Você está na página 1de 140
Raimundo Bezerra Falcéo HERMENEUTICA If edicao, 2 tiragem MALHEIROS: EDITORES HERMENEUTICA (© Rasuno Bezenra FaLcho 1 od. 09.1997 ISBN 65-7120.2162 Dinetosreserndos desta edi por MALHEIROS EDITORES IDA. Rua Paes de Ava, 29, conjunto 171 CEP 04531-940 — Sao Paulo — SP “el: (Oxell) 3842-9205 Fa: (Oxstl) 3849-2495 URL: wwwimatheirseditorescombe ‘emai: malheirosedtorestzaz.com br Composiao Virtual Editoracao EletrOnica Lida copa Criagdo: Vania Lia Amato ‘Ave: PC Editorial Lida, Impresso no Brasil Printed in Brazil 05-2000 suMARIO EsclarecimentosPreliminares nants Parte — FUNDAMENTOS CONCEITUAIS 114 SENTIDOE CULTURA a 12. 1s (Ocbjeto na conhecimento L111 Nogaode objeto 112 Ontologias regionais 1113 Objetosculturaise Diet valor 1121 Nogiode valor 1122 Cassiticagao dos valores 11221 Classica dos valores quanto & amplitude 11222 Classfcagio dos valores quanto ao tempo 11223 Classificagao dos valores quanto 3 legitimidade 11224 Classifcagie dos valores quanto & matéria sentido LIB Nogio desentido 1132 Osentido éinesgotivel por deinigio 1133 Osentidedanatureza Cenvolvimento entre sentido ecuituraGinexricavel, mas rio mobitizador 112 SENTIDO ELINGUAGEM 121 122 NNocio de linguagem “Teoria tendentes elucidacdo da origem enatureza da linguagem 7 122.1" A linguagem coma convengio 13 14 7 18 2 21 24 25 28 2 “ 48 51 st 12.22 A inguagem como algoenstente por natuterd v.57 1223 A linguagem como insirumento a 1224 Alinguagem como acasa? 66 1.23. Genvolvimento exstente entre linguagem e sentido 67 12.4 Senudo, inguageme Dieta 78 1125. Impropriedadeda idenfcagio entre sentido esignfiasso - 81 13NOGAO DE HERMENEUTICA 131 ConsideracSes propedéutieas 83 1332 O fluxo crear entre interpreta e Hermenéulica no thes ‘mistura as esséncae 1321 Elucidago inicial 85 1322. Hermenéutica Teoria do Conhecimento 87 1323. Umcomplesoestrtural eoperacional vollado 2 producto do sentido e a adequada escolha deste ...98, 133 HermentuticaeDireto 98 ‘Sexuyna Paste — EVOLUGAO DOUTRINARIA EM MATERIA, INTERPRETATIVA 21AINSERCAO DO HOMEM NA COLETIVIDADE 2.1.1 Uma temticaabrangenteeantiga 105 21.2. Naexaltagio erst doindiiduo, um organiciame teologisa impicito 106 2.1.3 Ohomem coletivono pensamento modemo m4 22 ADESCOBERTADO INDIVIDUO HUMANO 2.21 Ocosmocede vez ac homer 131 222 Deusencontrao individvo 134 223. Renascimento iberalsmo: completa sea descoberta do individu ese opera sua consagracio 138 2.24 Outras considerasées,a titulo de fecho. 13 23 UM LONGO ESFORCO DE BEM INTERPRETAR 23.1 Onde sts ohomem, esta nterpretacto. 145 232 Ascomrenteshermenéutics moderna 2321 Digressso proliminar 155, 2322 Estolada Exegese 156 2323 A Livelnvestigaczo do Direto 2324 ODireito Live 2325 Algumas formulagoes hermenéuticas “reaisas™ 2326 A teoriacossiana. 2327 Noeapinte gemini um rokindo morale filosofico. a 23.28 Viehweg, a Tépica ea “clausura onganizacional 2329 Tescans Paete—DA INTERPRETACAO INESGOTAVEL, A Ligiea do Razosvel ‘A HERMENEUTICA TOTAL 31 AFIRMACAO DAINAFASTABILIDADE DO TODO Intrnsecaeextrinsecamente 0 todo est presente. Sustentagtocientfica flsctica desses argumentos 31121 Consideracaoextinsca!océsmico eo socal 311 312 313 3122 Considerago itrinsec: no ordenamentojuridico Emzesumo, um grafico elucidativo 32ADIGNIDADE DA PARTE 32.1. Observagao prelimina: «parte como norma 322 A parteenquanto serhumano 33 INTERPRETAGAO INTEGRADORA 33.1. Conceito de interpretagio integradora 332 333. Hameios deconeliar riquera de sentido eestabilidade Ri a interpretagiointegradora, 34 HERMENEUTICA TOTAL 34.1, Poruma Hermenéutica total 342. Ofundamentoflossfico da Hermenguica total @2 inesgotabilidade do sentido Em busca do sentido adequado Um nove foo sobre velhos brocardas 