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403º:
Materialidade subjacente: razao pela qual aquela A lei presume que ha incumprimento ou
obrigaçao foi constituída para aproveitamento do incumprimento defeituoso se a prestaçao nao for
credor da prestaçao. realizada.
Princípio da boa-fe: art.762º/2 (vago). So se torna Credor: prova que a prestaçao nao foi realizada e
operacional de forma eficaz quando aplicado ao caso presume-se culpa.
concreto. Deste retiram-se deveres de conduta na Devedor: dever de provar que nao foi culpa sua.
realizaçao da prestaçao devida.
Obrigações de execução duradoura e execução
Deveres de comportamento/ acessórios de instantânea
conduta:
Obrigações de execução instantânea:
Impoe as partes um certo comportamento e nao sao
Integrais – consomem-se no momento em que surgem.
suscetíveis de enumeraçao taxativa. Surgem de acordo
Fracionadas – suscetíveis de serem cumpridas num so
com a relaçao obrigacional e do princípio da boa-fe.
momento, mas as partes acordam em fraciona-las, em
benefício do devedor.
Deveres acessorios de conduta:
• de lealdade;
Obrigações de execução duradoura:
• de proteçao.
Continuadas – a prestaçao e continuadamente
Deveres de lealdade: nao dificultar a realizaçao da
fornecida.
prestaçao.
Deveres de proteçao: obstar/prevenir que as partes Periodicas – a prestaçao e interrompida por um certo
período de tempo, mas e recorrente.
produzam danos umas as outras.
Não são suscetíveis de execução forçada – art.817º. Nota: Os deveres de boa-fe sao mais intensos nas
obrigaçao de execuçao duradoura. Ha outras formas
Deveres acessórios ≠ deveres secundários: de por termo a estes contratos.
Deveres secundarios: funçao instrumental face a
realizaçao da prestaçao principal e a satisfaçao dos
interesses do credor. Tem como fonte o contrato.
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Dívidas liquidáveis em prestações Atualização das obrigações pecuniárias – art.551º:
No caso de obrigaçoes de execuçao instantanea Aplicado se as partes nao disserem como a atualizaçao
fracionada ha um benefício do prazo. e feita e quando ha oscilaçoes do poder aquisitivo do
dinheiro, quando a lei o permitir.
Regra geral – art.781º:
Nota: No contrato de arredamento a lei preve
No caso de dívidas liquidaveis em duas ou mais atualizaçoes sem ser necessario estipulaçao das partes
prestaçoes, se uma for incumprida, todas as – art.1077º.
prestaçoes vencem e o credor pode exigi-las.
Dívidas de valor:
Regra especial – art.934º:
Dívidas de valor: obrigaçoes com o objetivo de se
Falta de pagamento nos contratos de compra e venda.
transformar em pecuniarias.
Nao ha perda do benefício do prazo nem se vencem
≠ Obrigaçoes pecuniarias.
todas as prestaçoes se nao exceder 1/8 do valor da
O que as distingue e se o montante da prestaçao esta
coisa.
ou nao definido no momento em que a obrigaçao
Prestações de dare ou de facere surge. Se o montante nao estiver definido temos uma
dívida de valor e so no momento da liquidação e que
Prestaçao de dare ou de coisa: sao aquelas em que se transforma num valor específico e sequentemente
alguem se obriga a entregar algo a alguem. Sao sempre em obrigação pecuniária.
positivas.
Prestaçoes de facere ou de facto: sao aquelas em que Exemplos em que a lei prevê a forma do
alguem se obriga a prestar uma conduta de outra pagamento:
ordem. Podem ser positivas (implicam a pratica de
Art.798º/2 CPC (pagamento por entrega de dinheiro):
uma conduta) ou negativas (implicam a abstençao de
pagamento feito por cheque ou transferencia bancaria.
uma conduta).
Art.63º-C LGT: as empresas estao obrigadas a ter uma
Normalmente, todas as prestaçoes abrigam as duas, se conta bancaria e devem fazer os pagamentos igual ou
bem que da para apontar a dominante. superior a 1000€ atraves dessas contas bancarias.
(moeda bancaria)
Obrigações pecuniárias* Art.40º LGT: o Éstado e obrigado a admitir a moeda
bancaria para pagamento de impostos. (moeda
ML: aquelas que tem dinheiro por objeto, visando bancaria)
proporcionar ao credor o valor que as respetivas
especies monetarias possuam. Obrigações de juros – art.559º e ss.
Sao as obrigaçoes mais genericas e incorporam
prestaçoes de dare. Noção de frutos – art.212º:
Visam compensar uma privaçao de capital ligada a 1. Recorrer as regras da usura (art.282º a 284º).
uma situaçao de incumprimento contratual, Difícil prova.
temporario ou definitivo. 2. Juros usurarios – art.559º-A → art.1146º (este
nao se aplica somente ao contrario mutuo, mas
Art.806º: juros de mora. a todos os juros).
Associados a uma sançao pecuniaria compulsoria. É usurario o juro anual que exceda os juros legais (4%)
Visam incentivar o infrator a cumprir, e nao a + 3% ou 5%.
compensar.
3% - nos casos onde ha garantias reais, algo que afeta
Art.829º-A/4: determina que por cada dia de atraso o a satisfaçao de um credito (ex. hipoteca)
devedor pague mais x juros. 5% - se o risco do credor for maior.
Nº1: o credor pode impugnar o cumprimento, sendo A prestaçao deve ser efetuada no domicílio do credor.
ressarcido pelos danos. Pode ser afastado pelo art.885º.
Nº2: o devedor so pode impugnar se oferecer nova
Mudança do domicílio do credor – art.775º:
prestaçao. Mas o legítimo proprietario pode
reivindicar a coisa ou anular o cumprimento.
Passa a ser no domicílio do devedor se o credor o
indemnizar pelo prejuízo.
Declaração de nulidade ou anulação do
cumprimento e garantias prestadas por terceiro –
Impossibilidade da prestação no lugar fixado –
art.766º:
art.776º:
Se o cumprimento for invalido por causa do credor, as
No caso de impossibilidade do lugar fixado, aplicam-se
garantias prestadas por terceiro nao renascem.
as regras supletivas anteriormente anunciadas.
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Tempo do cumprimento passa a valer como obrigaçao civil, tendo os herdeiros
o dever de cumprir.
Vencimento: momento a partir do qual o credor pode
exigir o cumprimento. Podem as partes criar obrigações naturais?
Regra geral: Tem genero e especimes da prestaçao Prazo para cumprir ≠ prazo para escolher, mas a
determinado. regra e que coincidam se nao houver estipulaçao
diferente das partes.
