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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO REGIONAL II – SANTO AMARO

MOISES DE FREITAS JUNIOR, brasileiro, casado, autônomo, portador do RG


nº 45.799.118-5 SSP/SP e devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº
326.546.038-06, residente à Rua Afonso Vidal, nº 400, Bairro Jardim Santo
Antônio, CEP: 05723-330 – São Paulo - SP, por intermédio de seu advogado
(qualificado na procuração anexa) que está subscreve, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência propor:

OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS


MATERIAIS E INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL

Em face de Associação Gestão Veicular Universo, nome fantasia


“Universo AGV”, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o
nº 14.777.297/0001-00, com sede na Rua Desembargador Amílcar de
Castro, nº 270, Estoril, Belo Horizonte / MG CEP: 30.494-390, pelas razoes
de fato e de direitos a seguir expostas.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
A Constituição da República, em seu artigo 5º, inciso LXXIV, garante a
prestação de assistência jurídica integral aqueles que comprovarem a
insuficiência de recursos.
Conformando a referida garantia a lei nº 1.060/50, que estabelece normas para
a concessão da assistência judiciarias aos legalmente necessitados e traz
como requisito para concessão do direito da gratuidade judiciaria a afirmação,
na própria petição inicial, de que a parte não está em condições para pagar às
custas do processo e honorários advocatícios.
Dessa maneira, pleiteia-se pela CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA
GRATUITA, nos moldes do artigo 98 e ss e artigo 5º LXXIV da Constituição
Federal.
Cediço salientar os termos do artigo 98 ss e § 2º e § 4º da Lei 13.105/15 onde
brilhante destaque ganha: “§ 4o A assistência do requerente por advogado
particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.”

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FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA.
O autor adquiriu o VEICULO TUCSON - 2.0 16V, de cor prata, de Placa ELK
2102, RENAVAN 00417094892 e Chassi 95PJN81BPCB030125, conforme
consta na documentação anexa.
A aquisição do veículo ocorreu na data de 09/2019, diante da sua insuficiência
de recurso para pagamento do bem em parcela única o requerente pagou
entrada de R$ 12.210,00 (Doze Mil e Duzentos e Dez Reais) com recursos
próprios e o saldo remanescente contou com financiamento junto ao banco
Bradesco, parcelando o saldo em 48 (Quarenta e Oito) parcelas no valor de R$
917,66 (Novecentos e Dezessete Reais e Sessenta e Seis Centavos), ate
data de vencimento de 09/09/2023, conforme extrato Bradesco financiamento
anexo.
Na data de 27/11/2019, momento no qual o autor solicitou junto a ré o contrato
e a prestação de serviço “de seguro automotivo” legalizando assim a
titularidade junto à empresa ré.
O autor realizava os pagamentos da prestação de serviços, sendo que o
contrato se iniciou na data de 27/11/2019. Justo e perfeito que o autor utilizava
seu veículo para locomoção entre sua residência, trabalho, evitando assim,
qualquer depreciação de seu patrimônio, não frequentando áreas de notório
conhecimento de risco de roubo ou furto.
No que pese tais fatos, o deslinde da presente demanda é fundamentado pelo
pilar da quebra contratual, pois na data de 10/02/2021, retornando de suas
atividades laborais, por volta das 23:45, o veículo estava à frente do portão de
sua residência no endereço Rua Afonso Vidal, 400 – Jardim Santo Antônio –
CEP 05723-330, no dia seguinte 11/02/2021 ao sair para trabalhar por volta
das 4:00, deparou que seu veículo TUCSON não estava em frente à sua casa
e tomou conhecimento que por volta das 2:30 e 3:00 horas, autor foi vítima
de furto qualificado do veículo, gerando o Boletim de Ocorrência nº 734
/2021, lavrado pela autoridade policial da 11ª Delegacia de Polícia Civil do
Estado de São Paulo, os quais seguem anexados. Após comunicar os fatos
para as autoridades competentes, o autor buscou suporte junto à empresa ré,
para que assim fosse realizado a indenização do valor coberto pelas clausulas
seguros, uma vez que o autor não deu causa ao sinistro, conforme contrato de
adesão.
Outra questão indagada pelo autor e a questão do veículo TUCSON, não ter
sido colocado o rastreador, sendo que o sistema de rastreamento e
imprescindível para a localização do veículo em caso de roubo e furto e para
própria seguradora tendo assim a possibilidade recuperação do bem, ora
furtado. Evitando assim prejuízos em indenizações conforme prevê cláusulas
do contrato.

