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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _______,

Estado de _______________.

REQUERENTE, brasileira, (estado civil), (existência de união estável), (profissão), inscrita


no CPF sob o número XXX. XXX. XXX-XX e RG sob o número XXXXXXX, residente e
domiciliada na Rua __________, nº ___, Bairro _______, na Cidade de _________, Estado de ________,
(endereço eletrônico), vem, através de seu Procurador Judicial abaixo assinado,
respeitosamente, ante Vossa Excelência, ingressar com a presente
AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO COM PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C
PERDAS E DANOS
Em face de REQUERIDO, brasileiro, (estado civil) existência de união estável), (profissão),
inscrito no CPF sob o número XXX. XXX. XXX-XX e RG sob o número XXXXXX, residente e
domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro ______, na Cidade de _________, Estado de ________,
(endereço eletrônico), sendo que para tanto passa a expor seus substratos fáticos e de
direito:
DOS FATOS
Consoante se observa da documentação em anexo, a Requerente firmou com o Requerido
um CONTRATO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULO na data de __/__/____,
onde este adquiriu daquela um veículo, marca/modelo ____, espécie/tipo _______,
ano/modelo -/-, cor ____, de placa _______, RENAVAM ________, chassi ___________, tudo
conforme detalhado e firmado na cláusula nº ___ do respectivo contrato.
Em cláusula (nº), convencionou-se entre as partes que o Requerido quitaria a importância
total de R$ _________ (..), nas condições e vencimentos estipulados, incluindo o pagamento
das parcelas do financiamento existente junto a instituição financeira __________.
Referido veículo teve sua posse transmitida ao Requerido, na data da convenção do
respectivo instrumento particular de Compra e Venda, conforme pactuado em cláusula
(nº).
Ainda, consoante expressamente previsto na cláusula (nº) do respectivo contrato,
estipulou-se clausula de reserva de domínio do bem em favor da Requerente, no caso de
inadimplência de qualquer das prestações assumidas no referido instrumento particular.
Destarte, de forma clara e expressa foi ajustada a operação de compra e venda,
notadamente no tocante quanto a forma de pagamento por parte do Requerido, com
cláusula de reserva de domínio do bem.
Contudo, o Requerido tão somente adimpliu uma das sete parcelas fixas e sucessivas de R$
______ (...), permanecendo inadimplente quanto aos demais valores.
Ainda, para a surpresa da Requerente, em maio do corrente ano, a mesma recebeu
correspondência da empresa ___________, comunicando expressamente acerca de débitos
junto à instituição financeira __________ e da possibilidade de inscrição de seu nome junto ao
Serviço Central de Proteção ao Crédito – SCPC, caso não regularizasse o pagamento da
dívida de forma voluntária.
Em contato com a financiadora, a Requerente foi informada que a parcela de número ___
não tinha sido quitada pelo Requerido sendo que parcela de número ___ igualmente se
encontrava em atraso, conforme fazem prova as cópias dos e-mails em anexo.
A Requerente, como não pode deixar que seu nome fosse lançado no rol dos maus
pagadores, tendo em vista que (expor os motivos pelos quais a parte autora não pode ter seu
nome negativado), quitou as parcelas em atraso junto à _____, como comprovam os
demonstrativos de pagamento em anexo.
Ocorre que, apesar das inúmeras tentativas desempenhadas pela Requerente, a fim de
dirimir o conflito existente, nenhuma providência foi realizada pelo Requerido que, por sua
vez, simplesmente permanece inerte perante.
Razão pela qual, não restou alternativa a Requerente, senão ingressar com a presente ação
de rescisão contratual. Afinal, o Requerido não expressou qualquer intenção de resolver o
litígio de forma amigável.
DO DIREITO
DA RESCISÃO DO CONTRATO
Sobre a matéria, preconiza o Código Civil Brasileiro:
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; (...)
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização
por perdas e danos.
Conforme narrado alhures, o Requerido deixou de cumprir as obrigações assumidas em
cláusula (nº) do respectivo Contrato Particular de Compra e Venda de Veículo.
