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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _______ -

Estado de Sã o Paulo.

Autor x, brasileiro, estado civil, profissã o, portador da Carteira de Identidade RG n.º


00.000.00.10 SSP/PI, inscrito no CPF sob o n.º 000.000.000-10, residente e domiciliado a
Avenida abc, 1005 – bairro – CEP 0000-000 - Osasco SP. Vem, por sua advogada abaixo
subscrita, respeitosamente, ante Vossa Excelência, ingressar com a presente;
AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA PELA
REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PERDAS E DANOS
Em face deRéu x, brasileiro, estado civil, profissã o, portador da Carteira de Identidade RG
n.º 00.000.00.10 SSP/PI, inscrito no CPF sob o n.º 000.000.000-10, residente e domiciliado
a Avenida abc, 1005 – bairro – CEP 0000-000 - Osasco SP. , sendo que para tanto passa a
expor dos fatos e direito ao que segue.
PRELIMINARMENTE:
DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA.
REQUER o Autor a concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita, com fundamento no
disposto na Lei n. 1.060/50, c.c. o art. 4˚, § 1˚, da Lei n. 7.510/86, Lei n. 7.871/89 e art. 5˚,
inc. LXXIV, da CF, em virtude de ser pessoa pobre na acepçã o jurídica do termo, sem
condiçõ es, no momento, de arcar com as custas decorrentes do processo, sem prejuízo do
sustento pró prio e de sua prole, conforme Declaração de Hipossuficiência inclusa (doc.
anexo).
BREVE RESUMO DA INICIAL

O Requente e Requerido pactuaram negociaçã o de compra e venda de veículo, com


contrato assinado e firmas reconhecidas em cartó rio na data de 03/07/2019.
O objeto do contrato é o veículo qualificado a seguir que ainda está em posse do Requerido,
pois este se nega cumprir as clá usulas contratuais e a fazer a devoluçã o do bem.
Isso, mesmo apó s nã o honrar com as parcelas de financiamento respeitando seus
respectivos vencimentos, conforme contrato. Tã o pouco apó s ser autuado em diversas
multas de trâ nsito com pontuaçõ es indo no prontuá rio do Requerente.
Agradando a situaçã o, nem mesmo apó s, nã o transferir o financiamento para seu pró prio
nome, bater o veículo por duas vezes e ainda quebrar uma peça de considerá vel
importâ ncia e valor do veículo, que poderá ser outro prejuízo ao Requerente quando
conseguir reaver seu bem por direito.
DOS FATOS
Consoante se observa da documentaçã o anexa, conforme resumo acima, o Requerente
firmou com o Requerido um CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA DE
VEÍCULO na data de 20 de julho de 2019, em contrato pactuado, firmado e reconhecido
em cartó rio, como objeto do contrato, um veículo, marca/modeloxxx, Automá tico, 04
portas, teto solar, Bancos de couro, Kilometragem 000.115, ano e modelo de fabricaçã o
2010/2011, placa do veículo AAA 0101, espécie/tipo passeio, cor preta, RENAVAM
numeraçã o final -----000 - chassi numeraçã o final ----111 - descriçã o conforme clá usula nº
01 – DO OBJETO DA COMPRA E VENDA do respectivo contrato.
Em consoante com a clá usula acima, em seus §§ 1º e 2º resta descriminado
respectivamente que, o contrato acompanha LAUDO DE VISTORIA, o qual descreve que o
veículo se encontrava em ó timo estado de conservaçã o no momento da entrega ao
comprador, ora Requerido. Bem como, as dívidas do veículo, descritas a seguir, ficariam a
encargo do comprador, conforme segue abaixo;
-IPVA /DPVAT/Licenciamento 2020 no valor de R$ 1.489,063 (Um mil quatrocentos e
oitenta e nove e reais e seis centavos, Débitos de três multas de R$ 401,21. valor total.
Texto copiado do contrato: “OBS: NEGOCIAÇÃO COM O COMPRADOR ASSUMIRÁ AS
MULTAS E DÉBITOS DE DOCUMENTAÇÃO CONFORME ACIMA.”.
Firmaram ainda, que o restante da DÍVIDA COM A FINACIADORA seria, (Dívida assumida
pelo COMPADOR).
Valor da negociaçã o R$ 36.460,75 (trinta e seis mil e quatrocentos e sessenta reais e
setenta e cinco centavos). Em cará ter de entrada foi firmado ao requerido pagar os
seguintes valores: R$ 12.000,00 (doze mil reais), na assinatura do contrato e R$ 1.500,00
(um mil e quinhentos reais), em 90 dias.
Assumindo o comprador, ora requerido, as 29 (vinte e nove) parcelas vincendas com
a FINACIADORA ABS
Neste sentido, a hermenêutica jurídica nos norteia que, assumindo a dívida, o comprador,
assim, transmitiria o financiamento para seu próprio nome, incluindo o pagamento das
29 (vinte e nove) parcelas do financiamento existente junto à instituiçã o financeira
Santander, conforme contrato firmado entre as partes. E até que isso fosse feito as
parcelas em nome do Requerente seriam pagas pelo Requerido em dia, de acordo
com os vencimentos.
Fato este que não ocorreu até o presente momento, não transmitiu a dívida para o
requerido, tã o pouco vem pagando as parcelas em dia, ocasionando assim prejuízos, danos
materiais e morais ao Autor, conforme veremos a seguir.
- Parcelas pagas todas em atraso; quebra das Clá usulas contratuais - 6ª inciso I, e clá usula
9ª.
Que diante de tal fato deveria ser restituído o bem ao Requerente.
- Quebra da caixa e Coluna de direção; (orçamentos anexos).

