Você está na página 1de 6

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2º VARA

CÍVEL DA COMARCA DE BETIM ESTADO DE MINAS GERAIS.

PROCESSO: Nº 5021052.14.2021.8.13.0027

RODRIGO CESAR DOS SANTOS, já qualificado nos autos do processo


em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, vem por seu representante
constituído, nos termos do Ar 350 CPC, apresentar

IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

Concedida ao Impugnado, pelos fatos e direito que passa a expor.

DAS CONSIDERAÇÕES FEITAS NA DEFESA

Levantam-se fatos e fundamentos jurídicos que impedem e/ou


extinguem o direito do autor (CPC, art. 350).
  Em síntese, da essência da defesa, nessa reservam-se os seguintes
argumentos:

  Sustenta que não há como se reconhecer ter sido o autor submetido a


um sofrimento tal que caracterize um abalo psíquico, emocional, ou
mesmo em sua honra ou imagem, que ensejasse a reparação por danos
morais, nos moldes como pretendido;
 Diz, mais, que, o mero dissabor ou aborrecimento, causa por
desencontros do cotidiano, não dão causa a indenização por dano
moral, não sendo razoável banalizar o direito a tal reparação,
transformando-o em verdadeiro caminho para o enriquecimento sem
causa;
   Revela que o pedido indenizatório é exorbitante;
 Assevera que a jurisprudência tem se firmado no sentido de que o
atraso de entrega do automóvel e a troca do inesperado modelo
automotivo não geram desequilíbrio ao consumidor, de forma a ensejar
a reparação moral.

IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DE JUSTIÇA


DA INDEVIDA CONCESSÃO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE
JUSTIÇA AO IMPUGNADO
Pelo que se depreende da documentação apresentada, o
impugnado apenas declarou ser pobre nos termos da lei auferir os
benefícios da Gratuidade de Justiça.
E uma garantia fundamental aos hipossuficientes a gratuidade da
justiça definida pela lei 1060/50; o autor é corretor de imóveis, sendo de
notório conhecimento de todos que o aposentado passa por uma crise
sem precedentes, amplamente divulgada pela mídia, sendo que a não
gratuidade afetaria a sua subsistência.
Destarte, resta comprovado que o autor se enquadra na referida lei e necessita
do amparo da mesma, ficando assim requerida a manutenção da mesma.

CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR

Destarte, é o presente para impugnar as teses lançadas em contestação


pela ré bem como para tecer considerações sobre seus efeitos nos presentes
autos, pedindo vênia para fazê? Lo.

Insta trazer neste momento aos autos, entendimento que se coaduna


perfeitamente ao caso em questão, e que afasta todas as alegações realizadas
pela empresa ré em sua contestação, como se verifica:

A juíza do 5º Juizado Especial Cível de Brasília condenou


a Unidas S.A. a pagar indenização por danos materiais e
morais a casal de consumidores, prejudicado pelos
serviços da empresa. Os autores alegaram que, após o
desembarque no aeroporto de Congonhas -SP, a
empresa ré não honrou a reserva de locação de veículo.
Em contestação, a ré alegou que, como não havia veículo
disponível, efetuou a reserva do bem em outra locadora
concorrente, para que os autores não ficassem sem o
serviço. Em réplica, os autores rebateram a informação e
narraram que, eles mesmos, carregando malas pesadas,
retornaram ao aeroporto à procura de outra locadora, com
preço acessível.
O Juizado confirmou que, apesar da reserva previamente
realizada e confirmada, restou incontroversa a
indisponibilidade do veículo, no momento da retirada.
Apesar de nenhuma quantia ter sido paga pelos autores,
diante da negativa da ré em disponibilizar o serviço, o
casal teve que efetuar nova contratação, mais
dispendiosa, em outro local. Tendo em vista o exposto, a
juíza condenou a ré a pagar aos autores a diferença de
R$59,14 entre o veículo reservado e o veículo locado em
outra empresa.
Em relação ao pedido de compensação por danos morais,
a magistrada considerou que, configurada a falha no
serviço prestado pela ré, ao causar nítido desconforto à
viagem dos autores, restou evidenciada a ofensa aos
direitos da personalidade do consumidor. “Houve
comprometimento da legítima expectativa dos autores em
usufruir com serenidade do serviço de aluguel de carro,
reservado com antecedência. Tal frustração supera os
meros aborrecimentos do cotidiano.”
Os autores haviam pedido R$ 3 mil pelos danos morais. A
juíza, no entanto, considerou o valor pretendido
excessivo, tendo em vista que no aeroporto havia outras
empresas que disponibilizavam o mesmo serviço. “Assim,
em homenagem aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, fixo em R$ 1 mil o valor da indenização
por dano moral a ser pago pela ré a cada um dos
autores.”
Cabe recurso da sentença.
Processo Judicial eletrônico (PJe do 1º
Grau): 0724811-36.2018.8.07.0016

Não há dúvida de que a existência de vício na locadora de veículos adquirido


pelo consumidor que comprovadamente apresentou irresponsabilidade que o
levaram às concessionárias autorizadas caracteriza o ilícito e o serviço
prestado indevidamente.
Não se olvide, ainda que em face da lei 8.078/90 o fabricante responde
independentemente da existência de culpa, por danos causados aos
consumidores por defeito no produto ou no serviço, podendo eximir-se da
responsabilidade civil, desde que demonstre a culpa exclusiva do consumidor
ou de terceiro, o que no caso, incorreu.

