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XXXXXX , brasileira, estado civil, profissã o, inscrita no RG: X, CPF X, com residência no
endereço: X/UF, CEP: X, com endereço eletrô nico: X.com.br, neste ato representado por sua
procuradora que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência propor:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS com pedido de concessão de medida liminar
Em face da requerida: XXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ sob o
nº X, com sede situada na X, CEP X, conforme fatos e fundamentos a seguir expostos:
IV – DO DIREITO
IV.1 – DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E DA COBRANÇA INDEVIDA
A priori, a Requerente contratou os serviços da Requerida nos termos já informados
inicialmente, qual seja, a locaçã o do veículo em epígrafe vindo a sofrer grave acidente de
trâ nsito ocorrendo a perda total do veículo, porém, embora tenha cumprido com a parte
que lhe cabia na relaçã o, apó s essa enorme dor do acidente, passou a sofrer insistentes
cobranças de valores desconhecidos contratualmente, mesmo depois de ter recebido da
seguradora a indenizaçã o integral do veículo.
Como dito, o Có digo de Defesa do Consumidor determina que “É direito bá sico do
consumidor a efetiva prevençã o e reparaçã o de danos patrimoniais e morais” (art. 6º, VI,
CDC).
Por sua vez, o Có digo Civil de 2002 é cristalino quando dispõ e sobre a necessidade de
reparar os danos causados, conforme se observa no artigo 186, vejamos: “Aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Igualmente e de forma complementar, o art. 927, do mesmo có dex, reitera a previsã o do
dever de reparar, consubstanciado na responsabilidade civil objetiva, senã o vejamos: “Art.
927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
É cediço, que o direito de resposta e de indenizaçã o moral, material ou à imagem é oriundo
da Carta Magna de 1988, em seu artigo 5º, V, ao dispor que “É assegurado o direito de
resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem”.
Destarte, sob os â ngulos jurisdicional, legal e constitucional, nota-se que o ato ilícito
praticado pela empresa Requerida nos moldes de que fora apresentado inicialmente sã o
fatores gravíssimos e suficientes a ensejar o dever de indenizar, e que, embora
desnecessária a comprovação de culpa em situaçõ es desta índole, é certo que ela
constitui, ao menos, capacidade elementar de agravar as consequências do ato, fatos
presentes no presente pleito.
Sabe-se que o credor pode inscrever o nome do devedor inadimplente nos ó rgã os de
proteçã o ao crédito, visto que age no exercício regular de um direito ( CC, art. 188, I).
Contudo, se a inscriçã o é indevida (v. G., inexistência de dívida ou débito quitado), o credor
é responsabilizado civilmente, sujeito à reparaçã o dos prejuízos causados, inclusive quanto
ao dano moral.
No caso dos autos, a Requerente nã o deixou de cumprir com sua obrigaçã o para que
pudesse originar dívidas com a requerida, tendo em vista que todos os negó cios jurídicos
firmados com a ré sã o decorrentes de contrato de locaçã o de veículo mediante ou nã o a
cobertura de seguro e, diante da escolha da Requerente pelo pagamento do seguro no ato
da contrataçã o, quaisquer danos ao veículo encontrava-se sob a cobertura da apó lice de
seguro.
Com efeito, a ré, ao cobrar serviços de locaçã o, tinha o conhecimento de que o veículo
estava segurado, sendo que ainda fez constar no contrato firmado entre a Requerida e a
Requerente (Clá usula 4ª, 4). Entretanto, apó s receber indenizaçã o integral do veículo pela
Seguradora, praticou ato abusivo em desacordo com os princípios informadores do Có digo
de Defesa do Consumidor e de todo o ordenamento jurídico, a partir do momento que
passou a exigir da Requerente o pagamento de indenizaçã o por “custos operacionais” e
“taxa de 12%” sobre todos os serviços contratados.
Acontece Excelência, que a Cliente optou por aderir ao Seguro do Carro e ser isenta
de reembolsar a Locadora por eventuais danos materiais causados exclusivamente
ao carro alugado, e a cobrança de Indenização por Custos Operacionais não se
encontra prevista no contrato firmado entre as partes, sendo que, apesar disso,
insiste a Requerida que tal cobrança foi previamente pactuada.