343, 34a 34a 3442 344s 3444 “"Sealeiforclara nao wa necesato snterpretla “Os casos dnicos gem se por disposk inten cee “Onde exis mesma asi fundamental, prevaleona mesma rea de Door FO que ccpecal ach-encluide na goa 158 162 165 169 ws 178 181 187 189 189 199 203 205 207 20 230 25 a2 23 248 262 262 262 263 3.445 “Onde ale no dstingue,oitérpret no deve distinguit”| 263 34.46 “Restrinja eo odios,amplie-se o favordvel yo. 264 34447 “Alterese o menos possivel aguilo que sempre fi cntendido do mesmo modo" 264 3448 "Dese aos textos aintligenca que tore vidvels seus objtivos, a0 invés da que sreduza 3 ‘inutligade”| aos 265 3449 “Otexto referene ao principal rege tamibem os {344.10 As disporigbes devem ser interpretadas de modo que ‘nko para haverpalaveassuperfas sem fOr ‘perativa” vs 265 267 [ESCLARECIMENTOS PRELIMINARES © Direito, enquanto norma, vem, sobretudo nas ultimas décadas, sendo apentado como indeseavel elemento de fenagem 0s avangos |que a evolusio normal da sociedade eas conquistas do conhecimento ¢stariam prontasa imprimir ao homem e aos povos,em sua admiravel e ininterrupta marcha, que os séculs hio testemunhado e sempre teste= ‘munbarao, pois rigidamente igada aos horizantes elasticos da Visto ria, Estes, como se sabe, dotados de extrema amoldabildade, pos se ‘Gem tacados, pr sua ver, nas movedigasfronelas do tempo ha tela densa dos interesses diversoa Essa pecha de conservadorismo que se imputa ao Direto encerra larga margem de verdade, nao hd negar. Todavia, a culpa mio &enata- mente dele, mas, sem falar em outros fatores, de certos principios hhermenéuticos ou de algumas posturas interpretativas, que se ho feito Teimosamente impermedvels a oxigenagdes capazes de levar os oF ddenamentosjuridicos a um processo constante de atwalizagao, via Dilizada na abordagem mais Hre dos eentidos que as normasjurdicas possam conte. ‘O presente trabalho ¢, em rao dist, uma tentativa de ibertar um ‘pouco mais as possibiliades evolutivas do Direito,desatrelando-o das [eins imobilistas em que, por vezes, tem sido garotend por intrpretes {queseaferrama dogmas perfeitamente superdveisou se apegam imi tes que urge seam ultrapacsados. 'Na persecucio desse nosso pretensioso — reconhegamo-lo — tento, comegaremes por buscar a fixagao de determinados fundamen tos conceituais que se nos revelam indispensives & boa inteligencia do problema, Em segundo lugar, procuraremos fazer orastresmento dda evolugio experimentada, nas varias epoces, pelo sadio esforgo de ‘bem interpretar os cbjetasculturalsem geral eas noriasjuridicas em patticulan "Neste ponto,teremos em conta, de um lado, os desdobramentos Inermenéuticos decorentes da circunstancis de ae haver, em teorizayies awn ind hon ein ea gander creeper doe coms “eel rue ota imple Sante sere ele ace coulda tone mas Sate nee Rn Speak Sipe Sie adnan de perenee aun ge inane nas a cece ‘itm dng user ae ne aoctae adtprecnce aetna suosana erie cnr mi ‘Riggins ect ene smectreuie Scere atid ge Sateen dementia fate gle tpt pee en cee Eieab that prr bonereSee mnateng a Spt tot les Spurl Ile 2h rn pe at tpn ds fanon emg monet nop See des gitaamtacln tne ene Siteinan Reger tattrs ete a ieee aes iter amet pe sete SI cach rivera PARTE FUNDAMENTOS CONCEITUAIS 12 Seid lnguagem — 13 Negto de 1a sexmpo cura Prarie ier a ured Large inet a LL objeto no conbecimento LLL Nog de objeto Sempre que se tem um ato de conhecimento inafstsvel a presen ade tut eismentos neces: ou que cone, aie que o eu fSgnoscente desenvolvee ocho que se dnigea avidadedesenvaie apoio Ha desse modo, um fao primsro eiredutivel da experiencia, como entdade eferda a0 conhecment, qe ¢et ante — a fazemos ‘eterna ¢ lao, ao sentido fico objeto, Diss resulta