Ainda, as cópias dos e-mails encaminhados e recebidos entre a Requerente e a instituição
financeira ______em anexo, não deixam margens para dúvidas quanto a inadimplência do
Requerido das parcelas ____ do respectivo financiamento e, por conseguinte, de sua
obrigação contratual.
Na cláusula (nº) do referido contrato, tem-se de forma clara que a inadimplência do
Requerido de duas prestações consecutivas, enseja a rescisão forçada do contrato firmado,
posto que prevê a devolução do veículo à Requerente.
Desta forma, ante a inadimplência comprovada do Requerido de mais de duas parcelas no
valor de R$ _____ (...) e de duas parcelas consecutivas do financiamento junto a ______,
conforme demonstrado, admissível é a rescisão do respectivo instrumento contratual, em
face do descumprimento da obrigação assumida em cláusula (nº), com a imediata
devolução do bem de propriedade do Requerente.
Afinal, tendo a clausula quinta do respectivo contrato particular de compra e venda de
veículo estipulado a devolução do bem à Requerente, no caso de inadimplência do
Requerido de duas parcelas consecutivas dos valores assumidos, tem-se que se opera,
nestas circunstâncias, a rescisão do contrato, já que a devolução do veículo recoloca as
partes no status quo ante.
Contudo, por expressa convenção prévia, o Requerido, neste caso, não poderá reaver
nenhuma das quantias adimplidas.
Portanto, é incontroverso que, no caso específico dos autos, a inadimplência do Requerido
justifica a presente pretensão da Requerente de rescisão contratual, nos exatos termos dos
arts. 474 e 475 do Código Civil.
Nestes termos, leciona a jurisprudência pátria, senão vejamos:
AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
COMPRA E VENDA DE VEÍCULO ENTRE PARTICULARES. AUTOMÓVEL ALIENADO
FIDUCIARIAMENTE. CONTRATOVÁLIDO ENTRE AS PARTES. PAGAMENTO REALIZADO DE
FORMA PARCELADA MEDIANTE A EMISSÃO DE CHEQUES PRÉ-DATADOS PELO AUTOR.
RÉU QUE CONFIRMA NÃO TER CUMPRIDO COM O PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES DO
FINANCIAMENTO EM RAZÃO DE TER INGRESSADO COM AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL
CONTRA A INSTITUIÇÃO CREDORA. AUSÊNCIA DE DEPÓSITO DOS VALORES REFERENTES
AS PRESTAÇÕES. VEÍCULO OBJETO DE BUSCA E APREENSÃO. AUTOR QUE SUSTOU O
PAGAMENTO DOS ÚLTIMOS CINCO CHEQUES EM RAZÃO DA INADIMPLÊNCIA DO RÉU.
RESCISÃO DA AVENÇA. RETORNO DAS PARTES AO STATUS QUO ANTE. DANO MORAL
INEXISTENTE. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. Todo contrato
particular faz lei entre as partes, devendo ser cumprido fielmente o que as partes
avençaram reciprocamente. Estando demonstrado o inadimplemento da obrigação
por uma das partes contratantes, a solução imposta pelo ordenamento jurídico
brasileiro, para a hipótese dos autos, é a ação de rescisão contratual. Gn (Apelação Cível
AC 20140184361 SC 2014.018436-1 (Acórdão) (TJ-SC) Data de publicação: 23/06/2014)
Deste modo, comprovado nos autos a inadimplência do Requerido, nos exatos termos da
clausula quinta do respectivo Contrato Particular de Compra e Venda de Veículo
convencionado com a Requerente, a rescisão do referido instrumento é a medida que se
impõe ao caso concreto.
DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Como se extrai igualmente dos termos do Contrato Particular de Compra e Venda de
Veículo convencionado entre as partes, em anexo, na data de __/__/____, o Requerido tomou
posse do referido veículo, passando a usufruir do bem até a presente data.
Contudo, perante a inadimplência injustificada do Requerido, quanto das parcelas fixadas
em clausula segunda do referido instrumento particular, a decretação da rescisão do
contrato firmado entre as partes, com a restituição do bem a posse da Requerente, é a
medida a ser imposta.