Valores dos orçamentos:


a) ORÇAMENTO Nº 1000 –CAOA - R$ 7.550,64 (Sete mil quinhentos e cinqüenta reais),
somente a peça, sem contar óleo de motor 5w30 R$398,94 e a mão de obra de
R$2.660,68 (paginas dois e três do orçamento). Sendo o Requerente mecânico, se
propõe a realizar o serviço. Tendo assim a certeza da integridade do conserto.
b) ORÇAMENTO – em 03/02/2021 – DHORA – R$ 8.869,00 (Oito mil e oitocentos e
oitenta e nove reais).
c) multas de trânsito, me sua maioria por “TRANSITAR EM VELOCIDADE SUPERIOR A
MAXIMA PERMITIDA EM ATE 20%” - (08 até o momento) totalizado (sem ainda
calcular juros por atraso R$ 1.498,04 (Um mil quatrocentos e noventa e oito reais e
quatro centavos). quebra das Clá usulas 6ª inciso III.
Segue descritivo das multas abaixo:
A. XXX
B.XXXX
C. XXXX
D....TOTAL XXX
QUATROo (04) autuaçõ es até o momento, lembrando que o veículo continua com o
Requerido e que os aplicativos do DETRAN/ DENATRAN estã o sem atualizaçõ es.
Nenhuma das autuaçõ es levadas pelo Requerido foi indicada por ele como condutor,
contrariando repetidamente a cláusula 3ª e § 1º e § 2º do contrato, a qual é taxativa a
obrigatoriedade da indicação do Requerido como condutor das multas de trânsito
que este levar em posse do veículo após 03/07/2020, bem como deve o requerido
ser responsabilizado com fatos relacionados a responsabilidade civil,
administrativa, tributária e/ou criminal.
Nã o bastasse todo o dano já descrito alhures, o requerido informou ao requerente que
bateu o veículo duas vezes. (causando mais avarias na lataria original do veículo).
Atençã o a clá usula 7ª pará grafo ú nico do contrato.
“O vendedor, ora Requerente não será responsabilizado por danos causados ao veículo
por má utilização ou por negligência do COMPRADOR, ora Requerido.
Assim, CONFESSOU o pró prio Requerido ao Requerente via mensagem de Whatsapp, ao
assumir os fatos aqui elencados, link do á udio abaixo, onde o Requerido fala exatamente ao
que segue:
LINK PARA DOWNLOAD DO ÁUDIO.