A vista disso, questiona-se ainda do que se trata tais custos operacionais, pois nã o houve
excesso do prazo de entrega, houve pagamento de todos os custos e despesas do veículo,
como afirmado pela pró pria Requerida: “...” (e-mail anexo). Além da locaçã o do veículo e o
pagamento das despesas apó s o acidente, o que a Requerida cobra a título de custos
operacionais?
Ora Excelência, se aceitares que consta no contrato a referida cobrança, apenas por
ter a menção de forma obscura no quadro acima do contrato sem constar nas
cláusulas contratuais, resta evidente que a cobrança é abusiva, sendo injusto que a
parte autora pague por um valor que não foi especificado, no momento da
contratação e da cobrança.
Veja que após várias tentativas de esclarecimento em relação ao referido débito, não
foi especificado o que se trata esse “custo operacional”, mesmo após a Requerente
ter pago todos os custos após o acidente, ter realizado o pagamento da locação do
veículo, bem como a contratação do seguro que cobriu integralmente os danos ao
veículo.
Ora, a lei apenas quer dizer que as regras valem, no presente caso da mesma forma deve
ser interpretada e aplicada considerando a falha na informaçã o, caso em que a Requerida
deveria ter mais cautela em exigir valores que não são pactuados, muito menos de
forma insistente e incômoda.
Ementa: Açã o de cobrança. Locaçã o de veículo. Perda total. Franquia. Pagamento indevido.
1 - Verificada a perda total do veículo, objeto de contrato de lo-cação havido entre as
partes, desaparece a obrigatoriedade do pagamento da franquia do seguro
correspondente ao mesmo, sendo indevida sua cobrança.
2 - Recurso improvido. (TJMG - Apelaçã o Cível 2.0000.00.315588-8/000, Relator (a): Des.
(a) Nilson Reis , Relator (a) para o acó rdã o: Des.(a) , julgamento em 26/09/2000,
publicaçã o da sumula em 14/10/2000) (Destaques acrescidos)
Do ponto de vista da lei, vale salientar que, o Có digo de Defesa do Consumidor nã o traz
oposiçã o alguma a realizaçã o de cobrança das dívidas pelas empresas credoras. O que se
pode punir e é isso que se busca na presente lide, é a maneira abusiva com que as
cobranças sã o realizadas. Em especial quando dívida não há.
O CDC busca evitar os excessos cometidos em tal ato. Em conformidade com o artigo 42,
“Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto à ridículo, nem será
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça”.
É nesse momento, das cobranças reiteradas e invasivas por parte da Requerida, que
surgem os excessos e abusos, uma vez que a tá tica utilizada requerida, através de sua
contratadas, aborda os clientes em seus lares, trabalhos e até mesmo em momentos de
lazer, nos finais de semana.
Neste caso, a requerida inclusive expõ e a requerente a situaçõ es vexató rias, ligando
incessantemente em momentos que estava com familiares e amigos, bem como em
momentos de descanso. Por isso, vem ajuizar a presente açã o, buscando indenizaçã o pelos
danos morais que lhe formam causados.
Insta salientar que o credor tem sim todo o direito de cobrar sua dívida, quando lhe é
devida. Porém, que se faça dentro dos limites da lei, é claro.
Esses problemas causados pela negligência da ré, decorrente da falta de assistência
adequada no momento da contrataçã o, em que DEVERIA ter esclarecido à Requerente os
valores a serem pagos, inclusive, deixado para exigir tais débitos no momento em que a
Requerente realizou o pagamento da locaçã o.
Além disso Excelência, o fato da Requerida ter exigido por diversas vezes a
devolução do veículo após dois meses da devolução, inclusive ameaçou a Requerente
de responsabilizá-la pelo crime de Apropriação Indébita (artigo 168 do Código
Penal), comprovados pelos telegramas enviados pela Requerida à Requerente ora
juntados aos autos, demonstra os abalos e sofrimentos causados pela má
administração das cobranças e exigências da Requerida.
Por sua vez, a responsabilidade civil visa reprimir o dano causado pelo agente em face do
indivíduo lesado material ou moralmente. Vê-se que a responsabilidade civil apresenta
duas espécies distintas, sendo a responsabilidade subjetiva e a responsabilidade objetiva.