Casos típicos de obrigações específicas: Lojas em
segunda mao; artigos com defeito; artigos unicos
1 P.3
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Falta de escolha pelo devedor – art.548º: Éx: obrigações em moeda com curso legal apenas
no estrangeiro – art.548º. O credor, se quiser, pode
Se o dever nao escolher dentro do prazo, nao perde a pagar com a moeda com curso legal em Portugal.
faculdade nem essa se transmite para o credor. Mas, se
o credor pede um novo prazo e o devedor nao escolher ≠ Obrigações alternativas
novamente, entao o credor fica com a faculdade de ser
Nas obrigaçoes com faculdade alternativa, o credor
ele a escolher
nao pode exigir a alternativa, so aquilo a que se
Escolha pelo credor ou por terceiro – art.549º: vinculou o credor.
Nas obrigaçoes alternativas, o credor, se poder
Remete para o art.542º/2. Se a escolha couber ao escolher, pode exigir qualquer alternativa.
credor ou terceiro e este nao a fizer dentro do prazo,
essa faculdade passa para o lado do devedor. Imputação do cumprimento – art.783º a 785º
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Dívidas de juros, despesas e indemnizações – Nº3: terceiro que cumpra a obrigaçao tambem tem
art.795º: esse direito se ficar sub-rogado.
Nº1: consequencia - reparar os danos ao credor. Impossibilidade relativa a pessoa do devedor implica
Nº2: esta em mora se, por causa que lhe seja a extinçao da obrigaçao se nao poder ser substituído
imputavel, nao cumpre no tempo devido. por terceiro.
Se a obrigação da prestação da coisa é genérica: Nº12: Nos contratos em que o profissional envie os
• A transferencia de risco, como a da bens para o consumidor, o risco de perda ou dano dos
propriedade, so se da com a concentraçao, bens transfere-se para o consumidor quando este ou
ocorrendo esta, em regra, no momento do um terceiro por ele indicado, que nao o transportador,
cumprimento – art.540º e art.541º. adquira a posse física dos bens.
Nº13: Se o consumidor confiar o transporte a pessoa
Regime distinto nas obrigações de enviar:
diferente da proposta pelo profissional, o risco
• O risco transfere-se com a entrega ao
transfere-se para o consumidor com a entrega do bem
transportador – art.797º.
ao transportador.
Risco transfere-se antes do cumprimento:
Incoterms
• Quando ha mora do credor – art.815º.
Tem regras mais complexas e detalhadas, regulando: o
Convenção de Viena (art.66º a 70º):
momento do cumprimento, a transferencia do risco,
A transferência do risco é independente da quem e que trata da burocracia e do transporte e quem
transferência de propriedade. trata do seguro.
Conceito jurídico de entrega (delivery) ≠ conceito Incoterm EXW – Ex Works (na fábrica):
físico de tradição (handing over) das mercadorias.
Supletivamente, na transferencia do risco da-se O vendedor entrega a mercadoria ao comprador:
prevalencia a tradiçao. • Quando coloca a mercadoria a disposiçao do
comprador num local designado; e
Há contratação de transporte? • Ésse local designado pode ou nao coincidir
• Se ha, a transferencia do risco ocorre com a com as instalaçoes do vendedor (fabrica).
tradiçao ao transportador (o primeiro ou O comprador suporta todos os riscos e custos do
outro em local designado no contrato). transporte. É a mais onerosa para o comprador e a
• Se nao ha, o risco transfere-se com a menos onerosa para o vendedor.
disponibilizaçao das mercadorias para
levantamento pelo comprador. Importancia da Incoterm FOB – Free on Board (franco a bordo):
individualizaçao das mercadorias.
O vendedor entrega a mercadoria ao comprador:
• Mercadorias vendidas em transito:
• A bordo do navio indicado pelo comprador;
transferencia do risco no momento da
• No porto de embarque designado.
contrataçao.
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O risco de perda ou danos a mercadoria transfere-se Consignação em depósito – art.841º e ss:*
quando esta se encontre a bordo do navio, suportando
Nº1: o devedor pode exonerar-se da sua obrigaçao,
o comprador todos os custos tambem a partir desse
que nao consegue cumprir por motivos imputaveis ao
momento.
credor ou se sem culpa nao puder efetuar a prestaçao
So para transporte marítimo.
ao credor ou em segurança, entregando a coisa sobre
Incoterm CIF – Cost insurance and freight (custo, a qual recai a obrigaçao a terceiro depositario.
seguro e frete): Nº2: direito facultativo do devedor.
Consignação em depósito – art.841º e ss. Nao esta sujeita a forma escrita, a nao ser que a
natureza do bem o exija – art.219º.
Para os casos em que a falta de colaboraçao do credor
causa prejuízo ou em que nao conhecemos a pessoa do Vícios da coisa ou do direito – art.838º:
credor. Permite que, mesmo nesses casos, o devedor
O credor a quem foi feita a daçao em cumprimento
possa cumprir.
goza de garantia pelos vícios da prestaçao ou do
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direito transmitido, a nao ser que opte pela prestaçao Novação subjetiva – art.858º
primitiva e reparaçao dos danos.
Pressupostos:
Dação «pro solvendo» - art.840º
• Substitui-se o credor ou devedor, em relaçao a
Consiste na execuçao de uma prestaçao diversa da uma nova obrigaçao – art.858º.
devida para que o credor proceda a realizaçao do valor • Declaraçao expressa de vontade – art.859º.
dela e obtenha a satisfaçao do seu credito por virtude
dessa realizaçao. Dação ≠ novação:
A obrigaçao nao se extingue com a entrega da coisa,
mas quando e convertida naquilo que deveria ter sido Novaçao: os sujeitos acordam numa nova obrigaçao,
extinguindo-se a anterior.
entregue.
Daçao: a prestaçao realizada e diferente da prevista, a
Éx: dívida paga por cheque.
obrigaçao e a mesma.
Dação «pro solvendo» - art.840º:
Ém caso de duvida, aplica-se o regime da daçao por ser
Nº1: se o devedor efetuar uma prestaçao diferente da menos grave. A novaçao nao se presume, nem mesmo
devida, para que o credor obtenha mais facilmente a se for tacita – a vontade das partes tem de ser
satisfaçao do seu credito, so se extingue quando for expressa.
satisfeito.
Remissão – art.863º e ss.
Dação em cumprimento ≠ dação pro solvendo
Remissao → remitir → perdoar. Caso de extinçao por
Daçao em cumprimento:
perdao da prestaçao.
