Você está na página 1de 27
od SosoCoree esp merertz samara RdvegseoS EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DA 3* VARA CiVEL DA COMARCA DE WUI (RS). PEDIDO DE PROCESSAMENTO URGENTE! CHINATEX GRAINS AND OILS (H.K.) LIMITED (“Chinatex” ou “Autora"), pessoa Juridica estrangeira constituida de acordo com as leis da Regio Administrativa Especial Ru Causeway Bay, Hong Keng, em Hong Kong RAE, e enderego eletrénico ) de Hong Kong, com sede no endereco Unit 3202 Sino Plaza, 255-257 Gloucester Road, intimacoes@soutocorrea.com.br, por seus procuradores in fine firmados (doc. 01), que podem ser contatados no enderego eletrénico ao fim indicado, na condigéo de credora, ver, respeitosamente, perante Vossa Exceléncia, propor a presente AGAO ORDINARIA PARA CONVERSAO DE LIQUIDACAO EXTRAJUDICIAL DE S COOPERATIVA EM LIQUIDAGAO JUDICIAL s (com pedido de tutela de urgéncia) contra COTRUUI - COOPERATIVA AGROPECUARIA & INDUSTRIAL LTDA. (“Cotrjui”, “Cooperativa” ov “Ré"), sociedade cooperativa agroindustrial inscrita no CNPJIMF sob 0 n® 40.726.506/0003-75, com NIRE n® 4340000322, com sede na Rua das Chécaras, 2.523, em Iu! (RS), pelos fatos e fundamentos juridicos que passa a expor: wuyscutocorrescombr - oreo Aig RS: A Calo Gomes, 700139 ander + Ed Platnum Tower + 90480-000 + Fone/fax + 5581 3018 Os Brasia «OF. SAFS Quara 2 Late &BacoD Sea 202 + Ed.Vabspanada + 70070600 + FanefFax-+ S561 3874 7608 Sto Palo» SPA President eine Kuntsinek 2061 Tore 179 andar Coy BB. WTIK + 464011 » FonefFax +95 11 3199 7768 1. DOS ANTECEDENTES DA CAUSA 2. AR6 6 sociedade cooperativa e, assim sendo, a sua criagdo, o seu funcionamento € a sua extinglo so regulados, basicamente’, pelas disposigdes da Lei n° 5764/71, que define a politica nacional de cooperativisme, institui o regime juridico das sociedades cooperativas e dé outras providéncias. 2. Diante da grave situagdo financeira pela qual passa, a Ré convocou seus associados para a realizagao de Assembleia Geral Extraordindria (“AGE”) para deliberar i) a terceira etapa do plano de reestruturacio, saneamento e revitalizacdo da Cooperativa e i @ liquidacéo voluntiria da Cooperativa, com continuidade dos negécios, e nomeacao do liquidante e do conselho fiscal. 3. Dita AGE realizou-se em 27 de setembro de 2014, tendo os associados da Ré, apds tumuttuade conclave (doc. 4), deliberado a dissolucio definitiva ea liquidacéo da cooperativa, pois que seu estado de pr elegendo o seu entao Presidente, Sr. Vanderlei Ribeiro Fragoso, como liquidante (foram eleitos insolvéncia inviabilizava a continuidade dos negdcios, também na ocasiao os membros do Conselho Fiscal) 4+ Publicada a ata da AGE em questao no jornal Correio do Povo e Diério Oficial da Unido (doc. 4), @ Cotrijut passou a se manifestar no Ambito dos diversos processos executivos que contra si tramitam, requerendo a suspensio dos feitos pelo prazo de 1 (um) ano, nos termos do art. 76 da Lei 5,764/71. Posteriormente, vencido o primeiro ano de suspensao, deliberou-se em nova AGE a prorrogac&o da liquidaco extrajudicial (doc. 4) e, assim, a Cooperativa passou a postular novamente a suspenséo das execusbes, 5. Todavia, nenhuma medida concreta restou adotada pela Ré no sentido de promover os atos conducentes a efetiva liquidacdo da sociedade. Nao houve, por exemplo, a elaboracdo de um plano de liquidaca0, contemplando a arrecadacao de ativos, de um lado, e planejamento para pagamento de dividas, de outro. Nada nesse sentido foi feito, tampouco foi dada minima + Existem, também, alguns dispositivos do Cédigo Civil (art. 2.093 a0 art. 2.096) sobre af sociedade cooperativa 2/27 o> transparéncia sobre as atividades de liquidago que deveriam se seguir & deliberaco de inicio da dissolugao extrajudicial da Cooperativa. Isso porque, em realidade, nade estava sendo feito pelos érgios da Cooperativa encarregados da liquidacéo. 