iiculda™ ‘eda afirmagio dou sem bjt, ou do cbjto sem oe. Arbus encon- {ram sua ontidade num process de mau reerenla, Ente Ouse, pel prseng esproc dum pero oouto Kesim para que se J oconhecimento, ou que conhece, ou busca conhecer hi de se derontar com o bo cooscivel, Euan ta Se poe ante o outro, numa neces psig de reiproidade, nla ht como squer pensatse na ccorrnci de um proceso de conhecimento ‘Ogu vem anteriormente aso apenas um pre-maments qualquer de alg que poderd te nem serum pré-momento de conhecimenta E80- Souum prémomento de algo No tempo, apenas Oct es ou 60 em pp. Mas, nono tempo de um dado, dem certo cvento cognitive. Por ova presen do objeto copnoncve ¢indispensivel “ ears Porém, «que €0 abet, de exjarelidade é necessario que 9 ex ognoscente st perce conscientemant, im de qu aj a possible ‘dade do canhecimento? Ow, noses palavres, ou Co objeto ese set ‘Sno ual vu no cpt eta algunt Sequer seve a mesmo, poi, & {séndia do objto,o et nao se apersbe de i? Enfim, o que 0 Goo, me qual nis hs snl, porgoanto€daquele que ese emana, pars Cap. tapiopel eu? En decorréncia anes de querermos era nog de sentido, urge as- similarmos ida de objet. Tado agulo que pode se termo da aividae consent do eu gue conhec, ts 6, do sets cognoscente,€ objeto, Dera forma, ¢ objeto {odo se a respeto do qual se poss lacer ot elaborar um jul lopico ‘Bessa manent, atéo proprio ser de um eu determinado ou deur ert Suto cognoscent pode sr objeto do conhecimento dese meso eu 08 upto cognescent 1.1.1.2 Ontologias egionais © objeto do conhecimento pode assumir as mais variadas formas Desde sees infimos, como um virus, a outros portentosos, como uma ‘grande estrela;enormes, como uma galdxa;imensos, como 0 univers [Bese seresintangveis, como o sentmento ou 9pensamento até outros {de uma concrete agressiva, como a pedra ou ¢ chumbo. Da serenida= ‘de ao tumult, Da 9780 a0 insinto. Da vida 3 morte Da idealidade da relagdo materatica a incertea factual da palo, Deus e demdnio. Ver ade er, Ignorancia e saber. Tudo € objet, Como, enti classificar os ‘bjetoe do conlnecimento se so de espéces to varias, se assem for ina tho diversas e dimensces ti distntns? Se ensejam, quanto a0 sent do, extragoes tao diferentes umas das otras? Baseado nas idias de Husser, Coss divide os objetes do conheci ‘mento em quatro grandes grupos: a) ebjetos ideas) objtos natura) ‘objeto clturas;e d objetos metaisicos. Consoante repisaremos agul, ‘com algumasalleraes introduzidas por nés,s20, portano, quatro as ‘lasses de objetos, as denominadas ontolggiasregionas, que assim se ‘chamam pelo fato de cada uma delas formar como que wna regia dis- tint, um Conjunto de seres que apresentam caracteristiessiguas, Desse ‘odo, os objets integrantes de uma ontlogia regional, isto ¢ de ma Classe, diferem entre s to-somente naguio que tem de qualitativo, ‘mas nono que ¢inerente a sua natureza. Quanto aeste ultimo ponto, ‘mantém algo em comum, Iso € que consttulaessénciajustifiendora desta inclasao numa determinada ontologia regional no em outra Dai resulta haver a respeito do objet, ente (nfo), uma teora (lags) ‘comm possivel, que of pertencer juntamente com outros, a um resmo grupo, # uma mesma resi, Asti, o motivo da denominagia onli regonas, ’ primeira das ontologisregonais acima apontada pertencem 0 eto ets. Sto chamades eas porque nao tem existe senao na fei, coro ide No so objeto que estejam na experi, 5280 pel qual por meio da inteleto podem ser captadoscogntivamente syaconleago qe o prec, numa fonturametodsogica lds Apresentindo-ssemeniséncia no tempo eno espag, bem como nto estando na experiencia senivel, os ojetoe idee onto tim gr elevadssimo de netralidade a0 valor, Com efit estes objets do conhecimento