1. Visa obter imediata exoneraçao do devedor.
2. Causa distinta de extinçao. Natureza contratual da remissão – art.863º:
3. Atuaçao do devedor extingue a obrigaçao.
A remissao consiste no acordo entre o credor e o
Daçao pro solvendo: devedor no qual aquele prescinde de receber deste a
1. Nao visa obter a imediata exoneraçao do prestaçao devida.
devedor, mas proporcionar uma forma mais Carece de aceitaçao.
facil de satisfazer o seu credito. ≠ Reconhecimento da inexistencia de dívida
2. Meio de facilitar.
3. Éxtinçao da obrigaçao desencadeada por açao Compensação – art.847º e ss
do credor.
Requisitos – art.847º:
Novação objetiva – art.857º Nº1: quando duas pessoas sejam reciprocamente
devedor e credor, qualquer delas pode livrar-se da sua
As partes extinguem uma obrigaçao mediante a
obrigaçao por mio de compensaçao se:
criaçao de uma nova obrigaçao em lugar dela.
• Éxistir duas ou mais obrigaçoes recíprocas de
Pressupostos: sentido inverso - obrigaçoes fungíveis, da
mesma especie e qualidade;
• Relaçao entre as partes mantem-se, mas com • O credito for exigível judicialmente.
uma nova obrigaçao. Ha um novo “acordo”– Nº2: se as dívidas nao forem de igual montante, da-se
art.857º. compensaçao na parte correspondente.
• Vontade expressa das partes– art.859º. Nº3: a iliquidez da dívida nao impede a compensaçao,
averiguando-se posteriormente ao montante em que
ela ocorreu.
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Como se torna efetiva – art.848º: Prescrição – art.850º:
Nº1: Mediante declaraçao de uma das partes a outra. A prescriçao apenas modifica uma obrigaçao, nao a
É unilateral, mas pode ser por acordo, so que nesse extingue e o cumprimento simplesmente deixa de ser
caso a fonte de extinçao e o acordo e nao a exigível.
compensaçao. Como os efeitos da compensaçao sao retroativos,
Nao esta sujeita a forma escrita. mesmo depois da dívida prescrever, pode-se invocar a
Como carece de declaraçao não é automática. A compensaçao, desde que os períodos em que foram
exceçao e no caso das contas contra corrente onde ha exigíveis os creditos tiverem coincidido no tempo.
compensaçao automatica.
Possibilidade de renunciar à compensação –
Reciprocidade dos créditos – art.851º: art.18º/h da lei das cláusulas contratuais gerais:
Nº2: O declarante so pode compensar creditos seus. Nestes contratos nao e possível renunciar a
compensaçao, mas regra geral nada o impede.
Exclusão da compensação – art.853º:
Confusão – art.868º
Nº1: nao se pode extinguir por compensaçao
a) Creditos provenientes de factos ilícitos Noção – art.868º:
dolosos. Prof. Lima Rego e ML defendem uma
interpretação restritiva, so quem praticou o ato Quando a posiçao de credor e de devedor da mesma
ilícito e que esta impedido de compensar. obrigaçao passam a estar na titularidade da mesma
b) Creditos impenhoraveis, a nao ser que sejam pessoa.
da mesma natureza. Normalmente acontece no contexto sucessorio.
c) Dívidas contraídas perante o Éstado ou
entidade publica. Transmissão das obrigações
É uma eventualidade, nem todas as obrigaçoes sao
Retroatividade – art.854º:
transmitidas.
Apos a declaraçao, os efeitos produzem-se no Transmitir uma obrigaçao ≠ transmitir uma posiçao
momento da compensaçao, mas retroagem ao num contrato (cessao da posiçao contratual).
momento em que os creditos se tornaram
compensaveis pelo declarante. Lado ativo:
Os efeitos retroagem ate ao momento em que ambos
Transmissao da posiçao de credor.
os creditos eram exigíveis, ou seja, compensaveis.
Cessao de credito e sub-rogaçao.
Os juros extinguem-se a partir da data em que os A é credor de B e transmite a posição ativa ao C que
creditos se tornaram compensaveis, ja que os efeitos
passa a ser o credor de B.
retroagem.
Lado passivo:
Pluralidade de créditos – art.855º:
Transmissao da dívida.
Nº1: Éxistindo mais do que um credito compensavel
Assunçao de dívida.
entre as partes, cabe ao declarante escolher qual
Se B é devedor de A e transmite a sua posição passiva a
credito pretende compensar.
C, este passa a ser devedor de A.
Nº2: se nao escolher aplica-se os art.784º e art.785º.
Partes:
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Sub-rogação pelo credor – art.589º: Nº2: equivale a cumprimento a daçao em
cumprimento, a consignaçao em deposito e a
Requisitos:
compensaçao.
• Ato de cumprimento da obrigaçao por
terceiro; Efeitos da sub-rogação – art.593º:
• Acordo previo ou em simultaneo entre o
terceiro e o credor – sub-rogaçao expressa. Nº1: o terceiro adquire, na medida da satisfaçao dada
• Nao e necessario consentimento do devedor. ao credor, os poderes que a este competiam. (inclui
Éfeitos: juros)
• Credor que recebe a prestaçao sub-roga o Nº2: o terceiro pode satisfazer o interesse do credor
terceiro nos seus direitos; parcialmente.
Nº3: nos casos de satisfaçao parcial do credito com
• O terceiro assume a posiçao de credor.
varios sub-rogados, nenhum deles tem preferencia.
A é credor de B. O C cumpre. O A sub-roga C no seu
próprio direito contra B. O credor declarou sub-rogar C
Disposições aplicáveis – art.594º:
no seu crédito – há um acordo.
A transmissao do credito acarreta igualmente a
Cessao de creditos ≠ sub-rogaçao pelo credor: na transmissao de todas as garantias e acessorios para o
cessao a transmissao da-se por acordo, na sub-rogaçao sub-rogado.
por efeito do cumprimento. Remete para os art.582º e 584º.
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Modalidades: • Pluralidade ativa: vinculaçao de uma pessoa
para com as outras. Mais do que um credor.
• Assunçao liberatoria: o novo devedor substitui • Pluralidade mista: vinculaçao de varias
o antigo devedor. pessoas para com varias pessoas. Mais do que
• Assunçao cumulativa: o novo devedor soma-se um devedor e mais do que um credor.
ao antigo devedor (inves de um, temos dois
devedores vinculados a mesma dívida). Obrigações divisíveis
• Assunçao fidejussoria: corresponde a fiança. O
Aquelas cuja prestaçao e sujeitavel a divisao, podendo
terceiro torna-se um garante da dívida, mas
realizar-se em partes por ou perante pessoas distintas.
nao passa ele proprio a ser mais um devedor.
