Você está na página 1de 31

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____VARA CÍVEL

DA COMARCA DE __________________ (Conforme art. 319, I, NCPC e organização


judiciária da UF)

  

Objetivo da ação:Revisar contrato de


financiamento de veículo, anulando a
cobrança da TAC (Taxa de abertura de
crédito), TEC (Taxa de emissão de
carnê), TAB (Tarifa de Avaliação de
Bem), TST (Tarifa de Serviços de
Terceiros), juros capitalizados
(Contrato superior a 12 meses), taxa de
inadimplência, comissão de
permanência; depósito das prestações
incontroversas e impedimento de
negativação da parte requerente junto
aos órgãos restritivos de crédito (SPC e
SERASA).

NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA, nacionalidade, estado civil (ou a


existência de união estável), profissão,portadora da cédula de Identidade nº _______________,
inscrita no CPF/MF sob o nº _______________, endereço eletrônico, residente e domiciliada
na _______________, por seus advogados in fine assinados conforme procuração anexada, com
endereço profissional (completo), para fins do art. 106, I, do Novo Código de Processo Civil,
vem, mui respeitosamente a V.Exa., propor a presente:

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO C/C


CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, COM PEDIDO DE TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA – art. 300 do NCPC

pelo rito comum, contra a _______________, pessoa jurídica de direito privado,


estabelecida na Rua ________________, endereço eletrônico, inscrita no CPNJ sob o
nº ____________, pelos fundamentos de fato e de direitos a seguir aduzidos:
 DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

            A parte requerente faz jus à concessão da gratuidade da Justiça, uma vez que a
mesma não possui rendimentos suficientes para custear as despesas processuais em
detrimento de seu sustento e de sua família.

         De acordo com a dicção do artigo 4º da Lei 1060/50, segundo o referido diploma
legal, basta a afirmação de que não possui condições de arcar com custas e honorários,
sem prejuízo próprio e de sua família, na própria petição inicial ou em seu pedido, a
qualquer momento do processo, para a concessão do benefício, pelo que nos bastamos
do texto da lei, in verbis:

Art. 4º A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples


afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas
do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família. 

§ 1º Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos
da lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais. 

Ou seja, nos termos da lei, apresentado o pedido de gratuidade e acompanhado


de declaração de pobreza, há presunção legal que, a teor do artigo 5º do mesmo diploma
analisado, o juiz deve prontamente deferir os benefícios ao seu requerente, excetuando-
se o caso em que há elementos nos autos que comprovem a falta de verdade no pedido
de gratuidade, caso em que o juiz deve indeferir tal pleito.

Entender de outra forma seria impedir os mais humildes ou aqueles que


momentaneamente, devido ao surgimento de algum fato extraordinário, de ter acesso
à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado de Direito, corolário do princípio
constitucional da inafastabilidade da jurisdição, artigo 5º, inciso XXXV da Constituição
de 1988, eis recente entendimento do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

EMENTA 01: AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


JUSTIÇA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA. PRESUNÇÃO
JURIS TANTUM. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. 1. Conquanto
esta Corte admita que para concessão da gratuidade da justiça basta mera declaração do
interessado acerca da hipossuficiência, é certo que referido documento reveste-se de
presunção relativa de veracidade, suscetível de ser elidida pelo julgador que entenda
haver fundadas razões para crer que o requerente não se encontra no estado de
miserabilidade declarado. 2. A revisão do acórdão recorrido, que desacolhe o pedido de
concessão dos benefícios da justiça gratuita, demanda reexame do conjunto fático-
probatório delineado nos autos, providência inviável em sede especial, nos termos da
súmula 07/STJ. 3. Agravo regimental desprovido.

EMENTA 02: PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA


GRATUITA. PRESUNÇÃO DE POBREZA. DESNECESSIDADE DO
REQUERENTE COMPROVAR SUA SITUAÇÃO. 1. É desnecessária a comprovação
do estado de pobreza pelo requerente, a fim de lograr a concessão da assistência
judiciária, sendo suficiente a sua afirmação de que não está em condições para arcar
com as custas processuais, presumindo-se a condição de pobreza, até prova em
contrário. 2. Agravo regimental desprovido.

EMENTA 03: PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS À EXECUÇÃO DE


TÍTULO JUDICIAL - BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA -
NOVO PLEITO - PRECLUSÃO - LEI 1.060/50. 1. O STJ tem entendido que, para a
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, basta a declaração, feita pelo interessado,
de que sua situação econômica não permite vir a juízo sem prejuízo de seu sustento e de
sua família. 2. O benefício pode ser requerido a qualquer tempo e fase processual, não
estando sujeito, portanto, à preclusão. Contudo, formulado e indeferido o pedido, sem
que a parte tenha recorrido da decisão, somente a alteração da situação financeira do
requerente autoriza novo pleito. 3. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte,
improvido. 

Assim também decidira o EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE


PERNAMBUCO, em seus reiterados julgamentos:

PODER JUDICIÁRIO DE PERNAMBUCO Tribunal de Justiça Gabinete Des.


Silvio de Arruda Beltrão Terceira Câmara Cível Agravo de Instrumento: 0011525-
14.2012.8.17.0000 (277128-6) Comarca: Itamaracá - Vara: Única Agravante: Suely
Maria de Santana Advogada: Márcia Áurea Silva Lima Agravado: Banco BV Leasing -
Arrendamento Mercantil S/A Relator: Des. Sílvio de Arruda Beltrão DECISÃO
TERMINATIVA. Procedência. Ante o exposto, e nos termos do artigo 557, §1º - A do
CPC, além do artigo 74, VIII, do RITJPE, DOU PROVIMENTO MONOCRÁTICO ao
presente recurso, concedendo efeito ativo a presente insurgência recursal, para
conferir à agravante os benefícios da gratuidade da justiça, e, por conseguinte, a
isenção no pagamento das custas processuais e taxa judiciária. 12/07/2012. 

JURIDICAMENTE DOS FATOS

Necessitando adquirir um veículo, capaz de satisfazer suas necessidades básicas,


mormente por não mais se tratar de objeto dispensável, a parte autora iniciou, através do
mercado local, a pesquisa sobre valores e condições de pagamento de um automóvel.

Em ato contínuo, após encontrar o veículo desejado, sem saber que


posteriormente a aquisição do aludido veículo tornar-se-ia um verdadeiro pesadelo,
iniciou a parte demandante um processo de formalização de financiamento do
mencionado veículo, conforme descrição de ano de fabricação, cor e modelo constantes
no CRLV, anexo à peça vestibular.

Posteriormente, a parte Requerente celebrou com o Banco Demandado,


Contrato de Financiamento do veículo em epírafe, cujo valor financiado encontra-se
mais adiante discriminado.  

Não obstante, após a finalização do ato negocial, já com a escolha do bem


almejado, foi passado para o postulante o valor que se apresentava após o cálculo da
soma das parcelas, com a inserção de vários fatores ilegais, tais como, juros
capitalizados, taxa de abertura de crédito, tarifa de emissão de carnê, tarifa de
serviços de terceiros, percentual de inadimplência, taxas administrativas, taxas de
riscos, taxa de clientes duvidosos, comissão de permanência, entre outros.

A parte autora financiara a quantia de R$ _____________ reais, pois dera


entrada de R$ _____________reais. 