nia comecaram um da, sem chegario dia em ue desaparecerso, Nao seria adequad aia Se que, por exemplo, as relagdesmaterdicas asceram com o prime ros matematicos. Eis apenas tiveram a intleegao delas: Oa ne tuiram. Dizrse que o tring, o rel inh ou a verdage insite "Ruma equag foram criagaes dos matemsticoscorvesponderia quase a [sseverat que uma esta distant, ao se aptada por eles te ‘a sido crada peo asténomo que Ihe asestara ese instrument; ov Sigificeriaafiemar que a gravitacao Universal se consttise em esa ‘so dos isco que descobriram ase que a regem. Tanto aqucle quan fester apenas so simples epuros ~ meio sem duvida — deseo tridores"O maternstce ais seri, no makita, claboradorteorizador nunc, tanto ele quanto os outros, enadoves Sue inventores, Nos Cxemplon dads Stl ata sent foram aa 90 ‘mundo, ao horizante, do conhetimento do astronomo ou do fic, Ou ao mundo daqueles que na eseira de suas descoberss, hj tami Ghepado a conhect la ‘esse modo, os abjetosieais no esto, individualment, em paste sjguma So, mas ro esto. Consistem mst, iso naga, Part fates existenca no tempo e no espa, Em decree, também nao tstionsexperincia sensive, porquanto sto exprestes gorse absta. tas, inconfundiveis com as cventunis manifestagées “desenhadas”, “Constrdas’, pela figuras ou formas em que venham a ser debu- sade, para efito de comaniacio concreta or iso, acormpanhar se ‘leu grou mut elevado de newtsidade a0 valor emiora sem seer Shacltamenteimanes as valoragdes Pare exemplar podriamas ad ‘mii que alguém mesmo afasando pointe ts mankestages “dese ‘hadas" construiaas” de quadrado ou de ical, pudese conside ‘ar idealmente, que ocitcola em sua oniidade pure, portant ger ‘absrata€ mais "bonito” do que a quadrado. Haver, nesta hptese, ‘sigom teor de valoraio esis, hab ano permitiraafirmagio de ‘em or objeto deniinteiramente neros ao valor. Todava,somente 0 'Sovem niveisbsssimos Mais bikos do que se pode enicarem re Ingaea todos os outros cjetes da conheciments Crate nom un na oni, Ten 1 oan Ite ms Rao pesos Saaaane yaaa cpio catenins bande ita clue enn Gotasatee rt pe che neat y Sears voce wes Sa aeons Mauda ms na aeret Tupi demon atumylocn guy uaticaast can enc ‘sqompitaortcl parson nas Urano te sone eaanteent ter opee ene Brett dcr Spun gol coon en ome onc, faeces aicnie aces ps ioe, ‘Rinsvansemamemareker ee dase iSumunittoutvoagse Sotto Catan dno a tenge cw spo Bio oe a ee ceca Seurer unas peetinmrns stoi nape seman ena eaten Siow qabesandicanmrtscurolgn omensepe Seren See eam ae rac eas Siaceetadteencnn osesageunendegeti mpeg ances Ctomenan bie se TrmceReunt en coms opme toms aes Earp please stay oso nmem ens. inclu Sass ton anaemia SE oe eh et ees mae an Se Syria aos Minami nein see buns cee ween nese gra oranda oases tug socemane es name igure meetin sarmac nae molest, Ea teeter ae on poe en mid Soman agannisce erases eters fe Shue pretenses Se A eee ine Sure acy tna tad Ignace heya ineee ‘ets ecg cr sn in cokes cman ssc sere ane secs ude ue as ne ter dass pelt: apa semen Sires qeotbencaenco aes Por fim, vemos ats metas Aqueles em que pes terem exis: tinct ue no esto ma experiencia senaivel Nao tem, para sa apr S80, um ato gnosilgico especialmente indicado ou eetiv. N20 Chsiante, nde posivelinuiroua exsteneia por meiosracionats, abe trator etmbrados a mais para disieten. Si axologicos, posts ou ‘egativamente na media em que se podem ating pels ertimagoes © ‘sloracies, Delos sto exempos Des, a alma imortal ea Hbedade de {Queen se nos quinermos poscionar a inha do raconalsmo lei. ‘Hane e woltiand, Se, por utr lado, desjamos um alinhamento com Kant, smaremns aces dia de Costs cao respeto melhor ‘xplanaremos em outra parte deste trabalho. Agu importa