Nao fere o princípio da integralidade.
Art.595º/2 – assunção liberatória e cumulativa: Coisas divisíveis – art.209º.
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• Condenaçao – exige a prestaçao de uma coisa Execução específica – art.827º a 830º
ou de um facto, ainda exige colaboraçao pelo
Tipos de execução:
reu e pressupoe a violaçao de um direito.
• Constitutivas – deixa de ser necessaria a
colaboraçao do reu. A sentença vale como Execução Execução por
declaraçao e autoriza uma mudança na ordem específica equivalente
jurídica existente. (satisfaçao de (satisfaçao do
um interesse interesse
Ações executivas: primario) secundario:
indemnizaçao)
As declarativas precisam de ser acompanhadas por
estas, mas nem sempre e preciso uma para se exercer Éx. contrato Açao de Ação
logo a açao executiva (nem sempre e possível) promessa responsabilidade declarativa
Ultrapassa-se a fase das palavras e passamos para a civil
açao. Ésta em causa a execuçao do patrimonio do
devedor. Nestes casos
Pode ou nao
Nº4: aquelas em que o credor requer as providencias existe sempre
recorrer a uma Ação
adequadas a realizaçao coativa de uma obrigaçao que um apelo a
garantia geral – executiva
lhe e devida. garantia geral
art.828º.
das obrigaçoes.
Ém suma: nas açoes declarativas o tribunal acaba por
dizer o direito; nas açoes executivas, o tribunal com o Éspecífica: execuçao do interesse primario. O credor
seu braço de coerçao garante que as coisas acontecem recebe a propria prestaçao.
mesmo. Por equivalente: nao e possível pagar a obrigaçao
específica, entao e paga por indemnizaçao.
Ação de cumprimento (declarativa) e execução –
art.817º: Entrega de coisa determinada – art.827º:
Se a açao nao e cumprida voluntariamente, o credor Se a prestaçao for de coisa determinada o credor pode
pode: forçar judicialmente a sua entrega.
• Éxigir a açao declarativa do seu cumprimento Se a prestaçao for de coisa consumível, converte-se em
– tribunal condena o devedor a cumprir. dinheiro.
• Recorrer a açao executiva – tribunal executa o
Prestação de facto fungível – art.828º:
patrimonio do devedor.
O credor de prestaçao fungível (aquela que pode ser
Execução de bens de terceiro – art.818º: feita por outra pessoa) pode requerer que seja
O direito de execuçao pode incidir sobre bens de prestado por outrem a custa do devedor.
terceiro.
Prestação de facto negativo – art.829º:
Éx: garantias especiais e impugnaçao pauliana.
Nº1: Se o devedor estiver obrigado a nao aplicar algum
Garantia geral das obrigações – art.601º: ato e o praticar, o credor pode exigir desfazer-se o que
Pelo cumprimento da obrigaçao respondem todos os foi feito.
bens suscetíveis de penhora Nº2: Se trouxer mais prejuízo desfazer, entao cabe
direito a indemnizaçao.
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Sanção pecuniária compulsória - art.829º-A: • Produto da venda – os bens do devedor sao
vendidos em hasta publica e o credor recebe o
Prestaçao facto fungível que nao podemos forçar –
que resultar da venda (leilao).
tribunal estabelece um montante que “força” a pessoa
a cumprir.
Cláusula de exclusão de responsabilidade por
Garantia geral dívidas
Limitação por determinação de terceiro –
Princípio geral – art.601º:
art.603º:
Princípio: responsabilidade patrimonial.
Nº1: para proteger contra a penhora em casos de
Regra: respondem todos os bens do devedor no
doaçao, podem-se introduzir clausulas de exclusao
cumprimento de obrigaçoes.
por responsabilidade que permite retirar do
Restriçao: bens nao suscetíveis de penhora nem o
patrimonio geral o bem doado. A penhora tem de ser
patrimonio autonomo.
posterior a data da clausula para ser oponível aos
Património geral e autónomo credores anteriores.
Nº2: limitaçoes:
Patrimonio geral: composto por tudo o que se detem. • Se o bem nao for registado: a clausula e
Patrimonio autonomo: nao respondem pelas dívidas. oponível apenas aos credores anteriores.
• Se o bem for registado: a clausula e oponível
Penhora aos credores anteriores e posteriores.
É uma apreensao judicial de bens para efeitos de A eficacia da clausula depende da tutela da expetativa
satisfaçao de creditos. do credor.
Princípio da dignidade humana e art.18º CRP –
limitam o tipo de bens suscetíveis de penhora. Limitação da responsabilidade por convenção das
• Art.736º CPC: Bens absoluta ou totalmente partes – art.602º:
impenhoraveis. Salvaguardam os bens
As partes podem acordar em limitar a
essenciais a dignidade humana.
responsabilidade do devedor em relaçao a alguns dos
• Art.737º CPC: Bens relativamente
seus bens.
impenhoraveis. Bens subjetiveis de penhora
Manifestaçao do princípio da autonomia privada.
mas apenas numa determinada medida.
Casos em que isto nao e admissível: obrigaçoes de
• Art.738º CPC: Bens parcialmente penhoraveis.
alimentos, materias importantes, contratos de adesao.
Possibilidade de penhorar apenas 1/3 da parte
líquida do vencimento. Isto tem um teto em Vantagem dos credores na satisfação do
funçao do salario mínimo nacional. crédito
Modos de efetuar o pagamento – art.795º CPC:
Concurso de credores – art.604º:
Meios que o credor tem para transformar o seu direito
em dinheiro aquando de uma açao executiva: Regra: princípio par conditio creditorem ou do
• Éntrega de dinheiro; tratamento igualitario dos credores.
Os credores comuns de um devedor devem ser
• Designaçao de bens;
tratados de forma igual e proporcional.
• Consignaçao de rendimentos – rendimentos
O tempo e irrelevante (nao importa qual credor
descontados do valor da dívida e reconduzidos
apareceu primeiro).
ao credor;
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Pratica: nao ha meios de implementar coercivamente No processo judicial por nao cumprimento voluntario:
a nao ser que se verifiquem os requisitos do art.229º preferencia do credor que impugnar a açao em
CP ou se entre em processo de insolvência. tribunal primeiro.
