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Contratos

1. Disposição Geral
a. Conceitos gerais (Arts. 421 a 426)

Contrato em geral é um acordo de duas ou mais vontades, livre de vícios,


onde possui como objetivo, adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas
de natureza patrimonial; com obrigações como dar, fazer ou não fazer.

O Negócio para ser lícito precisa estar em consonância com o art. 104,
CC, onde diz que precisa ter I - Agente Capaz; II - Objeto Lícito, possível,
determinado ou indeterminável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.

O art. 421 discorre sobre o princípio da autonomia da vontade, onde as


partes possuem uma liberdade contratual, constituído no poder de estipular
livremente, mediante acordo de vontades; A disciplina de seus interesses e os
pactos assumidos devem ser respeitados.

Art. 421-A, os contratos paritários são aqueles em que as partes


interessadas, colocadas em pé de igualdade, discutem, os termos do ato
negocial, eliminando os pontos divergentes mediante transigência mútua. O
contrato paritário ocorre quando você negocia o contrato, como por exemplo,
aluguel de um imóvel.

Art. 422, este, discorre sobre o princípio da probidade e da boa fé,


Princípio ligado não só à interpretação do contrato, pois, segundo ele, o sentido
literal da linguagem não deverá prevalecer sobre a intenção inferida da
declaração de vontade das partes. Mas também as partes têm o dever de agir
com honestidade, honradez e confiança recíprocas.

Contrato por Adesão, É aquele que a manifestação da vontade de uma


das partes se reduz à mera anuência (aprovação, consentimento) a uma proposta
da outra parte.
Art. 423, cláusulas ambíguas a contraditórias inseridas no contrato por
adesão, deverão ser interpretadas de modo mais favorável ao aderente,
resguardando-o, por estar em situação menos vantajosa do que a do ofertante
(em regra este costuma inserir cláusulas voltadas ao seu interesse)

Art. 424 “Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.”,
Cláusulas contidas em contrato por adesão, que venham a estipular a renúncia
antecipada do aderente a direito que advenha da própria natureza do negócio,
serão consideradas nulas.

Contratos Atípicos ou Inominados (art. 425) São os não disciplinados


expressamente pelo Código Civil, porém, admitidos juridicamente, ante ao
princípio da autonomia da vontade (previsto no art. 421)

Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as


normas gerais fixadas neste Código, ou seja é permitido estipular contratos fora
do padrão.

Art 426. É a impossibilidade legal (contrato ineficaz) de que não pode ser
objeto de contrato a herança de pessoa viva. Não pode Contratar herança de
pessoa viva.

b. Da formação dos contratos (Arts. 427 a 435)

Contrato: acordo de duas ou mais vontades, nas conformidades da ordem


jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as
partes, com escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de
natureza patrimonial.

Consentimento: tem de ser mútuo, com vontade das partes.

Forma: escrito (por escritura pública ou instrumento particular), verbal e


tácita (não escrito, subtendido).

Proposta: a proposta reveste-se de força vinculante (Expectativa de


celebração de um contrato), o proponente (quem faz uma oferta) responderá por
perdas e danos se injustificadamente, retirar a oferta.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não
resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Ou seja, a proposta obriga o proponente a ter um contrato, a cumprir com sua
palavra com o contratante.

Art. 428. I. se o contratante não dizer nada, entende-se como não aceita a
proposta, ou seja, não tem força vinculante.

Obs: Considera-se presente a pessoa que contrata por telefone ou por


meio de comunicação semelhante. A pessoa ausente é aquela sem interação em
tempo real.

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições ou modificações,


importará nova proposta.

c. Da estipulação em favor de terceiros (Art. 436 a 438)

Um contrato entre duas partes em favor de um terceiro onde o promitente


(aquele que realiza o contrato com o estipulante se obrigando a realizar algo em
favor de um terceiro) se obriga a beneficiar um terceiro, mas nem por isso se
desobriga ante o estipulante (aquele que estipula que alguém realize uma
obrigação em favor de terceiro).

O terceiro não participa do contrato, porém é citado como beneficiário,


sendo assim, não será credor e nem devedor, o promitente beneficia um terceiro
que não faz parte do contrato.

Art. 438 o estipulante pode substituir o terceiro designado no contrato.

d. Da promessa de fato de terceiro (Arts. 439 e 440)

É um Direito de Fazer. (Fato é fazer)

Quando alguém promete que um terceiro irá fazer um trabalho para outra
parte, Ex: eu prometo que meu irmão, o melhor pintor da região, irá pintar a
casa do meu vizinho. Ele passa a ser um devedor de fazer.

Obs: Não se pode vincular terceiro a uma obrigação. Uma pessoa só será
devedora por manifestação de sua própria vontade, por determinação legal ou
por decorrência de ilícito por ele mesmo praticado; os arts. 439 e 440. implica
no fato de que uma pessoa se compromete com outra a obter o consentimento de
uma terceira pessoa na conclusão de um contrato sem ter recebido
preliminarmente o consentimento desta última pessoa para a conclusão deste.