snot 3 inognosobiidade dos objtos metaisicos cas sipames as pegs do inoledavel pensador de Kongsberg, Entetant,aveditamosserrazost ‘nesta psager, uma iconoclast ov objets metafiscos so pass ‘es de algum conhecimento, a0 menos pelos eaminhos das abstraaes ‘acionais,ese nos dispasermas a nos depoje por enquante, da ‘inchs emprias eempirtas 1113 Objetoseutuaise Direito xe qu vio nn rn oes Open aes ama paceman Saratn “ee dee ges ocala so tay a ee esa er STs Come na sien Seen si pm tn eo Rung i pelts Siemicmminrctaaei re ore ‘onan te ie Rea SSRERR orate nea tp siesta ftne mena siskon nen ats ie pin nn The um sentido novo. E cultura, portanto, Todavia, nio fica exclusiva- fer omnes ie atom Tare Tierra ata imagen en penetrate epic saci in aSante aes eggs ie ee npn et al sea 2st cera Tecra ence ‘ecm cs era seis an gucrmat ect ese ect SARIN SMSST Aouad nena quanto sto vulores ineptandoo dicipinamenta da condua ext que se ‘Tet por meio da ingungem Dene med tnt a nomna juan os ond sto objeto cuts Sera um eno, enant, dear de i tinguir enters) bo cultural eencalmente formal que Gx ner 1) bjt cltural comple contd por BA) o ents aig, gue€o valor condo na ora; b2)visando sum dicpiumento decom ise qua sno eto iberdade nar do Romer em spor iso, uma ateragdo humanamente provocada na natura, ou se, € Cultura, A norma jridca€ Isso que esta em b, mais oarcaboupo lngsisico menconado em a ~ areabogo forma, portanto = aca to sbrign nama comuicaio naa, Asi ornate Tasebre clu, porque clare qu tata de cltre Breese, {ma sobrecultna, Poderseia dizer até mesmo, cultura sobre ater, namelidaem queanorma ~repovavemente ebm sempre ena = fenteoporbareras lberdade de peneameno, una vec que eta Fipotese, procure substi a propria naturena raconal do ore. (qo penuar da onizidade dose human. Por soe que sempre Ge {Entad anto, norma pris aon interment. que cltra stem como ata modiicgbo da maturera. Assim mes itadamente No poe substitu E queer limita o pena ‘mento importa tentarsubstuira exeenia desta produto. Nowtras Palvraséponsamente meso. A norma juris, oc outa anes {esculturdi, pe cegara exercise sobre o mado de pensar, ‘To sentido de ormagio opnio, de dreconamento do creas de Taclocni, Nunca chegardsConsegulrlinitaro pensamento em su {Queca c abundancia genestacas ja opersamento como allo que ‘amariamos de conto abarato, ja como aqulo que averbartaros ‘de conto concreto, Ou anda na condgao de Tone Wo pense el tlto menos no que ange lmitagis quantativas, pram Ente 6 Pensamento ree sole 3 preterm ago, raged pes nat Exrtingo possvel 1.12 Ovalor 141.21 Nog de calor Aacogtermas dos objets do conhciment,¢ no particular, quan do tratamos don objets culture, Raemes rlerénas diversas 2 Urges portato, nts de svangarmo ats cular a ade seni, ¥ermot algumas considerages ceca do gue 80 vl ‘Agus sofos,principalments os existent, ém dado espe- cial mportincia sds oman scent, sto existence Fae pra fles a walidade primar. A tado anda ea td expe, se consider: somwoscuses » ‘mos ser sabido — ena medida em que ist é sabido, a nivel atual do Cnhecimento—que afro Absolut 6 hemem sc apercbe, om ple ‘ntcoscon, da fealigade. Assim todos os bjetos do conhecento c= ‘ona vida humana. esse modo, viver€ estar send Estar sendo no mundo, Estar o eu com as coisas. O eu com os objets do onheciment, Mas, enganto fhomem vive enguanteo home ests send, ele ests endo em sa hr {ade Em sa iberdade de exo, Escola que orienta e define sn con ‘sta, Ou, noutaspalavras, exclha gue poe a homem, colocxo na die ‘Sho sc destin, tomado ete em qualquer conotar ata Para que isto acontega,o ser humane precisa, no eaten, de estar cxerctando,acada momenta seu poder decscrio Equa minima ago implica ua decso, mesmo gue, 8s vees