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Impugnação pauliana – art.610º a 618º Atos onerosos: so sujeito a impugnaçao se ambas as
partes agirem de ma-fe. Ma fe nao e a intenção, mas a
Permite ao credor proteger apenas os seus creditos, consciência de que vai provocar prejuízo, ou se deviam
impugnando um ato do devedor pedindo para que seja estar cientes.
ineficaz perante ele. Atos gratuitos: sempre impugnaveis, ainda que
praticados de boa fe.
Requisitos gerais:
Efeitos em relação ao credor – art.616º:
→ Art.610º, al. b): o ato em causa tem de ser lesivo
da garantia patrimonial – agrava a possibilidade do Nº1: credor tem direito a restituiçao dos bens na
credor nao poder executar os bens do devedor. medida do seu interesse - nao ha restituiçao para alem
do valor do direito de credito. Pode-se executar o
Para provar que o ato e lesivo: patrimonio diretamente na esfera jurídica do terceiro
• O devedor tornou-se insolvente; sem ser necessario haver retorno para o devedor.
• Agravou a situaçao de insolvencia; Nº2: adquirente de má fé – e responsavel pelo valor
• Desconhecimento/inexistencia de outros bens dos bens perdidos, deteriorados ou alienados.
penhoraveis pelo credor. Nº3: adquirente de boa-fé – so e responsavel na
medida do seu enriquecimento, nao responde pelo
Doutrina e jurisprudencia: os casos de venda de bens
perecimento ou perda.
imoveis podem ser suscetíveis de impugnaçao
Nº4: os efeitos da impugnaçao aproveitam apenas o
pauliana porque se considera que mesmo que o valor
credor que a tenha requerido.
tenha sido convertido em dinheiro, essa liquidez
desaparece mais facilmente.
Impugnação de atos nulos – art.615º:
Prova – art.611º:
Nº1: nao obsta a impugnaçao a nulidade do ato do
Ao credor basta alegar a existencia do credito e que devedor. Podem-se impugnar atos nulos.
desconhece a existencia de outros bens que possam Nº2:
satisfaze-lo – nao precisa de demonstra-lo. • Cumprimento de obrigaçoes vencidas: nao
O onus da prova da existencia de bens de valor igual podem ser impugnadas.
ou superior e da desnecessidade da impugnaçao • Cumprimento de obrigaçoes nao vencidas ou
pauliana recai sobre o devedor ou terceiro interessado naturais: podem ser impugnadas.
na manutençao do ato.
Relações entre o devedor e terceiro – art.617º.
→ Art.610º, al. a): anterioridade do crédito ou
fraude pré-ordenada. Caducidade – art.618º:
Atos que podem ser objeto de impugnaçao pauliana: Prazo de caducidade de 5 anos.
• Atos realizados apos a constituiçao do credito.
• Atos anteriores a constituiçao do credito se
AUJ 3/2001
praticados dolosamente pelo devedor com a É um erro recorrente cometido por advogados invocar
intençao de prejudicar o credor – fraude pre- a declaraçao de nulidade quando na verdade estao a
ordenada. O devedor e terceiro dissipam o querer invocar a impugnaçao pauliana. Havendo esse
patrimonio para que o futuro credor nao seja erro, o juiz deve corrigi-lo oficiosamente e aplicar o
satisfeito. regime mais sofisticado, limitando-se a declarar a
ineficacia do ato relativamente a pessoa do credor e
→ Art.612º: má fé do devedor e do terceiro em caso
nao a nulidade do ato.
de atos onerosos (requisito da má fé).
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7Sub-rogação – art.606º a 609º devedor e o credor. Por ser relativa nao tem eficacia
erga omnes.
Permite ao credor substituir-se ao devedor quando o
devedor fica inerte, exercendo os seus direitos de Questões:
forma a aumentar-lhe o patrimonio para que mais
facilmente possa responder as suas dívidas. O que • Um terceiro que saiba da existencia do direito
resultar do exercício do credor vai para a esfera de credito e contribui/instiga/impede o
jurídica do devedor e so aí pode ser executado, devedor de cumprir deve responder pelo
aproveitando todos os credores. incumprimento?
• Pode o titular do direito de credito reagir
Direitos sujeitos à sub-rogação – art.606º: contra ingerencias ao seu direito, nao sendo
esse erga omnes?
Requisitos: • Qual a eficacia externa da obrigaçao?
• Inercia do devedor – provar que a sua
diligencia esta aquem; Tese arcaica:
• Éssencialidade do ato para a satisfaçao da
Defende a inoponibilidade do direito de credito a
dívida.
terceiros.
Inclui todas as faculdades de conteudo patrimonial
Tendo em conta a estrutura da obrigaçao, a sua
contra terceiro mas nao inclui direitos pessoais.
relatividade, e conceptualmente impossível ter
eficacia externa porque a relaçao so vincula as partes.
Arresto – art.619º a 622º
Corresponde a uma apreensao judicial dos bens Tese tradicional:
(providencia cautelar) quando ha justo receio do Se a obrigaçao e relativa nao pode ser oponível a
credor de que aqueles bens possam ser dissipados de terceiros.
tal forma a que nao se possa garantir o seu direito de Nao ha base legal que sustente o direito a reagir contra
credito. a ingerencia de terceiros nas obrigaçoes. Os exemplos
O tribunal apreende os bens e fica responsavel por que encontramos no CC (ex. art.1311º sobre a açao de
eles, podendo depois ser suscetíveis de penhora. Se for defesa da propriedade) estao fora do ambito das
um bem nao pecuniario vai a leilao. obrigaçoes.
É mais usado em contexto internacional. O art.1406º/2 sobre a eficacia dos contratos diz-nos
que em relaçao a terceiros so produz efeitos nos casos
Requisitos – art.619º:
previstos na lei. Por analogia, se os contratos nao
Justo receio de perder a garantia patrimonial. produzem efeitos externos, entao as obrigaçoes
tambem nao.
Efeitos – art.622º:
Teses mais modernas:
Apreensao física da coisa, com privaçao de uso.
Atos posteriores de disposiçao do bem sao ineficazes Ha casos em que seria injusto nao poder reagir contra
relativamente ao credor. terceiros que se intrometem em creditos alheios. Nao
Tem vantagem apenas para o credor que passa a ser podemos aceitar a eficacia externa, mas tambem nao
um credor preferente. podemos nega-la completamente.
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2. Violaçao da titularidade do credito. Garantias especiais reais
A doutrina tradicional tende a aceitar que e abuso de
O credor que beneficia desta garantia torna-se credor
direito quando um terceiro apos se fazer passar pelo
preferente. É um reforço qualitativo da sua posiçao
credor invocar que e terceiro e que apenas responde
perante os outros.
pelo prejuízo que causou.