Ao passo que, após o financiamento, passou para o montante aproximado de R$


_____________o que, indubitavelmente, demonstra a abusividade cometida pelo banco
quando da celebração do presente contrato, SENDO MAIS QUE O DOBRO DO
VALOR FINANCIADO.

            A parte demandante já efetuara o pagamento de __ (_____ PARCELAS), nos


termos do contrato de financiamento.

QUANDO DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO, FORAM COBRADAS


INDEVIDAMENTE AS SEGUINTES TARIFAS:

 
TARIFA DE CONFECÇÃO DECADASTRO:R$ _____

REGISTROS:R$_____

 
SERVIÇOS DE TERCEIROS:R$_______

TARIFA DE AVALIAÇÃO DEBEM:R$ ________


 

TOTALIZANDO O MONTANTE DE R$ _______, com fulcro nos Art. 10 e


20, da Lei Estadual no 12.702/2004, c/c arts. 39 e 42 do CDC.

Seguem dados de identificação do veículo acima mencionado:

 
 
MODELO:______

 
ANO:___________
 
 
PLACA:___________
   
 

Ressalta-se, como procedimento notório nos Contratos de Adesão, que nenhuma


cláusula foi discutida em sua bilateralidade, ou seja, foram todas impostas a única e
exclusiva condição: Ou adere ao Contrato, nos termos em que se encontra, ou não
recebe o tão esperado financiamento, que, em pouco tempo, se tornaria em mais
um tormento.

Observando-se alguns contratos firmados, aduz-se que vem escrita a seguinte


frase: CLÁUSULAS NÃO NEGOCIÁVEIS.  

Hoje, em profunda análise ao Instrumento Contratual, visualiza-se que tamanhas


foram as abusividades impostas à parte postulante, a ponto de causar prejuízos enormes
ao seu patrimônio, provenientes da grande onerosidade atribuída ao Contrato de
Financiamento, principalmente na imposição de Percentual de Inadimplência, dentre
outras ilicitudes, o que penaliza os adimplentes e os inadimplentes duplamente.

Registre-se, na oportunidade, no sentido de não haver qualquer dificuldade, data


máxima vênia, do Nobre Julgador quanto ao objeto na Atrial, que a presente se
reporta na oposição da lucratividade exagerada e excessiva da instituição
demandada em seus Contratos de Crédito, através da inserção do Percentual de
Inadimplência no cálculo do Spread Bancário, da cobrança de comissão de
permanência, cobrança de tarifas ilegais, entre outras ilegalidades.

Nesse raciocínio, concluí-se facilmente que, consequentemente, o(a)


Demandante, caso comungue com as imposições ora sob ataque, baseadas em
arbitrariedades e ilegalidades para justificar a cobrança absurda efetuada, daria causa ao
enriquecimento da parte adversa, não se admitindo à luz da legislação pátria tal
desiderato.

Vale registrar, ainda, Douto Julgador, que não estamos diante de um caso
isolado, tampouco diante de pessoa devedora, estamos diante de um CONTRATO
DESLEAL E ARBITRÁRIO, no qual o Requerido utiliza os seus poderes de
"Imperium" para lesar o consumidor, repassando a ele todos os riscos advindos de sua
atividade financeira.

Assim, MM. Juiz, pelos fatos narrados e comprovados, dentro da esfera da


possibilidade Jurídica, a ação pretendida pelo(a) Requerente deve ser concedida, pois,
caso não seja, com toda certeza, sofrerá danos irreparáveis, pois verá o fruto de seus
esforços e trabalhos serem perdidos, prejudicados pela prática ilegal e forma dolosa com
que age o Requerido, em impor abusivamente a incidência do Percentual de
Inadimplência de Terceiros e, consequentemente, aumentar, e muito, sua lucratividade,
caso não seja tomada uma ação imediata a favor do(a) suplicante.

DA PLENA POSSIBILDADE DE REVISÃO CONTRATUAL

É certo, à luz da Jurisprudência atual e majoritária firmada pelo Superior


Tribunal de Justiça e pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco que a Ação de
Consignação em Pagamento constitui via para discutir a natureza, a origem e o valor
da obrigação, quando controvertidos (STJ - RESP 256.275-GO).

TJPE 48208841 - CIVIL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.


AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO CUMULADA COM
REVISIONAL. POSSIBILIDADE. CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE
VEÍCULO. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. CAPITALIZAÇÃO DE
JUROS. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. BOA-FÉ OBJETIVA. I - É admissível
a cumulação dos pedidos de revisão de cláusulas e de depósito das prestações, desde
que adotado o rito ordinário, art. 292, § 2º, do CPC e que haja postulação de quitação
dos valores depositados. I - As instituições financeiras se submetem às normas do CDC
quando, na qualidade de fornecedores, contratarem com pessoas físicas ou jurídicas
destinatárias finais dos produtos ou serviços. II - É vedada a capitalização de juros.
Súmula nº 121 do eg. STF III - É válida a comissão de permanência calculada pela taxa
média de mercado, limitada à prevista no contrato, desde que não cumulada com
correção monetária, juros moratórios, juros remuneratórios e multa. Súmula nº 294 do
eg. STJ. lV - Apelação improvida. (TJ-DF; AC 2006.01.1.050966-8; Ac. 291715;
Primeira Turma Cível; Relª Desª Vera Andrighi; DJU 10/01/2008; Pág. 1138) CPC,
art. 292.

A parte demandante não pode ser constrangida a permanecer em uma relação


contratual em que, eminentemente, há vícios de formação, visto que a parte
hipossuficiente é coibida a pagar irreais taxas de juros, sendo verdadeiramente saqueada
sob o manto de um forjado instrumento contratual, vejamos:

"(...) O contrato somente produz efeitos entre os contratantes. O ato


negocial deriva das partes, sendo lógico que apenas as vincule, não tendo eficácia
em relação a terceiros. Assim, ninguém se submeterá a uma relação contratual, a
não ser que a lei imponha ou a própria pessoa queira." (Diniz, Maria Helena, in
Curso de Direito Civil Brasileiro, 3º Volume, Teoria das Obrigações Contratuais e
Extracontratuais, 18º Edição, fls. 38/39).
 

DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

Como é sabido, a comissão de permanência tem natureza jurídica tríplice, ou


seja: destina-se à remuneração do capital emprestado, à atualização monetária do saldo
devedor e à sanção pelo descumprimento do contrato. Por essa razão, a comissão de
permanência não pode ser cobrada em conjunto com quaisquer outros encargos, tais
como juros remuneratórios, correção monetária ou multa contratual.

Corroborando com esse entendimento, trago arestos sempre do STJ que assim se
posicionou:

"CIVIL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA -


TAXA DE JUROS - LIMITAÇÃO - AUTORIZAÇÃO CMN - COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA E CORREÇÃO MONETÁRIA - CUMULAÇÃO VEDADA -
SÚMULA 30/STJ - ALTERAÇÃO DA TAXA DE JUROS POR INADIMPLÊNCIA".
(REsp n" 171278 - Relator Ministro Waldemar Zweiter - j. em 22.09.99).
"São inacumuláveis a multa com a comissão de permanência, em razão do veto
contido na Resolução 1.129/86 - BACEN, que editou decisão do Conselho Monetário
Nacional proferida com suporte na Lei n. 4.595/64" (REsp 434.5431SC, Relator
Ministro Aldir Passarinho Júnior, 4' T, j. em 05.09.2002).

