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DIREITO CIVIL -

CONTRATOS: EXTINÇÃO Prof.ª Eliziany

DOS CONTRATOS
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Nascem do acordo de vontades, irradiam os efeitos próprios e
extinguem-se;

Vínculo contratual é passageiro;

Em regra, a extinção ocorre pela execução, que é o cumprimento


normal da obrigação, que libera o devedor e satisfaz o credor.
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
1. CAUSAS ANTERIORES OU
CONTEMPORÂNEAS À
CELEBRAÇÃO
A. AUSÊNCIA DE REQUISITOS DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
Artigo 104, CC II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável;
Nulidade absoluta: nulidade III - forma prescrita ou não defesa em lei.
 168, CC

Nulidade relativa: anulabilidade


 171, CC
1. CAUSAS ANTERIORES
Art. 474. A cláusula resolutivaOUexpressa opera de pleno
direito; a tácita depende de interpelação judicial.
CONTEMPORÂNEAS À pelo inadimplemento pode pedir
Art. 475. A parte lesada

CELEBRAÇÃO a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o


cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
B. IMPLEMENTO DEindenização
CLÁUSULA RESOLUTIVA
por perdas e danos.
 Cada contraente tem o direito de pedir a resolução do contrato se o outro não cumpre
seu ônus;
 Cláusula resolutiva é presumida em todos os contratos bilaterais ou sinalagmáticos;
 Artigo 474 e 475, CC
 Adimplemento substancial não autoriza a resolução do contrato;
 A cláusula resolutiva não dispensa a ação judicial - a diferença está nos efeitos da
sentença. Quando a cláusula é expressa a sentença é apenas declaratória, ao passo que
quando ela é tácita, a sentença é desconstitutiva .
1. CAUSAS ANTERIORES OU
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento
para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente
CONTEMPORÂNEAS
indenizatória. Neste caso,Àquem as deu perdê-las-á em benefício da
outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em
CELEBRAÇÃOambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
C. EXERCÍCIO DO DIREITO DE ARREPENDIMENTO
CONVENCIONADO
Arras penitenciais (versus confirmatórias)
Artigo 420, CC
Penalidade para a parte que se arrepender. Perda do dinheiro pago, se o arrependido
foi aquele que efetuou o pagamento do sinal;
Restituição do valor recebido mais o equivalente, se quem se arrependeu foi a parte
que recebeu as arras.
Súmula 412, STF.
Deve ser exercido dentro do prazo previsto ou antes da execução do contrato.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
A. RESOLUÇÃO
 Fundamenta-se no descumprimento da obrigação;

Três espécies:
Inexecução voluntária;
Inexecução involuntária;
Onerosidade excessiva.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
A.1. RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA
 Comportamento culposo de um dos contraentes, com prejuízo ao outro.
Efeitos ex tunc – extinguindo o que foi executado e obrigando a restituições recíprocas mais perdas e danos e
cláusula penal. Contratos de execução instantânea.
Contratos de trato sucessivo: efeitos ex nunc;
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes
Incumprimento sério e grave, de modo deacumprida
prejudicaraosua
interesse do outro
obrigação, contraente
pode exigir o na manutenção
implemento dadadoavença.
outro.
Exceção de contrato não cumpridoArt. 477. Se,
(exceptio nondepois de concluído
adimplenti o contrato,
contractus): forma desobrevier a umaacionado
defesa daquele das em
uma ação de resolução contratual: aquele quecontratantes
partes não satisfez adiminuição
própria obrigação
em seunão pode exigir
patrimônio o adimplemento
capaz de da
obrigação do outro comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou,
 Cláusula solve et repete: obriga-se opode
contratante
a outraarecusar-se
cumprir suaà obrigação
prestaçãomesmo
que lhediante do inadimplemento
incumbe, até que aquelado
outro.
satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Artigo 477, CC: garantia de execução da obrigação a prazo. Alteração na situação patrimonial de um dos
contratantes. Pode ser alegada como defesa pela via da exceção de contrato não cumprido.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
A.2. RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA

 Inexecução por fato não imputável às partes, como ação de terceiro ou acontecimento
inevitável: caso fortuito ou força maior;
 Requisitos: objetiva (não ter as partes concorrido para ela); total e definitiva;
Inadimplente não fica responsável pelo pagamento de perdas e danos, salvo se expressamente
se obrigou por isso.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
A.3. RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
 Princípio da revisão dos contratos;
 Artigo 478 e 479, CC
 Teoria rebus sic standibus: presumir, nos contratos comutativos de trato sucessivo e alguns de
execução diferida, que existe uma cláusula implícita segundo a qual seu cumprimento pressupõe a
inalterabilidade das circunstâncias de fato. Se esta modificar-se tornando a obrigação excessivamente
onerosa para o contratante, poderá este requerer que o juiz reduza equitativamente sua obrigação ou,
ainda, que o isente dela;
Teoria rebus sic standibus foi desenvolvida no direito brasileiro como teoria da imprevisão, pois, além
dos requisitos clássicos, passou-se a exigir também a imprevisibilidade da mudança. Resistência à teoria
revisionista.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou
A.3. RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
diferida, se a prestação de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a
 Requisitos:
outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e
Contratos de trato sucessivo ou execução diferida;poderá o devedor pedir a resolução do
imprevisíveis,
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar
Acontecimento extraordinário ou imprevisível;
retroagirão à data da citação.
Obrigação excessivamente onerosa paraArt.um dos
479. contratantes;
A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se
o réu a modificar eqüitativamente as condições do
Extrema vantagem para o outro contratante.
contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a
apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua
prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-
la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Tipo de processo: Apelação Cível. Tribunal: Tribunal de Justiça do RS. Classe CNJ: Apelação
Relator: Carlos Cini Marchionatti. Órgão Julgador: Vigésima Câmara Cível. Comarca de Origem: CANGUÇU.
Seção: CIVEL. Assunto CNJ: Parceria Agrícola e/ou pecuária. Decisão: Acórdão