A responsabilidade civil subjetiva emana do ato ilícito, além de trazer a necessidade de
caracterizar como requisitos fundamentais a culpa, o dano e o nexo causal entre este e
aquela. No caso em tela, é evidente a existência da responsabilidade objetiva, como sendo
aquela em que o dano deverá ser reparado independente de culpa, conforme os ditames do
pará grafo ú nico do artigo 927 do Có digo Civil:
Artigo 927. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
O Có digo de Defesa do Consumidor dispõ e ainda, por seu artigo 14, que a responsabilidade
do fornecedor de serviços é objetiva, prescindindo da demonstraçã o de culpa:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparaçã o dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestaçã o dos
serviços, bem como por informaçõ es insuficientes ou inadequadas sobre sua fruiçã o e
riscos.
Diante do exposto, fica evidenciado o ato ilícito, a lesividade e a necessidade de
reparar o dano, que se dá independentemente da existência de culpa por parte das
Requeridas. Assim, a falta de justificativa pela Requerida para as cobranças
indevidas e abusivas, deve ser identificada como dano causado a outrem, sem contar
a forma de realizar suas cobranças, na forma preconizada no artigo 927, do Código
Civil, a jurisprudência pátria há muito vem reconhecendo de forma pacifica o dano
moral em circunstância análoga a relatada nos autos.
Isto posto toma-se imperativa a apuraçã o dos danos morais em favor da Requerente,
devidamente arbitrados por esse Juízo e mensurados.
Inexistindo critérios objetivos traçados em lei para chegar-se diretamente ao valor da
indenizaçã o, e porque é mesmo da essência do dano moral nã o possuir medida material ou
física correspondente, o nosso ordenamento pá trio adotou o arbitramento como melhor
forma de liquidaçã o do valor indenizató rio.
A regra está contida no artigo 944 do Có digo Civil: "A indenização mede-se pela extensão do
dano." A moderna noçã o de indenizaçã o por danos morais, quanto aos seus objetivos
imediatos e reflexos, respectivamente, funda-se no binô mio 'Valor de desestímulo e valor
compensató rio".
O valor de desestímulo deve se atrelar sobremaneira a intimidar o reclamado a evitar a
prá tica de novos atos neste mesmo sentido, ou ainda, a prestar os esclarecimentos e
atendimentos primordiais aos seus clientes caso ocorra fatos aná logos.
Por seu turno, o valor compensató rio deve pautar-se pelo fato de compensar os danos
sofridos no â mago íntimo por parte do reclamante.
Isto posto, para evitar maiores erros por parte da Requerida, inclusive na sua má intençã o e
evitar novamente que cometa abusos, imperioso se faz em fixar o montante referente à
indenizaçã o por danos morais no valor equivalente a R$ X (X reais), do qual deverá ser
corrigidos monetariamente pelo INPC, mais juros morató rios de um por cento desde a data
do evento danoso ( CC, art. 398), somente assim irá respeitar os ditames consumerista.
A jurisprudência deste Egrégio Tribunal de Justiça reconhece a existência de dano moral
nesses casos:
EMENTA: APELAÇÃ O CÍVEL - AÇÃ O DE PROCEDIMENTO COMUM - INEXISTÊ NCIA DE
DÉ BITO - INDENIZAÇÃ O POR DANO MORAL - SERVIÇOS NÃ O PRESTADOS DE TELEVISÃ O
POR ASSINATURA - COBRANÇAS INDEVIDAS E MASSIVAS - AMEAÇAS REITERADAS DE
INCLUSÃ O DO NOME DO CONSUMIDOR EM CADASTROS DE RESTRIÇÃ O AO CRÉ DITO -
DÉ BITO QUITADO - REPARAÇÃ O DEVIDA - QUANTUM INDENIZATÓ RIO - REPETIÇÃ O DE
INDÉ BITO. 1- A cobrança excessiva e vexatória de dívida inexistente configura ato
ilícito gerador de dano moral, mormente quando somada a ameaças reiteradas de
inclusão do nome do consumidor nos cadastros de restrição ao crédito, acarretando
inequívoco abalo psicológico, quebra da paz de espírito e interferência negativa na
vida da vítima. 2- Para o arbitramento de reparaçã o pecuniá ria por dano moral o juiz deve
considerar circunstâ ncias fá ticas e repercussã o do ato ilícito, condiçõ es pessoais das partes,
razoabilidade e proporcionalidade. 3- Para a repetiçã o de indébito em dobro faz-se
necessá rio prova do pagamento indevido e que a cobrança decorra de comprovada má -fé.