"É admitida a incidência da comissão de permanência após o vencimento da dívida,


desde que não cumulada com juros remuneratórios, juros moratórias, correção
monetária e/ou multa contratual". (EDcl no AgRg nos HM ,no RESP n0 684.654/RS,
Relatora Ministra Nancy Andrighi, 3' T, j. em 19.05.2005)

Ocorrendo esta hipótese, haveria incidência dupla de remuneração do capital,


dupla composição do valor emprestado e dupla sanção ao devedor, o que é vedado pelo
ordenamento jurídico brasileiro, todavia tal situação ocorre corriqueiramente em
praticamente todos os contratos de financiamento existentes no Brasil.

Insta destacar, recente edição de Súmula confeccionada pelo TRIBUNAL


SUPERIOR DE JUSTIÇA, segundo a qual:

SÚMULA Nº. 472: 

A cobrança de comissão de permanência – cujo valor não pode ultrapassar a


soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato – exclui a
exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual. Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, em 13/6/2012. 

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

 Por se tratar de contrato de adesão, onde não constam as informações


necessárias para o bom esclarecimento do pactuado e, considerando que a grande
maioria dos consumidores contratantes apenas domina as operações básicas da
Matemática, urge o reconhecimento da hipossuficiência que assalta aos consumidores,
impondo-se a inversão do ônus da prova.

A esse respeito, manifestou-se o Código de Defesa do Consumidor da


seguinte forma:

Art. 6° São direitos básicos do consumidor: (...)

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da


prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;

A Constituição Federal determinou a proteção do consumidor e a elevou a


categoria de direito fundamental e princípio a ser obedecido no referente à estabilidade
da ordem econômica, cabendo ao Estado promover a defesa do consumidor (art. 5º
XXXII, CFRB)

         O artigo 5º da Constituição Federal ao estabelecer que o Estado deve promover a


defesa do consumidor, assegurando ao cidadão essa proteção como um direito
fundamental, implicitamente, reconheceu a vulnerabilidade do consumidor na relação
de consumo.

Nelson Nery Junior, ao analisar este princípio constitucional, observa que


“deve-se buscar a paridade das partes no processo no seu sentido efetivo, de fato, e não
somente a igualdade jurídica formal, uma vez que esta última seria facilmente
alcançável com a adoção de regras legais estáticas”. E assevera ainda: “Tratar
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”, é a substância do princípio da
isonomia.

Notoriamente que a parte hipossuficiente da relação é o consumidor, pois, sem


dúvidas, há uma relação de prestação de serviços, observar-se isso na narrativa dos fatos
e pela documentação acostada.
Neste sentido, deve-se levar em consideração toda e qualquer prova juntada aos
autos.

DA NULIDADE DAS CLÁSULAS CONTRATUAIS ABUSIVAS

É temerário estender amplos poderes a um dos contratantes, quando,


sabidamente, o outro é hipossuficiente, como ocorre nas relações entre cliente e
fornecedoras de crédito. Toda e qualquer cláusula contratual que submete uma parte ao
arbítrio da outra e/ou omite informações essenciais é nula, porque contrasta com os
artigos 422 do Código Civil, e 52 do Código de Defesa do Consumidor.

Há cláusulas abusivas que devem ser submetidas ao crivo e à interpretação, a um


só tempo, da legislação adiante indicada: do inciso IV do art. 6°, dos artigos 46, 47, 51,
incisos IV, XE, XIII, XV, §1°, e 54, §§ 30 e 40 do Código de Defesa do Consumidor.

O consumidor foi, e é, compelido a contrair um Financiamento junto à


Instituição Financeira Requerida, atraído pela necessidade em adquirir um bem e pelo
valor exposto na publicidade. Porém, ele não participa de nenhuma negociação,
inclusive, quanto à pactuação negocial dos juros e taxas que lhes são cobradas, se limita,
tão somente, a aceitar ou não o que lhe é imposto.

 Simplesmente adere sem poder negociar o encargo financeiro e monetário que


lhe espera.

O risco de crédito tem sido um fator determinante do elevado custo das


operações de empréstimo, o que também explica a dificuldade, ou mesmo, a não
concessão de empréstimos pelos bancos. Quando fazem operações de crédito, os bancos
querem ter a certeza de receber de volta os valores emprestados, mais os juros
pactuados, pois os intermediários financeiros têm obrigações para com os seus
depositantes.

Como essa certeza não existe, mesmo para clientes de primeira linha, os bancos
sempre cobram um adicional a título de risco de crédito, ou seja, um valor associado à
probabilidade de não receber o valor emprestado, artifício combatido pelo CDC e pelo
Código Civil Pátrio.

Evidentemente, as avaliações do risco de crédito contem alto grau de


arbitrariedade por conta da metodologia adotada pelas instituições, devendo ser
repudiada pelo Poder Judiciário, visto que refletem em abusividades contra o
consumidor.

Revela-se, assim, através das informações asseveradas pelo BACEN, que o


Spread Bancário é calculado, entre outros quesitos, com a inclusão da inadimplência
do mercado para com as Operações de Crédito, entre outras palavras, o cálculo dos
juros aplicados em seu empréstimo, vem somado, outrossim, da inadimplência de
terceiros.

Em assim sendo, quando a Instituição Financeira calcula seu “spread",


consequentemente os juros as serem contratados, estão implícitos a inadimplência de
terceiros.

Vê-se, destarte, que o custo da intermediação financeira praticada pelo


Requerido, o leva a render lucro excessivo, é absolutamente abusivo, caracterizado
como ENRIQUECIMENTO ILÍCITO E ONEROSIDADE EXCESSIVA, posto
que, implícita está a taxa de inadimplemento de terceiros, ou seja, MAUS
PAGADORES.

Destarte, vê-se, no final das contas, que, além do percentual de 18% tido como
base pelo BACEN para a lucratividade da Instituição Financeira na intermediações de
fornecimento de Crédito (gráfico 02), a mesma, ainda, aufere lucros através de supostos
cálculos de Percentuais de Inadimplência, que, sendo utilizados para elidir os riscos da
operação financeira, rendem, ainda lucros, pelo seu arbitrário cálculo.

Na verdade, com a cobrança de taxa de juros superior, a qual reflete na


lucratividade acima ao quinto da prestação, o Consignado, TORNA
EXCESSIVAMENTE ONEROSA A OBRIGAÇÃO.

Contrasta, então, com o artigo 51, § 1°, inc. III, do CDC:


"Art. 51 — Sõo nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

,sS' 1° presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

III — se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a


natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
peculiares ao caso."

Assim, a incidência de índices camuflados nos juros que elevam o lucro do


Consignado, se perfaz excessivamente oneroso ao Consignante e totalmente contrário
ao defendido por lei, razão, inclusive, da inserção no cálculo do Spread da
Inadimplência de Terceiros, qual rotula a lucratividade das Instituições Bancárias.

Sim, pois, uma vez calculado o Spread com a inadimplência dos maus
pagadores, O PROMOVIDO SOMBREIA SUA LUCRATIVLDADE PARA COM
O TOMADOR DO EMPRÉSTIMO, POIS ATRAVÉS DO PERCENTUAL
DESTINADO À INADIMPLÊNCIA DE TERCEIROS, GARANTE
RENTABILIDADE BEM MAIOR DO QUE O PREVIAMENTE CALCULADO.