to simples pont de quem desde quase nao notar qu, nage tan, et Gecidindo, Mae cer toque oests Ora mas quem decide, prfie Opts em sums, por uma Condit, yg a condita no passa da dimeneds cca das ages Estas tmceram cor mecinicomassitido,embora no seam somente sso, A Conduits dferentemente,ostenta mares condiments cos do que me Canios: Tem mais de hmanidade do que de ao, no senso seo. De {qualquer forma, sj uma, se otro home reaper it pe ‘iamentedecdirse Edectrse fazer ane daiberdade,excolhende, "scolher por seu tre, € valor etimar Det mane, condita ‘xolégico, coma dina Cossio ~ ¢indissols. Sem se alo, els contr valor, isda em sus ona dink, emo fore propulora, qual combustivel duo na ontiidade do fun ‘Sonamentode is motor Por conseguint, cond ata, depen ‘Sedo valor asim como nio hd movimento sr ua fren propos queoense ‘Ora, no hi ser humano que nio se conduza. Nao existe homem sem conta, Po sso, no hi ser humano alco o valor O hersem 6 ols um ser silica, Sendo raciona,o ome tem, em sa apt {io de clegeralteratvas de condta Mas, quando o faz concretamen testo quando secondus, quando seaiza.nosendo, ues cto Sieque o faz movi porvalracses Por outro lado sea cultura ma das conseqdéncis da condita, © se. conduta contr necessariamente al neste commoner 0s tkjetor cultura sie vloma ums tempo, De sorte ques nora juni tae Drea, objetosclturais questo nio tem como dear de vale enquanto sto O gue 6 portanto, valor to inaastavetmente presented vida hu rman? Eis agul ma das dificuldades maiores a Fosoia, Atta Hessen o asinalar qu 9 conceited slr io ¢rigorosamente Ge » remain {inve."Prtence ao mimero dagueles conccitos supremos, como os de {Sree esque nan ale dene. ue poe Zer-sea reopelto dele simplesmente lentar uma canficagto Ou instage dose conte, Asia resell do conceto de Valor) ‘Quando promunciame a palavra valor: podemos com ela queer ign fear tres colas distin: tc de um valor aida de valor de ‘sna coisa: oa propria ia de valorem 5! mesma Se quisemos sign Feat com ests palavta, exchsivamente,avivencia, permaneceremes no dominio da coneciineia, da Pscclogia, edo pscolopema, Se entender. ‘hos por el unicamente uma qualidade um paricular modo dese das {isa permaneceremosno dominio do Natralisme, em que o valor & Sena uma qualidade real de certoscjetos. Se fnamenteentendermos pr valor apenas asa dia, no tardaremes em cof, em hi Fbsian on valores, como js acenece com Plato" (Flo dos Vales, pp. 3738. ‘A difculdade efetivament existe. Mas ni sos to pessimists «quanto Hessen possiveltentar-se uma slice, adverting, logo de Pronto, que o canctto de valor se xg na nog, razida pda Bod ‘omia, de valor apenas como valor de wao ede toca das coisas Esta no. ‘ose refer so valor econdmico © qual segundo vetemos adits, quan- {Tcdaciicarmos valores nio pats de una das espace de valor O valor éfetvament, oda fora que, partda do homem, écapaz de gerr no homem a preferncia por slg Aguilo que, nia bstante fascido no expire humano, €aplo a acionar nessa mesmo espirto, Como que de reves quasesimullaneamente cs mecanismos admirsvels ‘dr adesto, do aplavso, da acitagto ou do aeioamento, mas none ‘osnriaménte da afeipi ou do aft, entenddos estes numa conotagio Sentimental, romantica. E que o valor pode até provocarrepulsa, desde {que oser mano de onde part arepusa estes tcado pela aectagto ‘Sem valor que se choque com aqua quelne¢ posto, qt sp contsria qui queestisendo epuado oy Vor nto se confunde com ten Plo contréio,é por causa do valor ‘que surge aida de algo como sendo um bem. O valor €priméro. 