Afinal, uma vez tendo as partes livremente pactuado as clausulas que regem o respectivo
Contrato Particular de Compra e Venda de Veículo e sendo existente clausula expressa que
prevê a devolução do veículo à posse da Requerente, no caso de inadimplemento, conforme
demonstrado alhures (clausula quinta), injusta passa a ser a posse do respectivo veículo ao
Requerido.
Neste vértice, reporta-se a recente decisão proferida pelo e. Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul, em caso análogo:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE COMPRAE VENDA DE VEÍCULO
AUTOMOTOR C/C REINTEGRAÇÃO DE POSSE. PROCEDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO.
Encontra-se incontroversa a existência do negócio de compra e venda de veículo
automotor entre as partes, bem como o pagamento do valor da entrada e o não
pagamento da quantia restante. Nessas circunstâncias, é medida impositiva a
restituição das partes ao estado anterior, com a devolução do valor pago de entrada
ao réu e a reintegração do autor na posse do bem móvel em questão. O réu alega o
desfazimento do avençado e a devolução do bem, mas não produz qualquer prova
nesse sentido. Inclusive, desistiu da oitiva da única testemunha que havia arrolado.
Presume-se a boa-fé do autor, que, não bastasse isso, é corroborada pelo fato de
constar, da certidão de registro do veículo no órgão de trânsito estadual, a averbação
de comunicação de venda, e tão somente isso, a emprestar verossimilhança à alegação
de que ele não se encontra na posse do bem. RECURSO DESPROVIDO. Gn (Apelação Cível
Nº 70057473670, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Catarina
Rita Krieger Martins, Julgado em 26/02/2015).
Nestes termos, deve ser julgado procedente a presente demanda, a fim de reintegrar a
posse do veículo objeto do Contrato Particular de Compra e Venda de Veículo em anexo, à
Requerente, qual seja: ______, espécie/tipo ______, ano/modelo __/__, cor _____, de placa _______,
RENAVAM _______, chassi ____________.
DAS PERDAS E DANOS
Ainda, admitido a Requerente é o pleito de indenização por perdas e danos, no momento da
rescisão do contrato firmado, conforme dispõe expressamente o art. 475 do Código Civil:
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se
não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização
por perdas e danos. Gn
Ainda, do mesmo diploma legal, pode-se empossar o direito da Requerente a indenização
por perdas e danos, sob a égide do teor do art. 389 que dispõe:
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado. Gn
Nesta senda, igualmente é o posicionamento adotado pelo e. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE
SANTA CATARINA, senão vejamos:
RESCISÃO DE CONTRATO. COMPROMISSO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEIS. INADIMPLÊNCIA. EXPRESSA PROIBIÇÃO DE TRANSACIONAR E MODIFICAR O
IMÓVEL SEM ANUÊNCIA DO PROMITENTE VENDEDOR. IMÓVEL RENEGOCIADO COM
TERCEIRO. Resta caracterizada a quebra de compromisso de compra e venda quando
comprovada a inadimplência e o descumprimento de cláusulas contratuais que coíbem
a revenda e a modificação nos imóveis. Boa-fé afastada pela assunção da posição de
devedor original. Inexistência de autorização para a transmissão do imóvel.
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. A indenização decorre do descumprimento
contratual, na forma do art. 475 e art. 389 do Código Civil, bem como porque
expressamente previsto no pacto.[1] gn
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APELAÇÃO CÍVEL. RESCISÃO CONTRATUAL. COMPRA E VENDA AUTOMÓVEL.
INADIMPLÊNCIA DA RÉ. CHEQUES SEM PROVISÃO DE FUNDOS. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO NÃO PROVIDO. Ajuizada ação de rescisão contratual de compra e venda de
automóvel, em virtude de a ré ter se tornado inadimplente porque os cheques dados
em pagamento foram devolvidos sem provisão de fundos e sustados. "Se um dos
contratantes tonar-se inadimplente, quando o outro já forneceu sua prestação ou
estiver pronto a fornecê-la, confere a lei a este último uma alternativa. Com efeito,
pode o contratante pontual ou exigir o cumprimento do contrato ou pedir a sua
rescisão com perdas e danos" (RODRIGUES, Silvio. Direito civil - v. 3 - dos contratos e
das declarações unilaterais da vontade, São Paulo: Saraiva, 28 ed., 2002, p. 82) (AC n.