Não há de ser incluso o Percentual de inadimplência quando se efetua cálculos


de Spread bancário, visto que nosso Ordenamento Jurídico já trata de coibir e punir os
eventuais inadimplentes através de Juros Moratórios e Cláusulas Penais, não podendo a
Instituição Financeira se valer da inadimplência de alguns para penalizar todos e fazer
disso fonte de LUCROS ILEGAIS.

Constata-se, Douto Magistrado, que a incidência do Percentual de Inadimplência


no cálculo do Spread Bancário, alavanca, via de consequência, o computo dos Juros
como um todo, levando o Brasil a ter a maior diferenciação entre a relação PIB x Per
Capta do Mundo, sendo de aproximadamente R$ 18.000,00 (dezoito mil reais)
percebidos por cada brasileiro.

       
    DA TARIFA DE EMISSÃO DE CARNÊ    

 
A ilegalidade ora denunciada, assim como a anterior, não se encontra expressa
no Instrumento Contratual, o que onera, ainda mais, a busca do Consumidor pelos seus
Direitos. É notório que, ao adimplir as prestações do Financiamento contraído, de forma
amplamente arbitrária, vem embutido no carnê de pagamento, em cada boleto, o seu
custo de emissão, não havendo como a parte requerente discutir a camuflada cobrança.

Segundo o artigo 51 do CDC, consideram-se NULAS DE PLENO DIREITO


as Cláusulas Contratuais pertinentes ao fornecimento de produtos que estabeleçam
obrigações consideradas abusivas, provoquem a desvantagem exacerbada do
Consumidor, ou, ainda, obriguem o consumidor a ressarcir os custos da cobrança de sua
obrigação.

               DA TARIFA DE ANÁLISE DE CRÉDITO 

Os mesmos argumentos retro expedidos fazem jus ao tema ora proposto.

Da mesma forma com que age a Instituição Financeira Requerida em repassar ao


consumidor o custo da emissão dos boletos, repassa, também, o custo da análise de
crédito.

Ora, Nobre Magistrado, cabalmente se percebe que a análise necessária à


concessão de crédito figura como ônus da própria Instituição Financeira, não se
mostrando como serviço prestado em benefício do consumidor, devendo, assim, ser nula
de pleno direito, pelas mesmas argumentações e jurisprudências colacionadas no tema
anterior.

O artigo 42, Parágrafo Único, do Código de Defesa do Consumidor, dispõe


claramente acerca da cobrança e pagamento de valores indevidos, os quais deverão ser
ressarcidos, em dobro, compelindo, igualmente, a prática reiterada deste ato repulsado
pelo Ordenamento Jurídico.

DA CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS E SUA ARBITRÁRIA INCIDÊNCIA


 

Não obstante a notória diversidade de abusos que instruem o Contrato em


celeuma, imprescindível e não menos importante enfatizar, que incide no presente
Instrumento, além da abusiva cobrança do Spread Bancário (despesas administrativas,
inadimplência e lucros), enfadonhamente combatida, a Capitalização Mensal de Juros,
sem, todavia, serem considerados os requisitos que autorizam a sua cobrança.

É importante frisar, que foi ajuizada no STF, ADI sob o n° 2.316/2000, tendo
como objeto, justamente o art. 5°, caput, e parágrafo único da MP nº 2.170/01:

"Art. 5 - Nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema


Financeiro Nacional, é admissível a capitalização de juros com periodicidade
inferior a um ano".

A jurisprudência atual do colendo STJ consolidou-se na admissão da


capitalização mensal dos juros, considerando válida e eficaz a citada MP, enquanto não
for declarada inconstitucional pelo STF, e desde que pactuada, não podendo estar
implícita, mas expressa no contrato.

No entanto, para o contato em apreço, não há que se falar em Capitalização


Mensal, uma vez que o texto Legal é transparente quanto à sua incidência, vigorando,
tão somente, para àqueles com periodicidade inferior ou igual a 01(um) ano.

Como suscita, nos contratos com periodicidade igual ou superior a um ano, as


entidades integrantes do sistema financeiro não estão autorizadas a cobrar juros sobre
juros, ainda que expressamente pactuados, vigorando nestes casos a Súmula 121 do
STF.

Desta forma, ainda que na discutível via da Medida Provisória supramencionada,


o Legislador abriu uma exceção, limitando, a prática do anatocismo a contratos de
financiamento de curto prazo, ou seja, inferiores a 01(um) ano.

Excelência, mesmo depois de ultrapassadas as principais barreiras jurídicas,


quais sejam, a questão da constitucionalidade e da previsão expressa, não há, máxima
vênia, apreciação do caso concreto, SOMENTE HAVERÁ APLICAÇÃO DA REGRA
LITERAL DISPOSTA NO ART. 5° DA MP 2.170/01, CASO O CONTRATO
TENHA PERIODICIADADE INFERIOR A UM ANO. 

É imprescindível que seja revista esta singular interpretação, sobretudo porque a


maioria dos contratos são superiores a 01(um) ano, onerando demasiadamente a parte
contratante que está, no presente caso, pagando juros sobre juros à Instituição
Financeira, ora Demandada.

A conclusão da interpretação e extensão da MP 2.170/01, no comando de seu


art. 50, é que é possível a capitalização dos juros nos contratos regidos pelo Sistema
Financeiro Nacional, com periodicidade inferior a um ano, desde que expressamente
pactuados; nos contratos com prazo de duração igual ou superior a um ano é proibida a
capitalização, ainda que expressamente convencionada (Súmula 121 do STF).

Por conseguinte, impende ainda transcrever acerca do tema o inteiro teor da


Súmula 121 do Supremo Tribunal Federal:

"É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada."

Exa., tal prática deverá ser repudiada no ato, vez que a permanência da
Capitalização Mensal Juros nos contratos superiores a 01 (um) ano, consubstancia em
notória afronta à Lei e sua constância causar contundente prejuízo ao Demandante, vez
que passará a pagar juros sobre juros a Demandada.

Sendo assim, a fim de evitar mais um artifício doloso da Instituição Financeira


para angariar lucros e, evitar o Sepulcro Familiar da parte autora, mister se faz, a
exclusão imediata da Capitalização Mensal dos juros no contrato em apreço, com a
devida correção, considerando a MP 2.170/01 atacada e o art. 14 do CDC.

Para melhor deslinde da questão, importante trazer à baila o entendimento


remansoso proferido não só pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, mas também
pelo Tribunais de Justiça de Pernambuco, e demais Juízes de Direito deste, em
reiterados casos, acerca da matéria em epígrafe, senão vejamos:

 
EMENTA :DIREITO CONSTITUCIONAL, CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO
REVISIONAL DE CONTRATO. APELAÇÃO CÍVEL. PRINCÍPIO DA FORÇA
OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS. RELATIVIZAÇÃO. INCIDÊNCIA DO
CDC. ORIENTAÇÃO DO STF -ADI DE Nº 2591. SÚMULA 297 DO STJ.
PRESENÇA DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS (ANATOCISMO).
ILEGALIDADE. SUSPENSIVIDADE CAUTELAR DO ART. 5º, CAPUT , E §
ÚNICO, DA MEDIDA PROVISÓRIA DE Nº 2.170-36/2001. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA DE Nº 121 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU
MANTIDA IN TOTUM.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos. 