Áudio passado a termo: XXXX


Porém, ao procurar pessoalmente o requerido em sua casa no dia 29/01/2021, se cercando
de cuidados e tendo chamado uma viatura policial para que nã o houvesse excessos, o
requerido ainda assim, negou-se a devolver o veículo ao requerente.
(Aos fatos adicionais, seguem mensagens e orçamentos anexo)
Assim, se negando a mandar a có pia da CNH, ou resolver a pontuaçã o, mesmo quando lhe
foi proposto que arcasse com o processo administrativo de recurso de multas. Situaçã o em
que o Requerido se manifestava somente quando já havia sido passado o prazo para indicar
o condutor das autuaçõ es, Causando ainda danos irreparáveis na Carteira Nacional de
Habilitação do Requerente, conforme normas do DETRAN.
Tendo como conseqü ência possível PERDA DO DIREITO DE DIRIGIR AO AUTOR que
precisa da CNH para exercer seu trabalho, ao ir buscar e para devolver carros de clientes,
ou mesmo para testá -los, uma vez que trabalha como mecâ nico de automó veis.
As autuaçõ es citadas foram praticadas pelo requerido no período em que estava e ainda
está em posse do veículo, (docs. anexo), uma vez que o Requerido SE NEGA A DEVOLVER O
VEÍCULO, assim em total desrespeito com a cláusula 9ª do contrato firmado, alegando
que já havia pago “algumas parcelas”, ignorando os meses (07 meses) até o momento em
que está usando o veículo, incluindo ter batido o veículo e causado avarias na lataria
original por duas vezes, causando perda de valor do veículo.
Em nível de informaçã o ao requerido, sob as alegaçõ es das parcelas que a muito custo
pagou, e para devolver o bem exige, segue anexo orçamento, caso fosse o requerido alugar
de automó vel por sete meses, isso de um veículo inferior ao de objeto do contrato e sem
danificá -lo.
Em atençã o a CLÁ USULA 9ª DA PENALIDADE, resta acordado entre as partes que o veículo
ENTRARIA EM BUSCA E APREENSÃO, caso o comprador entrasse em inadimplências
com o débito, bem como com as parcelas. Que assim o veículo DEVERÁ SER
RESTITUIDO AO VENDEDOR, o qual retornaria a assumir a dívida do veículo. O
requerido entrou em inadimplência em todas as parcelas.
Ainda a CLÁUSULA 9ª deixa clara a penalidade de multa contratual de R$ 13.500,00
(treze mil e quinhentos reais), pelo descumprimento do contrato, a qual deverá ainda o
Requerido pagar ao Requerente por ter descumprido nã o uma, mas vá rias clá usulas
contratuais do referido contrato.
Ocorre Excelência, que o requerido, posteriormente a assinatura do presente contrato,
informou ao Requerente que nã o poderia assumir o financiamento do veículo, passando a
dívida para seu pró prio nome, pois este estava com seu nome inscrito no cadastro de maus
pagadores, SCPC/SERASA.
Assim, o requerido informou ao requerente que honraria com as parcelas vincendas sem
atrasos, mas não cumpriu. Bem como, informou que já teria entrado em contato com a
financeira SANTANDER, informado seu pró prio e-mail a financeira, se passando pelo ora
Requerente, já com as informaçõ es do Vendedor em mã os em sua via do contrato, para
que os boletos que estavam em atraso, chegassem ao seu pró prio e-mail. Dificultando
assim ao Requerente saber dos atrasos dos pagamentos.
Presente no contrato, CLÁUSULA 2ª § 2º
“Caso ocorra atraso de uma ou mais parcelas por um período superior a 30 (trinta)
dias, fica o COMPRADOR sujeito a ter a posse do veículo configurada como Apropriação
indébita, implicando também a possibilidade de adoção de medidas judiciais, inclusive
a BUSCA E APREENSÃO DO VEÍCULO e/ou lavratura de boletim de ocorrência, cabendo
ao COMPRADOR ressarcir o VENDEDOR das despesas oriundas da retenção indevida do
bem, arcando ainda com as despesas judiciais e/ou extrajudiciais que o VENDEDOR
venha a ter para efetuar a busca e apreensão e efetiva reintegração da posse do
veículo”.
Exatamente o que ocorre no caso em tela, o requerido chegou a atrasar 65 dias uma
parcela, devendo ser o Requerido condenado ao pagamento de despesas e honorá rios
advocatícios, multa contratual e danos causados pelo Requerido ao Requerente. É o que é
de direito e se espera, uma vez que foi firmado, dando assim, sua anuência em contrato.
ATUALMENTE EXISTEM SEIS (6) PARCELAS EM ATRASO
A FINANCEIRA informou ao vendedor, ora Requerente que todas as parcelas anteriores,
foram pagas com atrasos de 30 a 65 dias. Totalmente passível das penalidades da
cláusula 8ª e seus §§. DA RESCISÃO.
A informaçã o dos inadimplementos deixou o Requerente muito abalado e entã o entrou em
contato com o comprador, ora Requerido, o qual alegou que era algum “erro da financeira”
que estavam sendo pagas em dia.
Igual alegaçã o fez o requerido, por seu representante legal, em prints anexo, em uma das
tentativas de acordo, feita pelo Requerente ao Requerido, que a todo o momento buscou ter
de volta o veículo, em respeito à pró pria clá usula 9ª, assinada pelas partes, e evitar entrar
com a propositura da presente açã o. O Requerente chegou até a buscar contrair
empréstimo na tentativa de devolver o valor de entrada que o Requerido deu, mesmo sem
ter o requerido esse direito, conforme consta no contrato assinado. Nem assim, o
Requerido quis aceitar acordo. Se negando a cumprir a clá usulas do negó cio jurídico
pactuado.
Alegaçã o errô nea dos pagamentos terem sido feito nos vencimentos, uma vez que a bem da
verdade, o requerido não adimpliu nem mesmo uma parcela dentro do vencimento, e
só pagou as parcelas de dezembro e janeiro há 02 dias.
Dito isto é clara e evidente o desrespeito a cláusula contratual para a devolução do
carro, pagamento de multa contratual, bem como as penalidades da cláusula 2ª § 2º,
6ª, e 9ª do referido contrato.
Em reprise abaixo, conforme já informado alhures:
Ainda, consoante expressamente previsto na clá usula 9ª do respectivo contrato, estipulou-
se clausula de reserva de domínio do bem em favor do Autor/ Requerente, no caso de
inadimplência ou atraso de pagamento de qualquer das prestações assumidas no
referido instrumento particular.
Destarte, de forma clara e expressa foi ajustada a operaçã o de compra e venda,
notadamente no tocante quanto à forma de pagamento por parte do Requerido, com
clá usula de reserva de domínio do bem. Contudo, o Requerido tão somente adimpliu as
parcelas após o Requerente manifestar ciência dos fatos e pedir que a negociação
fosse desfeita.
Incorrendo em risco de o Requerente, ter seu nome inscrito junto ao Serviço Central de
Proteçã o ao Crédito – SCPC, pelo longo período de atraso dos pagamentos das parcelas.
Ocorre ainda, que, apesar das inú meras tentativas desempenhadas pelo Requerente, a fim
de dirimir o conflito existente, nenhuma providência foi realizada pelo Requerido que, por
sua vez, simplesmente permanece inerte ou deseja obter mais valores do Requerente ao
exigir que lhe seja devolvido os valores que pagou o período que está usando o carro,
ignorando todos os desgastes do veículo, avarias, pontuaçã o indevida na CNH do requerido,
peças caras da mecâ nica, quebradas e as vá rias multas de trâ nsito e seus ainda em
pagamento.
Razã o pela qual, nã o restou alternativa ao Requerente, senã o ingressar com a presente açã o
de rescisã o contratual. Afinal, o Requerido nã o expressou qualquer intençã o de resolver o
litígio de forma amigá vel, ou mesmo considerar pagar pelos danos por ele causados.
DO DIREITO
DA RESCISÃO DO CONTRATO
Sobre a matéria, preconiza o Có digo Civil Brasileiro:
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; (...)
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização
por perdas e danos. (grifo nosso).
Conforme narrado alhures, o Requerido deixou de cumprir as obrigaçõ es assumidas em
clá usula 9ª do respectivo Contrato Particular de Compra e Venda de Veículo.
Ainda, os documentos anexos encaminhados ao Requerente pela instituiçã o financeira em
anexo, nã o deixam margens para dú vidas quanto à inadimplência é habitual por parte
do Requerido, incluindo as parcelas com vencimentos de 21/12/2020 e 21/01/2021 que
somente foram pagas em 01/02/2021, apó s o Requerente exigir que lhe fosse o veículo
devolvido e que nã o deseja manter a negociaçã o. Sob alegaçã o que nã o devolveria o veículo,
pois “agora” estava com os pagamentos em dia. Nã o fosse a interferência do Requerente
estariam em maior atraso as parcelas ainda de dezembro de 2020.
Importante notar, que um contrato entre partes é pactuado pela declaraçã o de vontade,
boa-fé e confiança mú tua entre os contratantes. Requisitos essenciais, porém no caso em
tela, todos já rompidos pelas condutas de danos e prejuízos que o Requerido vem causando
ao Requerente.
Na clá usula 9ª descrita do referido contrato, tem-se de forma clara que a inadimplência do
Requerido de alguma das prestaçõ es, enseja a rescisã o forçada do contrato firmado, posto
que preveja a devoluçã o do veículo ao Requerente e pagamento de multa contratual.
Desta forma, ante a inadimplência comprovada do Requerido de vá rios meses, sempre
adimplidas apó s mais de 30 ou até 65 dias de inadimplemento, conforme já demonstrado,
admissível é a rescisã o do respectivo instrumento contratual, em face do descumprimento
das obrigaçõ es, bem como por todos os danos causados ao requerente pelo requerido. É
justa e exigível a imediata devolução do bem de propriedade do Requerente e que o
Requerido pague as penalidades contratuais.
Afinal, tendo a clausula 9ª do respectivo contrato particular de compra e venda de veículo
estipulado a devoluçã o do bem ao Requerente, no caso de inadimplência do Requerido de
algumas parcelas dos valores assumidos, tem-se que se opera, nestas circunstâ ncias, a
rescisã o do contrato, já que a devolução do veículo recoloca as partes no status quo
ante.
Contudo, por expressa convençã o prévia, o Requerido, neste caso, nã o poderá reaver
nenhuma das quantias adimplidas durante o período de uso do bem. Deverá ainda o
Requerido pagar a multa Contratual da clá usula 9ª.
Deste modo, restaram comprovados nos autos tantas vezes incorreu em inadimplência do
Requerido, nos exatos termos da clausula 9ª do respectivo Contrato Particular de Compra e
Venda de Veículo convencionado com o Requerente, a rescisão do referido instrumento
é à medida que se impõe ao caso concreto.
Ainda, há de se observar que nenhum prejuízo poderá requerer o Requerido com a
concessã o da presente medida a seguir, visto que se sobrevier o seu suposto direito
(imprová vel) em nã o transferir o bem e a dívida para seu nome, nem ter honrado com o
acordado, nã o poderá abstendo-se de qualquer pagamento de multa ou prejuízo causada ao
Requerente.