0 ‘Bem €decorencis,¢algo que vem em sguida Bem €conceto mals vol tado adi de trument, de mes, sizado com vistas conse ‘Jet objetivo de vida, Naomporta se ocjetvo & econo, pico, Social, moral, jriic, etic, ee Ser sempre través dos bes que se Jnstromentalzar sa consegio, Todi, sje como for €o valor gue {az com que o ser humane sdenigue em ago, um bem. Nem precisa fuse chee com Scheler (Le Formalin thu ef Fgue Metre I Vasu, Pare, 1955), a0 etabeloer a distngSoente valor © bem. a Sfimar aiver inspiado em Lote, que oem pertence 3 ordem dose fenguanto que o valor independent dessa ordem,formano um rind Spree Nao pensamos asim, Valor também er Ser primar. Bem & sexpert n ser derivado E derivado por causa daquela capacidade que o valorem dlegerarcondulanstrumentalizadora dos cjetvos, das metas da vida. (Ovalorestano homam e€aer-geraris Ando ser coma conclto, nao hi ‘lor como algo metalic, absluto, apsar de haver valores univer- Sais Oem et a epule€ser-deaildade ser para cheparse 3 con Sumapie de bjs De todo mado, hé que enaltecer, no neckantimn da Escola de Baden, dierenga que visulizou entra nature, eer explcada Por Ics, ea cultura ser compreendida, num contexo impregnado de ‘aloragbs Ean em seu ojo que vames encontrar Windeltand ass Talando, companhado, de cena modo por Ricker, que a outorga de Sondade, verdad ebelea is colssjulguvessomentese pode rear por uma norma que ainda quando nao tenha ealzago de ato tem 0 ‘aor como deverse Desa forma, o miodo dese do valorsria seu de- ‘err O valor no sera interment afostado do ser ~ permitimo nos Interpretar-, de ua feta qu oer do valor consintira no seu dever- Sr apesar de sobretudo 0 limo, negate vealidade que "ao sea tranceendente. ‘valor geaa prefertncia.Propicia a escotha. NBo€ ocho da pre- feréncia ou da escola Sera no mdaimo, causa gue Teva a Gu em re Tago a ebjeto se dew escola, Se qusétemos dar uma configurarso ‘mais dara tudo quanto temes dito, poderiamos asevra oem rita egircaeatlistic que valor ¢aquel objeto do conecimento gue pro- ‘ora a objetivarso do bem, este amin vist como objeto do cned- Inento,oaand, no sent de crag doconhecimento que valor 1.1.2.2 Classica dos valores (Os valores so bei gerar bens so cond aque clasificagto doslens esta lgada 8 claaficagso ques xe para os valores. Por is, dlsuinando os vloes tremos aber olaquds dase des bos. (Or valores podem clasiicarse sob prismas diversos Podemos agrupé-on asim, quanto amplitude, quanto ao frp, quanto let ‘lade e quanto & tri, pring pment. 1.1221 Clasifiagio dos valores quanto & amplitude ‘Quanto’ amplitude, os valores podem ser uhiversi, iis, nacioais, populares particlares. Valores universats s80 aqueles que exercem sua forga com uma abrangéncia universal Esto, como qualquer valor, no homer, mas no Ihomem universal. Ou, ainda: no homem em qualquer parte do universo ‘em que cle sj possivel. Tata ede ila distinta da sais de valor ab Solute, Os valores absolutos ndo existem, se conferirmos a palavra siso- 2 mecca lutoafeigio rigoros herdada do Romantismo,consoante ual “56 no fim esta que em verdade’,entendimento eas, com babe em que Hagel arguttou seu conetoe Espino Absoto, sedindo nos gas iitimos da realidade, em que se revela 8 mesma como principio [utoconscente infin, Absolut esse sentido, signa sm reste, ‘om lint som conic, aque, nama visa substantvada leva ‘aa derenlidae derprova de mits econdigoes, realidad suprema, ‘sea, Deus Assim, valores absotos nao os Rs, orquanto nao ¢ pos Sivel ou apenas razoSveladmutr-se aconcepyag de valores que, nO thstante no mundo do bomem,sreslizem a meamos de manera ne {osuraeinfalive, sem qualguer coisa, ser ou entdade que fos eles, Sinda quando o cu ou srazio humana, poss its los x condiions ion Entretano, se €impossve acetaraeo valor absolut, nada dee tranho exist contra nogio de valor universal E que ohomem em sua {imensio universal em min dimensio de