Acordam os Desembargadores que integram a 3ª Câmara Cível deste Egrégio Tribunal


de Justiça, à  unanimidade  de votos, conhecer do recurso entabulado por Banco ABN
Amro Real S.A., e, sucessivamente, negar-lhe provimento, mantendo incólume a
sentença atacada, nos termos do voto do Relator. TJRN, AI nº ,rel . Des.
CristóvamPraxedes, 1ª Câmara Cível, unanimidade, dj. 30/06/2009).

EIS RECENTE JULGADO TECIDO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


RIO GRANDE DO SUL:

"Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO REVISIONAL


DE CONTRATO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E
POSSIBILIDADE DE REVISÃO DO CONTRATO. Segundo a súmula 297 do STJ, o
CDC é aplicável às instituições financeiras, permitindo a revisão contratual, vedadas,
porém, as disposições de ofício pelo Judiciário. JUROS REMUNERATÓRIOS. A sua
fixação em percentual superior à média de mercado é abusiva. Juros passíveis de
limitação à taxa média de mercado divulgada pelo Bacen. CAPITALIZAÇÃO DE
JUROS. Cabível a capitalização mensal (em contratos firmados a partir de 31.03.2000)
ou a anual, se expressamente pactuada. Sem pactuação expressa, em qualquer
periodicidade, veda-se a prática. ENCARGOS MORATÓRIOS. - Comissão de
Permanência. Se expressamente pactuada, a sua cobrança está submetida às condições
impostas pelas súmulas 30, 294 e 296 do STJ e à não cumulação com multa e juros
moratórios. Afasta-se, com isso, a incidência dos demais encargos. - Afastamento da
mora do devedor. Condicionado ao reconhecimento da abusividade dos encargos da
normalidade (juros remuneratórios e/ou capitalização), não bastando o simples
ajuizamento de ação revisional. COMPENSAÇÃO DE VALORES E REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. Admitidas - na forma simples e em decorrência lógica do julgado - como
vedação do enriquecimento injustificado do credor e sem necessidade de prova do erro,
conforme a súmula 322 do STJ. TUTELAS DE VEDAÇÃO DE CADASTRAMENTO
RESTRITIVO DE CRÉDITO E DE MANUTENÇÃO DA POSSE DO BEM.
Manutenção condicionada à inexistência de mora do devedor e aos depósitos dos
valores incontroversos. TAXA E/OU TARIFA DE ABERTURA DE CRÉDITO E/OU
CADASTRO E EMISSÃO DE CARNÊ. Nula. IOF. Incabível a sua incidência sobre as
prestações mensais, porque nestas já embutidos os encargos financeiros do negócio.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. Procede a ação de consignação em
pagamento, com quitação quantum satis dos valores depositados, uma vez que não se
pode reputá-los insuficientes, em razão do reconhecimento da abusividade do contrato.
APELAÇÃO PARCIALMENTE CONHECIDA E PROVIDA, EM PARTE".

(Tribunal de Justiça do RS, Décima Quarta Câmara Cível, Apelação Cível Nº


70040563868, Relator: Sejalmo Sebastião de Paula Nery, Julgado em 17/02/2011).

                  

Ademais, insta destacar que é dever do apicador da lei, diante de situações que
tornem desiguais as prestações entre as partes e havendo expresso requerimento nesse
sentido, que é o caso dos autos, promover a revisão ou modificação dos contratos,
conforme reza  o Art. 6º, inciso V, do Código de Defesa do Consumidor, aplicando o
princípio da boa fé objetiva em detrimento do dogma pacta sunt servanda, sempre
em busca da justiça contratual.

É oportuno ainda, ressaltar a suspensividadeCAUTELAR ATRIBUÍDA AO


ART. 5º, CAPUT , E § ÚNICO, DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.170-36/2001,
deferida pelo Ministro Sydney Sanches na ADI de nº 2316, motivado pela ausência do
requisito da urgência, objetivamente considerada, e pela ocorrência do periculum in
mora inverso, salientando-se que a matéria pertinente ao Sistema Financeiro Nacional
deve ser formalmente disciplinada por intermédio de Lei Complementar, sendo
expressamente defeso editar Medida Provisória sobre tal assunto, ex vi da interpretação
sistemática dos Art. 62, § 1º, III c/c 192, todos da CF/88.

O REPERTÓRIO JURISPRUDENCIAL DO STJ, ASSIM TEM SE


POSICIONADO, AD LITTERAM:

"CONTRATO. ADESÃO. ABUSIVIDADE. CLÁUSULAS. A recorrente alegava


violação de dispositivo inserto no Código Civil, sustentando ser vedada a capitalização
mensal de juros e inviável a utilização da taxa Anbid para correção do débito. Afirma
que a incidência da capitalização foi comprovada por prova pericial, estando a cobrança
em desacordo com os enunciados ns. 121 da Súmula do STF e 176-STJ. E,
entendendo ter razão a recorrente, o Min. Relator asseverou que, desde a inicial, a
autora, ora recorrente, insurge-se contra as cláusulas de reajuste das prestações,
reputando-as abusivas. Anotou que os juízos ordinários, desprezando as conclusões do
laudo pericial, entenderam válida a pactuação: expressamente admitiram a legalidade
das cláusulas que deixam com o credor a escolha dos índices e critérios de cálculo das
prestações. Ao assim decidirem, firmou o Min. Relator, divergiram do entendimento
deste Superior Tribunal no sentido de que as cláusulas que deixam ao arbítrio do
credor a definição do valor da dívida não podem ser aceitas, especialmente em se
tratando de contrato de adesão, como ocorre na hipótese, caracterizando potestividade.
Também, quanto à capitalização mensal dos juros, entendeu que as instâncias
ordinárias, ao concluírem que a arrendadora não estaria sujeita à Lei de Usura,
dissentiram da jurisprudência deste Superior Tribunal, que, por aplicação do art. 4º do
Dec. n. 26.626/1933, tem por inadmissível a pactuação de tal encargo. Assim, a Turma
ao renovar o julgamento, conheceu do recurso e lhe deu provimento. Precedentes
citados :REsp 475.251-RS , DJ 19/12/2003; REsp 44.847-SC, DJ 2/10/1995; REsp
41.570-SP, DJ 29/10/1996; REsp 533.309-RS, DJ 1º/12/2003, e REsp 181.824-RJ, DJ
6/5/2002. (Resp 254.912-RJ, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, julgado em 28/11/2006)."

 
DA INCLUSÃO DO NOME DA PARTE AUTORA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO
DE CRÉDITO

Caso a instituição demandada proceda com a inclusão do nome do(a) postulante


no registro de inadimplentes (SERASA e SPC), que é empresa vinculada ao sistema
bancário, ou, ainda, no novo cadastro de maus pagadores administrado pelo Banco
Central do Brasil, (SCR), seu nome será negativado, causando-lhe prejuízos
irreparáveis.

Vale ressaltar, que todas as parcelas, do indigitado contrato, estão rigorosamente


fora da realidade legal, sem qualquer sentido para cobrança de tal valor, ou seja, razão
nenhuma haveria de inserir o nome do(a) suplicante como devedor e mal pagador, face,
principalmente, ao incontroverso intento de adimplir ora manifestado através da ação
ajuizada nesta MM. Vara.

Como se pode observar, a restrição do crédito junto ao SERASA ou SPC, expõe


o(a) Demandante a uma situação totalmente vexatória, além disso, estando a discussão
dos valores em Juízo, o banco demandado não deverá jamais RESTRINGIR,
HUMILHAR, CAUSAR DANOS MORAIS e MATERIAIS em desfavor da parte
requerente, com tamanha brutalidade.