DA TUTELA de urgência
Conforme autos de infraçã o em anexo, o requerido que hoje está na posse do veículo vem
causando transtornos ao requerente sofrendo penalidades no trâ nsito, inclusive, graves,
em sua maioria por EXCESSO DE VELOCIDADE, conforme autuaçõ es anexas, além da clara
deterioraçã o do bem.
Deseja o requerente, com a concessã o da presente TUTELA DE URGÊNCIA, evitar um mau
ainda maior, temendo que o requerido continuando com a posse do veículo em sua posse,
porém no nome do Requerente, provocar um terceiro acidente, tendo em vista já ter batido
o carro por duas vezes, e desta atinja algum terceiro, causando alguma fatalidade, levando
até o Requerente e sua CNH dano e responsabilidade ainda maior.
DO DIREITO DA TUTELA
Conforme já devidamente demonstrado, o requerente vendeu seu veículo e, agindo de má -
fé, o Requerido nã o transferiu para seu pró prio nome, nã o honra com os vencimentos das
parcelas, leva autuaçõ es a cada dois dias.
Assim, ausentes os procedimentos que deveriam ter sido feitos pelo Requerido perante o
ó rgã o de trâ nsito, socorrendo-se o requerente a este juízo com base no art. 300, § 2º do CPC
conforme segue:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
(...)
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
Pela leitura do dispositivo acima citado, não restam dúvidas a cerca da possibilidade de
se conceder a medida pleiteada pelo requerente. Pois presentes acostados aos autos
estã o fartas “provas inequívocas” as quais instruem os autos demonstrando a ilicitude e
responsabilidade do requerido pela RESCISÃ O CONTRATUAL. Bem como, responsá vel
assim em arcar com as penalidades pactuadas no Contrato firmado entre o Requerente e o
Requerido.
Desse modo, à guisa de sumariedade de cogniçã o, a prova traz à tona circunstâ ncias de que
o direito muito já existente.
Acerca do tema, é do magistério de José Miguel Garcia Medina as seguintes linhas:
[...] sob outro ponto de vista, contudo, essa probabilidade é vista como requisito, no
sentido de que a parte deve demonstrar, no mínimo, que o direito afirmado é provável
(e mais se exigirá, no sentido de se demonstrar que tal direito muito provavelmente
existe, quanto menor for o grau de periculum. (MEDINA, José Miguel Garcia. Novo
código de processo civil comentado … – São Paulo: RT, 2015, p. 472)
DA LIMINAR - “FUMUS BONI IURIS” E “PERICULUM IN MORA”
O fumus boni iuris está devidamente demonstrado através do CERTIFICADO DE
REGISTRO DO VEÍCULO com os dados do requerente, restando comprovada que a
alienaçã o com a financeira continua em nome do Requerente.
O periculum in mora encontra-se claramente demonstrado nos autos de infraçã o anexos a
esta peça que demonstram claramente, ser o requerido pessoa costumeiramente
INFRATOR DAS LEIS DE TRÂ NSITO, o que de pronto causa temor no requerente, pois o
requerido pode destruir completamente o veículo, ou que, possivelmente pode vir a ter seu
nome envolvido em algum acidente de trâ nsito ou algo pior se o veículo continua com o
Requerido até o final da presente demanda.
Destarte, o deferimento da medida liminar, imperativa se faz, tendo em vista os riscos que o
requerido vem expondo o autor, pretendendo o requerente, em cará ter de urgência, evitar
tais riscos pleiteando a presente medida de ser DECRETADA A IMEDIATA BUSCA E
APREENÇÃO do veículo ainda em posso do Requerido. Sob pena de multa diá ria a serem
definidas por Vossa Excelência.
DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Caso Vossa Excelência nã o decida pela Imediata busca e apreensã o do bem, que seja
deferida e reintegraçã o de posse do veículo em obediência as clá usulas contratuais
pactuadas, devendo ser o veículo devolvido em perfeitas condiçõ es, assim como foi
entregue ao Requerido a época da negociaçã o de venda, sob pena de condenaçã o ao
pagamento do prejuízo causado.
Como se extrai igualmente dos termos do Contrato Particular de Compra e Venda de
Veículo convencionado entre as partes, em anexo, na data de 03/07/2020, o Requerido
tomou posse do referido veículo, passando a usufruir o bem até a data em que deverá
ter o Requerente o veículo devolvido no mesmo estado de funcionamento e conservaçã o da
data de entrega ao requerido. Acompanho ao Contrato foi feito LAUDO atestando a
conservaçã o do veículo.
Contudo, perante a inadimplência injustificada do Requerido, quanto das parcelas fixadas
em clausula do referido instrumento particular, a decretaçã o da rescisã o do contrato
firmado entre as partes, com a restituiçã o do bem a posse da Requerente, é a medida a ser
imposta.
Afinal, uma vez tendo à s partes livremente pactuadas as clausulas que regem o respectivo
Contrato Particular de Compra e Venda de Veículo e sendo existente clausula expressa que
prevê a devoluçã o do veículo à posse da Requerente, no caso de inadimplemento, conforme
demonstrado alhures, injusta passa a ser a posse do respectivo veículo ao Requerido. Que
quanto mais dias permaneça em posse do bem, maior será o dano ao requerente.
Neste vértice, reporta-se a recente decisã o proferida pelo e. Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul, em caso aná logo:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE COMPRAE VENDA DE VEÍCULO
AUTOMOTOR C/C REINTEGRAÇÃO DE POSSE. PROCEDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO.
Encontra-se incontroversa a existência do negócio de compra e venda de veículo
automotor entre as partes, bem como o pagamento do valor da entrada e o não
pagamento da quantia restante. Nessas circunstâncias, é medida impositiva a
restituição das partes ao estado anterior, com a devolução do valor pago de entrada
ao réu e a reintegração do autor na posse do bem móvel em questão. O réu alega o
desfazimento do avençado e a devolução do bem, mas não produz qualquer prova
nesse sentido. Inclusive, desistiu da oitiva da única testemunha que havia arrolado.
Presume-se a boa-fé do autor, que, não bastasse isso, é corroborada pelo fato de
constar, da certidão de registro do veículo no órgão de trânsito estadual, a averbação
de comunicação de venda, e tão somente isso, a emprestar verossimilhança à alegação
de que ele não se encontra na posse do bem. RECURSO DESPROVIDO. Gn (Apelação Cível
Nº 70057473670, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Catarina
Rita Krieger Martins, Julgado em 26/02/2015).
Nestes termos, deve ser julgado procedente a presente demanda, a fim de reintegrar a
posse do veículo objeto do Contrato Particular de Compra e Venda de Veículo
QUALIFICADO ALHURES.
DO DANO MORAL
O Autor é mecâ nico e precisa do seu DIREITO DE DIRIGIR e as pontuaçõ es em ordem na
CNH para trabalhar. Inclusive, por conta dessa situaçã o, por nã o ter o Requerido obedecido
as normas contratuais e nã o ter indicado os pontos a sua pró pria CNH, arcará o Requerente
com esse dano “irrepará vel”, uma vez que passado o prazo para a indicaçã o do condutor.
Assim terá sua carteira de motorista suspensa ou até cassada.
Por conta da inércia do Requerido, passados mais de 07 meses até a presente data com o