6. Como leciona Waldirio Bulgarelli, a liquidago é a fase do processo de extingao social que consiste, basicamente, na apuracao do ativo e no pagamento do passive. Uma vez decidida a dissoluc3o, passa-se automaticamente para a fase de liquidagéo, em que a sociedade permanecera existindo unicamente para realizar 0 ativo e saldar 0 passivo ~ sendo que, ao seu término, deverd ocorrer a sua extingo. 7: 1850, alids, est8 expresso no caput do artigo 51 do Cédigo Civil, a teor do qual “[Wjos casos de dissolucéio da pessoa juridica ov cassada a autoriza¢éo para seu funcionamento, ela subsistiré para os fins de liquidagdo, até que esta se conclua’ 8 Vale lembrar que 0 pardgrafo segundo do mesmo artigo 51° & expresso no sentido de que as disposicdes do referido artigo se aplicam as pessoas juridicas de direito privado e 0 artigo 1.096 do Cédigo Civil agrega que as disposigbes referentes as sociedades simples se aplicam as sociedades cooperativas*, Pois 0 art. 1.036 (que regra as sociedades simples e, por isso, aplicdvel 85 cooperativas) é categérico ao fixar os limites da atuagio do liquidante: “fOlcorrida a dissolugéo, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestdo prépria aos negécios inadidveis, vedadas novas operacées, pelas quais respondertio solidériae itmitadamente”. 9: Noentanto, no é isto que vm fazendo os liquidantes da Ré, que jamais exerceram suas obrigacdes legais, inclusive e principaimente aquela atinente a de realizar o ativo para saldar 0 passivo, conforme exigéncia do art. 68, VI, da Lei 5.764/73. * BULGARELLI, Waldirio, Sociedades, empresa e estabelecimento. Sio Paulo: Atlas, a980, p. 122 3°29. As disposig&es pare a liquidaco das sociedades aplicarn-se, no que couber, as demals pessoas juridicas de direito privado.”" Art. 1.096, No que alei for omissa, aplicam-se as disposigdes referentes & sociedade simples, resguardadas as caractersticas estabelecidas no art. 2.094.” S™ Art, 68, S80 obrigacSes dos liquidantes:(..) VI- realizar 0 ativo social para saldar 0 passivo 4.” 3127 0% 20, _ Nao menos importante é 0 fato de que até o momento nenhuma assembleia, reuniéo ou providéncia equivalente foi realizada pela Ré com seus credores com vistas a thes prestar contas do estado da liquidacao, deixando-os 8 mercé das condutas obscuras e duvidosas praticadas pelos liquidantes na conduso do processo liquidatério, a1. Para agravar o quadro, recentemente os credores foram surpreendidos com a noticia de apresentacéio, pela Cooperativa, de pedido esdrixulo de recuperagao judicial®, evidentemente incabivel, contrario a expressa disposicéo de lei e jurisprudéncia consolidada dos tribunais brasileiros’. E 0 que é pior, 0 pedido & feito em conjunto com sociedades controladas pela Cooperativa, com a confisso expressa de que os negécios mantidos pelas diversas pessoas Juridicas 0 eram com absoluta confusio patrimonial, 12. Para melhor ilustrar a questo, oportuno colacionar alguns dos principais trechos da petic&o inicial da demanda recuperatéria, cujo inteiro teor segue em anexo (doc. 3): ‘Sz. Wa pies des bas, ae on cna oo om grup conten cet. 15 porue © een ode, por paca eminent, sacra mediante «comma res esse oe evo, en (cro die «rez vs cesectos sr soc, peters ew sod fe meetninertoscomues. eral, eur sca expats sims no aa (rue para vita, endo cstrla do gripe & Were pea COTA, neo a 5.15.0. gups kaso sléaes valde 20 aronegic, | Inti, comérde madera reemadon,premagie de sevign« napote, om |rrendranda ce posto ges naropeesres. Do ao nc ox von le oe, rosese puetes, ves Exetbnon, cue as abvsesatercen + a lrateae canum « so covslomentirs, Ads, us getsem sinnarocte om komm, tase pe COTRELL, ma qunlnde Ge crtlewee, Seno © aundo| Zc © A acho tramita perante a 2° Vara Civel de So Luiz Gonzaga e ainda nao teve despacho inicial. Figura como autoras da ago as seguintes empresas: Redecoop, Cotriexport, Pacpart e Transcoper, contendo pedido expresso de incluso da Cotrijui no polo ativo 7 As sociedades cooperativas, por néo serem empresérias (cf. Cédigo Civil, art. 982, parégrafo Unico, e Lei s.764l72, art. 42, caput), no se sujeitarn & Lei 21.102/2005, restrita aos empresérios individuals e 8s sociedades empresérias (art. 2°). Assim caminha a jurisprudéncia pacifica: STJ, 28 Turma, AgRg no REsp 1209203/SP, Rel. Min, Sérgio Kukina, j, 25/12/2024; STJ, 2* Turma, REsp 1.20225/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j, 24/09/2020; STJ, 2° Turma, AgRg no Al 2.085,738/SP, Rel. Min. Teori Zavascki,j. 19]03/2009; TIRS, 5* Camara Civel, Apelagéo Civel 70066403696, Rel. Des. Jorge André Pereira 31/08/2026; TIRS, 5* Camara Civel, Apelacdo Civel 70032587446, Rel. Des. Jorge Luiz Lopes di Canto, j 16/32/2009; TSP, Orgao Especial, Divida de Competéncia 152.627-0/6-00, Rel. Des. Aloisiofde Toledo César, j-agh2/2007. 4/27 “Ti A aga ces preriam € de exes Inorg 1a pert, vo ese dos ess, a ends Ge GRUPO ECONDMICD eve HF sates enpresials er renmentes CTRASSCOOPER, PACPART, REDECOP OTRO #2 COTRNLL 3 res mcceect Jadedmete, em evens | comands uss. 02 mesma fra, j8 rou corbin desonscecio dx penonaldde forge, ce neo qe respeabiands as ssns yeas Ge ure 4.28, a sao yooenasi0:6400735 (ate cuts cay, atten corm ere 8 UNEAO FEDERA, ets recranea 9 AEN uve econ, bem como & diconscerilo 2 personae rite, ‘Scape “btn baz de das no use do nat ds pareonate [ca (a. 50 307d C6gu Gt, cxaceznén plo den de staat © “4.26, Voss Beeltsn, eseen #80 alguns dos processor en ‘us I rctou decreed a pronlince sen 36 CRUPO, por 9 Be ‘eens sd rms ieee asta pu edhe deta. 425, sss, sme 68 $4 contac reepnesiande Ita «si a GRUPO ECONONICO DE FAO, nd oereeap ‘rnsioc jen, tem came eansaeand w even sede +o tn ‘ome contac tp da pice = COTRDL, eee cores we (un so de responce eas eae, janet cr + cet fiores do grunt. Persea, nus, ewe esakcace wm cam ee st ass do orp ue, pr fa ea 990, C208 germ 8 opened soiur «Hn rss, “28. © are (TINNSCOOPER, PAOPART, REDECOP, ‘COMRIEWPORT ¢ COTREMT eh sence eomati 30 paeamert das cnigtes cm ores epee, cane elds acne Aor, afin de ako Ren snerte sales erate a peter es, peeraneey com ee 0 pn opr Jonato ceatarem, bem come a cennuénie cos atvdedes eons do Qo. stented, dessa te, dein fg se @ cue se agai ste cones Ge rece, nde too sotto d gus eas pave pr tea cree | vps «pice um tudes (a 76 Lt ® 3.20145 eri 516, o STP), contandocom 8 cacao aminsafe we, do He [sercor os eeeoes 33. Nese quadro estarrecedor, os credores da Cooperativa, os maiores interessados no regular processamento da sua liquidacao, cuja dissolugao fol objeto de deliberagao assemblear de seus associados, encontram-se & mercé do descontrole na condugo do pretenso “processo liquidatério” - que, em realidade, no vem ocorrendo -, sequer tendo noticias de qual , efetivamente, a real situagao da massa a ser liquidada: 2m Aliés, conforme amplamente divulgado pelos meios de comunicago de abrangéncia regional ¢ nacional ~ sendo, portanto, “fato notério” (art. 374, |, CPC) -; a situacéo financeira da Ré apenas piorou desde 0 inicio do processo liquidatério, estando a Coopefativa em situago de manifesta insolvéncia financeira, com dividas que, segundo parecer elal 5/27 ob consultores da mesma, ultrapassam a soma de R$ 1,500.000.000,00 (um bilhao e quinhentos milhdes de reais) (doc. 5)°. 