DIRETOR DO PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO E PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
– PROCON DE ______________________
Procedimento nº _____________
_________________, qualificação, vem, respeitosamente, à
presença deste Órgão, apresentar sua DEFESA aos termos da reclamação apresentada por ___________________, já qualificado nos autos do procedimento em epígrafe, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
I. RESCISÃO CONTRATUAL. DEVOLUÇÃO DE VALORES. IMPOSSIBILIDADE.
Inicialmente, cumpre esclarecer que o reclamante registrou
anteriormente uma reclamação administrativa, neste mesmo órgão e de mesmo teor da reclamação epigrafada, sob o nº xxxxxxxxxx, em que reconheceu sua inadimplência contratual.
Ademais, o reclamante apenas pagou R$ xxxx, sendo R$ xxxxxxx
referente às prestações do Lote xxxxxx (doc. 01) e R$ xxxxxxx referente às prestações do Lote xxxxxxx (doc. 02), estando inadimplente desde xxxxxxxxx, no lote xxxxxxx, e xxxxxxxx, no lote xx.
Em decorrência da inadimplência do reclamante, tendo em vista
os prejuízos financeiros causados à reclamada, não houve outra saída senão proceder com as rescisões contratuais mediante Notificação Extrajudicial.
Tal modalidade de rescisão tem previsão no art. 32 da Lei
Federal n° 6.766/1979, o qual estabelece que o contrato será rescindido 30 dias após constituído em mora o devedor, caso as prestações vencidas e não pagas não sejam quitadas. vejamos:
Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será
considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de constituído em mora o devedor. § 1° Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, a requerimento do credor, pelo Oficial do Registro de Imóveis, a satisfazer as prestações vencidas e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros convencionados e as custas de intimação. § 2° Purgada a mora, convalescerá o contrato. § 3° - Com a certidão de não haver sido feito o pagamento em cartório, o vendedor requererá ao Oficial do Registro o cancelamento da averbação.
Com efeito, cumpre destacar que nos contratos (docs. 03 e 04)
também consta essa modalidade de rescisão, conforme se verifica através da leitura da cláusula 10 dos instrumentos, vejamos:
10) RESOLUÇÃO DO CONTRATO POR INADIMPLEMENTO DO PROMISSÁRIO –
A falta de pagamento de 03 (três) parcelas de vencimentos mensais e consecutivos, ou o atraso no pagamento de qualquer delas por prazo superior a 90 (noventa) dias, determinará a resolução do presente contrato, decorridos 30 (trinta) dias da constituição em mora do Promissário.
Todavia, apesar do reclamante ter sido devidamente notificado
em xxxxxxxxx(doc. 05) e, consequentemente, constituído em mora, o prazo para pagamento das parcelas vencidas e não pagas transcorreu em xxxxxxx (doc. 06), sem que houvesse a quitação do débito.
Portanto, não restam dúvidas de que a rescisão se deu nos
termos da lei e do contrato, por culpa exclusiva do reclamante ante sua incontroversa inadimplência, em que após constituído em mora não quitou o débito dentro do prazo legal, nos termos do art. 32 da Lei Federal n° 6.766/1979.
Quanto ao pedido de devolução de R$ xxxxxx a título de
supostas benfeitorias realizadas no terreno, é necessário esclarecer que inexiste qualquer comprovação de que o reclamante tenha tido despesas no importe de R$ xxxxxxxxx ou da existência de benfeitorias de caráter indenizável.
Por outro lado, após analisadas as despesas e penalidades que
a reclamada teve com os contratos e as rescisões, a taxa de corretagem (cláusula 10, p. sexto, “a” dos contratos) por si só já é superior a todo o valor pago pelo reclamante.
Desta forma, não há que se falar em restituição de valores,
razão pela qual o presente procedimento deve ser arquivado.
II. PEDIDO.
Ante ao exposto, a empresa reclamada requer que o presente
procedimento seja arquivado, uma vez que descabidos os pedidos do reclamante, conforme acima demonstrado.