veículo em sua posse, intempestivo é o prazo de indicaçã o de condutor exigido de todas as
infraçõ es.
Em consonâ ncia, portanto, com todo o exposto aqui, pretende o Autor e é o que se espera, a
reparaçã o dos danos morais suportados, de modo que seja compensado pelos prejuízos
que lhe foram e estã o sendo causados.
Nesse interim, o Des. Pinheiro Lago, na ocasiã o do julgamento da Apelaçã o Cível n.
90.681/8, no TJMG, ensinou:
Nã o se pode perder de vista que o ressarcimento por dano moral nã o objetiva somente
compensar à pessoa ofendida o sofrimento que experimentou pelo comportamento do
outro, mas também, sobre outra ó tica, punir o infrator, através da imposiçã o de sançã o de
natureza econô mica, em beneficio da vítima, pela ofensa á ordem jurídica alheia.
Consoante ao mesmo mestre, segundo Sérgio Cavalhieri Filho:
O dano moral nã o mais se restringe à dor, tristeza e sofrimento, estendendo a sua tutela a
todos os bens personalíssimos, os complexos de ordem ética
Razã o pela qual, revela-se mais apropriado chamá -lo de dano imaterial ou nã o patrimonial
(...). Em razã o dessa natureza imaterial, o dano moral é insusceptível de avaliaçã o
pecuniá ria, podendo apenas ser compensado com a obrigaçã o pecuniá ria imposta ao
causador do dano, sendo esta mais uma satisfaçã o do que uma indenizaçã o. (In: Programa
de Responsabilidade Civil, Sã o Paulo: Atlas, 2007, 7 ed).
Desse modo, requer seja deferido o pleito do autor a título de reparaçã o de dano moral em
valor a ser arbitrado por este juízo, ou, em cará ter da gravidade do dano e nã o sendo mais
possível a indicaçã o do condutor no presente tempo, que em conseqü ência restará na CNH
do Requerente, espera-se indenizaçã o pelo dano moral nã o inferior à R$ 5.000,00. (Cinco
mil reais).
Afastada qualquer possível alegaçã o do Requerido de exorbitâ ncia no valor. Uma vez que se
possível fosse um recurso destinado ao DETRAN para pleitear a remoçã o da pontuaçã o, o
processo administrativo custaria valor pró ximo ou equivalente e ainda assim, sem garantia
de deferimento. Levando-se em conta o dano moral suportado pelo autor acrescido de
adequado desestímulo ao lesante.
O Autor se vê desesperado diante da situaçã o fá tica exposta, ou seja, o autor ficar sem a sua
carteira nacional de habilitaçã o sendo privado do direito de dirigir, frisa-se, sem ter dado
causa, atingido assim moralmente como se nã o fosse responsá vel com as leis de trâ nsito.
No que tange ao dano moral, Flá vio Tartuce leciona:
“A indenização por dano moral está revestida de um caráter principal reparatório e de
um caráter pedagógico ou disciplinar acessório, visando a coibir novas condutas. Mas
esse caráter acessório somente existirá acompanhado do principal. Essa tese tem
prevalecido na jurisprudência nacional”.
O que se busca no pedido de dano moral nã o é uma indenizaçã o propriamente dita é tã o
somente uma reparaçã o, ressarcimento pelo dano, porque a dor, a tristeza, a angú stia
alheia nã o pode ser mensurada monetariamente. Noutras palavras, se visa tã o somente
uma reparaçã o com cará ter pedagó gico, disciplinar que consiga coibir à continuaçã o dessas
prá ticas ilegais pelo Requerido em futuras negociaçõ es contratuais, portanto além de
reparar o dano moral, tal ressarcimento visa também coibir essa cultura de desrespeito e
de violaçõ es aos direitos das pessoas, cultura esta altamente disseminada no Brasil.
DOS DANOS MATERAIS E DAS PERDAS E DANOS CONTRATUAIS
Está amplamente assegurado na Constituiçã o Federal de 1988 o direito relativo à
reparaçã o de danos materiais:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
X -São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito à indenização por dano material ou moral decorrente de sua
violação.
Dito isto, Vossa Excelência, com a narraçã o dos fatos já instruída alhures, restou evidente
os prejuízos matérias causados pelo Requerido ao Requerente.
Nesse sentido aduz o respeitado doutrinador Carlos Alberto Bittar
"Havendo dano, produzido injustamente na esfera alheia, surge à necessidade de
reparação, como imposição natural da vida em sociedade e, exatamente, para a sua
própria existência e o desenvolvimento normal das potencialidades de cada ente
personalizado. É que investidas ilícitas ou antijurídicas ou circuito de bens ou de
valores alheios perturbam o fluxo tranqüilo das relações sociais, exigindo, em
contraponto, as reações que o Direito engendra e formula para a restauração do
equilíbrio rompido.” (Carlos Alberto Bittar).
Portanto, impõ e-se ao Requerido que indenize o Requerente pelos danos materiais
causados pelo desrespeito ao contrato que ele mesmo assinou e nã o honrou.
Vejamos o que diz o Código Civil Brasileiro nestes termos:
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito”.
Art. 927. “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo”.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Conforme liçã o de SILVIO:
“A idéia que se encontra na lei é a de impor ao culpado pelo inadimplemento o dever de
indenizar. Indenizar significa tornar indene, isto é, reparar prejuízo porventura sofrido. De
modo que, em regra, não deve o prejudicado experimentar lucro na indenização.” (grifo
nosso.
Nã o pretende assim, o Requerente obter lucro algum com esta indenizaçã o, deseja somente
a recomposiçã o material e moral pelo dano sofrido, bem como por danos que ainda podem
ocorrem caso o bem seja restituído depreciado ou cheguem outras multas de trâ nsito.
No caso em tela, o Requerido tem a obrigaçã o de indenizar, pois resta claro e provado os
prejuízos financeiros causados pelo seu ato ao Requerente.
Vejamos:
-MULTA DE TRÂ NSITO, ainda sem os pagamentos realizados, autuaçõ es de
responsabilidade do Requerido. Valor até a propositura da Açã o R$ 1.498,04 (Um mil
quatrocentos e noventa e oito reais e quatro centavos).
-PEÇAS QUEBRADAS do veículo que deve ser devolvido, R$ 7.550,64 (Sete mil
quinhentos e cinquenta reais e sessenta centavos), considerando o valor menor de
dois orçamentos. Uma vez que prefere realizar o conserto o Requerente, pela quebra
de confiança, não confiando que fará o conserto a contento o Requerido.
-ATRASO E POSSIVEIS JUROS nos pagamentos das infraçõ es de trâ nsito;
-DEPRECIAÇÃ O do bem, causada pelas batidas e avarias na lataria do veículo;
Ser ainda Constrito o Requerente a contratar serviços advocatícios para representá -lo em
seus direitos.
Ao que concernem PERDAS E DANOS, o contrato em sua cláusula 9ª é taxativa!
Neste sentido exige-se o pagamento a multa contratual pelo DESCUMPRIMENTO DO
CONTRATO por parte do Requerido.
Assim, admitido se faz ao Requerente o pleito de indenizaçã o por perdas e danos acima, no
momento da rescisã o do contrato firmado, conforme dispõ e expressamente o art. 475 do
Có digo Civil:
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenizaçã o por
perdas e danos. Gn
Ainda, do mesmo diploma legal, pode-se empossar o direito do Requerente a indenizaçã o
por perdas e danos, sob a égide do teor do art. 389 e seguintes Do Có digo Civil que
dispõ em:
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.