15. A situacdo de descontrole financeiro da Ré fica ainda mais escancarada quando se observa o balanco patrimonial referente ao seu exercicio social encerrado em 33/12/2036 (doc. 55), o qual aponta um patriménio liquido negativo de nada menos do que R$ 1.200.000.000,00 (um bilhdo e duzentos milhdes de reais), Ou seja, mesmo vendendo todo o seu patriménio, a Ré ainda ficaria com uma divida bilionéria, Fig 2 Bilge Pavinonial mccwala cn STRONG ‘Enraide do Paiste conmarte de dou. 3.005 26. Nao bastasse isso tudo, referido relatério indica, ainda, 0 agravamento exponencial do endividamento da Ré, na medida em que, do exercicio social de 2025 para 0 exercicio social de 2016 houve um aumento de 56% (cinquenta e seis por cento) no resultado negativo, tendo a Cooperativa acumulado, apenas no ano de 2026, um desastroso prejuizo de R$ 166.000.000,00 (cento e sessenta e seis milhdes de reais) (doc. 5): elaborado pela empresa Ipiranga - Consuitoria Empresaria Ltda., de Santa Maria/RS, por sol Cotriji, 6/27 ot 11 DAS CONSIDERAOES ACERCA DAS DIMONSTRACOES CONT ABEIS ENCERRADAS EMSLNONG ‘A contest et sn detent de reid do exec» sobs paras ids do} ‘tli 2016, paerady ma Fg O, opie weutade naive de RS 16665020945, Bs ‘sempre 0 eed cen apreseniedo pl cate fo exci e201, pcb ws 0 read nga (Fc lads coo ae 52% € de prod saxo aldo do Relat constanta do doc §- 30m 27. Ou seja, a cada ano que passa, as dividas ndo séo pagas, tampouco existe plano de diminvigo do passivo; pelo contrério, a situago apenas piora e isso quem atesta é a prépria R& por meio do laudo elaborado pelos seus consultores e juntado nos autos da Execugdo Extrajudicial n° 016/2.13.0006048-2, em trdmite perante a 38 Vara Civel da Comarca de Ijui/RS (doc. 2). Vale notar que requerente nao dispde dos nimeros da Cooperativa de 2017. 18. Confirma essa situago, de descontrole do processo liquidatério e de piora do endividamento da Cooperativa, declaracao recente feita pelo atual liquidante da Ré, Sr. Eugénio Frizzo, afirmando que “a divida da Cotrijuf que era de 2 bilhiio de reais, passou para 1 bilhao e 600 milhdes de reais” (doc. 8). E realmente impressionante que a previsdo do montante da divida tenha sido alterada em nada menos do que Rs 600 milhdes, um aumento de 60%! E isso no periodo de liquidago! 19. Mas a situacéo no poderia ser diferente, dado o desastroso modo como vem sendo conduzida a suposta “liquidagdo” da Cotriju 20. Apenas para ilustrar, tome-se 0 caso da criago de mecanismos de compensacéo direta de créditos de associados ~ “Cartéo Associado Cotrijui” (doc. 6) - que, sem a devida fiscalizagdo e auitoria, traz fortes indicios de que esse programa vem sendo utllizado como instrumento de dilapidagao do patrim6nio da Cooperativa em favor dos seus associados (ou de alguns deles), fraudando a preferéncia crediticia dos demals credores: INSCRICAO PARA O CARTAO ASSOCIADO COTRUUI COMECA DIA PRIMEIRO DE SETEMBRO (SEGUNDA-FEIRA) A partir de segunda-feira (ox/og) 0: associados da Cotrjui com créditos a receber @que estejam interessados em fazer operagies pelo CARTAO ASSOCIADO COTRIiI, deve procurer 2s respectivas unidades. Nestes locais haverd a inscrigéo e a cqnseqlente habilitago dos produtores rurais, Com essa nova ferramenta, estes agricultorey mediante Ed 08 critérios 8 amplamente civulgedos nas reuniées de base € Pré Assembléias, irdo paulatinamente receber parte dos créditos a que tem direito, recursos que foram usados para ‘outros fins pela Diretoria anterior, o que gerou um descompasso de cerca de 200 milhdes de reais no chamado conte corrente, Esse novo mecanismo vem sendo bem recebido pelos associados, ea tendncia € de que sva operacionalidade demonstra na prética os resultados de acées implementades pelos atuais dirigentes em parceria com os produtores rurais, 05 principas interessadas na reestruturagéo, saneamente e revitalizagio da Cotriui? 