1997.008991-0, rel. Des. Sérgio Izidoro Heil, DJ de 21-10-2004).[2] gn
Portanto, nota-se Excelência que, uma vez comprovado que o Requerido apresenta-se
inadimplente perante a Requerente, posto que não cumpriu com a sua obrigação de pagar a
quantia mensal de R$ ______ (...) à Requerente, visto que somente quitou uma das sete
parcelas fixas deste montante e, igualmente não adimpliu com as parcelas ___ do
financiamento existente junto a ______, no valor de R$ _____ (...) cada, conforme pactuado
entre as partes em instrumento particular de compra e venda, admitida à Requerente
requerer indenização de perdas e danos.
Referida indenização, no caso em tela, possui pertinência, posto que o Requerido, em
usufruto do veículo ______, espécie/tipo ______, ano/modelo __/__, cor _____, de placa _______,
RENAVAM _______, chassi ____________, pode simplesmente causar a possibilidade de perda,
deterioração, inutilização ou mesmo revenda do veículo em questão. Circunstâncias estas
que, se causadas, repercutirá em prejuízo à Requerente.
Afinal, a mesma adquiriu um veículo do qual está adimplindo as parcelas do financiamento
junto a respectiva instituição financeira, conforme comprovantes em anexo.
Logo, ocorrendo alguma das situações descritas acima, a Requerente sofrerá um grande
prejuízo, do qual deverá, inquestionavelmente, ser ressarcida pelo Requerido, mediante
pagamento de indenização de perdas e danos, conforme previsto nos arts. 475 e 389 do
Código Civil.
Nestes termos, no caso de impossibilidade de devolução do veículo ______, espécie/tipo
______, ano/modelo __/__, cor _____, de placa _______, RENAVAM _______, chassi ____________ à
Requerente, pela perda, deterioração, inutilização, revenda do veículo à terceiros ou
qualquer outra situação impeditiva, deve o Requerido ser igualmente condenado ao
pagamento de uma importância, a título de perdas e danos, a ser devidamente apurado nos
autos, em liquidação de sentença.
ISTO POSTO, requer, sempre respeitosamente:
1) Seja procedida a citação do Requerido, para que no prazo legal conteste a ação, se assim
o desejar, sob a pena de revelia, nos termos do art. 344 do NCPC.
2) Seja julgada totalmente procedente a presente ação, para declarar a rescisão do
Compromisso Particular de Compra e Venda de Veículo, com a reintegração de posse
definitiva a Requerente do veículo ______, espécie/tipo ______, ano/modelo __/__, cor _____, de
placa _______, RENAVAM _______, chassi ____________.
3) A condenação do Requerido ao pagamento de uma importância, a título de perdas e
danos, no caso de deterioração, perda, inutilização, revenda do veículo à terceiros, ou
qualquer outro fato impeditivo, nos termos do art. 475 e 389 do Código Civil;
4) A condenação do Requerido ao pagamento integral de todas as despesas decorrentes da
apreensão e depósito do bem objeto da presente demanda, já que deu causa a rescisão do
contrato;
5) A condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, estes últimos a serem fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por
cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 85, § 2º do NCPC.
6) Seja concedido a Requerente o benefício da justiça gratuita, haja vista que a mesma não
tem condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo próprio e de seus
familiares, conforme comprovante de rendimento e declaração anexas.
7) A produção de todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente: juntada
de novos documentos; ouvida do Requerido; pericial; ouvida de testemunhas.
8) Em observância do disposto no art. 319, inciso VII do NCPC, a Requerente opta pela
realização de audiência de conciliação ou de mediação.
Dá-se à causa o valor de R$ _____ (valor do contrato), nos termos do art. 292, inciso II do
NCPC.
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data

[1]Processo: 2010.004714-0 (Acórdão) Relator: Gilberto Gomes de Oliveira Origem:


Laguna Orgão Julgador: Segunda Câmara de Direito Civil Julgado em: 28/02/2013
[2] Processo: 2009.042220-3 (Acórdão) Relator: Carlos Prudêncio Origem: Porto
Belo Orgão Julgador: Primeira Câmara de Direito Civil Julgado em: 27/11/2012

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