Ao que concerne a má -fé do Requerido nas ausências de indicaçã o de sua conduçã o nas
autuaçõ es de trâ nsito, sua obrigação contratual não foi cumprida, assim, aplicá vel se faz
ao que segue:
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou.
Nesta senda, igualmente é o posicionamento adotado pelo e. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE
SANTA CATARINA, senã o vejamos:
RESCISÃO DE CONTRATO. COMPROMISSO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEIS. INADIMPLÊNCIA. EXPRESSA PROIBIÇÃO DE TRANSACIONAR E MODIFICAR O
IMÓVEL SEM ANUÊNCIA DO PROMITENTE VENDEDOR. IMÓVEL RENEGOCIADO COM
TERCEIRO. Resta caracterizada a quebra de compromisso de compra e venda quando
comprovada a inadimplência e o descumprimento de cláusulas contratuais que coíbem
a revenda e a modificação nos imóveis. Boa-fé afastada pela assunção da posição de
devedor original. Inexistência de autorização para a transmissão do imóvel.
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. A indenização decorre do descumprimento
contratual, na forma do art. 475 e art. 389 do Código Civil, bem como porque
expressamente previsto no pacto.[1] gn
-
APELAÇÃO CÍVEL. RESCISÃO CONTRATUAL. COMPRA E VENDA AUTOMÓVEL.
INADIMPLÊNCIA DA RÉ. CHEQUES SEM PROVISÃO DE FUNDOS. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO NÃO PROVIDO. Ajuizada ação de rescisão contratual de compra e venda de
automóvel, em virtude de a ré ter se tornado inadimplente porque os cheques dados
em pagamento foram devolvidos sem provisão de fundos e sustados. "Se um dos
contratantes tonar-se inadimplente, quando o outro já forneceu sua prestação ou
estiver pronto a fornecê-la, confere a lei a este último uma alternativa. Com efeito,
pode o contratante pontual ou exigir o cumprimento do contrato ou pedir a sua
rescisão com perdas e danos" (RODRIGUES, Silvio. Direito civil - v. 3 - dos contratos e
das declarações unilaterais da vontade, São Paulo: Saraiva, 28 ed., 2002, p. 82) (AC n.
1997.008991-0, rel. Des. Sérgio Izidoro Heil, DJ de 21-10-2004).[2] gn
Referida indenizaçã o, no caso em tela, possui pertinência, posto que o Requerido, em
POSSE do veículo causou danos e pode simplesmente causar maiores, pela a possibilidade
de perda, deterioraçã o, inutilizaçã o ou mesmo revenda do veículo em questã o.
Circunstâ ncias estas que, se causadas, repercutirá em prejuízo ainda maior ao Requerente.
Logo, ocorrendo alguma das situaçõ es descritas acima, o Requerente sofrerá um grande
prejuízo, do qual deverá , inquestionavelmente, ser ressarcido pelo Requerido, mediante
pagamento de indenizaçã o de perdas e danos, conforme previsto nos arts. 475 e 389 do
Có digo Civil.
Nestes termos, no caso de impossibilidade de devolução do veículo marca/modelo AAA,
Automá tico, 04 portas, teto solar, Bancos de couro, Kilometragem 000.0001, ano e modelo
de fabricaçã o 2010/2011, placa do veículo AAA 0101, espécie/tipo passeio, cor preta,
RENAVAM numeraçã o final -----000 - chassi numeraçã o final ----1-00 ao Requerente, pela
perda, deterioraçã o, inutilizaçã o, revenda do veículo à terceiros ou qualquer outra situaçã o
impeditiva. Deve o Requerido ser igualmente condenado ao pagamento de uma
importâ ncia, a título de perdas e danos, a ser devidamente apurado nos autos e/ ou
equivalente ao valor do bem, em liquidaçã o de sentença.