Por não existir amparo legal para a negativação da parte autora, visto que o
referido contrato encontra-se sob análise do poder jurisdicional, a emissão de seu nome
ao SERASA e em outros Órgãos de Crédito, como inadimplente, será fruto de
procedimento ilícito e injustificável, face ao disposto no artigo 43, §1°, da Lei n°
8.078/90, onde exige que os cadastros e dados de consumidores devam ser verdadeiros.

Eis o que estabelece o Enunciado 20-FVC-IMP: "A retirada do nome do


devedor de banco de dados pressupõe que este deposite a parcela incontroversa da
dívida, não sendo suficiente o mero ajuizamento de ação revisional" (unânime)
 
 
DA NECESSIDADE DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Há justificado receio da ineficácia do provimento final, que nesse caso, decorre


da própria natureza do custo cobrado pela instituição financeira. Ou seja, a continuidade
das exigências, com pagamentos extorsivos fixados abusivamente pela Suplicada
certamente trará prejuízo a(o) autor(a), sendo obrigado(a) a contrair novas dívidas, com
imprevisíveis consequências, razão pela qual não se justifica o "calvário processual" que
agride o(a) Requerente se tiver de aguardar o julgamento para obter a declaração oficial
da ilegalidade do referido contrato.

Desta forma, impõe-se o reconhecimento da urgência na antecipação dos


efeitos da tutela, concedendo-se a medida Liminar requerida, eis que a mesma não
implica em qualquer prejuízo ou Decisão irreversível para o Réu, além, demonstrando
sua boa-fé, consigna os valores em Juízo, elidindo a mora, conforme entendimento
dominante.  

Estão presentes todos os pressupostos que viabiliza o deferimento da


antecipação, quais sejam: Prova Inequívoca (as abusividades do contrato anexo,
demonstrativos apresentados pelo Banco Central do Brasil), Verossimilhança das
Alegações (dispositivos tipificados no CDC e demais Leis pertinentes, Desequilíbrio
Contratual) e o Fundado Receio de Dano Irreparável ou difícil reparação (negativação
nos Órgãos de Proteção ao Crédito).

"DO FUMUS BONI IURIS" e do "PERICULUM IN MORA"

Portanto, caso o Demandado proceda com a inscrição do nome do autor nos


cadastros do SERASA, SPC ou SCR, será imoral, ilegal, etc., obrigando-o a pleitear
um provimento judicial que o livre de tal pressão, eis que, concretizando o ilícito, lhe
trará sérios prejuízos, abalando, inclusive, o seu conceito, podendo, até, acarretar
repercussões negativas e de consequências imprevisíveis.

Além disso, o ato, caso praticado pelo Réu, inviabilizará qualquer transação
comercial e, de forma especial, os contratos e transações bancárias. A eventual
permanência dessas restrições, além do absurdo, seria legitimar o vício. No entanto, sem
um provimento judicial que obste o ato praticado, a Consignante ficará à mercê do
Consignado.

O Código de Processo Civil, em seu estatuto, autoriza o Juiz a adotar a medida


antecipatória que entender necessária para proteger direito da parte ante ameaça
iminente.
 

           DA PLENA POSSIBILIDADE DE SE DISCUTIR O CONTRATO DE


FINANCIAMENTO, CONSIGNANDO VALORES INCONTROVERSOS

Como é sabido O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO, assim


como FÓRUM PERMANENTE DE JUÍZES DA CAPITAL, protegem o direito aqui
assistido, conforme se depreende pelos arestos abaixo transcritos:

"Enunciado 23— FVC — 1MP: "É viável a discussão da existência da dívida e


do seu valor no âmbito da ação consignatória, mesmo que para isso o Juiz tenha que
revisar cláusulas contratuais."

Súmula 16 do TJPE. É possível a discussão da existência da dívida e do seu


valor no âmbito da ação consignatória, mesmo que para isso seja necessário revisar
cláusulas contratuais."

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONTRATO DE


FINANCIAMENTO COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA -
MANUTENÇÃO DO DEVEDOR NA POSSE DO BEM - POSSIBILIDADE -
CONSIGNAÇÃO EM JUÍZO DOS VALORES INCONTROVERSOS -
AFASTAMENTO DOS EFEITOS DA MORA - OCORRÊNCIA - PRECEDENTES -
RECURSO IMPROVIDO.

Processo: AgRg no Ag 1094712 MS 2008/0205164-0

Relator(a): Ministro MASSAMI UYEDA

Julgamento: 16/04/2009

Órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA

Publicação: DJe 29/04/2009

TUDO, ALIÁS, RESPALDADO NA JURISPRUDÊNCIA DO PRÓPRIO E. STJ.


CONFIRA-SE:

Conforme orientação da Segunda Seção desta Corte, nas ações revisionais de cláusulas
contratuais, não cabe a concessão de tutela antecipada para impedir o registro de
inadimplentes nos cadastros de proteção ao crédito, salvo nos casos em que o devedor,
demonstrando efetivamente que a contestação do débito se funda em bom direito,
deposite o valor correspondente à parte reconhecida do débito, ou preste caução
idônea, ao prudente arbítrio do magistrado.

Precedentes: REsps. 527.618-RS, 557.148-SP, 541.851-SP, Rel. Min. Cesar


AsforAgravo de Instrumento nº 0064769-03.2012.8.26.0000 - Voto nº 20388 4 Rocha;
REsp. 610.063-PE, Rel. Min. Fernando Gonçalves; REsp. 486.064-SP, Rel. Min.
Humberto Gomes de Barros)” (REsp. 522282-SP, 4ª Turma, Rel. Min. Jorge
Scartezzini, j. 23.11.2004, DJ 17.12.2004, p. 555, in RSTJ vol. 193 p. 437).

“Agravo regimental - Agravo de Instrumento Contrato de financiamento com alienação


fiduciária em garantia Manutenção do devedor na posse do bem. Possibilidade
Consignação em juízo dos valores incontroversos Afastamento dos efeitos da mora
Ocorrência Precedentes Recurso improvido” (AgRg no Agravo de Instrumento
1.094.712-MS, 3ª Turma, Rel. Ministro Massami Uyeda, j. 16.04.2009). Oportuno
realçar do voto do I. Ministro Massami Uyeda o seguinte trecho: “esta a. Corte perfilha
o posicionamento de inexistir qualquer 'óbice para o pagamento da dívida em juízo, a
fim de afastar a mora 'debendi', mediante o deferimento de depósito judicial, ainda que
em sede de ação revisional. Inexistente, portanto, qualquer impedimento à manutenção
da posse do devedor' (ut REsp. 815069/RS, rel. Ministro Jorge Scartezzini, DJ.
20.11.2006).