22. — Comisso, o liquidante da Ré nao apenas frauda os credores da Cooperativa que no so associados como também, e principalmente, utiliza 0 referido “programa” para obter 0 apoio do grupo de produtores que a ele aderiv para se perpetuar-se & frente da Cooperativa na condugéo do suposto trabalho liquidatério, 22, Mas no é 6. Segundo amplamente noticlado pela imprensa local (doc. 7), a Ré ver. promovendo atos de disposico de bens iméveis através de contratos de locago, por longos periodos (05 anos), como é 0 caso das locagées de unidades para as Cooperativas Agropan e Cotricampo. Embora no se tenham informagées oficiais sobre os termos e condigdes dos negé 5 efetivados, extraoficialmente circula informacao de que ditos arrendamentos teriam ocorride mediante pagamento em adiantado de todo o valor da locagéo. 23. A locago de tais iméveis pela Ré, nesses termos, viola o art. 76 da Lei 5.764/73, pois demonstra a intengo de perpetuar a liquidagao no tempo, afrontando os interesses dos credores. Isso porque, parece evidente, uma sociedade que entra em liquidago, ainda que com a aprovaco da continuacao de suas atividades, nao pode assim permanecer ad aeternum ~ € a realizagdo de contratos de locacéo de longo prazo demonstra justamente esse intuito, pois, do contrério, estar-se-ia buscando realizar a alienacdo dos ativos, justamente 0 que impde o art. 68, VI, da Lei s.764/73. 24. Agrega-se a isso, como se nao bastasse, a recente noticia de que associados da RE passaram a questionar os rumos que a liquidacdo vem tomando, em especial no que concerne a0 suposto desvio dos estoques de gréos que deveriam estar depositados nos armazéns da cooperativa, sob 0 regime de Armazéns Gerais, 0 que ensejou o ajuizamento de Aggo de Interdito Proibitério pela cooperativa contra seus préprios associados (doc. 8). 8 Também disponivel em: http:/iwww.cotrjul.coop.br:B080/pg_noticias/noticias_njsp?id_noticip=2316 8/27 atone 25. Ouseja, ndo bastasse o calote patrocinado aos seus credores (no caso da Chinatex, por exemplo, o valor histérico do prejuizo é de cerca USs 10 milhdes, adiantados 8 Cooperativa como pagamento por soja que nunca foi recebida), a Ré passou, também, a fraudar a confianga dos associados que remanesciam utilizando os j4 precdrios servicos da Cooperativa. E isto em beneficio de quem? 26. _ Tais fatos, reprovaveis sob todos os aspectos, dernostram que os érgdos que conduzem aliquidagéo da Ré agem de modo absolutamente temerdrio, em descompasso com os ditames legais, 0 que revela o intuito nitidamente fraudulento da liquidacao que se processa, pois que no pretende, em momento algum, saldar o passivo existente conforme determina a lei (art. 68, V1, da Lei 5.764/71)**t 27. E, para completar, agrega-se 0 comportamento processual desleal da Ré que, reiteradamente, ignora e descumpre, por completo, as ordens judiciais, em absoluto desprezo a0 Poder Judiciério, no obstante a imposigao de multas e adverténcias, agindo como se intocavel fosse. llustrativo disso & 0 caso da Execucao n° 016/2.13.0006048-2%, no ambito da qual a Cooperativa ignora, hd. mais de ano, TODAS as ordens emanadas do MM. Juizo para 0 cumprimento de ordem de penhora sob percentual do sev faturamento, conforme se constata dos relatérios apresentados em julzo pelo administrador judicial nomeado, abaixo parcialmente reproduzidos: Ba iro Bo 1, meats cao Nae gana a toga, sganen # CONFER dts 08/06. 2017 ato eae do Fe Ms nee cada do pogo, yards fa 2/06, rena vm on gon © cep an, eee 8 en pica ete so doen arb pcs 20/0 ie 20206, oo emus rc, deme. to Spates |e as Con, beets caso oa sinseamet pe “Art. 68 Séo obrigagdes dos liquidantes: (..) VI- realizar o ativo social para saldaro passivo e ySeMpolsar os associados de suas quotas-partes (..).” » J8 referida antes, em trémite perante @ 38 Vara Civel de lil, promovida pela Autora contra a * Fls, 2.994, 3.021, 3.042 3.050 da Execucso. 