(TJMG - Apelaçã o Cível 1.0000.19.016927-6/001, Relator (a): Des.(a) José Flá vio de
Almeida , 12ª CÂ MARA CÍVEL, julgamento em 07/08/2019, publicaçã o da sumula em
12/08/2019) (Destaques acrescidos)
EMENTA: APELAÇÃ O CÍVEL - AÇÃ O DE INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS -COBRANÇA
VEXATÓ RIA - LIGAÇÕ ES TELEFÔ NICAS INSISTENTES E DESRESPEITOSAS - DÍVIDA
INEXISTENTE - EXCESSO - CONSTRANGIMENTO -DANO MORAL CONFIGURADO - FIXAÇÃ O
DO VALOR - RAZOABILIDADE.
- A injustificada e reiterada atitude da requerida em insistir na cobrança indevida de
dívida, acarreta danos morais que ultrapassaram a esfera de mero dissabor do
cotidiano.
- Mostra-se desnecessária a produção de prova dos danos morais, uma vez que foi
comprovado o nexo causal entre o dano e o ato ilícito, representando modalidade de
dano 'in re ipsa', que decorre do próprio fato.
- O 'quantum' indenizatório por dano moral não deve ser a causa de enriquecimento
ilícito nem ser tão diminuto em seu valor que perca o sentido de punição. (TJMG -
Apelaçã o Cível 1.0027.13.003659-6/001, Relator (a): Des.(a) Domingos Coelho , 12ª
CÂ MARA CÍVEL, julgamento em 06/07/2016, publicaçã o da sumula em 14/07/2016)
(Destaques acrescidos)
Vale lembrar que a Constituiçã o Federal de 1988, em seu art. 5º, consagra a tutela do
direito à indenizaçã o por dano material ou moral decorrente da violaçã o de direitos
fundamentais, tais como a honra e a imagem das pessoas: " Art. 5º inciso X - São invioláveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (...) ".
A previsã o normativa para a reparaçã o por danos, inclusive de ordem moral, está também
elencada no artigo 927 do Có digo Civil, como dito, estabelecendo a obrigaçã o em indenizar
a quem causar dano a outrem, mediante ato ilícito. Cumpre ressaltar que o ato ilícito está
disciplinado no artigo 186 do Có digo Civil, in verbis: “Art. 186 - Aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito. ”
Ante o exposto, tem-se como caracterizados os requisitos necessá rios configuradores do
dano moral indenizá vel, quais sejam: o ato ilícito da ré que consiste na insistente cobrança
indevida, exigindo pagamento de custos nã o especificados apó s o adimplemento de todos
os valores previamente contratados, os contratempos advindos de tal situaçã o vexató ria
que consiste no dano efetivo; e por fim, o nexo de causalidade, posto que tais
constrangimentos decorreram diretamente das cobranças abusivas e indevidas por parte
da Requerida.
Requer-se, pois, seja a demandada condenada em R$ X (X reais), a título de danos morais.
V - DA CONCESSÃO DA LIMINAR INAUDITA ALTERA PARTE
A requerente deseja ver cessada a tortura diá ria de ligaçõ es e envio de mensagens de texto
e e-mails das cobranças indevidas, bem como a retirada de seu nome do cadastro de
inadimplentes do banco de dados do SERASA, caso haja. Para a concessã o da liminar
pleiteada, os dois requisitos bá sico estã o presentes:
i) DO FUMUS BONI IURIS - Meritíssimo Juiz, como outrora explanado, inexiste justa causa
para as insistentes cobranças indevidas e ameaças de negativaçã o do nome da requerente
no Serasa, vez que, resta claro que a cobrança, se considerada exigência de pagamento
de franquia, é cobrança ilegal, pois é expressamente proibida a cobrança de franquia
quando ocorre perda total do veículo. Por outro lado, se considerada como suposta
“indenização por custos operacionais e a taxa de 12%”, a cobrança é indevida, pois
não há cláusula contratual em que a Requerente concorde expressamente com tal
exigência e mesmo que Vossa Excelência concorde ser uma cláusula contratual
apenas a menção no corpo do contrato, é considerada abusiva, pois a Requerida
recebeu a indenização integral do veículo e valores de todas as despesas e não se
justifica a cobrança de valor a título de custos operacionais SEM ESPECIFICÁ-LOS.