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Conforme documentos anexados, o autor, que, após o cumprimento das
formalidades legais estipuladas pela própria empresa, o autor requisitou o
autor requisitou a indenização do valor do veículo baseado na tabela
FIPE, como está previsto em contrato.
Ao aderir ao PAR (Plano de Assistência Reciproca) o integrante tem direito a
reparação ou indenização em relação a seis tipos de evento, dentre os quais
consta o evento de “FURTO”, conforme item “ F “ da clausula 3.1 do
contrato anexo.
7.1 DO RESSARCIMENTO INTEGRAL.
7.1.1 - O valor do ressarcimento integral, hipótese de dano irreparável, roubo
ou furto qualificado, será correspondente a tabela FIPE na data do evento.
Ocorre que após avaliação, o julgador apresentou uma negativa, vaga, vazia e
padronizada, não justificando o real motivo da negativa, muito menos o mais
singelo sinal que a UNIVERSO AGV irá cumprir termos acordados,
destacamos o trecho da negativa.
Nesta seara cumpre ressaltar que realmente o contrato consta clausula de
ressarcimento do veículo, ademais, não havendo justificativa que impeça a
indenização do valor contratado, muito menos podendo ser aceita a negativa
de forma genérica, desta forma ocorreria a quebra contratual por parte da
requerida.

COMPETÊNCIA

Nobre Julgador, o contrato de adesão elege o Foro da Belo Horizonte - MG


para dirimir possíveis LIDES que advenham da relação contratual.

Ocorre que empresa é sediada em Minas Gerais, e o C.D.C em seu artigo


93, inciso I e artigo 101 inciso I, a ação pode ser proposta no domicílio
do autor.
Resta assim configurado que a clausula do contrato de adesão estipulado pela
ré, é antagônica as diretrizes legais da relação de consumo, sendo abusiva, e
colocando todos os termos do contrato de adesão à mercê da dúvida da
legalidade, não há de se falar em descumprimento, logo não há a
incompetência deste Nobre Juízo para apreciar a presente demanda.

MÉRITO
O contrato de adesão fornecido pela empresa ré realmente contempla o seguro
do veículo, conforme estipula no próprio contrato, o contratante deverá ser

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reembolsado com multa punitiva, correspondente a 100% do valor do veículo
pela tabela FIPE, que para o caso em tela equivale ao valor de R$ 35.726,00
(Trinta e Cinco Mil e Setecentos e Vinte Seis Reais) valor que deverá ser
corrigido monetariamente a partir da recusa da ré em efetuar o pagamento da
indenização, vejamos o contrato:

Assim a ré exigiu do autor uma série de documentos, os quais seguem


acostados, para viabilizar o cumprimento do protocolo interno para o
ressarcimento do valor do veículo. A relação entre as partes é de prestação de
serviços, logo, considerada como relação de consumo nos termos delineados
pelos artigos 2 e 3, § 2º do C.D.C.

O contrato de adesão é abusivo no âmbito jurídico, pois conforme o C.D.C., em


seu artigo 51, I e IV, vejamos:

“Art. 51. São nulas de pleno direito,


entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos
e serviços que I - impossibilitem,
exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por
vícios de qualquer natureza dos
produtos e serviços ou impliquem
renúncia a disposição de direitos. Nas
relações de consumo entre o
fornecedor e o consumidor-pessoa
jurídica, a indenização poderá ser
limitada, em situações justificáveis. IV –
Estabeleçam obrigações consideradas
iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis
com a boa-fé ou a equidade”.

A jurisprudência sobre o tema aqui abordado é vasta e unânime, tornando


desnecessário colacionar nesta peça inaugural uma infinidade de julgados no
mesmo sentido, porém, torna-se imperiosa a declaração de nulidade das
cláusulas estabelecidas que trouxeram obrigações abusivas ao autor, uma vez
que ela detém o dever legal de disponibilizar no mercado bens, produtos e
serviços que atendam as funcionalidades que deles se esperam.