 
Por fim, vale destacar O ENTENDIMENTO FIRMADO PELO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO, NO SENTIDO DE QUE AS AÇÕES
ORDINÁRIAS REVISIONAIS C/C CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO NÃO
PODEM SER JULGADAS, LIMINARMENTE, IMPROCEDENTES, nos moldes dos
art. 269, I, 285-A, 295-1 do Código de Processo Civil, visto que alguns magistrados
estavam cerceando o direito das pessoas de postular em Juízo, violando garantias
constitucionais asseguradas pela Magna Carta, bem como infrigindo o Devido
Processo Legal, legitimando as reiteradas violações dos Direito Básicos dos
Consumidores, senão vejamos:

 
DADOS DO
PROCESSO

  Numero 0045723-74.2012.8.17.0001 (285918-5)

  Classe Apelação

  Assunto(s) Pagamento em Consignação

  Comarca RECIFE

  Relator AGENOR FERREIRA DE LIMA FILHO

HUMBERTO COSTA VASCONCELOS


  Relator Substituto
JUNIOR

  SegredoJustica N

  Revisor  

  Protocolo 201200042200

  OrgaoJulgador 5ª CÂMARA CÍVEL

  Vara 4ª VARA CÍVEL

  NumAcao 00457237420128170001  
 
  TipAcao    
 

  Dados do
Processo
Número 0045723-74.2012.8.17.0001 (285918-5)

DescriçãoAPELAÇÃO

Relator AGENOR FERREIRA DE LIMA FILHO

Data 20/12/2012 17:55

Fase DEVOLUÇÃO DE CONCLUSÃO

Texto DECISÃO TERMINATIVA Trata-se de Apelação Cível (fls. 63/92)


interposta por Jessika Mendonça de Oliveira, nos autos da Ação Revisional
de Contrato de Financiamento c/c Consignação em Pagamento, com
Antecipação de tutela nº 0045723-74.2012.8.17.0001, tendo como Réu
Banco Itaúcard S/A, ora Apelado. Momento em que a parte buscava
revisar cláusulas contratuais consideradas abusivas e ilegais, com a
imediata consignação das parcelas incontroversas vencidas e vincendas,
bem como a manutenção da posse do veículo financiado e a não inclusão
no cadastro de inadimplentes. O dispositivo sentencial constante às fls.
39/41v dos autos extinguiu o processo com resolução do mérito, nos
moldes do art. 269, I, e art. 295, I, do CPC, por indeferimento da inicial,
ante a impossibilidade jurídica do pedido, em virtude da parte não ter
apresentado documentos contundentes que pudessem legitimar a sua
pretensão. O Apelante alega, em síntese, que a taxa de juros capitalizada
(anatocismo) está sendo cobrada impropriamente pelo Banco Apelado,
cometendo assim, o crime de usura; a composição do spread bancário deve
ser praticada com a exclusão do índice de percentual de inadimplência; e,
os demais encargos abusivos oriundos do referido contrato, como TAC,
TEC e etc. Pugna pelo provimento do recurso, a fim de que seja reformado
in totum o decisum, garantindo ao Recorrente o direito ao devido processo
legal, nos termos assegurados pela Constituição Federal, com a
desconstituição da sentença atacada e prosseguimento do feito. Não tendo
havido a triangularização processual, impossível se faz à apresentação de
contrarrazões. É o Relatório. Passo a Decidir. Conheço do recurso,
porquanto presentes os pressupostos necessários a sua admissibilidade.
Cinge-se o debate do presente recurso em indeferimento da inicial sumário
de ação de revisão de cláusulas contratuais de arrendamento mercantil,
consideradas abusivas. A ação ajuizada é revisional de contrato de
arrendamento, nos moldes de inúmeras outras ajuizadas diariamente pelos
mesmos motivos: o consumidor adquiriu um bem mediante pagamento em
diversas prestações, em razão do que o débito principal foi acrescido de
várias parcelas acessórias, pelo que vem a juízo pleitear a revisão de
cláusulas contratuais abusivas, alegando que as prestações se tornaram
desproporcionais, e o contrato, excessivamente oneroso. É fato que ações
revisionais, em regra, dificultam a prestação jurisdicional ao não
delimitarem de modo exato a pretensão. Entretanto, ao contrário do que
ocorre habitualmente, a Apelante juntou cópia do contrato cuja revisão
pleiteia (fls. 23/26), e não se limitou a fazer apenas alegações genéricas,
pois apontou as cláusulas que considerava abusivas, como a que prevê a
possibilidade de capitalização de juros e de cobrança de comissão de
permanência, entre outras. A Apelante foi mais além do que o de costume
em ações do mesmo gênero, e, cautelosa, elaborou planilha na qual
discrimina os valores já pagos, e os que entende serem devidos (fls. 28/37).
Por tais razões, não se pode afirmar que a inicial seja inepta. O art. 282, III,
do Código de Processo Civil, assevera que a petição inicial indicará o fato
e os fundamentos jurídicos do pedido, e, respeitando o entendimento do
Magistrado, assim o fez a Apelante. De acordo com o art. 295, parágrafo
único, do Código de Processo Civil, considera-se inepta a petição inicial
quando: "I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - da narração dos fatos
não decorrer logicamente a conclusão; III - o pedido for juridicamente
impossível; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si". In casu, não
restou configurada nenhuma destas hipóteses, razão pela qual não pode o
Poder Judiciário se esquivar de sua tarefa de analisar o conflito e se
pronunciar sobre qual o direito aplicável ao caso. De mais a mais, a
despeito de ser explícita a pretensão, e o pedido, certo e determinado, é
inquestionável o interesse da parte em rever o contrato que considera
abusivo, pois, para tanto, necessita de um provimento jurisdicional que,
caso concedido, será útil ao direito que alega possuir. Nesse sentido, colhe-
se da Jurisprudência, in verbis: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO
REVISIONAL - INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL POR
INÉPCIA - INOCORRÊNCIA - PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO. Se o
autor da ação revisional de contrato de arrendamento mercantil aponta
claramente as razões nas quais se funda seu pedido, juntando, inclusive,
cópia do contrato celebrado entre as partes e planilha dos valores que
entende devidos, não há inépcia da petição inicial, devendo o processo
prosseguir até a decisão de mérito. Recurso provido. Sentença cassada.
(grifei). (Apelação Cível 1.0433.10.322303-1/003, Rel. Des.(a) Gutemberg
da Mota e Silva, 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/02/2012,
publicação da súmula em 09/03/2012). Por derradeiro, salienta-se que é
inviável o julgamento do mérito diretamente pelo Tribunal, vez que sequer
houve citação da parte adversa, bem como prazo para as partes
especificarem as provas, de modo que ainda não foram exercitados de
forma plena a ampla defesa e o contraditório, não se tratando de causa
madura para julgamento. Face ao exposto, dou provimento ao presente
recurso, no sentido de anular a sentença hostilizada, determinando o
retorno dos autos à instância de origem, para regular prosseguimento do
feito, tudo nos termos do art. 557, § 1º - A, do CPC. Recife, 19 de
dezembro de 2012. Des. Agenor Ferreira de Lima Filho Relator PODER
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO Gabinete
Desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho 4

 
DOS PEDIDOS

Pelo exposto, passa a requerer:


A) Que seja designada AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ou MEDIAÇÃO, conforme
previsto no art. 334 do NCPC;

B) Se digne Vossa Excelência em deferir, liminarmente o pedido, determinando a não


inclusão do nome da parte autora nos cadastros do "SERASA", "SPC"
CADASTRO DE CLIENTES DO BANCO CENTRAL; 

C) Requer, na qualidade de relação de consumo, a inversão do ônus da prova por


estarem preenchidos os requisitos do art. 6°, inciso VIII, da Lei nº: 8.078/90.

