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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO _____ VARA CÍVEL

DA COMARCA DE _________________

FULANO DE TAL, (qualificação), vem respeitosamente à presença de V. Exa., via seus


procuradores que a esta subscrevem, propor

AÇÃO DE COBRANÇA

Em desfavor de (qualificação), pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Na data de 30/08/2007, a Autora firmou com a Ré um Contrato Particular de Locação


com Opção de Compra e Reserva de Domínio, tendo como objeto a locação temporária de dois
veículos, com opção de compra dada a Locatária/Ré, ao final do período de locação, do
caminhão descrito no item A da cláusula 1ª do contrato em anexo.

Em 16/01/2008, foi celebrado um termo aditivo do contrato, com objetivo de estender a


vigência do contrato de locação, bem como ajustar o valor do preço de locação/venda e a forma
de pagamento.

No referido Termo Aditivo, ficou estipulado entre as partes o pagamento de uma multa
no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), caso não houvesse a confirmação do compromisso de
compra e venda ao final do contrato.
Ocorre que, a Ré não cumpriu com o compromisso de compra assumido no contrato,
momento em que pagou a Autora o valor residual referente a locação das máquinas, bem como o
valor da multa estipulada, pagamento este efetuado através dos Cheques nº 900121, 900122,
900123, totalizando um valor de R$ 27.270,00 (vinte e sete mil, duzentos e setenta reais) de
emissão de Gilvan Carlos Rodrigues Sarges.

Importante destacar que, ao fazer o depósito dos cheques, os mesmos foram


devolvidos, tendo o banco apresentado o motivo 21 para, ou seja, os cheques foram devolvidos
por ausência de fundos para cobri-los.

Dessa forma, tendo a Ré deixado de pagar os valores estipulados no contrato, a Autora


ajuíza a presente ação para que haja o recebimento dos valores devidos.

DO MÉRITO

Como se sabe, pelo princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), o
contrato faz lei entre as partes, devendo os contratantes zelar pelo seu cumprimento e
manutenção. No entanto, ante o inadimplemento contratual de uma das partes, como é o caso em
tela, surge o direito da parte adimplente de exigir o cumprimento da obrigação.

O referido aditivo contratual apresenta cláusulas que dispõem acerca dos direitos e
obrigações do locatário/comprador e locador/vendedor. Verifica-se a responsabilidade da Ré a
fiel execução do objeto do contrato, ou seja, efetuar o pagamento referente ao aluguel das
máquinas, bem como efetuar a compra de uma delas ao final do contrato, ou, em caso de
descumprimento, o pagamento da multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Vejamos as cláusulas pertinentes:

“DO PRAZO DE VALIDADE DA EXTENSÃO DO CONTRATO


DE LOCAÇÃO E VIGÊNCIA DA PROPOSTA DE VENDA

O presente aditivo de contrato de LOCAÇÃO tem validade de 16 de


janeiro de 2017 e término em 30 de maio de 2017, quando o
LOCATÁRIO se compromete a efetivar a compra do caminhão
Mercedes Benz, L1620, descrito no item A, com pagamento à vista.
Em caso de não se confirmar o compromisso de compra ao final deste
aditivo de contrato de locação, o LOCATÁRIO pagará multa de R$
20.000,00 (vinte mil reais), à vista, com vencimento em 30/05/2017,
sem prejuízo do pagamento dos aluguéis mensais devidos ou pagos.

DO PREÇO DE LOCAÇÃO/VENDA E FORMA DE


PAGAMENTO

Os valores a serem pagos no período de prorrogação do contrato de


locação são assim detalhados:

1. Para o período de 16/01/17 a 31/01/2017: R$ 5.000,00 (cinco mil


reais) pelo aluguel dos dois caminhões, a título de reserva de direito,
em função de ficarem parados (entressafra), a ser pago em 16/1/17.

2. Para o período de 01/02/2017 a 31/03/2017: R$ 14.000,00 (quatorze


mil reais), pelo aluguel dos dois caminhões, a título de reserva de
direito, em função de ficarem parados (entressafra), sendo o
pagamento mensal de R$ 7.000,00, a ser feito de forma antecipada nas
datas de 05/02/17 e 05/03/17.

3. Para o período de 01/04/2017 a 31/05/2017: R$ 28.000,00 (vinte e


oito mil reais), pelo aluguel dos dois caminhões, durante a safra, sendo
R$ 14.000,00 por mês, com pagamentos mensais antecipados, a serem
feitos nas datas de 05/04/17 e 05/05/17.

4. No período durante a safra, para rodagem de até 2500 km/mês o


LOCATÁRIO pagará o valor fixo mensal de R$ 7.000,00 (sete mil
reais) por caminhão locado. Para rodagem excedente aos 2500 k/mês
o valor por km rodado é de R$ 2,50 para cada um dos caminhões. A
quilometragem excedente do mês (caso ocorra) será paga junto com o
pagamento do aluguel fixo do mês subsequente.”

Constata-se que, a Ré descumpriu o que fora acordado com a Autora, uma vez que não
efetuou a compra do caminhão descrito no item A do contrato, bem como do aditivo, cabendo o
pagamento da multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

Importante destacar também que a Ré não pagou a última parcela referente ao aluguel das
máquinas no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais).

Diante dos fatos, uma vez que até o presente momento a Ré não efetivou o pagamento
devido, está em mora com a Autora, conforme disposto no art. 397 do Código Civil:

“Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no


seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.”

Portanto, a Ré, possui um débito com a Autora no montante de R$ 7.000,00 (sete mil
reais) e multa contratual no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

No presente caso, tem-se a demonstração inequívoca da ilicitude da Ré ao deixar de pagar


o valor de R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais), tendo repassado cheques de terceiros que
posteriormente foram sustados, sendo inexigível qualquer outra prova, conforma precedentes
sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATOS AGRÁRIOS. AÇÃO DE


COBRANÇA. ARRENDAMENTO AGRÍCOLA. AUSÊNCIA DE
PROVA DE FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU
EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR. APLICAÇÃO DA REGRA
DO ARTIGO 373 DO CPC/15. NÃO CUMPRIMENTO DA
OBRIGAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. Cobrança referente aos
contratos de arrendamento inadimplido parcialmente pelo
arrendatário. O ônus de comprovar o pagamento de uma obrigação
é do devedor, cabendo ao credor apenas a prova da existência da
dívida, consoante estabelece o artigo 320 do Código Civil. Isto
porque, nas ações de cobrança a prova do adimplemento da
obrigação constitui fato impeditivo, modificativo e extintivo do
direito do autor, que, por sua vez, deverá amparar a lide com
prova escorreita da contratação, ex vi legis do artigo 373, incisos I
e II, do CPC/15. Precedentes do colendo Superior Tribunal de
Justiça e desta egrégia Corte. NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO DE APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
70079095295, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em 25/10/2018)

Trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que demonstrado o compromisso


firmado e a ocorrência do descumprimento, outra solução não resta se não o imediato pagamento
do débito, conforme amplamente protegido pelo direito.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) a citação da Ré, na pessoa de seu representante lega, para, querendo, responder a


presente demanda, nos termos da lei.

b) julgar procedente o pedido, condenando a Ré ao pagamento imediato do valor devido


de R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais), acrescidos juros e correção monetária desde a
data de vencimento dos cheques 28/06/2015, data de vencimento do acordo firmado entre
as partes..

c) Condenar a Ré ao pagamento de custas processuais, verba honorária à base de 20%


sobre o valor da causa, acrescida de juros e atualização monetária.
d) Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Dá-se a causa o valor de R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.


(local)

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