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por
perdas e danos, quando este o não executar.

e. Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)

É um Direito de Fazer.

É o erro oculto na coisa, Ex: compro um celular na loja e quando chego


em casa ele não funciona ou possui algum defeito que impossibilita o seu uso de
maneira eficiente.

Obs: Os serviços também podem ser defeituosos, eles são intangíveis.

f. Da Evicção (Arts. 447 a 457)

Evicção (desapossar judicialmente ou recuperar uma coisa) é a perda da


coisa, por força de decisão judicial, fundada em motivo jurídico sobre direito
que confere seu verdadeiro dono, Ex: um alienante vende um terreno baldio a
uma pessoa, porém não era o dono do terreno ou até mesmo não era o único
dono, a pessoa que comprou pode sofrer evicção e perder o bem que acabou de
adquirir.

Alienante: a pessoa que transmite o bem ao adquirente e responde pelos


vícios de evicção, mesmo agindo de boa fé.

Evicto: é o adquirente que sofreu a evicção.

Evictor: é a pessoa para qual vai o bem após ocorrer a evicção, pois
possui a posse.

Posse: O proprietário tem o direito de haver de volta a coisa ou objeto


que tem posse.
Art. 447. o alienante nos contratos onerosos responde pelas perdas e
danos do evicto.

g. Dos contratos aleatórios (Arts. 458 a 461)

São contratos de alto risco, onde depende de um risco futuro e incerto,


não podendo antecipar seu montante, possui o risco da coisa existir em maior ou
menor quantidade.

Comum e contratos de safra, obrigação de dar

Possui duas espécies: a) venda de coisas futuras; b) venda de coisas


existentes mas expostas a risco

Art. 458. possui 3 Riscos, sendo eles, não existir, dolo ou culpa.

Art. 461. Dolo ou Culpa

h. Do Contrato preliminar (Arts. 462 a 466)

Antecede o contrato definitivo, pois não é um simples contrato, ele é


quem traça os contornos de um contrato final, e possui um baixo custo.

Tem todos os elementos definitivos de um contrato porém não pode ter a


forma.

Art. 463. Cláusula do arrependimento, qualquer uma das partes pode


desistir de dar prosseguimento para o contrato definitivo, desde que esta
cláusula esteja elencada no contrato.

Art. 463. Parágrafo único. o contrato preliminar deverá ser levado a


registro competente.

i. Do contrato com pessoa a declarar (Arts. 467 a 471)

No momento de conclusão do contrato pode ou não declarar a pessoa que


vai assumir o direito de obrigações do contrato, ou seja é permitido um
figurante durante as fases negociais desde que haja a cláusula de pessoa a
declarar.
Nesse contexto insere-se a cláusula que permite a um dos contratantes
que, tendo interesse de fazer-se substituir por outra pessoa, revele seu nome
apenas no momento da conclusão do negócio.

A pessoa por ele indicada é que assumirá perante a outra parte os deveres
e adquirirá os direitos decorrentes do contrato.

Art. 468. a indicação deve ser comunicada à outra parte até 5 dias após a
consumação do contrato, se o outro não tiver sido estipulado.

2. Da Extinção Do Contrato

Existem 4 formas de extinção do contrato sem ser pelo adimplemento


(cumprimento de uma obrigação).

a. Do distrato (Arts. 472 e 473)

Contrato em que as partes rompem laço contratual, mediante uma


declaração de vontade de ambas os contratantes.

O distrato ocorre da mesma forma que o contrato, ou seja, verbal e tácito


ou escrito.

Obs: resolução unilateral (art. 473) quando rompe o laço contratual sem o
consenso do outro, Ex: mandato (art. 653).

b. Da Cláusula resolutiva (Arts. 474 e 475)

Cláusula é um fato futuro e certo, devendo estar presente no contrato

A Cláusula resolutiva é a extinção do contrato por não cumprimento de


condição. É a cláusula ajustada entre os contratantes onde a inexecução da
prestação por qualquer um deles importa na rescisão do contrato, sujeita o
faltoso às perdas e danos.

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita


(Subentendido) depende de interpelação judicial.
Art. 475. se tiver inadimplemento, a parte lesada pode exigir o
adimplemento e restituição de perdas e danos ou apenas a indenização por
perdas e danos.

c. Da Extinção do contrato não cumprido (Arts. 476 e 477)

Nos contrato bilaterais cada um dos contratantes é simultânea e


reciprocamente credor e devedor do outro, portanto requer que as duas
prestações sejam cumpridas, assim, ninguém poderá, antes de cumprir sua
obrigação, exigir adimplemento do outro

Art. 477, se houver o risco de a outra parte quebrar, ou seja, correr o risco
de ter uma diminuição em seu patrimônio, exigir a extinção do contrato.

d. Da resolução por onerosidade excessiva (Arts. 478 a 480)

A onerosidade excessiva, oriunda de acontecimentos extraordinários e


imprevisíveis, que dificulta extremamente o adimplemento da obrigação de uma
das partes, é motivo legal para resolução contratual.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar


eqüitativamente as condições do contrato.

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