D) Que Vossa Excelência determine que o Réu exiba a fórmula de composição do seu
Spread Bancário, inclusive esclarecendo a incidência de seu Percentual de
Inadimplência, comissão de permanência, percentual referente à cobertura dos clientes
de risco, o que está sendo cobrado de taxas administrativas (TEC, TAC, etc) e eventuais
acréscimos não discriminados junto ao contrato, sob as penas do artigo 396, NCPC.
Aplicação do artigo 6º, inciso VIII, da lei nº 8.078/90,

E) Deseja que Vossa Excelência, considerando a presente postulação de revisão de


contrato, defira o pedido para que o bem seja mantido na posse da parte autora, até
ulterior deliberação deste juízo, pelos argumentos acima expostos.

F) Requer, igualmente, que seja oficiado o Banco Central do Brasil, para que este
forneça as informações pertinentes ao Contrato de Financiamento celebrado entre as
partes litigantes, mais especificamente com relação ao Percentual de Inadimplência
incidente no computo do Spread Bancário.

G) Que seja permitido a(o) autor(a) efetuar o depósito da(s) parcela(s) vencida(s),
tidas como incontroversas, NOS TERMOS DO ART. 330, PARÁGRAFO 2º DO
NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, desde que o faça, em virtude das
atualizações que tiverem de ser procedidas, pela tabela ENCOGE (tabela utilizada
quando da purgação da mora), conforme previsão de laudo contábil. (Doc. anexo).  

H) Uma vez que a parte autora é pobre na forma da lei, à luz do contido no art. 4 da Lei
1060/50, roga a Vossa Excelência à concessão dos auspícios da justiça gratuita,
visto que não é dotada das condições econômicas, no sentido de custear a presente ação
judicial sem, contudo, privar-se e a sua família também, do seu devido sustento.
I) Que os depósitos realizadossejam declarados em sentença como quitação da parte
financiada;

I) Que sejam declaradas nulas as cobranças relativas à Tarifa de Abertura de Crédito,


Tarifa de Emissão de Carnê, Tarifa Cumulativa de Comissão de Permanência, Tarifa de
Serviços de Terceiros, Tarifa de Avaliação de bem, bem como seja excluído sobre o
Cálculo do Spread Bancário do referido Contrato, o Percentual da Inadimplência de
Terceiros, no percentual a ser realmente auferido no ato da exibição do contrato, pela
Ré, com fulcro no Art 51, do Código de Defesa do Consumidor;

J) Que sejam revisadas e declaradas nulas as cláusulas constantes no contrato de


financiamento, aplicando ao Contrato juros finais no montante do recálculo legal do
spread;

L) Que seja excluída a Capitalização Mensal de Juros, praticada pela Demandada no


Contrato em Celeuma, com a consequente nomeação de perito, uma vez que a prova do
fato, depende do conhecimento especial de técnico;

M)BA Citação do réu, no endereço declinado no preâmbulo desta peça exordial, por
seu representante legal, par contestar, querendo, sob pena de revelia e confissão;

N)Aprodução de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente


testemunhal, documental complementar, pericial, bem como os depoimentos pessoais
dos representantes legais dos Consignados, sob pena de confissão;

Do valor da Causa.

1) quando não se pode estabelecer na fase inicial do processo de conhecimento o


proveito econômico a ser obtido com o provimento da ação, é possível a provisória
fixação do valor da causa; 2) quando não se pretende impugnar todo o conteúdo do
contrato, mas apenas algumas cláusulas, o valor da causa deve ser correspondente ao
que foi impugnado; 3) o valor da causa deve ser mantido no patamar atribuído à
presente demanda.

 
O ENUNCIADO de nº 51- FVC – IMP (FÓRUM PERMANENTE DOS
MAGISTRADOS DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE RECIFE-PE), dispõe
que: O valor da causa na ação de revisão de contrato bancário deve corresponder à
diferença entre o valor cobrado pelo banco e aquele que o autor entende como devido,
salvo se o devedor não indicar o benefício econômico que pretende com a revisão, caso
em que o valor, para efeito das custas judiciárias, deve equivaler ao valor integral do
contrato

Tomando por base a interpretação dada ao referido dispositivo legal pela


Jurisprudência não só do STJ, mas também do Egrégio TJPE é no sentido de que,
tratando-se de Ação de Revisão Parcial de contrato, para atribuir novo valor as
parcelas, como é o caso dos autos, o valor da causa deve corresponder ao benefício
econômico-financeiro pretendido, senão vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA. ART.


542, § 3º, DO CPC. EXCEÇÃO AO COMANDO LEGAL QUE DETERMINA A
RETENÇÃO DO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL.
ART. 259, V, DO CPC. 1. A jurisprudência desta Corte relaciona o valor da causa ao
proveito econômico pretendido com a demanda. Assim, na hipótese em que a Ação
Revisional no qual foi apresentada a impugnação ao valor da causa visa, justamente,
nova definição do valor do contrato, a fim de obter o reequilíbrio econômicofinanceiro
do negócio jurídico, o valor da causa deve ser a diferença entre o valor originalmente
fixado e o pretendido.

2. Recurso especial a que se dá parcial provimento.

REsp 742.163/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA


TURMA, julgado em 15/12/2009, DJe 02/02/2010. PROCESSO CIVIL. SISTEMA
FINANCEIRO DE HABITAÇÃO? SFH. AÇÃO REVISIONAL DAS PRESTAÇÕES.
VALOR DA CAUSA. ARTIGO 259, V, DO CPC INAPLICABILIDADE.
PRECEDENTES.

Neste sentido, ainda decidiu o STJ:

SUPERIOR TRIBUAL DE JUSTIÇA

Processo: AI 8710652 PR 871065-2 (Decisão Monocrática)

Relator(a): Lauri Caetano da Silva

Julgamento: 03/02/2012

Órgão Julgador originário:17ª Câmara Cível

PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA. ART. 542,


§ 3º, DO CPC. EXCEÇÃO AO COMANDO LEGAL QUE DETERMINA A
RETENÇÃO DO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL.
ART. 259, V, DO CPC.1. A jurisprudência desta Corte relaciona o valor da causa ao
proveito econômico pretendido com a demanda. Assim, na hipótese em que a ação
revisional no qual foi apresentada a impugnação ao valor da causa visa, justamente,
nova definição do valor do contrato, a fim de obter o reequilíbrio econômico-financeiro
do negócio jurídico, o valor da causa deve ser a diferença entre o valor Página 2 de 4
originalmente fixado e o pretendido. 2. Recurso especial a que se dá parcial provimento.

STJ - REsp 742163 / DF - PRIMEIRA TURMA - Rel. Ministro TEORI


ALBINO ZAVASCKI - DJe 02/02/2010. PROCESSO CIVIL. SISTEMA
FINANCEIRO DE HABITAÇÃO - SFH. AÇÃO REVISIONAL DAS PRESTAÇÕES.
VALOR DA CAUSA. ARTIGO 259, V, DO CPC INAPLICABILIDADE.
PRECEDENTES. - Se na ação revisional o que se pretende é a redução do valor das
prestações do contrato, o valor da causa não poderá ser o valor do próprio contrato, de
acordo com as parcelas originais, mas sim um valor compatível com a redução
pretendida, que está diretamente relacionada ao conteúdo econômico da demanda. - (...)
Precedentes. Recurso especial ao qual se nega provimento.

Diante dos argumentos e fundamentações acima externados, deve figurar como


valor atribuído à presente demanda, o montante equivalente a R$ _____________,
nos termos do laudo contábil anexo à inicial.

É o requerimento.

Nestes termos, pede e espera

D E F E R I M E N T O.

Cidade, data.

Nome do advogado - OAB

Você também pode gostar