Art. 18 da Lei 8.079/90


- Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de
qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade, com as indicações constantes do recipiente,
da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária
respeitada às variações decorrentes de sua natureza,
podendo o consumidor exigir a substituição das partes
viciadas.

DA APLICABILIDADE DA GARANTIA CONTRATUAL

O artigo 5° do Código de Defesa do Consumidor estabelece a garantia


contratual:
“A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
escrito. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma
garantia, bem como forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os
ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente
preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual
de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com
ilustrações.”

Em face do artigo 12 da Lei 8.078/90 o fabricante responde


independentemente da existência de culpa, por danos causados aos
consumidores por defeitos no produto ou serviço, podendo eximir-se da
responsabilidade civil, desde que demonstre a culpa exclusiva do consumidor
ou de terceiro, o que no caso, incorreu.
No caso em tela, a ré não demonstra em momento algum a culpa
exclusiva do autor, por qualquer tipo de prova admitido em direito, somente
através de falácias, tentando induzir este douto juízo ao erro.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão de que trata o artigo 6°, VIII, do código de Defesa do


Consumidor, dispõe que é direito básica do consumidor a facilitação da
defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, o
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficientes, segundo as regras
ordinárias de experiência.

Destarte, demonstrado no caso em tela que o autor é hipossuficientes, e que também


restaram caracterizadas verdadeiras as alegações iniciais, pelos documentos cedidos pela
própria locadora os quais solicitavam o pagamento do veiculo que era um ganho de premiação
pelas mi lias ganhadas ao cartão, e absurdamente a troca do veiculo no dia sem sequer aviso
prévio.
Sendo a jurisprudências recente, conforme mencionada a seguir, favorável a inversão do ônus
da prova:
TJ-PE- APELAÇÃO 3601112 PE (TJ-PE) DATA DE PUBLICAÇÃO:
16/16/2015 EMENTA: CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO. ATRASO. DANOS MORAIS.
APLICAÇÃO DO CDC. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. PRECEDENTE. CABIMENTO. DANO
MORAL E MATERIAL CONFIGURADO.

DA EXISTÊNCIA DO DANO MORAL

A apresentação de defeitos de locação do veículo, atrasos na


vigem mudanças de roteiro deixando o autor impedido de utilizar livremente do
mesmo; as tentativas, infrutíferas, de sanar os problemas: não se tratam de
meros dissabores da vida cotidiana. Além disso, destaca-se a angústia, o
descontentamento com incidentes ocorridos e a ansiedade oriunda da de uma
solução esperada.
A jurisprudência atualizadíssima, visa garantir este direito ao consumidor;

TJ-am – apelação APL 06371364020138040001 AM 0637136-


40.2013.8.04.0001 (TJ-am) data de publicação: 26/01/2016 ementa: apelação
cível. Defeito de fabricação em veiculo automotor ZERO QUILOMETRA
ADQUIRIDO. IDAS E VINDAS Á CONCESSIONARIA. DANO MORAL
CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA.

REQUERIMENTO FINAL

Ante o exposto, verifica-se que os argumentos trazidos na peça contestatória


revelam-se insuficientes e ineficazes para rechaçar os pedidos formulados pelo
Autor, pelo que se ratifica, em sua inteireza, o teor da pretensão trazida pelo
Autor no petitório inaugural, para o fim de que sejam julgados procedentes os
pedidos do Autor, nos exatos termos da inicial.

a) Tem-se por Impugnar a Contestação apresentada, requerendo, desde


já, sejam ratificados os argumentos explanados na inicial, sendo julgada
totalmente procedente a ação.
Pede-se pelo arbitramento de multa diária em caso de descumprimento pela
parte ré de todas as medidas peticionadas pelo Autor, que, por ser uma
questão de justiça, serão todos os pedidos do autor por este respeitável juízo.

Protesta pelos meios de provas admissíveis.

CLAMA-SE POR JUSTIÇA!

Nestes termos,
Pede e espera deferimento
Betim, 16 de fevereiro de 2022.

Joaquim do Carmo Duarte


OAB/MG Nº 182.595.

Você também pode gostar