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Junto com a edição do Código de Defesa do Consumidor surgiu também a
teoria do Risco da Atividade estampada no artigo 14 do diploma legal citado,
que consiste nos ônus que devem ser arcados exclusivamente pelo Fornecedor
das possíveis ocorrências decorrentes do seu ramo de atividade.
É absurda a tentativa da ré em tentar se eximir de sua responsabilidade
inserindo um número de cláusulas abusivas num contrato de adesão, e
posteriormente negando o direito do autor, sem qualquer escusa válida ou
motivada.
Neste sentido, no mesmo julgamento colacionado no tópico anterior, o nobre
julgador Doutor Desembargador Renato Sartorelli, com muita inteligência
lecionou que:

“aquele que explora atividade econômica deve


arcar com a álea inerente ao negócio,
respondendo pelos danos daí decorrentes, ainda
que não os tenha produzido voluntariamente".

Segundo a doutrina:

"A responsabilidade pelo fato do produto


ou do serviço decorre da violação de um dever de
segurança, ou seja, quando o produto ou o serviço
não oferece a segurança que o consumidor
deveria esperar. Já a responsabilidade pelo vício
do produto ou do serviço decorre da violação de
um dever de adequação, qual seja, o dever dos
fornecedores de oferecer produtos ou serviços no
mercado de consumo que sirvam aos fins que
legitimamente deles se esperam”. (MIRAGEM,
Bruno, op. cit., p.260).

Ademais Excelência, o contrato firmado entre as partes trata-se de contrato de


adesão no qual a ré unilateralmente o elaborou sem dar oportunidade ao autor
de discutir suas cláusulas, impondo cláusulas puramente potestativas em seu
interesse.
O autor, acreditando no dever de lealdade e confiança e acreditando também
na boa-fé contratual, a ré já o havia explicado integralmente o contrato, que já
estava pronto e pendente apenas de assinatura, presumindo-se, portanto, que
de forma evidentemente maliciosa a ré deixa de prestar informações a seus
consumidores para no futuro não precisar arcar com os ônus de sua atividade,

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enquadrando-se no artigo 171 do C.P. bem como no Crime contraordem
Tributária.
Ou seja, a inserção destas cláusulas mostra-se, sem deixar dúvidas,
excessivamente onerosas ao autor, pois, se assim o fosse, o autor teria sigo
enganado e pago por um serviço que nunca esteve à sua disposição.
Excelência, a prevalecer a negativa do pagamento do prêmio, estar-se-á
fomentando o enriquecimento ilícito abundante para as seguradoras, em
detrimento do patrimônio dos indefesos segurados.
O segurado cumpriu todas as normas que regem o contrato de seguro,
inclusive, providenciou a comunicação do sinistro tempestivamente a
autoridade policial e ao agente da própria seguradora. Fato este incontroverso.
Não cabia ao consumidor, no caso, adotar medidas outras senão aquelas que
o agente da seguradora lhe indicou. Evidentemente que não pode ser
penalizado, ainda mais quando restou pacífica a sua boa-fé contratual.
Note-se, não houve nenhum fato em desabono do autor que pudesse dar
guarida a negativa do pagamento do prêmio.
A atitude da ré ao negar o pagamento relativo à indenização do valor do
veículo colocou o autor em situação de desvantagem exagerada causando
desequilíbrio contratual, o que não é aceito pelo direito material, NÃO
PODENDO SER CONSIDERADO COMO UM MERO ABORRECIMENTO DA
RELACAO DE CONSUMO, QUE ALIAS ESSE TAMBEM MERECE
ATENÇÃO E RESSARCIMENTO.
O autor cumpriu com sua obrigação contratual ao pagar os valores
mensais. Em contrapartida, a ré se escusou da responsabilidade imposta pelo
contrato.
Desta forma, a ré tem obrigação de indenizar o autor, do valor da tabela FIPE o
valor do veículo furtado, pagando-lhe o estabelecido no contrato sendo
acrescido de juros e correção monetária contados da data dos fatos.
Ademais, a abrupta quebra de confiança na relação consumerista, se enquadra
na Teoria o Risco, sendo à base do equilíbrio social entre o consumidor e o
prestador, o fato de que ele, o prestador não ofertando seu serviço com a
devida qualidade responda civilmente pelos danos resultantes, posição esta
definida nos textos legais valendo destacar o Código de Defesa do
Consumidor, que nesse ponto, prevê o dever de reparação, posto que ao
enunciar os direitos do consumidor, em seu art. 6º, traz, dentre outros, o direito
de "a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos" (inciso VI) e "o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados" (inciso VII).

É mister que o autor não busca na presente demanda a fim de locupletar-se


sem causa, em detrimento de outrem, mas sim a justa punição ao ato lesivo da
empresa Ré, uma vez que também ganha caráter coletivo e de crime contra a

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ordem tributária, requerendo inclusive que os autos sejam encaminhados ao
ilustre representante do “Parquet” para se caso for, oferecer a denúncia crime.