9127 ements prs 9702 a 17/07 he rena» eaecia. ote dlrs ompnen te a pneu oo oa commer PET, ‘DAV ANTON 005 SATOS, rome cre AAnerdeDepasato 8 to oct se vm reteset noma 2V. EXCELENCIA en campinesto 0 mando 89 qt exude, Cmpaet 2 COTRLLN na ta de 1/08/2017, ond oe Balan do mds de Meo pr ter edo ds pratt de pst, ratio pc 15/08. 0/08 no — ind Ceo rpestitar oHiade conse peta, 28. Como se vé, a Ré e seu departamento juridico simplesmente ignoram as determinacdes Judiciais, criando obstéculos absolutamente ilegais & efetivagao de atos constritivos, com o que resta inviabilizada a satisfacdo do crédito em execuséo, 2g. _ Emoutras palavras, nem mesmo o Poder Judiciario é respeitado pela Ré, que se vale do subterfgio da liquidacao para praticar atos que so realizados no nico interesse do grupo que detém 0 controle da Cooperativa e de um pequeno grupo de associados. Um verdadeiro absurdo, prenhe de ilegalidade. E, ainda que devesse 0 magistrado fazer valer o poder que a sociedade Ihe outorgou, fazendo valer suas decisées ao invés de simplesmente deixar-se desautorizar pelo desrespeito reiterado por parte da Cooperativa e de agentes 9s“ordens Judiciais, tal fato no reduz o significado da conduta da Cooperativa e de seus administradores. 20/27 30. fora isso, conforme regra do art. 76 da Lei 5.764/72%, a liquidago deveria ser implementada no prazo de o1 (um) ano, podendo ser prorrogada, uma Unica vez e no maximo, por mais o2 (um) ano, desde que demonstrada a existéncia de motivo relevante. Contudo, a mesma ja se arrasta hd mais de 03 (trés) anos e est sendo conduzida (i.) com absoluta falta de transparéncia, (li.) com total desprezo as ordens judicias; (jii.) com a pratica de atos manifestamente prejudiciais aos interesses dos credores, que nada receberam até o momento; ¢, fiv.) com o nitido propésito de perpetuidade de um pequeno grupo de associados no poder ‘em detrimento de toda a massa de credores sejam eles empregados, associados, fornecedores ou mesmo clientes. 32. Vale notar também, por oportuno, que as varias tentativas de prorrogar no tempo a liquidacao (foram realizadas AGE’s da Cooperativa em 02/10/25, 30/09/26 e 03/20/27 ~ doc. 4), J8 tiveram seus efeitos em parte afastados, diante da flagrante ilegalidade, por diversos juizos perante os quais se processam execugées ajuizadas contra a Cooperativa, os quais n3o acataram os pleitos de prorrogac3o da suspenséo das ages executivas, permitindo 0 seu prosseguimento. 32. No entanto, como visto, as ordens judiciais ndo séo cumpridas pela administragao da cooperativa, que simplesmente ignora ordens judiciais de toda espécie, inclusive ordens de penhora de faturamento sob pena de multa, conduta que, além de ser manifestamente afrontosa a autoridade do Poder Judiciario, sé faz aumentar o passivo da Cooperativa. 33. Tal situagdo, Exa., tende a persistir caso 0 Poder Judiciério nao realize a devida intervencao, de forma enérgica, definitiva e imediata, de modo a colocar ordem no processo liquidatério, a fim de cessarem os abusos e as ilegalidades patrocinadas pelo liquidante da Ré, reestabelecendo-se com isso 0 proceso de liquidagao em legitimo interesse publico, dos 2 “Art. 76. A publicagio no Diério Oficial, da ata da Assembiéia Geral da sociedade, que deliberou sua liquidacéo, ov da decisio do drg3o executivo federal quando a medida for de sua iniciativa, implicars a sustagdo de qualquer aco judicial contra a cooperative, pelo prazo de a (um) ano, sem prejuizo, entretanto, da fluéncia dos juros legais ou pactuados e seus acessérios. Pardgrafo Unico. Decorrido o prazo previsto neste artigo, sem que, por motivo relevante, estejalpncerreda a liquidac30, poderd ser o mesmo prorrogado, no méximo por mais 2 (um) ano, mediante deciso do érgao

Você também pode gostar