Ementa: Apelação Cível. Ação declaratória de inexigibilidade de débito, cumulada com pedido de indenização por danos
morais. Contrato de compra e venda de fumo em folha. Pretensão de anulação ou revisão do contrato. Alegação de
abusividade, onerosidade excessiva e ilegalidade das cláusulas contratuais. O Código de Defesa do Consumidor é
inaplicável aos contratos de compra e venda de fumo em folha firmados entre o produtor e a empresa de beneficiamento.
As alegações de abusividade, onerosidade excessiva e ilegalidade das cláusulas contratuais deixaram de ser comprovadas.
É insuficiente ao contratante simplesmente deixar de cumprir a obrigação assumida ou deixar de quitar integralmente a
dívida objeto do contrato, alegando onerosidade excessiva sem demonstração cabal do excesso alegado. Confirmadas as
cláusulas contratuais e verificadas a boa-fé contratual e a existência de dívida, improcedem os pedidos de declaração de
inexigibilidade de débito, resolução contratual e indenização por danos morais, confirmando-se a sentença de
improcedência. Apelação cível a que se nega provimento.

(Apelação Cível, Nº 70083135319, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Cini Marchionatti,
Julgado em: 29-01-2020)
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
B. RESILIÇÃO
 Não deriva do inadimplemento, mas apenas da vontade de um ou de ambos
os contratantes;
 Resilir significa voltar atrás.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
B.1. RESILIÇÃO BILATERAL
 Modo ‘normal’ de resilição;
Mútuo consenso quanto ao fim do contrato;
Distrato;
Art. 472. O distrato faz-se
Obrigações ainda não foram cumpridas. pela mesma forma exigida
para o contrato.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
B.2. RESILIÇÃO UNILATERAL
 Aplicável em alguns contratos, pois a regra é a impossibilidade de um dos
contratantes romper o vínculo contratual apenas com base na sua vontade;
Aplicável somente às obrigações duradouras contra sua continuidade ou renovação;
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei
Contratos sem prazo determinado  resilição
expressa chama-se odenúncia.
ou implicitamente permita, opera mediante
denúncia notificada à outra parte.
Efeitos ex nunc a partir da notificação
Parágrafoda único.
outra parte  conhecimento
Se, porém, dada a naturezadadooutra
contrato,
parte; uma das partes houver feito investimentos consideráveis
Quando em um contrato as partes preveem
para a possibilidade
a sua execução, deunilateral
a denúncia resiliçãosóunilateral,
produzirá
ela produzirá as consequências do distrato.
efeito depois de transcorrido prazo compatível com a
natureza e o vulto dos investimentos.
2. CAUSAS POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
Art. 156. Configura-se o estado de
C. RESCISÃO perigo quando alguém, premido da
necessidade de salvar-se, ou a pessoa
 Normalmente utilizado como sinônimo de resolução e de
de sua família, de grave dano
resilição. modo específico de extinção de certos contratos,
conhecido pela outra parte, assume
especificamente naqueles em que ocorreu lesão ou estado
obrigação de
excessivamente onerosa
perigo: Art. 157. Ocorre a lesão quando uma
pessoa, sob premente necessidade, ou
por inexperiência, se obriga a
Lesão: artigo 157, CC; prestação manifestamente
Estado de perigo: artigo 156, CC. desproporcional ao valor da prestação
oposta.
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
EXTINÇÃO ANÔMALA DOS CONTRATOS
Inadimplemento voluntário
RESOLUÇÃ
Inexecução das obrigações Inadimplemento involuntário
O
Onerosidade excessiva
Vontade de uma ou de Distrato
RESILIÇÃO
ambas as partes Resilição unilateral
Dissolução nos casos de Lesão
RESCISÃO
lesão ou estado de perigo Estado de perigo
(2016.Banca: TRT 2R (SP). Prova: Juiz do Trabalho Substituto) Com relação aos contratos, analise as proposições:

I- Fixada em contrato cláusula que o resolve sob ocorrência de determinado fato, ela opera efeitos de pleno direito.
II- Estabelecidas obrigações recíprocas, um dos contratantes não pode exigir o cumprimento da obrigação do outro
se não cumprir com a sua obrigação precedente.
III- O conteúdo da proposição anterior se refere à execptio non adimpíeti contractus e não à cláusula rebus sic
stantibus.
IV- Ocorrendo situação imprevista que onere excessivamente a obrigação no momento de seu cumprimento, o
devedor pode pedir a resolução do contrato, porém, o credor poderá evitar a resolução mediante modificação
equitativa das condições contratuais (teoria da imprevisão).
V- Contratadas obrigações recíprocas, uma das partes pode escusar-se do cumprimento de sua obrigação se
sobrevier à outra diminuição de seu patrimônio suficiente para tornar duvidoso o cumprimento da obrigação a que
se comprometeu.

Assinale a alternativa correta:


a) Somente as proposições II e III estão corretas.
b) Somente as proposições I e IV estão corretas.
c) Todas as proposições estão corretas.
d) Som ente as proposições I e V estão corretas.

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