DANO MORAL
Tamanha é a angústia, a situação de estresse prolongado a que o autor foi e
está sendo submetido, já que sempre cumpriu com suas obrigações
contratuais, mas lhe foi negado o pagamento da indenização que tinha direito.
Com a falta do pagamento do valor do veículo pelo furto do Veículo TUCSON
conforme especificado na inicial, o autor teve que arcar com a compra de outro
veículo sem qualquer perspectiva da recuperação do bem ou do recebimento
de valor equivalente ao dano sofrido.
Tal assertiva encontra amparo também à luz do Código de Defesa do
Consumidor, que ao prever seus direitos básicos, garante a indenização por
danos morais decorrentes das relações de consumo e inclui o réu no rol das
entidades por ele abrangidas, in verbis:

“Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou


jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem
atividades de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços”.

Vejamos o que ensina o Mestre Silvio de Salvo Venosa:

“Os danos projetados nos consumidores,


decorrentes da atividade do fornecedor de
produtos e serviços, devem ser cabalmente
indenizados. No nosso sistema foi adotada a
responsabilidade objetiva no campo do
consumidor, sem que haja limites para a
indenização. Ao contrário do que ocorre em
outros setores, no campo da indenização aos
consumidores não existe limitação tarifada.”
(Sílvio Salvo Venosa, Direito Civil.
Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed. Atlas,
2004, p. 206)”.

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O Código de Defesa do Consumidor, na Seção II, do Capítulo IV, assegurou,
expressamente, a indenização por dano, assim dispondo:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: VI – A efetiva
prevenção e reparação de patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos.

Ademais, cuida o diploma legal acima, especialmente, da responsabilidade


pelo fato do produto e do serviço, onde, através dos artigos 12 a 14, consagra
a responsabilidade objetiva, merecendo a transcrição:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde
independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação de serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre fruição e riscos.

No mais, forma-se o entendimento jurisprudencial, mormente em sede de dano


moral, no sentido de que a indenização pecuniária não tem apenas cunho de
reparação do prejuízo, mas também caráter punitivo ou sancionatório,
pedagógico, preventivo e repressor.
A função punitiva consiste em punir o agente lesante pela ofensa cometida,
mediante a condenação ao pagamento de um valor indenizatório capaz de
demonstrar que o ilícito praticado não será tolerado pela justiça. Para
Cavalieri:
“Não se pode ignorar a necessidade de se impor uma
pena ao causador do dano moral, para não passar
impune a infração e, assim, estimular novas
agressões. A indenização funcionará também como
uma espécie de pena privada em benefício da vítima.”

Conforme o demonstrado, faz jus o autor a indenização pelo estresse


prolongado e constrangimento sofrido.
O ato ilícito é aquele praticado em desacordo com a norma jurídica destinada a
proteger interesses alheios, violando direito subjetivo individual, causando
prejuízo a outrem e criando o dever de reparar tal lesão. Sendo assim, cumpre
a transcrição do artigo186 do Código Civil:
“Art.186.Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito."

O art.186 do Código Civil, define o que é ato ilícito, entretanto podemos


observar que não disciplina o dever de indenizar, ou seja, a responsabilidade
civil, matéria tratada no art.927 do mesmo diploma legal:

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“ Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (artigos. 186 e
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.”

Desta forma, em virtude da negativa injustificada da ré em pagar o valor da


multa referente ao valor do bem, resta claro e evidente o ato ilícito praticado.
Percebe-se claramente que a ré não guarda nenhum respeito por seus clientes,
expondo-os e constrangendo-os a situações humilhantes, fato este que merece
toda cautela e atenção, chegando a atingir a coletividade, merecendo a
apreciação e análise do Ministério Público, para que assim tome as atitudes
necessárias, salvaguardando assim a seguridade coletiva na relação
consumerista.

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.

Oportuno destacar que, em sede de responsabilidade civil, o Código de Defesa


do Consumidor, em seu artigo 6º, VIII, contém dispositivo que permite a
inversão do ônus da prova, desde que verificadas a verossimilhança do direito
e a condição de hipossuficiência do autor, o qual dispõe:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quanto for
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
A hipossuficiência do autor é evidente, uma vez que o consumidor é parte mais
fraca da relação contratual, pois lhe foram claramente impostas as condições,
assim como também resta evidente a verossimilhança do caso, mesmo sendo
alternativas as hipóteses como claramente indicam a conjunção expressa na
norma comentada, motivo pelo qual se aplica no presente caso a inversão do
ônus da prova.
Dessa maneira, uma vez presentes elementos e circunstâncias que
possibilitam a concessão da inversão do ônus da prova, esta, por sua vez,
merece ser decretada.