Garantias pelas quais responde um determinado bem
3. Se A, o devedor, tem negocios com B, e se C, em particular. Éx: hipoteca.
outro credor, pode executar o patrimonio de A
acaba por se verificar uma eficacia externa. Garantias especiais pessoais
Argumento fraco. Nestas garantias alem do patrimonio do devedor,
4. Art.443º - contratos com eficacia a favor de passa a responder tambem o patrimonio do garante
terceiros. (terceiro). Éx: fiança.
Indício de que a relatividade nao e assim tao forte. Os credores nao se tornam preferenciais nem
assumem uma posiçao qualitativamente superior, o
Tese intermédia de Pedro Múrias: reforço e quantitativo.
O terceiro e responsavel por lesao do direito de credito Art.818º sobre a execuçao de bens de terceiros, preve
quando se verifique: os casos em que o credor pode executar bens de
terceiro para satisfazer os seus interesses.
a) Conhecimento pelo terceiro da existencia do
credito; Prestação da caução ≠ garantia especial
b) Nexo de causalidade suficiente (quando o
terceiro instiga ou impede o devedor de A maioria das garantias e imposta por lei, mas por
cumprir) vezes ha um dever legal de prestar garantia, chamado
c) O devedor nao indemniza (totalmente) o de dever legal de prestar cauçao.
credor; A cauçao em si mesma nao e uma garantia especial,
d) Imputaçao ao terceiro da ausencia de mas e prestada por uma serie de garantias e pode ser
indemnizaçao (total) pelo devedor. imposta por lei.
ML: situaçoes em que a posiçao do credor aparece Élenca as garantias que se podem usar para cumprir
reforçada para alem do que resultaria simplesmente este dever.
da responsabilidade patrimonial do devedor. A cauçao pode determinar a prestaçao de uma
garantia em numerario, real (de um bem), etc.
Natureza das garantias especiais:
Falta de prestação da caução – art.912º CPC:
• Reais;
• Pessoais. Quando o tribunal impoe a prestaçao de uma cauçao.
Unica garantia especial pessoal regulada pelo CC. • Acessoriedade – traço essencial. A obrigaçao
O garante ou fiador assume uma posiçao do fiador nao vive independentemente e e um
qualitativamente identica a do devedor, respondendo acessorio essencial.
ambos os patrimonios pela dívida. • Subsidiariedade – traço nao essencial. A
obrigaçao do fiador como e eventual so existe
Noção. Acessoriedade – art.627º: e se concretiza se o devedor nao conseguir
responder perante o credor. A subsidiariedade
Nº1: fiador garante a satisfaçao do direito de credito e baseia-se no benefício da excussao previa
fica pessoalmente obrigado perante o credor. como regime supletivo.
Nº2: a obrigaçao do fiador e acessoria a obrigaçao do
devedor. É eventual porque surge do incumprimento Benefício da excussão prévia – art.638º e ss.
do contrato.
• Benefício: aproveita o fiador.
Acessoriedade: • Éxcussao previa: o patrimonio do devedor tem
de ser excutido (atacado) primeiro antes do
A obrigaçao do fiador e decalcada sobre a obrigaçao do patrimonio do devedor.
devedor, e um reflexo e e simetrica.
Acessoriedade traduz-se: O fiador pode exigir so responder subsidariamente
depois de esgotados os bens do devedor – art.638º.
1. Na forma. É o regime supletivo, podendo ser afastado pelas
Art.628º: A obrigaçao do fiador segue a exigencia de partes.
forma da obrigaçao principal, sob pena de nulidade. Nao existe em negocios comerciais ou nao civis –
Tem de ser expressamente declarada. art.101º Codigo Comercial. O fiador de obrigaçao
2. No objeto da obrigação. mercantil e solidario com o respetivo afiançado.
Art.631º: o ambito da fiança nao pode exceder a dívida
principal, mas pode ser menos. Nao sob pena de Renúncia ao benefício da excussão prévia –
nulidade mas sob pena de reduçao. art.640º:
Art.634º: a fiança tem o conteudo da obrigaçao
O fiador pode abdicar deste benefício, respondendo ao
principal e ainda cobre as consequencias da mora ou
lado do devedor.
culpa do devedor.
3. No regime da invalidade. Relações entre o devedor e fiador
Art.632º: se a obrigaçao do devedor estiver ferida com
uma invalidade, isso contamina a obrigaçao do fiador. Sub-rogação – art.644º:
4. Nos meios de defesa que o fiador pode opor
ao credor. O fiador que cumpre a obrigaçao do devedor fica sub-
Art.637º: o fiador pode opor ao credor os meios de rogado nos direitos do credor, na medida em que
defesa que compete ao devedor, para alem de meios foram satisfeitos.
que lhe sejam proprios. O fiador pode reaver o que pagou.
Art.642º: meio de defesa específico do fiador – Direito à liberação ou prestação da caução –
compensaçao. art.648º:
5. Na extinção.
Nos casos elencados neste artigo o fiador tem direito a
Art.651º: extinçao da obrigaçao principal extingue a ser libertado da fiança, ou a exigir prestaçao de cauçao
do fiador. para garantir o seu direito eventual contra o devedor.
Al.b) os riscos da fiança se agravarem sensivelmente.
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Pluralidade de fiadores – art.649º: ≠ Fiança
Nº1: Se houver pluralidade de fiadores, a regra e que A fiança esta sempre ligada ao contrato base, de forma
que qualquer problema que o contrato base tenha
um deles responde pela satisfaçao integral do credito,
contamina a fiança.
exceto se tiverem acordado uma divisao. Se um pagar
A garantia autonoma vive independentemente do
tudo tem direito de regresso sobre os outros. → regime contrato base.
das obrigaçoes solidaria supletivamente.
Garantia autónoma bancária
Fiança de obrigações futuras?
O banco responde pelo pagamento do preço
Pode haver, mas desde que determinaveis, nos termos independentemente do contrato de compra e venda
do art.280º/1 e art.400º. nao ser cumprido. É necessario que o beneficiario
prove que ocorreu o facto constitutivo do seu direito.
Fiança omnibus: Limites: O banco pode recusar caso identifique que
haja abuso de direito ou fraude a lei. So serve em casos
É quando um fiador aceita responder por todas as
limites com carater evidente e manifesto, sob pena de
dívidas do devedor, passadas ou futuras. acabar com a celeridade da garantia ou de ganhar
Discussao doutrinaria. acessoriedade. Ex: credor pediu ao banco mas já houve
Obrigaçoes existentes no momento da sua cumprimento.
constituiçao: existe um criterio suficiente para a
determinaçao, uma vez que e possível averiguar o Garantia autónoma à primeira solicitação
montante das dívidas.
