição patrimonial, e submeter o caso ao juízo universal para oportuna deliberação.
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classes e ordem legal de pagamento. Os atos de alienação ou de constrição que
comprometam o cumprimento do plano de reorganização da empresa somente
serão efetivados após a anuência do Juízo da recuperação judicial, sem,
contudo, implicar no deslocamento da competência para o processamento
da ação executiva. NEGARAM PROVIMENTO AO AGRAVO INTERNO.
UNÂNIME.(Agravo, Nº 70068995117, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Rinez da Trindade, Julgado em: 27-10-2016)
No que pertine à expedição de ofício aos juízos das ações relacionadas no anexo
(ponto 1.2 - doc. 09), para que determinem a liberação dos valores constritos em favor das
recuperandas, de fato, consoante o artigo 49 da Lei de Recuperação Judicial e Falência, os
créditos anteriores à decretação da recuperação judicial sujeitam-se ao concurso de credores:
Contudo, por cautela, entendo que a apreciação do postulado no ponto deve ser
relegada à fase posterior à aprovação do Plano de Recuperação, a fim de preservar os
interesses dos credores, uma vez que com a respectiva aprovação, ocorrerá a novação formal
da obrigação.
Com efeito, os ativos que porventura garantam créditos que sejam considerados
não-sujeitos à recuperação judicial ou venham dela a ser excluídos, sob pena de dano
irreversível às recuperandas e à coletividade dos credores, durante o período de suspensão das
5000521-26.2019.8.21.0132 10000134501 .V6
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27/06/2019 :: 10000134501 - eproc - ::
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execuções, terão sua alienação vedada, vedação que se estende à consolidação da propriedade
fiduciária, na inteligência da parte final do §3º, do artigo 49 da Lei 11.101/2005, cumprindo
às respectivas Instituições credoras o ônus de demonstrar que o pacto não se sujeita à
recuperação judicial.
4. O mero decurso do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, § 4º, da LFRE não é
bastante para, isoladamente, autorizar a retomada das demandas movidas contra
o devedor, uma vez que a suspensão também encontra fundamento nos arts. 47 e
49 daquele diploma legal, cujo objetivo é garantir a preservação da empresa e a
manutenção dos bens de capital essenciais à atividade na posse da recuperanda.
Precedentes.
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Ante ao exposto, DEFIRO O PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO
JUDICIAL de PAQUETA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., pessoa jurídica
de direito privado, inscrita no CNPJ sob n. 07.148.469/0001-11; PAQUETÁ CALÇADOS
LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n. 01.098.983/0001-03;
COMPANHIA CASTOR DE PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob n. 81.692.295/0001-06, determinando o quanto segue:
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i) Intimem-se, inclusive o Ministério Público, bem como oficiem-se, também, às
Fazendas Públicas da União, do Estado do Rio Grande do Sul e do Município de Sapiranga-
RS, comunicando o deferimento do processamento da recuperação judicial da Autora;
Diligências legais.
Documento assinado eletronicamente por KAREN RICK DANILEVICZ BERTONCELLO, Juiz de Direito, em
27/6/2019, às 17:46:34, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006. A autenticidade do documento pode ser conferida
no site https://eproc1g.tjrs.jus.br/eproc/externo_controlador.php?acao=consulta_autenticidade_documentos, informando o
código verificador 10000134501v6 e o código CRC eb502039.
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