ii) DO PERICULUM IN MORA - O periculum in mora consiste nos prejuízos advindos da
demora na resoluçã o da questã o, cabendo ressaltar, que estes prejuízos podem ser
irrepará veis, visto que a requerente nã o pode ter o seu nome negativado nos ó rgã os de
proteçã o ao crédito de forma indevida. A delonga aumenta ainda mais o constrangimento
que a requerente vem sofrendo em decorrência da injusta cobrança, repercutindo tal fato,
em sua vida social, profissional e familiar.
Ademais, caso haja a negativaçã o, sempre que fizer alguma tentativa de crédito, com a
restriçã o, fica impedida de contrair empréstimos ou realizar financiamentos, sem falar na
ameaça de corte de limite do cheque especial no banco em que é correntista e bloqueio dos
cartõ es de crédito.
A despeito de tudo isso, conforme se verifica nos documentos juntados, a requerente fez o
pagamento dos valores contratados e nã o há nenhum outro valor de despesas a serem
pagos, nã o podendo a Requerida criar uma cobrança de custos operacionais sem especificá -
los e cobrar um valor a título de “taxa de 12%” sem a Requerente ter contratado.
Há verossimilhança nos fatos alegados e a “boa-fé” da Requerente que buscou dirimir as
desavenças de forma administrativa, pois nã o contratou tais serviços com essa cobrança, o
que denota a sua INTENÇÃ O EM SANAR O PROBLEMA RAPIDAMENTE.
Esperando desse douto Magistrado a providência necessá ria para a concessã o de medida
liminar, a fim de determinar a imediata suspensã o da cobrança, bem como a nã o inclusã o
do seu nome no banco de dados do SPC/SERASA.
VI – DOS PEDIDOS
EX POSITIS, requer a autora que Vossa Excelência adote as cautelas legais de estilo, se digne
em:
1. Conceder-lhe os benefícios da justiça gratuita, assegurados pela Constituiçã o Federal,
artigo 5º, LXXIV e artigo 98 e seguintes do Có digo de Processo Civil de 2015;
2. O acolhimento do pedido de concessão de medida liminar, inaudita altera parte,
para determinar a imediata suspensão das insistentes cobranças indevidas, bem
como a não inclusão do seu nome no banco de dados do SPC/SERASA, sob pena de
multa diária fixada por Vosso Juízo para o caso de descumprimento.
3. Requer, desde já , a aplicaçã o da inversã o do ô nus da prova, para que seja juntado aos
autos as gravações das ligações telefônicas, bem como todo acervo referente aos
serviços prestados, visto ser a detentora de todo material probante.
4. Determinar a citaçã o da Requerida, na pessoa do seu representante legal no endereço
anteriormente indicado, a fim de que a mesma, querendo, apresente defesa, no prazo
assinalado em lei, sob pena de confissã o e revelia;
4. Julgar totalmente procedente o pedido formulado para:
I - DECLARAR A INEXIGIBILIDADE DO DÉBITO à título de “custos operacionais” e “taxa
de 12%”, devendo a parte ré se abster de efetuar novas cobranças ou negativar o nome
da parte autora por conta do débito mencionado, sob pena de multa desde já arbitrada no
dobro do valor que vier a ser cobrado ou inscrito.
II - Condenar a promovida ao pagamento de indenização por danos morais no valor de
R$ X (X reais), observando-se o cará ter pedagó gico-punitivo da indenizaçã o;
5. Condenar a Requerida ao pagamento das custas e dos honorá rios advocatícios de
sucumbência, em eventual improvimento de recurso por ele interposto, estes ú ltimos, no
valor de 20% do valor da causa, em conformidade com o art. 85 do CPC (JUIZADO
ESPECIAL);
Protesta pela produçã o de todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente a
documental, testemunhal e pericial;
Dá -se à causa o valor de R$ X (X reais).
Nestes termos;
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado (a)
OAB/UF