ISTO POSTO, requer, sempre respeitosamente:


1 – O deferimento da TUTELA DE URGÊ NCIA, determinando com má xima celeridade a
busca e apreensã o do veículo Marca/ Modelo XXX0 2.0, Automá tico, 04 portas, teto solar,
Bancos de couro, Kilometragem 0000001, ano e modelo de fabricaçã o 2010/2011, placa do
veículo AAA00101, espécie/tipo passeio, cor preta, RENAVAM numeraçã o final -----0101-
chassi numeraçã o final ----00017 - descriçã o conforme clá usula nº 01 que está na posse do
requerido, seja ele o SR. josé xx, brasileiro, estado civil desconhecido, mecâ nico, inscrito no
CPF sob o nú mero 000.000.000,00, Carteira Nacional de Habilitaçã o nº 00000.55500008
SSP/SP e RG sob o nú mero desconhecido, residente e domiciliado na Avenida d, nº 014 –
bairro – CEP 00000-000-Sã o Paulo- SP, ante o eminente risco de a medida tornar-se
insatisfató ria;
2) Seja procedida a citaçã o do Requerido, para que no prazo legal conteste a açã o, se assim
o desejar, sob a pena de revelia, nos termos do art. 344 do CPC.
3) Seja a presente açã o julgada totalmente procedente a presente açã o, para declarar a
rescisã o do Contrato de Compra e Venda de Veículo, com a reintegraçã o de posse do
veículo definitiva ao Requerente.