O garante satisfaz imediatamente a garantia quando
Obrigaçoes futuras do devedor: sem que esteja solicitada pelo credor. O reembolso tambem deve ser
estabelecido um criterio que as permita determinar, a feito a primeira solicitaçao.
fiança seria nula por constituir um negocio de objeto Se e preciso justificaçao documental: deve demonstrar
determinavel. em documento a ocorrencia do facto constitutivo do
AUJ 4033/99, nao e nula caso haja mençao expressa da seu direito.
origem ou natureza das obrigaçoes a que se constitua Se nao e preciso justificaçao documental: basta a
garante. interpelaçao do beneficiario.
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Princípio geral – art.473º: Enriquecimento por prestação
Nº1: aquele que sem causa justificaçao enriquecer a Ocorre quando alguem presta e esse incremento
custa de outrem e obrigado a restituir aquilo com que consciente e finalisticamente orientado de patrimonio
injustamente se enriqueceu. alheio nao corresponde a nenhuma causa jurídica; e o
Nº2: a obrigaçao de restituir pode ser do objeto destinatario que a recebe, dada a ausencia de causa,
indevidamente recebido, o que foi recebido por causa nao tem legitimidade para aproveitar a prestaçao.
que deixou de existir ou por efeito que nao se verificou.
Ocorre quando alguém cumpre – art.473º/2:
Pressupostos essenciais:
1. com convicçao assente num equívoco, no caso
• Énriquecimento patrimonial: incremento do de repetiçao do devido;
patrimonio ativo ou diminuiçao de dívidas, 2. mas a causa deixou de existir:
despesas. 3. mas o efeito pretendido nao aconteceu.
• Feita a custa de outrem: o terceiro nao tem
necessariamente de empobrecer, pode so nao 1. Repetição do indevido (conditio indebiti) –
ver o seu patrimonio incrementado. art.476º e art.473º/2.
• Énriquecimento nao tenha causa: nao ha
Prestaçao feita com a convicçao que ha uma obrigaçao
nenhuma justificaçao jurídica. (nota: nas
que na verdade nao existe.
obrigaçoes naturais ha causa jurídica)
O enriquecimento sem causa so pode ser usado se nao Quando a obrigaçao nunca existiu.
houver outro instrumento que permita responder a “O que for prestado com intençao de cumprir uma
questao – natureza subsidiaria. obrigaçao pode ser repetido [devolvido], se esta nao
existia no momento da prestaçao”.
Nao ha lugar a restituiçao por enriquecimento sem
causa quando: Indevido temporal – art.476º/3:
• A lei facultar ao empobrecido outro meio de
ser indemnizado ou restituído; Quando o devedor cumpre, mas a obrigaçao ainda nao
se tinha vencido. O devedor achava que tinha de pagar
• Negar o direito a restituiçao;
naquele momento, mas afinal era so no futuro. O artigo
• Atribuir outros efeitos ao cumprimento.
estabelece que a prestaçao feita por erro desculpavel
Isto nao invalida que o enriquecimento sem causa antes do vencimento da obrigaçao so da lugar a
coexista com outros regimes em determinados casos, repetiçao do indevido se o credor tiver ganho alguma
so para as partes sem resposta. Ou seja, pode ser coisa por receber o dinheiro mais cedo.
cumulativo.
Indevido subjetivo:
Modalidades:
Quanto ao accipiens – art.476º/2: se o accipiens nao e
• Por prestaçao; o verdadeiro credor, constitui na sua esfera o dever de
• Por intervençao; restituiçao, a nao ser que entregue a prestaçao ao
• Por dispendios de outrem; verdadeiro credor, como previsto no art.770º.
• Atraves de patrimonio intermedio;
• Situaçoes nao enquadraveis em nenhuma Quanto ao solvens – art.477º: se o solvens nao e o
verdadeiro devedor, mas faz o cumprimento da
destas modalidades.
obrigaçao alheia na convicçao de que e propria, vai
gozar do direito a repetiçao da prestaçao. Contudo, o
engano tem de ser desculpavel, caso contrario
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aplicamos a sub-rogaçao ou mesmo o cumprimento Falta do resultado previsto – art.475º:
por terceiro, correndo o risco por sua conta.
Nao ha lugar a restituiçao se, ao efetuar a prestaçao, o
Com a convicçao de se estar obrigado para com o autor sabia que o efeito com ela previsto era
devedor a cumprir – art.478º: se o que cumpre sabe impossível, ou se, agindo contra a boa fe, impediu a sua
quem e o devedor, mas por alguma razao, faz o verificaçao.
cumprimento da sua obrigaçao alheia (do devedor) na Quem presta tem de estar convencido de que esta a
convicçao de estar obrigado a cumpri-la. Éste solvens cumprir uma obrigaçao.
nao tem direito de repetiçao contra o credor, apenas
Erro de identidade:
pode exigir do devedor exonerado aquilo com que
deveria ser ele a cumprir. A menos que o credor Nos casos de erro de identidade (erro no IBAN, prestar
conhecesse o engano e aceitasse receber a prestaçao a pessoa parecida com o credor) deixa de ser
na mesma. enriquecimento por prestaçao por repetiçao do
indevido pois nao preenche o elemento volitivo que
2. Causa que deixou de existir (condictio ob causam exige vontade para a realizaçao da prestaçao. Nesses
finitam) – art.476º/1 e art.473º/2. casos nao se aplica o art.476º, mas o regime geral do
enriquecimento sem causa do art.473º
Tinha causa, mas desaparece.
Contrato com A, mas acho que é com B →
Os contratos bilaterais – art.795º, remetem para o
enriquecimento por prestação, art.476º.
regime do enriquecimento sem causa. Quando num
Contrato com A, sei que é A, mas presto com B → regime
contrato bilateral uma das prestaçoes se torna
geral art.473º
impossível, o credor fica desobrigado da
contraprestaçao e tem o direito de exigir a sua Notas:
restituiçao nos termos deste regime.