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
A fim de cumprir o dispositivo estampado no artigo 319, VII, do Código de
Processo Civil, o autor informa que não pretende a realização de audiência
conciliatória, tendo em vista que pretende pelo recebimento integral dos valores
que lhe são devidos à título de multa punitiva.
Dessa feita, é certo que a designação de audiência prévia neste momento
somente servirá somente para prolongar o deslinde do feito.

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AUTENTICIDADE DAS CÓPIAS.
Para os fins do disposto no art. 365, IV do C.P.C o patrono, ora autor, que esta
escreve declara que as cópias das peças que compõe o presente instrumento
são autênticas.

PEDIDO

Diante de todo o exposto, requer de Vossa Excelência:


a) Que seja citada a Requerida, ora Seguradora no seguinte endereço:
ASSOCIAÇÃO GESTÃO VEICULAR - UNIVERSO AGV, inscrita no CNPJ
sob o nº 14.777.297/0001-00, com sede na Rua Desembargador Amílcar de
Castro, nº 270, Bairro Estoril, CEP: 30.494-390 na capital de Belo Horizonte
no Estado de Minas Gerais, para tomar conhecimento dos termos desta inicial,
oferecendo, se quiser, a sua contestação, no prazo legal, sob pena de
incorrerem nos efeitos da revelia;
b) A concessão do benefício da justiça gratuita, visando assim manter a
condição econômica e/ou financeira, objetivando o acesso a tutela jurisdicional
para a manutenção do estado Democrático, pois o autor não tem condições de
arcar com as custas processuais e demais despesas aplicáveis à espécie, sem
prejuízo próprio ou de sua família;
c) A devida citação da Ré, nos termos do Capítulo II da lei 13.105/15, por meio
de qualquer de seus representantes legais, para que, dentro do prazo legal, se
manifeste sobre a presente demanda, sob pena de revelia;
d) A condenação da Ré a título de responsabilidade objetiva sobre o
pagamento do veículo, sendo está o valor do veículo pela tabela FIPE no
importe de R$ 35.726,00 (Trinta e Cinco Mil e Setecentos e Vinte Seis
Reais), acrescidos de juros legais moratórios e compensatórios e mais
correção monetária legal, a partir do da data da negativa do ressarcimento do
veículo;
e) A condenação da Ré a título de responsabilidade objetiva sobre os danos
morais causados à autora, no valor correspondente à R$ 15.000,00 (Quinze
Mil Reais) acrescidos de juros legais moratórios e compensatórios e mais
correção monetária legal, a partir do da data do furto;

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f) Condenação da ré em todas as despesas e custas processuais, bem como
ao pagamento de honorários advocatícios, a ser fixado em 20% do total da
condenação, tudo com plena correção monetária e juros legais;
g) Que seja deferida a inversão do ônus da prova, em seu favor, nos termos do
art. 6º, inciso VIII da Lei 8078/90 (CDC);
h) A intervenção do M.P. para atuar como fiscal, defensor e guarda da Lei;
i) Por se tratar de matéria documental, requer o julgamento antecipado da lide;
j) Caso o não pagamento no prazo legal, requer o acréscimo de multa de 10%
sobre o valor atualizado e dos honorários advocatícios conforme art. 523, § 1º
do C.P.C., devendo Vossa Excelência proceder com a penhora on line do valor
devido a ser atualizado até o momento do bloqueio, nos termos do artigo 835, I
e 854, ambos do C.P.C;
l) Por fim, protesta para que todas as intimações decorrentes do presente feito
sejam realizadas EXCLUSIVAMENTE, em nome do advogado Ronaldo
Ramos da Silva (OAB 435.901), sob pena de nulidade.
Protesta pela produção de provas, especialmente por juntada de novos
documentos, testemunhal, pericial e depoimento pessoal.
Dar-se-á causa o valor de R$ 50.726,00 (Cinquenta Mil e Setecentos e
Vinte Seis Reais).

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 20 de março de 2021.

RONALDO RAMOS DA SILVA


OAB 435.901

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