4) A condenaçã o do Requerido ao pagamento da importâ ncia de R$ 13.500,00 (treze mil e


quinhentos reais), a título de perdas e danos, em cará ter do descumprimento da clá usula
contratual 9ª, e ainda, no caso de deterioraçã o, perda, inutilizaçã o, revenda do veículo à
terceiros, ou qualquer outro fato impeditivo, valor superior, nos termos do art. 475 e 389
do Có digo Civil;
5) A condenaçã o do Requerido ao pagamento integral de todas as despesas decorrentes da
apreensã o e depó sito do bem objeto da presente demanda, já que deu causa a rescisã o do
contrato, bem como descumpriu ainda a clá usula dessas penalidade do Contrato firmado;
6) A condenaçã o do Requerido ao pagamento dos danos morais no valor de R$5.000,00
(cinco mil reais), ou soma a ser determinada por Vossa Excelência; pelo dano irreversível
de pontuaçã o de infraçã o de trâ nsito na Carteira Nacional de habilitaçã o do Requerente.
7) A condenaçã o do Requerido ao pagamento dos danos materiais no valor de R$ 9.048,68
(nove mil e quarenta e oito reais e sessenta e oito centavos), em cará ter dos valores das
multas de trâ nsito as quais o Requerido levou estando em posse do veículo, bem como a
peça danificada da direçã o elétrica do veículo;
8) A condenaçã o do Requerido ao pagamento das custas processuais e honorá rios
advocatícios, estes ú ltimos a serem fixados entre o mínimo de dez e o má ximo de vinte por
cento sobre o valor da condenaçã o e/ou sobre o valor atualizado da causa, nos termos do
art. 85, § 2º do CPC.
9) Seja concedido a Requerente o benefício da justiça gratuita, haja vista que o mesmo nã o
tem condiçõ es de arcar com as despesas processuais sem prejuízo pró prio e de seus
familiares, conforme declaraçã o anexa.
10) A produçã o de todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente: juntada
de novos documentos; ouvida do Requerido; pericial; ouvida de testemunhas.
11) Em observâ ncia do disposto no art. 319, inciso VII do NCPC, o Requerente opta pela
realizaçã o de audiência de conciliaçã o ou de mediaçã o virtual, em face do momento de
pandemia presente .
Considerando que o bem, encontra-se ainda na posse do Requerido, estando ainda com o
financiamento em nome do Requerente, agrega-se ao valor da causa, o valor integral do
bem, conforme o preço em contrato, nos termos do art. 292, inciso II, VI e VII do NCPC.
Agregado à causa o valor de R$ 36.460,75 (trinta e seis mil e quatrocentos e sessenta reais
e setenta e cinco centavos);
Dá se à causa do valor de R$ 64.009,43 (Sessenta e quatro mil e nove reais e quarenta três
centavos).
Nestes Termos.
Pede Deferimento.
Sã o Paulo, 27 de janeiro de 2022
ADVOGADA
OAB/SP Nº 000.000

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