• Aplica-se quando ha engano sobre o montante,
3. Efeito que não se verificou (condictio ob rem) – engana-se a ler o valor.
art.476º/1 e art.473º/2. Não aplicação da sub-rogação e enriquecimento
sem causa:
Éx: bolsa de estudo que nao e usada para auxiliar nos
estudos, mas para outros fins. O seu efeito pretendido Prof. Lima Rego: Nos casos onde poderia caber sub-
nao e cumprido. rogaçao, mas essa nao preenche todos os requisitos, a
professora diz que nao se pode aplicar o
Requisitos:
enriquecimento sem causa por respeito ao princípio
• Élemento patrimonial; da subsidiariedade do art.474º, uma vez que ha outros
• Élemento cognitivo: o incremento e regimes aplicaveis. Alem do mais, e necessario um
consciente, quem presta sabia que estava a engano desculpavel.
faze-lo. ML: Defende que, mesmo assim, se os requisitos da
• Élemento volitivo: alem da consciencia e sub-rogaçao nao sao preenchidos, pode-se aplicar o
necessario vontade para faze-lo. enriquecimento sem causa, tendo o terceiro direito de
• Élemento final: o fim visado pela atuaçao era regresso sobre a prestaçao que cumpriu.
mesmo o incremento de patrimonio alheio.
Quem preste enganando-se no destinatario Enriquecimento por intervenção
nao preenche este requisito. Énriquecimento por prestaçao: quem motiva o
Prestação: incremento consciente e finalisticamente enriquecimento e o prejudicado que esta equivocado.
orientado do patrimonio alheio. Énriquecimento por intervençao: quem age e o
enriquecido.
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Situaçoes em que alguem se aproveita ilicitamente de • Pelos juros legais das quantias a que o
um bem alheio. Aqui nao ha qualquer equívoco, mas empobrecido tiver direito depois de:
um aproveitamento indevido de um bem (ingerencia a) Ter sido judicialmente citado para a
nao autorizada) que nao e seu e que leva a um restituiçao;
enriquecimento, nao sendo necessario um b) Ter conhecimento da falta de causa do seu
empobrecimento pelo proprietario do bem. enriquecimento ou da falta do efeito que se
Aplica-se o art.473º/1. pretendia obter com a prestaçao.
Continua a existir um dever de restituição – Quando se aliena algo de forma onerosa, nao e possível
art.1311º - por quem detem o direito de propriedade. ir atras do patrimonio do adquirente, a nao ser que
esteja de ma fe (ma fe neste sentido e a consciencia de
Planificação subjetiva do enriquecido:
que podera causar prejuízo).
Ésta modalidade suscita o problema de que embora o Nº3: porem, o adquirente de boa fe so responde na
enriquecido beneficie das despesas realizadas pelo medida do seu enriquecimento. So ha remissao para o
empobrecido, de acordo com as suas circunstancias, ÉSC quando ha boa-fe.
nao gastaria dinheiro dessa forma.
O art.479º/2 deve atender a planificaçao subjetiva do Situações não enquadráveis nesta modalidade
enriquecido, nao ha enriquecimento efetivo se for
Aplica-se somente a clausula geral do art.473º/1.
demonstravel que subjetivamente o enriquecido nao
aplicaria o seu patrimonio dessa forma. Gestão de negócios – art.464º a 472º
O locupletamento tem de ser calculado tendo em conta
a utilidade. Mesmo que tenha ocorrido uma despesa, Éxiste para regular o auxílio nao autorizado a alguem
se daí nao se retira nenhuma utilidade (ex. porque que esta incapacitado para cuidar da sua propria
nunca a teria realizado) entao nao houve pessoa ou do seu patrimonio. Apenas regula as
verdadeiramente um enriquecimento. relaçoes entre o gestor e dono do negocio.
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observaçao, e preciso aferir a intençao de quem a Apenas coloca o gestor na posiçao em que estaria se
pratica. nao tivesse feito nada.
Nº1: o gestor responde perante o dono do negocio, A professora considera isto errado, porque:
tanto pelos danos que causa por culpa sua no exercício • É absurdo comparar a falta de um documento
da gestao, como pelos danos que causar com a escrito com a falta de autorizaçao.
injustificada interrupçao da gestao. • Ésta em causa uma açao perante terceiros, e a
Nº2: a atuação do gestor é culposa quando age em gestao nao se aplica a terceiros.
desconformidade com o interesse ou vontade, real ou
presumível, do dono do negocio. Indemnizações e reembolsos:
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Gestão de negócio alheio julgado próprio – Nº2: as pessoas ameaçadas ou ofendidas podem
art.472º: requerer providencias com o fim de evitar a
consumaçao da ameaça ou atenuar os efeitos da
É uma gestao impropria porque nao havia animus.
ofensa.
Quando ha gestao de negocio alheio com a convicçao
de que lhe pertence e o dono do negocio: Podemos encontrar esta figura plasmada nos
• Aprovar: aplica-se o regime da gestao de art.878º CPC, art.492º, art.1350º, art.1328º e
negocios. 1329º:
• Nao aprovar: aplica-se o regime do
enriquecimento sem causa. Art.492º: danos causados por edifícios ou outras
obras. O dono responde pelos danos causados por falta
Gestão imprópria – animus deprae dando: de conservaçao do seu muro. Os danos que tiverem
sido causados sao alvo de indemnizaçao desde que
Quando o gestor aproveita-se da situaçao para tratar haja culpa.
do seu proprio interesse. A professora diz que nao se Art.1350º: “ruina de construçao”. Interessava para
justifica aplicar o regime da gestao de negocios mesmo antes da situaçao acontecer, pois trata de eliminar o
com aprovaçao. perigo. Permite exigir algo antes de acontecer - “tutela
preventiva” – pedir para o vizinho arranjar o muro
Obrigação de eliminação da lesão – ação antes de cair.
negatória Art.1328º e 1329º: a pessoa tem o direito de ir buscar
o que caiu. Nao ha nenhum antigo que mostre o dever
A açao negatoria trata casos em que a fonte se chama
de ir buscar. Se ha algo que pertencia ha minha
obrigaçao da eliminaçao da lesao. Nos atos lesivos,
propriedade e caiu eu tenho de ir buscar.
pagar uma indemnizaçao nao basta, tem de ser parado.
Os danos sao o resultado da lesao. Fora dos direitos de personalidade e o de propriedade
A açao negatoria faz nascer na esfera dos sujeitos uma intelectual, ficamos com uma resposta incompleta e
obrigaçao de eliminaçao da lesao (tutela inibitoria), que nao nos permite ter base para resolver o
antes de se impor uma indemnizaçao pelos danos problema.
(tutela ressarcitoria).
O tribunal tem possibilidade de caso a caso dar essas
providencias, mas como o regime e pouco
desenvolvido, acaba por ser pouco pedido.
No CC temos a tutela geral dos direitos de
personalidade, quando se fala de direitos
fundamentais – art.70º, e no Codigo dos Direitos de
Autor temos tutela inibitoria na propriedade
intelectual.
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