humanidade, produ? fas Adee recede inuxo — que tim a amplitude do wniverso harane Tati onde a humanidae,inusive como condo humana, ester fa Zend com que tarnbemn nierels se otentem ceros ben que esas {eteasagindo em indo dupa, mas mutuamenteenvolvidas eimbri Cacas,terminam por sgualmente produit. Por consogunte ha bens LUnwersais a exembploda ida e da iberdade, porguant,«despeito das {istongbes aberagtesindviduais que possam acontecer exes bens ‘tio no epirto universal do homent , por essa evidencia ho de Ser ‘evgunrados pla humanidade Diz-se que 0 res so soi quando se que fazer mengio que tes valores de uma determinada sectdade, que se amplism por sm er to grupo socal Nio se confundem comn és valores univertis porque {eon abrangénciagrpal Concituando-se um grupo socal mesmo se {al grupo forssotiedade des homens, next como misturtl com o Conecifo de universe. Aidén de universo¢ iia ttl conquanto neo Sj ia absolut Por seu tomo, aide de prpo socal, por amplos {ue se evclom os contre de win certo grupo ¢ sempre pada ex thread interagao presente num dado momento ou num dado contxto historicos Para exemplfcaculdaremos daguele valor que leva sm frupo social a prefer trabuho 8 ocosidadeelevando-o ao patamar Kiem socal Outro exemplo- aque que provocs, no amago dum cr to grupo, oseninentode que asolidaiedade¢ un bem aserclivedo tcc membros daguse grupo Sacalment, pols. Valores naconais so os que tm a ver com a nagSo.Poderse-a, 3 primeira vista, areditar que ees nada mas fossm do que ima espe edo genera olor sacl Sera tm aquvaco esse ponto de vista Na ‘Verdade-embora umn nag tenda a formar um grupo sil ha entre {Sets membros um cimenfoespectico, um amalgema de sentiments, {spingbes€lnsis proprios que se no confunde com o problema trito da interagt social. A nagto no ¢ apenas um grupo, porgue ea tem mais do que o caraterorgricoe plural que aqyeleapresenta. A ‘agio vai lem dito; também uma alma Coletiva recto magistal Ae'Poulo Bonavids: "A naydo nio se compbe apenas da populagso ‘iva emiitant, dos quadres humanos que fazem histéria em cso. Dita a nag suas raizes expiitunis na tradi, vive ay gloria que testraram pasado, profess cao eo chamastont os orto ree ‘verenciaa memoria dos heise descobre com a visto do passado a8 Toreas morais de permantncia historic, que Rio de gus nos das de gloria lz como nas nites de ilortnio e amareas vicistades Mats do que o povo, que resume apenas responsabilidad eo est "ode uma hora, que fu anaylo ~ soma aheranga de valores — tem ompromisso com a historia; porque arma em se home presente © o patsado, do mesmo passe due prepara oporvir, epartdo este entre fpreenseseesperanca, aspirates esobressalton” (itn Pais, p 34) Os valores naconas st, poi aquele que impulsionam anacao nos rumos da construgto dos bens garanidores dos Igoe da “aria ‘pital, aque se reportava Renan, eno somenteasecuratSrioe da interes grupa que pincela a Unturasdebunadoras do soil ‘Aclasificagio tures populares obedece mesma rz80 que nes pe «a cogitar da diferencagso entre ss sntecodentes eferas de valores es {ue © conceited pove tambm se aparta de todos quantos at agora Spontadon, De novo, grande Paulo Bonavies €chamado a user ‘entuais divides que Se enhano frame &concetuaio de povo. “A hago de pov € nog sobretudojurdia. Quando sala em povo hi ‘efalorse tami nagusie gu pertence ou nio prtence&coletvidade ihumanareferia deta Estado Dao problema de sabermos se ‘Stamos em prevnga dem cdadio deste ou date Estado. A noo de povo esata sobretudooaspecto urd, mas no debeatambem de teraspecto poco, prinpalmente nas sus implcagbes como sueioe kjet do poder plo” fob. 1,197), nlusve com rere $e die no dmb das quests pertinants 3 origem eleiamasso

Você também pode gostar